Home
Archive for
março 2016
Shohei ajeitou a mochila sobre o ombro, observando o prédio onde havia marcado o endereço no celular. Suspirou e jogou o cigarro no chão, apagando-o com o pé e seguiu em direção a entrada, porém fora barrado pelo segurança que tinha quase o dobro do próprio tamanho.
- Eh... Oi. Oi, eu preciso ver alguém que está aí.
- Desculpe garoto, está fechado, só é permitida a entrada dos membros ou donos.
- Eu sei, mas eu sou parente do modelo, por favor.
- Parente? E o que aconteceu?
- Ora, não viu? Ele está passando mal, me ligou dizendo pra trazer o remédio dele.
- E onde está o remédio?
- Aqui.
Mexeu na mochila, procurando alguma coisa útil para mostrar e por fim ergueu um dos remédios que tinha ali, expondo-o, só então percebendo que era um remédio para dor de cabeça e quase negativou para si mesmo.
- Ele está com dor de cabeça, é?
- Ah, por favor, preciso falar com ele, e ele não atende o celular. Trago umas rosquinhas pra você. - Piscou a ele.
- Com canela?
- Com canela.
- Certo, rapidinho.
- Pode deixar.
Sorriu a ele e adentrou o local, ajeitando os cabelos cinzas sobre os ombros e mordeu o piercing do lábio, observando os números e nomes das revistas. Quando enfim adentrou o local, parou atrás dos fotógrafos e sorriu, no cantinho a observá-lo, sem roupas enquanto tirava as fotos, e droga, como aquilo excitava a si. Mordeu o lábio inferior e manteve-se em silêncio a observá-lo, notando suas poses.
Após uma generosa dose de água, Kusagi deixou a garrafinha amarrotada no móvel. E tornou a formular as poses pré designadas, outras alternadas e quando deu pausa, buscou num cabide o roupão branco e simples que vestiu somente para o intervalo. Conversou com o empresário e também o responsável pela marca do dia e ao buscar mais uma garrafa d'água notou uma aparência atípica por ali, com cabelos destacados, mais ainda que seus piercings.
- Modelo novo?
- Opa. - Falou a observá-lo e mordeu o lábio inferior. - Agora é minha vez, deixa até eu ir tirando minha roupa.
- Pode tirar, deixa eu conferir.
- Não posso aqui. - Piscou a ele. - Que documento, hein?
- O que veio fazer aqui?
O maior indagou e selou seus lábios e Shohei retribuiu seu selo e sorriu a ele.
- Estava passando aqui perto e lembrei que trabalha aqui. Meu livro acabou de ser publicado.
- Hum, e veio trazer pra mim a cópia autografada?
O menor sorriu meio de canto.
- Ninguém se importa.
- Não seja otário, claro que se importam.
Shohei abriu a mochila novamente e retirou o livro de capa dura e branca, sem nenhuma ilustração, entregando a ele.
- Por que todo branco? - Indagou, encarando a capa sem nada além do branco.
- Eu gosto de branco. É uma cor que me trás calma.
- São três personagens, qualquer semelhança com você é mera coincidência.
- Mas não vai ilustrar nada?
- Não.
- Suspense ou resolveu se entregar ao porno?
- Vai ter que ler. Você pode escrever na capa se quiser, por isso fiz ela assim. Pode escrever, desenhar, o que quiser.
- Não gosto de rabiscos. - Sorriu a ele. - Preciso voltar as fotos.
Disse e antes de voltar abriu o roupão, mostrando a ele a peça que usava e também, principalmente, o que não usava. Suspirou a observá-lo e mordeu o lábio inferior, assentindo.
- Vai, eu espero no camarim.
- Espere aqui. Veja as fotos, já que veio até aqui.
- Hai.
Kusagi deu-lhe uma piscadela e voltou posteriormente até a continuação das fotos. Claro, dando sempre uma conferida onde o amigo havia se colocado, até que finalizasse o processo e enfim, pudesse ir ao camarim junto dele.
Shohei sorriu a ele e mordeu o lábio inferior, observando-o atentamente enquanto fazia seu trabalho, talvez mais animado por estar ali e na última foto, quase sentiu o coração pular do peito do vê-lo olhar para si, ou talvez fosse outra coisa que estava pulsando dentro da roupa.
- Terminou?
- Vem, vou trocar de roupa pra irmos "embora".
- Hai, vamos. - Sorriu a ele.
O moreno guiou-o consigo até o cômodo, onde lhe cedeu passagem e expôs algumas roupas, espelho, um bom sofá estofado, e muito útil.
- Vamos.
O menor assentiu e adentrou o local, observando a decoração, algumas fotos espalhadas e sorriu, observando enquanto ele se arrumava. Observou um dos murais ali e as fotos espalhadas, só então percebendo que ele certamente já trabalhava ali há algum tempo. Deslizou o dedo indicador pelas imagens e cessou sobre uma delas, notando ser uma foto antiga própria e arqueou uma das sobrancelhas, porém não disse nada.
- Não se ocupe demais. Por que não aproveita pra se juntar ao sofá? Sem roupas, preferencialmente.
Abriu um pequeno sorriso e assentiu, deixando de lado a mochila que carregava consigo e também a camisa, expondo o tronco a ele.
- Que hábil.
Kusagi disse e fechou a porta, seguindo até ele, sentando-se consigo, praticamente pronto para tocá-lo, já sem roupas, se não pela peça íntima. O menor retirou a calça, deixando-a igualmente de lado e assim como ele, permaneceu com a roupa intima. Caminhou até ele e sentou-se em seu colo, ajeitando as pernas a cada lado de seu corpo.
- Por que tem uma foto minha?
- Porque sim. Achei interessante deixar ela aqui.
Disse o outro e segurou-o nas coxas, deslizando dela até as nádegas e vice versa. Fora objetivo e arrastar de ladinho sua roupa íntimas, assim como abaixou suficientemente a própria, a fim de expor o sexo e ao fazê-lo, ergueu o rapaz, deixando-se abaixo dele, somente roçando, sem realmente penetrá-lo.
Shohei manteve-se inerte ao sentir os movimentos dele e suspirou, mordendo o lábio inferior ao senti-lo entre as nádegas, como gostava de sentir.
- Mas eu estava no colégio ainda... Guardou por tanto tempo?
- Achei no meio das minhas coisas do colégio algum tempo atrás e trouxe com a mudança do estúdio.
- Ah...
- Eu costumava guardar na minha carteira.
Disse o maior e sorriu ao pequeno, acomodando a face sobre a palma da mão conforme o cotovelo no braço do sofá. Shohei arqueou uma das sobrancelhas.- Na carteira?
- Sim.
- Mas por que?
- Algumas pessoas costumam fazer isso.
- Com família e pessoas que gostam.
- E eu gosto de você, estúpido. - Disse e deu-lhe um peteleco na testa.
Ai! - Estreitou os olhos. - Olha... Vou embora.
- Vai nada.
- Vou sim, e vai ficar na mão.
- Só se for com a sua.
- Ah vá.
- O que foi? Está arisco hoje.
- Você que pensa... Estou meio... Estranho hoje. - Sorriu.
- Estranho? Estranho como?
Kusagi indagou e roçou a face contra a sua, descendo com o toque lânguido dos lábios por seu pescoço, onde o mordiscou. O menor suspirou, inclinando o pescoço para trás a dar espaço a ele.
- Chateado, eu acho.
- Com o que?
O maior sussurrou contra a pele e lambeu-a posteriormente. As mãos levou por seu corpo, sentindo a pele, na cintura e nas costas, a longo de sua nudez.
- Não sei bem. Eu tenho esse problema. Por isso vim te ver, antes que eu furasse a outra orelha.
- Espero conseguir preencher isso com algo muito melhor. - Kusagi sussurrou-lhe ao pé do ouvido conforme roçou a face a sua. - Quer que eu console você, hum? Você pode dormir na minha cama essa noite, mas não fique tão colado, me faz acordar na parede.
Disse, como dizia a ele no tempo de escola. Shohei suspirou ao ouvi-lo, sentindo o arrepio percorrer a coluna e até respirar parecia difícil com ele tão perto.
- Queria poder voltar no tempo... Pra poder fazer isso com você naquela época... Antes que tudo ficasse tao cinza.
- Mesmo dormir comigo deixava tudo cinza, hum?
- Iie... Você é a única cor que eu tenho no dia. Por isso mesmo eu vim te ver.
Kusagi riu entre lábios cerrados, embora não realmente cheio de humor.
- Então vou adoçar um pouco sua tarde, docinho. - Disse, e mordiscou seu queixo, lambeu-o do lugar atual até alcançar os lábios não muito distantes. - Você me enlouquece, sabia? - Sussurrou e selou seus lábios, lambiscando-o.
Shohei abriu um pequeno sorriso ao ouvi-lo e desviou o olhar a ele em seguida,deslizando uma das mãos por seu ombro.
- Ah é? - Retribuiu o selo e mordeu-lhe o lábio inferior.
- É, acho que estou realmente apaixonado.
O moreno disse e sorriu-lhe com os dentes, virando-o no colo a deitá-lo no sofá. O menor sentiu o sofá macio atrás de si e sorriu a ele, guiando ambas as pernas ao redor de sua cintura.
- Meu coração bate tão forte perto de você que parece que vai saltar pra fora.
- O meu também. - Sussurrou, e levou o sexo entre suas nádegas, penetrando-o sem rodeios. Posicionou-se e suavemente se levou para dentro, até o fundo. - Ah... Kimochi.
Shohei se manteve imóvel, mesmo ao senti-lo se empurrar para si e gemeu dolorido, porém prazeroso, agarrando-se a ele e mordeu o lábio inferior.
- Ah... K-Kusagi...
- Gostoso?
O maior indagou, perto dele e ao se afastar, apoiou as mãos a cada lado de seu corpo. Onde deu apoio a si mesmo e início ao sobe e desce, empurrando-se contra ele.
- Itai... - Shohei murmurou e agarrou-se a ele como pôde, ambas as mãos ao redor de seu pescoço e ambas as pernas ao redor de seus quadris. - Ah...
- Mas já dói de novo? Há quantos dias não transamos?
O maior indagou e continuou a se mover, investindo para ele, sentindo seu corpo difícil, ainda suave e macio. E de cima, podia encará-lo, notando o próprio membro a penetrá-lo.
- Alguns.
Shohei murmurou e riu baixinho, meio rouco pela dor que sentia, embora fosse gostosa. Puxou-o para si, deslizando ambas as mãos por suas costas e roçou as unhas a deixar um leve rastro vermelho. Kusagi mordeu o lábio ao sentir a ardência da pele, causada por suas unhas que deslizaram na cútis a causar-lhe vergões. Estocou-o com mais força, porém não demasiada, tinha ainda algum zelo por sua região dolorida, embora quisesse penetrá-lo vigorosamente, com força. Ritmou aos poucos, acrescendo ritmo, a ponto em que logo se fez frequente.
- Ah!
O menor gemeu mais alto e fechou os olhos, mordendo o lábio inferior a tentar conter os gemidos a medida em que ele se empurrava para si, não conhecia o lugar, não sabia o quão finas eram as paredes. Contraiu-se, apertando-o em si e suspirou, apreciando os movimentos.
- Kimochi...
- Vão ouvir você, Sho.
Kusagi disse, baixinho, mas não era como se realmente estivesse se importando com aquilo. Abaixou-se, mordiscando seu queixo, lambeu seus lábio, a pontinha do nariz numa breve brincadeira e ao descer novamente, enfim o beijou, tão vigoroso quanto o ritmo do quadril.
Shohei assentiu e uniu as sobrancelhas.
- Hai, desculpe...
Shohei murmurou e encolheu-se, rindo baixinho ao sentir o toque no nariz e retribuiu seu beijo, deslizando ambas as mãos por suas costas, apreciando a pele macia, gostosa enquanto o sentia quente no próprio interior.
O maior teria respondido sua suavidade em se desculpar, o que era estranho. Se não estivesse ocupado o suficiente com a língua e sua boca, beijando-o no ritmo em que subia e descia com o quadril, estocando-o até seu fundo. Uma das mãos levou até sua coxa, subindo por ela a pressionar a pele e o alcançou na nádega, onde apalpou e deu um tapinha leve.
O outro abriu um pequeno sorriso e deslizou ambas as mãos por seus cabelos numa suave carícia. Mordeu-lhe o lábio inferior e gemeu baixinho pelo tapa, observando-o com o rosto bem pertinho do próprio.
- Kimochi.
Fitou-o de perto, da mesma forma. Assentiu. - Gostoso. - Completou e continuou por perto, enquanto se movia com força, penetrando-o com firmeza, até o fundo. Descansou a testa contra a sua, onde permaneceu. Os movimentos continuavam frequentes e encarou o rapaz, que parecia melhor do que quando entrou. Por fim, queria fazê-lo se sentir bem, talvez, inconscientemente tentava compensar pelos anos do colégio.
- Está manhoso, docinho? Por isso hoje quis dar ao invés de comer?
Shohei abriu um pequeno sorriso ao ouvi-lo, apertando-o nos ombros e fechou os olhos por um pequeno momento antes de voltar a observá-lo, sufocando os gemidos na garganta devido aos movimentos fortes dele contra o corpo.
- Quis dar hoje ao invés de comer porque você não aceita que eu te coma, se não essa hora a história já seria outra. Eu quero você, independente de como seja.
Kusagi sorriu com os dentes, achando graça mas negativou com o mesmo sorriso enquanto retrucava, e sem deixar de se mover.
- Você não quer me comer, você quer ser meu.
O menor sorriu junto a ele.
- É claro que eu quero, isso é óbvio, se não, não deixaria você me tocar aí e é só seu.
- É o que estou dizendo, você quer que eu coma você e não me comer.
O moreno retrucou novamente e ao afastar-se, segurou seus cabelos descoloridos, jogando-os para trás a tirar a franja de fronte seu rosto. Gostava dele, aos poucos já podia sentir esse sentimento saindo do eixo de unicamente amizade.
- Puta que pariu, eu realmente gosto de você, Sho.
Disse a ele a afastou-se, virando-o de costas, com o peito ainda colado ao sofá. Shohei suspirou, abrindo um pequeno sorriso a ele apenas e riu ao ouvi-lo, deslizando uma das mãos por seus cabelos igualmente a retirá-lo de frente do seu rosto, observando-o e não precisava falar, era óbvio que gostava dele, aliás, o amava, e já sabia disso há tempos, sentia-se incrível com ele, bem demais, como se pudesse morrer a qualquer momento que seria feliz mesmo assim. Virou-se, sentindo o sofá contra a si e gemeu dolorido, ajeitando-se ali, sentindo o membro pressionado contra o local, dolorido, pulsando a ponto de gozar, mas não reclamou, gostava da posição.
- Me fode, Kusagi... Vem... Fala pra mim o quanto gosta de mim.
- O quanto eu gosto de você ou o que eu gosto no sexo, uh?
Kusagi retrucou e deitou-se contra ele, sentindo no peito suas costas, sua pele morna e afagou o nariz contra sua nuca, aspirou o cheiro agradável e então o mordeu, segurando-o como um gato enquanto o quadril investia em sua direção.
- Hum... Era o que gosta em mim, mas a segunda opção também parece boa.
O outro murmurou e gemeu mais alto ao sentir a mordida, gostosa na nuca. Empurrou o quadril contra o dele sutilmente, como podia, com o pouco impulso do corpo e mordeu o lábio inferior.
O maior sentiu empinar as nádegas para si, e a mão livre levou até sua pelve, sentindo o osso evidente que tinha no lugar até correr para seu ventre, e então tocá-lo no sexo, sentindo-o ereto, e pulsava nos dedos. Suavemente fez um vaivém, tentando não causar seu ápice.
- Gostoso. - Sussurrou a ele, e voltou a mordê-lo.
Shohei suspirou ao sentir o toque e desviou o olhar a ele, abrindo um pequeno sorriso e tentou conter o ápice que queria de qualquer modo atingir, pulsava entre os dedos dele, dolorido e sentia o corpo se arrepiar a cada vez que o sentia investir contra o corpo.
- Eu te amo... Kusagi.
- Quer gozar?
Kusagi indagou, no entanto cortado por sua fala. Sorriu contra sua pele antes nos dentes, agora somente num roçar muito mais cortês dos lábios.
- Eu também...
Retrucou, um pouco rouco e abafado. Apertou sua ereção nos dedos e enfim, penetrou-o com força, até o fundo, onde deixou-se fluir para ele, e fechou os olhos enquanto atingia o clímax, na sensação suave e agradável.
O menor riu baixinho ao cortá-lo na frase e assentiu a sua pergunta, sorrindo em seguida com a retribuição e gemeu mais alto ao senti-lo se empurrar para si, gozando junto a ele, e sujou seu sofá. Suspirou, abaixando a cabeça, deixando os cabelos caírem sobre a face e mordeu o lábio inferior.
- Kimochi...
- Hum... Motto. - Disse, no mesmo rouco timbre. - E vou precisar mandar a troca do sofá, ou deixar alguém feliz em limpar.
- Eu limpo... - Riu.
- Não, deixe alguém limpar.
- Vão te chamar de folgado.
- Eu sei disso, mas não me importo. Sou bonzinho quando você não está aqui, ou seja, quase sempre.
- Hum, então ta bom.
Kusagi piscou a ele após sair de cima.
- O Yuki já chegou?
- Ainda está na escola. - Murmurou e sentou-se no sofá, ajeitando a roupa. - Acho melhor eu comprar mais alguns remédios. - Riu.
- Já estou saindo, deixa eu trocar de roupa. Quer uma ducha rápida?
- Hum, eu quero.
- Então vem.
Disse o maior após se levantar e ajudá-lo com o mesmo, indicando o banheiro por ali mesmo. Shohei sorriu a ele e segurou sua mão, puxando-o para si antes de entrar e lhe selou os lábios. Kusagi o retribuiu no beijo breve e guiou-o, junto a um tapinha na bunda, para dentro do banheiro e tão logo abaixo do chuveiro.
- Hey... - Shohei murmurou, resmungando a logo sentiu o chuveiro desmanchar os cabelos ao molhar os fios. - Poxa, fiquei uma hora arrumando...
- Eles ficam bonitos molhados também, não precisa de tanta produção.
- Mentiroso.
- Sabe que não sou mentiroso.
- Você não vai embora, vai? - Sorriu.
- Ah?
Kusagi indagou com o arqueio de uma das sobrancelhas enquanto massageava os cabelos, os molhando.
- Você vai ficar comigo, não vai? Digo, não vai me abandonar de novo.
- E por que eu faria isso? O que te faz pensar?
- Nada, eu só não quero perder você de novo.
- Não vou.
- Jura?
- Juro.
Nowaki desviou o olhar a ele, canteiro, fitando-o se acomodar junto a almofada e bem, era homem, sabia como aquilo podia ser útil e imaginava o motivo, porém não iria conferir.
- Você quer comer?
- Hai... Claro. - Sorriu.
E entregou a ele o box com seu jantar e para si pegou o próprio, abrindo a terceira caixa com os pães de carne.
- Aqui, gosta desses também?
- Hai, oishi. - Riu baixinho. - Desculpe pela... Bem...
- O que? - Indagou e por fim experimentou da comida.
- ... Nada. - Falou e desviou o olhar a comida, experimentando o macarrão.
- Você queria me beijar, não queria?
- Sempre quis.
- Então por que está chateado?
- Chateado? Não... - Sorriu. - Não estou. Estou meio... Estranho, não achei que ia retribuir.
- Não é. Ou quem sabe parte de você, é.
Nowaki pendeu-se para ele após uma dose de vinho e com aquele já havia terminado com a garrafa. Claro que como um japonês, a face já estava quente pelo leve teor de álcool. Mas levou-se para ele por fim, selando seus lábios como ele queria e talvez não tivesse mal em simplesmente fazê-lo se sentir bem por um pouco.
Tadashi sorriu e assentiu, observando seu rosto corado, embora soubesse que não estava tão bêbado assim, mesmo assim, surpreendeu-se ao sentir o beijo e retribuiu-o, é claro, não iria desperdiçar a oportunidade, embora preocupado com ele, também estava bêbado. Empurrou a língua dentro da boca dele, buscando a do outro e sorriu em meio ao beijo.
Com a ponta dos dedos, o médico subiu suavemente por sua nuca, tocando os finos fios de seus cabelos acinzentados e penetrava-o na boca, roçando contra sua língua. O outro suspirou, apreciando o beijo, gostoso demais para ser verdade e retirou a almofada do colo, aproximando-se pouco mais dele e deslizou uma das mãos por suas costas, erguendo sua camisa numa suave carícia.
Nowaki levou no entanto, as mãos até sua cintura ao senti-lo chegar mais perto, sentindo suavemente seus movimentos pelo sofá. E conforme uma rápida interrupção notou em seu colo algo mais evidente sob a roupa e mesmo a investida indiscreta de sua mão pelas costas, mas que deu corda, deixando-o expor e fitar curiosamente onde conseguia livrar da vista a roupa.
Tadashi sorriu em meio ao beijo, sutilmente ao perceber, que ele havia assentido ao toque e ergueu ainda mais sua camisa, não havia sido parado, então afastou-se o suficiente para retirá-la e deu uma boa olhada em seu corpo antes de voltar a beijá-lo.
O maior se ajeitou conforme despido da roupa e deixou-a junto ao casaco no encosto do estofado e fitou-o, enquanto encarava o peitoral desnudo, e pelo modo como encarava, parecia realmente gostar do que via. E tão logo retomou o beijo, retribuindo, conforme se debruçava o garoto, pode sentir contra a coxa uma suave ereção, o qual, talvez inconscientemente, passava a apertar contra a própria perna.
O menor suspirou pesado ao saber que o tinha tão entregue a si, e estava meio tonto, mas suficiente para se lembrar de tudo no dia seguinte, eram os meses de sonho que tinha virando realidade, e não sabia o que fazer para dizer a verdade, tinha medo que ele recusasse a si bem na hora de fazer, já que teria que ficar consigo de modo diferente de uma mulher, e temeu que ele pudesse voltar a si nessa hora. Empurrou-se sobre ele, devagar, debruçando-se e deitou-o sobre o sofá, fazendo o mesmo sobre ele após retirar a própria camisa, deixando-a no chão.
Nowaki se deitou, e sobre o corpo sentiu o peso suave que tinha o seu. Não antes de vê-lo despir o corpo na parte superior, evidenciando seu corpo magro, masculino, embora de traços suaves, era inegavelmente bonito. E levou as mãos para sua cintura, e deslizou para as costas conforme se deitou e debruçou acima de si, voltando ao beijo que ele parecia realmente gostar.
Tadashi sorriu em meio ao beijo, pela décima vez e apreciava o quanto podia de seus lábios, os lambendo, sugando ou dando pequenas mordidas. Tinha o corpo magro sim, efeito das drogas que tentava reverter, mas nada que fosse exagerado, e obviamente, tentava não mostrar os braços machucados, mas agora sem a camisa certamente seria visível, esperava que ele não processasse isso se não quisesse ver algumas cicatrizes. Cessou o beijo finalmente e beijou-o no queixo, descendo a seu pescoço e lhe deu uma pequena mordida no local, enquanto uma das mãos, já espertinha, desceu em direção à sua calça e apertou-o sobre a roupa.
O maior pulsou sob seus dedos ao sentir um toque inesperado. Seu toque firme, porém suave e ligeiro, visando ser rápido no que fazia, evidentemente. Já as próprias mãos, deslizou suavemente pela curva de suas costas, subindo no volume tênue de suas nádegas e que preencheram a mão.
O outro desviou o olhar a ele, estranhando o toque sobre as nádegas, mas nada disse. Gostava do modo como aquele sofá era espaçoso, podia se mover corretamente sem nenhum problema. Apertou-o novamente sobre o local visto que boa a reação e com os lábios, deu uma pequena mordidinha em seu mamilo, lambendo-o em seguida.
Os dedos do doutor deslizaram dali, do volume suave de suas nádegas para as costas conforme descia, finalizando o beijo a tocar o peito com sua língua morna, e imaginava onde acabaria o toque com seus lábios e língua, não protestou, do contrário, até mesmo levou a mão a calça, desabotoando-a a deslizar o zíper para baixo.
Tadashi desceu novamente, beijando-o em seu abdômen e finalmente chegou onde queria, vendo-o abrir a calça e mordeu o lábio inferior, talvez estivesse fazendo porque tinha vontade ou estava excitado, não sabia, mas queria saber. Observou sua roupa intima, a qual puxou para baixo e observou-o ali, abrindo um pequeno sorriso ao vê-lo parcialmente ereto e matando a curiosidade que tinha de saber como ele era ali, o problema é que nunca havia tocado alguém no local, não com a boca ao menos, mas bem, gostava dele e aprenderia. Deslizou a ponta da língua por todo o comprimento dele e por fim colocou-o na boca, sentindo-o ali, mesmo grande demais e sugou-o, meio desajeitado.
Nowaki o fitou conforme baixo, encarava o sexo, parecendo uma criança com a descoberta de algo interessante. E parecia um pouco indagativo, perdido, mas não disse nada. Sentiu seu mesmo toque morno e úmido pelo sexo, do mesmo modo que o sentia na boca e descansou sobre o braço do sofá, fechando os olhos enquanto sentia seu toque inexperiente na ereção, que certamente ganhava um pouco mais de tamanho dentro de sua boca.
O menor suspirou e uniu as sobrancelhas ao senti-lo endurecer ainda mais nos lábios, mas nem por isso parou de tocá-lo, colocando-o e retirando-o da boca até onde conseguia, e perguntava-se mudamente como pretendia fazê-lo caber em si, estremeceu só de pensar, mas estremecia também por sentir a calça apertar o membro dolorido embaixo das roupas.
O moreno levou a mão a seus cabelos claros, deslizando sobre os fios macios, segurando-o enquanto sentia seu vaivém, incentivando a continuar, embora não o empurrasse, o ajudava.
- Você quer que eu goze?
Tadashi desviou o olhar a ele ao ouvi-lo e assentiu, é claro que queria, ora, se não não pareceria bom. Fechou os olhos e continuou com os estímulos, sugando-o com vontade e sentindo seus espasmos dentro da boca.
Nowaki sorriu, mais para si mesmo do que para ele, tocou seus cabelos por onde o puxou, e o deixou se mover a bel-prazer evitando se sua boca recebesse mais do que podia. Aos poucos deu início com movimentos dos quadris, empurrando-se para ele, com cuidado. No entanto tomava ritmo aos poucos conforme cada vez mais próximo ao ápice.
O menor se afastou pouco, deixando-o se mover para a própria boca e apreciava o movimentos de seus quadris, abrindo um pequeno sorrisinho somente para si, já que ele não poderia ver. Suspirou, retirando-o da boca por um pequeno tempo para lambê-lo e logo, voltou a sugá-lo, colocando-o na boca.
- Kimochi...O maior suspirou e por fim, moveu-se um tanto mais rápido, mas gozou, dentro de sua boca e gemeu, satisfeito.
- Uh...
O menor se assustou com os movimentos do outro, porém manteve-se a estimulá-lo, até sentir o gosto forte invadir os lábios e gemeu baixinho, esperando-o terminar e só então retirou-o da boca e limpou-o com a língua.
- Hum...
- Satisfeito?
Nowaki indagou, fitando-o a limpar seus lábios com a língua onde despejou o próprio clímax.
- Iie... Quero mais.
Tadashi murmurou e ergueu-se, deitando-se novamente sobre ele e selou-lhe os lábios, mas não o beijou, sabia que estava com o gosto dele na boca, e um homem hétero não gostaria muito disso. O outro sentiu novamente dar o suave peso de seu corpo e pegou-o pela cintura, virando-o para o sofá, onde deu a ele, lugar onde antes ocupava. Por vez, fitou-o de cima. O menor arregalou os olhos a observá-lo e suspirou, sorrindo em seguida, mais tranquilo e deslizou uma das mãos pelos cabelos dele.
- Faz amor comigo.
- Reeei!
Takatsuki falou alto, pulando na cama, já havia acordado há um tempo e esperado ela, mas a outra simplesmente não acordava, então fora obrigado a fazer isso. Reika acordou de um modo abrupto e fitou-o, emputecida. E mostrava com a feição bagunçada, olhos inchados e cabelos desalinhados.
- Caralho!
O outro riu, aproximando-se dela e abraçou-a ao redor do pescoço, beijando-a no rosto várias vezes e até lambeu-a nos lábios. A outra fitava-o ainda, mas cerrou os olhos, sentindo-se irritadiça, mas não desviou os beijos.
- Por que está me beijando, seu porra, berrou pra me acordar!
- Foi com amor, ora. - Riu.
- Acordar com amor é chamar no ouvido, não gritar.
- Ah, da próxima eu te abraço então e trago café na cama, princesa.
- Eu aceito café na cama. Mas a princesa é você.
- Ta ok, principezinho.
- Não, principe também não. Sou o vagabundo, você é a dama.
- Ah é? - Riu.
- É. Vamos, vou tomar banho.
Takatsuki assentiu e se levantou.
- Posso ir junto?
- Só se ficar de boxer.
- Pode ser...
- O que, não esperava uma resposta positiva?
Ela disse e sorriu-lhe de canto, já que normalmente, não o deixava se banhar consigo.
- Não... - Riu.
- Se não quiser..
Reika disse e deu de ombros, buscando as roupas que trouxe separadas para o quarto e as vestiria.
- Não, claro que eu quero, só não sei muito o que fazer e...
- É tomar banho.
Reika arqueou a sobrancelha e levou consigo a roupa íntima somente, se trocaria no quarto depois e entrou no banheiro não muito generoso do dormitório, mas tinha espaço suficiente. Ligou o chuveiro e só então se despia.
Takatsuki seguiu com ela para o banheiro com um sorrisinho nos lábios e logo ligou o chuveiro, adentrando o local só de roupa íntima mesmo.
- Ah, água fresca...
A outra observou-o passar por si e seguir ao chuveiro já ligado. Deu um sorrisinho de canto, mais para si mesma e despiu-se, tirando somente a parte superior da roupa íntima e permaneceu com a peça inferior. Quase igual a que ele também usava e entrou consigo no banho.
- Oi moço.
Takatsuki observou o corpo dela, estranhando a quantidade de luz e até se corou, porém sorriu em seguida e mordeu o lábio inferior.
- Oi moça.
- Nunca te vi por aqui.
Reika disse e deu uma conferida no amigo. O outro riu e logo puxou-a para si.
- Eu só venho quando você vem.
A outra riu e apoiou as mãos em seus ombros.
- Sem amasso, tomar banho.
- Ah, Rei...
- O que foi, ah, querendo fazer aqui?
- Ah, nunca fizemos...
- Temos que sair, hum? Vamos chegar tarde. - Disse e deu-lhe um selinho estalado.
- Ta bem. - O outro riu e retribuiu o selo.
- Me lave.
Reika disse e deu a ele a esponja de banho já com espuma.
- Hum.
Takatsuki sorriu e aproximou-se dela, deslizando a esponja por seu corpo e tocou-a no seio, meio envergonhado por fazê-lo embora já conhecesse bem aquela parte do corpo dela. A outra deixou o corpo a ser ensaboado pela esponja macia, que era dele e esperava que não fosse utilizada por seu amigo de quarto. Aos poucos viu-se cheia de uma espuma macia e com cheiro de cerejeira e voltou o olhar a ele, na intenção de provocá-lo por seu sabonete floral, mas notou seu olhar tímido, denotado nas bochechas vermelhas.
- O que foi?
Ele murmurou, aspirando o aroma gostoso, gostava mesmo dele e sorriu a ela, desviando o olhar.
- Por que está vermelho assim? - Arqueou a sobrancelha. - Ah não seja exagerado, meus peitos nem são grandes.
Disse, provocando e virou de costas, deixando-a ser lavada.
- O problema não é seu peito. - Riu e logo lavou suas costas.
- Qual é? Meu falo enorme?
- É, está saindo da roupa.
- Gostoso, hum?
- Uhum, ô.
- Quer chupar a cabecinha?
- Hum, eu quero.
Reika riu entre os dentes e virou-se para ele, pegando a esponja de banho e enxaguou, voltando a enchê-la de sabão para poder lava-lo. Embora, fosse esquisito imaginar o banho com ele, mesmo que o estivessem fazendo, parecia ser a única nua por ali, já que um peitoral masculino era algo comum, sem muita intimidade.
- Gosta de fazer sexo oral?
- Bem, eu nunca fiz.
Ele riu e desviou o olhar, deixando-a lavar o corpo e como já havia tocado a si por inteiro, não se importou realmente.
- Nunca chupou um cara? Mentiroso do caralho.
Ela retrucou e passou a lavá-lo, começando por seu peito.
- Verdade, mas eu gostaria de chupar você.
- Haha, se eu tivesse um pau.
- E só assim eu posso te chupar?
- Você tá afim de chupar uma mulher, Takatsu?
- Ora, por que não?
- Você tem nojo.
- É você, não tenho nojo de você.
- Mesmo assim, Takatsuki. É bem diferente de um pau, você sabe.
- E daí? Acha que não vou fazer direito por esse motivo?
A outra deixou a esponja de lado, e trocou de lado com ele. Acomodou-se com as costas na parede, arqueou os quadris e abaixou suavemente a roupa íntima, deixando aquela parte exposta pela primeira vez pra ele.
- Vem, ajoelhe.
Takatsuki aproximou-se, meio hesitante e confuso e abaixou-se como ela havia pedido, na verdade, não esperava que ela fosse realmente deixar e ficou de frente a ela, desviando o olhar de sua parte intima, meio envergonhado. Reika não deixou por bondade, deixou por um desafio na verdade. Há alguns dias ele tinha aderido a mania de tocar os próprios peitos e mesmo dar uma rápida passada com a mão no sexo. Desse modo, acabou cedendo a fim de notar sua coragem, era bastante fácil dizer que queria, mas sabia que ele mesmo não tinha certeza sobre aquilo.
- Ahn...
Ele murmurou a observá-la e não entendeu ao certo, na verdade, não entendeu nada, não conhecia o corpo feminino, não fazia nem ideia de como ele funcionava, nem de onde deveria lamber.
- ... Me ajuda.
- Não vou ajudar nada, disse que queria chupar, então faz o que quer fazer.
- Mas eu não sei onde tocar...
- É bastante evidente.
Ela disse e tocou o próprio sexo, deu passagem visível para que ele encarasse onde poderia tocar.
- Ahn... Aqui em cima?
Ele falou referente ao local e uniu as sobrancelhas, se sentia envergonhado por não ter ajuda, não sabia mesmo como tocá-la, nem tinha ideia, e o modo como ela agia fazia a si querer desistir.
- Toque onde quiser...
Ele assentiu e suspirou, desistindo de perguntar e expor a língua, tocando-a no intimo, meio sem jeito de fazê-lo e sem ideia de onde tocar, como havia informado a ela, sem ajuda se sentiu meio perdido, tateando o local com a língua.
A outra o observou expor a língua e, até duvidava que fosse fazê-lo. No entanto, mesmo com suas bochechas bem vermelhas, chegou perto e quase tocou o sexo. No entanto, segurou seus cabelos no topo e puxou-o para trás.
- Não precisa fazer isso, Takatsu. - Disse e até soou afável, como se mostrasse compreensão. - Estou somente provocando você.
O outro uniu as sobrancelhas a observá-la.
- Mas eu quero fazer.
- Por que está tão perdido se está com vontade?
- Porque eu não sei onde te tocar, não quero fazer errado e você não me ajuda.
- Se eu fosse um homem, saberia como fazer sem ter de perguntar.
Takatsuki sorriu a ela e levantou-se, negativando.
- Só que você não é um homem. Você não é tão simples, não é tão facilmente estimulada como um. Se eu te tocar no lugar errado, vai ser desconfortável, não vai sentir prazer e eu vou parecer ridículo, você não sente prazer atrás como eu sinto, tem poucos pontos sensíveis e eu não faço ideia de onde encontrá-los, porque eu nunca fiquei com uma mulher, nunca tive vontade de ficar com uma mulher. A única mulher que eu tenho vontade, me afasta e menospreza o que eu quero fazer por achar que eu estou sendo obrigado. Se eu fosse obrigado, lamberia qualquer lugar sem querer saber, não ia querer saber sua opinião, só me preocuparia com o meu prazer e acabou, afinal, é só retribuir você de alguma forma, certo? Não interessa o que você sente. Se eu fosse obrigado, não teria passado duas noites lendo matérias sobre isso, nem livros na biblioteca. - Sorriu a ela, sem realmente achar graça e saiu do box, pegando a toalha a levar ao redor do corpo. - Saia, vamos nos atrasar.
Reika o fitou conforme se levantou e falava. No fim a única coisa que se perguntava era como a biblioteca tinha livros que pudessem explicar essa classe de coisas, bom, talvez tivesse lido sobre anatomia, mas duvidava que um livro sobre aquilo fosse falar sobre os pontos de prazer do corpo humano. Não o entendia mais, estava agindo de um modo tão facilmente afetado que aos poucos ficava aborrecida com o amigo. Fitou-o e era evidentemente insatisfeita, tomou sua toalha e puxou-a, colocando-a de volta onde estava e puxou seu braço.
- Não sei qual seu problema, Takatsuki. Não brinca mais comigo, não posso mais te provocar, não posso te desafiar que tudo se torna um atrito pra você. Quer que eu ache que essa classe de coisas que estamos fazendo fodeu toda nossa amizade?
Indagou conforme o segurava no braço, levando-o à parede onde antes era si mesma quem se encostava e o abaixou, empurrando pelos ombros, o fez se sentar no chão de qualquer modo e fitava-o em frente a si. Enquanto tirava corretamente a roupa que ainda usava, ficando desconfortavelmente nua e pôs-se embaixo do chuveiro e arqueou a coluna, bloqueando a ele a água ainda ligada do chuveiro. Segurou seus cabelos medianos e escuros, puxou a cabeça em direção ao ventre, tal como guiou o quadril para a direção dele e enfiou seu rosto contra o sexo.
- Abra a boca, docinho.
O outro sentiu a toalha puxada, e era obvio que estava afetado, era mais do que obvio, droga, era um idiota, gostava de brincar com ela, sempre gostou, mas achava que estava se apaixonando e queria agradá-la, mas não conseguia, então só a si, bem no fundo sabia como aquilo era frustrante, frustrante por ser seu melhor amigo, por ser um homem e tudo que ela não queria, por ouvir aquelas palavras dela e até sentiu os olhos se enchendo de lágrimas, queria socá-la, essa era a verdade, amor não correspondido é a pior maldição do universo e estava em frente a ela, não podia falar, não podia explicar, não podia chacoalha-la e mostrar o quão lerda estava sendo por não perceber, e não podia simplesmente porque não poderia fazer a mesma coisa consigo, não podia explicar para si e isso era frustrante, dolorido e se chateava muito com isso. Negativou ao senti-la puxar a si, mas já estava sentado e uniu as sobrancelhas, já não tinha mais vontade, estava magoado por ela cuspir as palavras em si sem pensar nelas antes, sem saber um terço do que acontecia e piscou algumas vezes a se livrar das lágrimas quando perto dela, sentindo sua parte intima contra os lábios e não era nada como havia pensado, nada romântico, nada idealizado. Abriu a boca como ela havia mandado, e se ela queria que fosse um completo imbecil com ela, o seria.
Reika segurava seus cabelos macios e já molhados, afagou-os com a ponta dos dedos, porém ainda tinha um toque forte. Sendo cuidadosa e ao mesmo tempo mais intensa, achando que no fim seria uma brincadeira interessante. Como se estivesse a forçá-lo a fazer aquilo, embora não soubesse que para ele, não parecia daquele modo, e infelizmente não conseguira perceber, por isso, continuou a brincar. Arqueou um pouco mais o quadril e sentiu rosto de pele macia contra o ventre, sua língua úmida e até um pouco fria naquele momento. E sentiu-se confortável e desconfortável ao mesmo tempo. Tinha consciência de que ele era um homem e estava sendo tocada por um rapaz. Como sempre costumava tocá-lo, sem realmente ter alguma imposição dele, algum toque dele, aquilo ainda parecia novo, mesmo há meses naquele estranho relacionamento e assim fechou os olhos, encostando a cabeça à parede em frente a si.
Takatsuki fechou os olhos, e ainda não sabia o que estava fazendo, então sentia-se meio desesperado, mesmo assim concentrou-se no movimento da língua e deslizou-a por todo o sexo da outra, onde pôde alcançar, esperando tocar o local certo alguma hora e logo o sentiu com o estremecer de seu corpo e passou a tocá-la ali algumas vezes. Obviamente sentia-se desconfortável por estar fazendo isso com a amiga, era uma mulher e costumava ter nojo delas, mas dela não tinha, sabia o que queria.
A outra sentia os movimentos inconsistentes de sua língua, mas não menos proveitosos por isso. Gostava de sexo oral e era justamente por isso que dizia a ele que tocasse onde o quisesse fazer e o ajudava justamente com o movimento do quadril, empurrando-o suavemente contra seus medianos lábios e estremeceu suavemente ao sentir o toque já endurecer e sensibilizar uma determinada parte, que podia ser tão bom, quanto ruim, mas ajudava-o conforme se mexia em frente a ele, fazendo um suave vaivém. Só depois de algum tempo voltou a abrir os olhos e fitá-lo abaixo.
- Como se sente? - Indagou e sorriu-lhe com os dentes. - Está desconfortável?
O outro desviou o olhar a ela ao ouvi-la e negativou, mantendo-se concentrado ao que fazia e logo voltou a fechar os olhos, agarrando-se a seus quadris com ambas as mãos e deslizou a língua pouco mais abaixo, tocando-a até sua entrada e assustou-se ao reparar em como estava lubrificada ali, logo retornando.
- Chupa direitinho senão vou punir você.
A outra disse e riu entre os dentes, brincando com ele e deslizava sua língua vezes mais dura, vezes mais suave. E deslizou para baixo, sentindo sua língua fria numa parte do corpo mais sensível e até deu um sobressalto em menção de afastar-se, embora tenha subido antes que pudesse fazê-lo.
- Cuidado senão vai sujar a boca, moranguinho.
Disse e sorria de canto, claro que mais para si do que a ele, já que fechava os olhos. Takatsuki negativou, abrindo um pequeno sorriso, embora sem graça e assustou-se com o sobressalto dela, porém logo retornou aos movimentos e deslizou a língua por ela, ainda meio contido, porém melhor do que na primeira investida dada.
- Você quer me fazer chegar lá, hum?
Reika indagou a ele e deslizou os dedos entre seus cabelos, acariciando-o. E com um vaivém suave, retomava o movimento, investindo de leve contra sua boca. O menor assentiu, mesmo sem dizer nada e logo tocou-a no ponto onde parecia gostoso novamente e fora ali que sugou, sem força.
- Sugar é mais gostoso que lamber?
Ela indagou despudorada, enchendo o saco do amigo e por um momento pensou em olhar mais para baixo, e ver se no fim ele tinha alguma reação corporal, se aquilo era desagradável, se estava flácido, se não tinha uma feição enojada, se não tensionava alguma parte do corpo que denunciasse aflição.
A única parte que parecia tensa no garoto eram as mãos, já que agarrava a outra, mantendo-a perto de si com certa vontade, justamente porque não queria que ela se afastasse e estranhamente, era excitante, sentia a ereção se formar abaixo da roupa, o problema é que lutava com a excitação e a tristeza que sentia e não conseguia agir como ela.
- Não vai me contar, hum?
Reika indagou novamente enquanto o olhava. Parecia incomodado, e é claro que não pensou que seu incômodo fosse devido a outra coisa, a primeira coisa que pensou é que se sentia mal com aquilo, mas ao mesmo tempo, pôde notar um suave volume em sua roupa íntima molhada, o que deixou aquilo totalmente confuso. Fechou os olhos outra vez, voltou a se encostar a parede e sentiu como ele, a excitação se misturar com um desconforto que fazia com que se sentisse talvez um pouco triste.
- Está tudo bem.
Ele falou a ela, confortando-a ao menos um pouco, já que não podia fazer mais do que aquilo e novamente a sugou, meio desajeitado, mas ainda assim, se esforçando o máximo para dar prazer a ela.
- Acho... Melhor... A gente, parar.
Ela disse, entre suaves pausas, uma voz suavemente rouca e encostou a face contra o antebraço na parede. Ainda assim, sentia cada vez mais próxima do auge de prazer. E ele parecia gostar de investir numa parte específica.
- Gostou daí...
Disse, com o mesmo timbre e grunhiu num gemido baixo. E ao se afastar da parede, segurou-o nos cabelos com ambas as mãos e moveu-o, por fim, chegou ao ápice e fez questão de deixar o sabor daquilo em sua boca, ao empurrá-lo ainda mais entre as coxas. Não sabia se gemia ou se ria ao provocá-lo.
Takatsuki negativou, segurando-a mais firme contra si, se tivesse que pregá-la no chão, o faria, não sairia dali enquanto não a fizesse gozar, ao menos uma vez, teria que fazer e já a sentia estremecer, suas pernas fraquejando suavemente, os gemidos arrepiavam a si de cima a baixo, até o último fio de cabelo e gemeu junto dela ao senti-la empurrar a si entre suas pernas, lambendo-a por todo o local até sentir o gosto característico, certamente havia atingido o ápice e estremeceu, sentindo-se pulsar dentro da roupa intima.
De olhos ainda fechados, Reika suspirou, compassava a respiração e até deu uma mexidinha no quadril. Logo pôde enfim se afastar após propositalmente sujar seus lábios com um rastro de si, mas claro, acabou perdendo a diversão já que ele não parecia enojado e nem xingou a si. Takatsuki guiou uma das mãos aos lábios, limpando-os já que já havia sentido seu gosto ali e estava feliz, ao mesmo tempo que a magoa tentava tomar conta, era a primeira vez que a fazia gozar, então tinha que se sentir satisfeito ao menos um pouco.
Reika abaixou-se algum tempo depois, fitando-o ainda sentado no chão e até limpou o cantinho de seus lábios com o polegar.
- Viu, não preciso te dar um manual de instruções.
Takatsuki assentiu ao ouvi-la e abriu um sorrisinho.
- Kimochi?
- Não sei, me diz você, foi na sua boca.
Reika sorriu com os dentes a mostra e sentou-se acomodada em frente a ele, no chão, embaixo do chuveiro e entre suas pernas. Levou a mão em sua roupa íntima e abaixou-a suavemente, expondo seu sexo que parecia ereto e bem, embora parecesse esquisito, apoiou o cós embaixo de seu sexo, e foi segurado abaixo da bolsa escrotal, dando àquilo uma aparência que fez com que risse, mas desviou o olhar. Envolveu-o na base com os dedos e passou a masturbá-lo, inicialmente devagar, retribuindo o estímulo, mesmo de modo diferente.
Takatsuki suspirou e assentiu, porém logo a viu se sentar em frente a si e uniu as sobrancelhas, sem entender, somente quando sentiu a roupa abaixada e o toque fora que entendeu e riu igualmente, observando o próprio membro de fora com a roupa ridiculamente ajeitada e gemeu, inclinando o pescoço para trás.
Ela o observou conforme se colocou confortável, sem protesto. Era com aquela, a segunda vez que tocava seu sexo. Sentia uma pele tão macia, mesmo que embaixo dela o músculo estivesse duro e com um suave vaivém, o estimulava. Chegou mais de perto, e beijou seu pescoço livre, mordiscou a pele e desceu ao ombro onde fez o mesmo.
O maior inclinou o pescoço ao lado, dando espaço a ela para os beijos e chegou a estremecer suavemente, aproximando-se e mordeu sua orelha.
- Quero você dentro de mim, Rei... Quero muito...
Reika sentiu um arrepio na pele que não tinha certeza se era superficial ou se realmente sentia o estômago gelado. Sorriu e virou-se para ele, beijando seus lábios superficialmente.
- Ficou excitado por me tocar? - Indagou baixinho.
O outro assentiu e estremeceu, sentindo-se perto demais do ápice e mordeu o lábio inferior a observar o baixo ventre, ereto entre seus dedos.
- Mesmo? - Ela riu entre os dentes e intensificou o ritmo, ouvindo ressoar o punho ao encontrar várias vezes sua pele. - Você quer transar comigo, hum?
- Hai... É claro que eu quero... - Murmurou. - Quero seu pau em mim, Rei. - Murmurou novamente, provocando-a como ela gostava e suspirou, inclinando o pescoço para trás. - Vou gozar, Rei...
- Hum, então goza. Porque só vou comer você depois do festival. Então enquanto isso, vai ter que criar expectativa.
- Hum...
Ele murmurou a ela e gemeu, mais alto, inclinando o pescoço para trás e finalmente gozou, deixando o prazer em sua mão e sentiu o corpo arrepiar, era tão gostoso, aquela mão macia.
- Kimochi...
Reika sentiu aos poucos a ereção inchar entre os dedos e pulsava suave, denunciando a excitação, denunciando a proximidade de seu clímax, e podia sentir gozar com seus espasmos, tal como seu quadril que sempre movia inquieto quando ejaculava. E claro, evitou que aquele toque pegajoso escorresse nos dedos e acabou por deixá-lo em seu próprio abdômen.
- Kimochi, hum...
- Eu... - Murmurou, meio ofegante e suspirou, desviando o olhar a ela, concentrado naquela sensação gostosa pelo corpo. - Isso é uma delicia.
El se abaixou, e desceu até seu peito, delineou seu mamilo, e prendeu entre os lábios, dando uma puxadinha e no entanto subiu, beijando seus lábios. Takatsuki sorriu a ela e retribuiu seu beijo nos lábios, deslizando uma das mãos por sua face.
- Kimochi.
- Temos que sair, a menos que queira passar o natal aqui. - Sorriu.
- Iie... Vamos. - Riu.
- Miya! Vem jantar.
Sayuki chamou e ficou em silêncio alguns segundos, sem resposta. Uniu as sobrancelhas e pegou um pano de prato próximo a si, limpando as mãos a sair do local, procurando-a pela sala porém só a encontrou no quarto.
- Miya... Deixa o computador de lado um pouco, o jantar está pronto.
Apoiou-se na porta com uma das mãos e sorriu a ela, usava a blusa preta e a saia igualmente preta até a altura das coxas, coberta pelo avental branco que usava. Miya elevou a direção visual, dispondo as vistas dos orbes azulados até ela. Analisou a roupa, porém sem delongas e assentiu a levantar-se.
- Estava vendo os meus e-mails, se tem algo do trabalho. - Sorriu-lhe conforme próxima, levou as mãos em sua cintura, alisando-a das costelas até o quadril. - Você fica ótima como dona de casa, esse aventalzinho.
Sayuki riu baixinho a observá-la e lhe selou os lábios, levando ambas as mãos ao redor do corpo dela a acariciá-la igualmente, em suas costas.
- Obrigada, hum? Esta gostando de morar comigo? Por mais que não faça nem um dia.
A morena riu e ainda assim assentiu com maneio da face.
- Estou gostando das... - Observou no pulso o qual um relógio adornava, indicando o horário. - Sete horas em que estamos morando juntos.
O loiro riu.
- Que bom. Eu fiz espaguete e uma carne que eu tenho a impressão que vai gostar muito, está bem macia. - Piscou a ela. - Você gosta, não gosta?
- Que parte do seu corpo você cozinhou?
- Hey. - Riu. - Não sei se esta dizendo que eu sou macia ou se esta me chamando de vaca.
- Tem uma carne muito macia. Vamos? - Deu-lhe um tapa sob a nádega. - Essa aqui é mais macia ainda.
Sayuki assentiu e lhe selou os lábios, assustando-se sutilmente com o tapa sobre o local e riu baixinho.
- Ta bem, amanhã eu corto um pedaço e faço pra você.
- Não corta, eu gosto dela assim.
Miya tornou lhe selar os lábios com o fez, uma, duas vezes, e desceu a seu pescoço, onde o beijou da mesma forma. O loiro sentiu o sutil arrepio percorrer o corpo e lhe acariciou os cabelos.
- Hey mocinha... Acabamos de fazer amor. - Riu baixinho.
- Hum...
Miya grunhiu, resmungando e sorriu-lhe contra pele onde ainda a beijava.
- Fazem cinco horas.
Abafou o comentário sem deixar de ser audível e deslizou as mãos em sua cintura outra vez, alisando-a das costelas aos quadris e nádegas, porém suspirou e se afastou.
- Ok, vamos jantar, minha esposa.
- E já quer de novo, hum? - Riu a lhe selar os lábios algumas vezes. - Deixo você fazer comigo em cima da mesa depois. - Riu novamente. - Vamos.
- Você gosta de mesas, ah? - Miya o virou de costas a si e passou a caminhar com ele, dirigindo-se para a cozinha. - Aonde vamos jantar?
O loiro riu baixinho, passou a caminhar junto dela até a cozinha e lhe beijou o rosto.
- Vou arrumar a mesa da sala de jantar.
- Então tá bem. Acho que será nosso primeiro jantar também, Sensei.
- Sim, como um encontro romântico. Vou acender velas e colocar rosas no centro.
- Ah vai?
- Vou sim. - Riu.
- Deve estar cansado. Eu devia ter levado você pra comer ao invés de fazer o jantar.
- Não há problema, Miya. Assim experimenta minha comida e vê se gosta.
- Uhum, por isso não interrompi.
- E também, podemos descansar bastante essa noite, hum?
- Claro, baby. Vamos lá, dar o jantar da sua maridinha.
- Vamos sim maridinha.
Sayuki seguiu junto dela até a mesa da sala e voltou a cozinha para pegar a toalha e preparar a mesa para o jantar. Miya caminhou até a sala de jantar, o permitindo arrumar a mesa enquanto observava seu caminho de ida e vinda até finalmente poder se acomodar no assento que lhe cedeu e posteriormente sentou-se consigo. O loiro se sentou no local e sorriu a ela.
- Espero que goste da comida.
- Essa carne parece ótima.
Dizia a morena e serviu-se inicialmente da mesma, fatiou-a num pedaço e levou-a até a boca. Sayuki sorriu e serviu a si igualmente, com o macarrão e um pedacinho da carne.
- Hum... Está tão boa de sal. - Miya murmurou com satisfação.
- E eu achei que tinha ficado salgada.
- Gosto de um sal a mais. Mas não ficou salgada. - Comentou e serviu-se com o macarrão.
- Que bom que gostou. - Falou a servir o vinho a ela. - Hum... Serei presa por embebedar um menor.
- Ah ah... Não fale como se eu fosse criança.
Ela resmungou, forjado e aceitou o vinho. Sayuki riu e serviu a si logo em seguida.
- Não, não acho que seja uma.
- E eu não sou. - Deu-lhe uma piscadela. - Só quando tenho machucados, assim minha enfermeira pode cuidar de mim.
- Sim, colocar um curativo e dar um beijinho pra sarar. - Riu baixo. - Acho que... Posso procurar um emprego no hospital.
- Isso. - Sorriu. - Mas e se tiver que trabalhar a noite?
- Não vai. - Sorriu. - Nem que trabalhe só no turno do dia, afinal sou enfermeiro, não médico.
- Então ok. Mas poderia tentar ser enfermeira do colégio onde vou entrar.
- Mas é claro que vou tentar.
- Pra cuidar dos meus joelhinhos machucados.
- Isso. - Sorriu.
- Está gostoso, Sensei.
Miya comentou enquanto prosseguia com o jantar, vez outra acompanhado do gole de vinho bem doce e seco. Sayuki sorriu.
- Pelo menos não teremos problemas com a comida então. - Bebeu alguns goles do vinho.
- Ah, e não teremos com nada.
- Isso. - Riu.
- Amanhã vou ver com ele sobre o colégio e já descubro sobre vagas na enfermaria.
- Espero que tenham vagas...
- Eu também.
- Assim eu posso cuidar de você.
- Em casa, na aula, mamãe.
- É, sou sua mãe. - Riu.
- É?
- Claro.
- Não queria ser esposa, hum? - Riu num leve sopro nasal. - Sensei, sabe fazer nhoque?
- Sei. - Riu.
- Eu gosto. Podemos fazer amanhã.
- Eu adoraria.
- Uh. Tudo o que faz é gostoso.
- Vamos ver se eu não coloco fogo na cozinha.
- E por que colocaria? Fala como se não soubesse cozinhar.
- Eu sei mais ou menos. - Riu.
Miya riu com sutileza.
- Não se preocupe se não souber, vou saber cuidar de nós. Sempre me cuido desde que comecei o serviço.
Sayuki sorriu.
- Miya... E os seus pais?
- O que tem eles?
- Eles não moram aqui?
- Moram nessa cidade. Mas vivem viajando à trabalho.
- Ah... Deve ser difícil viver sem eles.
- Talvez crianças sintam isso, mas vamos ganhando idade e com ela, o costume.
- Entendi.
- E eu tenho uma mamãe muito melhor pra me satisfazer em vários aspectos.
- Ah é? - Sorriu.
- Uhum. É vale por pai também. - Riu, maldosa.
- Ah é assim é?
- E não é?
- Sou uma família toda então. - Riu.
- E seus pais, Sensei? Onde moram?
- Perdi o contato com eles a muito tempo.
- Uh, acho que chegamos a falar sobre isso uma vez.
- É, falamos. Meus pais... Não me aceitam muito bem.
- Muitos são assim. Conservadores.
- É, mas, eu não me importo.
- E nem deve. É tão linda do jeito que é.
- Obrigada, Miya. - Sorriu.
- Obrigada nada, vou lhe usar essa noite.
- Vai é? Quer a sobremesa?
- Depende.
- Do que?
- Do que é que tem a me oferecer.
- Bom... Eu não fiz nada
- Então vem ser doce pra mim.
Sayuki riu baixinho e levantou-se.
- Quer que eu sente no seu colo?
- Você parece tão quietinha.
Miya deu um leve tapa sobre o colo, com a mão desocupada enquanto a outra levava o vinho em gole suave até a boca. O loiro sorriu a ela e levantou-se, retirando o avental que havia esquecido antes e riu baixinho a deixá-lo sobre a cadeira. Ergueu a saia, o suficiente para que pudesse abrir as pernas e sentou-se no colo dela.
- Fala pra mim por que está assim quietinha, hum?
A morena dizia, conforme ajeitada abaixo de si e uma das mãos deslizou em sua coxa, apalpando-a ou somente deslizando.
- Eu não estou tão quietinha assim. - Riu baixinho. - Estou um pouquinho cansado só.
- Hum, então vou levar minha princesa pra descansar.
- Não, eu quero brincar.
- Do que quer brincar?
- De pega pega.
- Quem começa?
- Você.
- Ok, vou começar a contar.
- Mas é pega pega não pique esconde. - Riu.
- Mas eu vou contar pra você correr, senão eu já peguei.
- Ah, ta bem... - Levantou-se e riu.
- Um... Dois... Três...
Sayuki retirou os sapatos de salto alto e riu baixinho, correndo em direção ao quarto.
- Vamos logo ao cômodo que interessa, é?
Miya se levantou, e caminhou em sua direção até que se afastasse de si.
- Se for correr pela casa vamos acabar caindo. - Riu.
- Quatro... Cinco... - Prosseguiu.
- Já pode vir me pegar, poxa. - Sayuki falou a ficar atrás da cama.
- Uh.
Miya riu e seguiu ao quarto, observou pelo lado cruzado da cama e fez menção de nela subir. O loiro se afastou pouco da cama e riu. A morena sorriu-lhe de canto e levou os joelhos sob o colchão.
- Cuidado aí, vai cair.
- Não vou.
Ele riu baixinho e correu pelo lado da cama a tentar sair do quarto. Miya riu baixinho e virou-se a observá-lo e o puxou na cintura antes que saísse o jogando para a cama.
- Lerdinha demais, baby.
Naoto silenciou-se de forma que assim passou alguns minutos à espera do irmão. Na menção, levantou-se.
- Por que age como se estivesse tão afetado? Por que tenta ser legal?
- Eu já falei, mas você acha que é mentira.
- É porque isso é estúpido, você nem me conhece direito.
- E você acha que seu irmãozinho conhece o Kazuki?
- Conhece tempo suficiente.
- Não estou dizendo que eu te amo, Naoto, eu disse que eu gosto de você porque você é diferente dos outros.
- E quer que eu faça o que?
- Nada, só não haja como se eu fosse a pior pessoa do mundo e me dê pelo menos uma chance de mostrar quem sou.
Naoto o observou por instantes, da mesma forma como esteve ao se levantar, logo se sentou, sem dizer algo sequer.
- Eu não fico com qualquer um, Naoto.
- Não, mas o primeiro beijo que eu te dei você já estava me jogando contra parede.
- Eu tentei tirar a sua roupa?
- Não teria feito?
- Não. Eu tenho bom senso, mas... Você tira a minha calma. - Murmurou e suspirou. - Você tem uma pele tão macia... E seus lábios...
O menor escondeu entre cílios as íris claras conforme as abaixou e virou-se em oposta direção.
- Não diga coisas como se eu fosse uma mocinha.
- Ah, eu... Eu não quis.
- ... - Suspirou pesado.
Kazuya sorriu.
- Você é lindo, Naoto.
- Sh... Pare de dizer essas coisas.
- Mas é verdade.
- Não quero ouvir essas coisas.
- Veja bem, eu não gosto de nenhuma das meninas da turma, e aquele garoto que você viu... Hum, nem sei quem ele é. Mas não o beijei, inclusive virei a cara quando ele pediu um beijo.
- Ah, o estava levando pra um canto escuro só pra sorrir pra ele.
- É mais pela reputação. Mas já viu alguma vez eu fazendo algo com alguém?
Naoto deu de ombros.
- Por que quer me explicar isso?
- Pra entender que eu não sou como pensa.
- Uh. Já entendi.
- Sei.
- Estou dizendo que entendi. Você é realmente insistente.
- Hai.
Naoto tornou a ouvir o barulho ambiente, denunciando o silêncio.
- ...
- Suco ou refrigerante?
- Chá.
- Okay.
Kazuya seguiu em direção a cozinha e logo colocou a água para ferver. O outro permaneceu no mesmo lugar. Cerrou as pálpebras e recostou a nuca no encosto do sofá, incomodado por estar ali, ou pela situação e ainda ser capaz de recordar os beijos.
O loiro voltou a sala após um pequeno tempo e lhe entregou a xícara de chá junto a um pequeno pedaço de bolo no prato de sobremesa e um garfo. Naoto descerrou as pálpebras conforme os passos dados de volta ali e observou o chá que aceitou.
- Eu... Não quero bolo.
- Ora eu fiz ele pra você e você não vai nem provar?
- Você cortou um pedaço de bolo, não o fez.
- Eu fiz o bolo pros meninos comerem, e o irmão dele também. Então, foi pra você.
- Depois... Eu quem sou chato.
O menor pegou o talher e pegou um pedaço da sobremesa, experimentando-a.
- Oishi? - Sorriu.
- Hum. - Assentiu. - Está gostoso.
- Que bom.
- Você não vai comer?
Kazuya se sentou ao lado dele e pegou o garfo do outro, levando um pequeno pedaço do bolo aos lábios. Naoto teve o pequeno garfo tirado de posse e assistiu-o levar a fatia de bolo a sua boca.
- Por que está fazendo essas coisas? Quer me provocar?
- Hum? Não quer dividir o bolo comigo?
O loiro riu baixo e pegou um pedaço do bolo, levando aos lábios dele.
- Você é... Grudento. - Ponderou antes de concluir o comentário.
O outro uniu as sobrancelhas.
- Coitada da sua namorada, ou namorado, quanto os tiver. Se já não tem.
- Eu vou ter.
- Você é carente.
- Eu sou?
- Pessoas que buscam atenção e popularidade, sempre sãos as mais carentes. Porque no fim tudo começa e fica na escola e na rua.
- Então eu sou carente?
- É o que parece...
- Ah, claro que não.
- Certo.
Naoto pegou mais um pequeno pedaço do bolo que feito por ele e deixou em seu colo. O chá logo em seguida experimentou, sentindo o gosto de fruta.
- Por que é tão serio? - Riu.
- Só não sei como agir com você.
- Estou perguntando porque é sério, não porque não age como eu. Porque não sorri?
- Não disse como você, eu disse com você.
- Então tem vergonha de mim?
- Não, só não sei o que deveria fazer. Não somos amigos, não te conheço direito, como si mesmo disse.
- Vai conhecer, Nao, tenha paciência.
- Eh? Pareço impaciente por isso? Você quem me perguntou porque eu não sorria, desta forma estou dizendo o motivo.
- Eu entendi. - Sorriu.Após mais um gole do chá, Naoto deixou o copo sob a mesinha de centro acima de um suporte específico. Virou-se, o observando.
- O que?
- Você parece um bichinho...
- Um... Bichinho?
- É. Um animal. Não vou dizer o porquê.
- Ah, agora diga.
- Não.
- Por que?
- Não quero dizer.
Dito, fora conclusivo. O menor o observou novamente e continuou o encarando. Continuava não indo com a cara dele, por algum motivo, mas de momento, ia até demais. Fosse talvez a persistência insuportável que possuía, ou somente a expressão que portava em seu rosto. Inclinou-se pouco, encarando seu rosto que descansava sob o encosto do sofá.
- Serei um pouco gentil hoje. - Sussurrou. - Mas esqueça amanhã.
Completou no mesmo timbre. Encarou seus lábios que pareciam corados e beijáveis, os recobriu com os próprios, sentindo a calidez e maciez do tecido. Kazuya o observou a ouvir a voz dele e uniu as sobrancelhas, desentendido. Sentiu o beijo nos lábios e tão logo o retribuiu, meio confuso, mas feliz, guiando a mão novamente a sua face, como já havia adquirido o costume e tocou a pele tão macia.
- Hum...
Tal como feito por ele, um pouco mais abaixo Naoto levou a mão, o tocando inicialmente no maxilar e deslizou ao pescoço, caminhando até a nuca aonde o segurou. Penetrou-lhe a boca, por fim o beijou, sentindo como parecia desajeitado, assim como feito na primeira vez em que o beijara, fosse talvez a surpresa. E ao voltar em seu rosto, desenhou com os dedos o contorno exato de sua mandíbula, subiu em poucos fios de cabelo, estes que segurou.
Kazuya sentiu o sutil arrepio pelo corpo com o toque no pescoço e estremeceu sutilmente. A mão livre, deslizou pela perna dele, apenas numa sutil caricia, tocando-o na coxa por um pequeno tempo. O menor deslizou ainda a mesma mão na extensão do pescoço até a curva para o ombro, exposta pela camiseta. E dela ao braço, onde apertou de leve, e ainda partilhava dos movimentos com a língua, arrastando-as juntos num gesto mútuo entre ambas as bocas.
O loiro apertou-o na coxa, pouco forte, controlando-se para não avançar em seu corpo e suspirou apenas, entre o beijo, apreciando os lábios tão macios e gostosos do colega. O outro suspirou diante do aperto firme e no destaque breve com seus lábios os lambeu, de leve.
Kazuya levou a mão livre ao sofá e o apertou no encosto, empurrando-o a se deitar no mesmo e deitou o próprio corpo sobre o dele, devagar, voltando a beijá-lo logo. O menor sentiu a imposição de seu corpo ao próprio, e conforme deitado tornou abrir as pálpebras e encará-lo com um rastro indagativo e sentiu-o pesar na figura conforme se deitou no próprio corpo agora no conforto do sofá e cobriu os próprios lábios com os seus, quentes e úmidos pelo beijo anterior agora retomado.
O loiro deslizou uma das mãos pelo corpo dele a acariciá-lo, devagar, apreciando cada curva sutil coberta pelas roupas e pressionou o corpo contra o dele, ansiando por algo além de apenas beijos.
Naoto sentiu o caminho de sua mão resvalar contra a roupa, nada que invadisse algum espaço pessoal e submerso ao vigoroso movimento da língua na boca, não protestou. Sentiu-se imposto novamente ao sofá, e conforme desvencilhou os lábios dos dele, beijou de leve a linha perfeita de seu maxilar, mordiscou a pele e afundou sutilmente no pescoço, sentindo um cheiro de perfume e somente teve alerta do gesto, e de como veira a parar de tal forma, quando sentiu novamente seu corpo, e algo nele gostar presença viril contra o próprio abdômen.
Kazuya suspirou, levando uma das mãos aos cabelos dele a acariciá-los, deslizando pela pele a lhe tocar o rosto novamente e outra vez sentiu o arrepio pelo corpo, diferente de tudo que já havia sentido antes, era bom, porém incomodo, desejava-o cada vez mais, queria sentir a pele dele tocar a própria, o corpo dele tocar o próprio.
- Kazuya. - Naoto moveu-se embaixo de seu corpo, sentindo novamente o músculo roçar com firmeza sob o abdômen, e de tal forma que não sentira repulsa, e sim surpresa. - Chega.
O loiro desviou o olhar a ele a observá-lo.
- M-Mas por quê?
- Você... Está excitado.
- Eu sei.
- Você está duro e roçando na minha barriga. Mas eu não vou fazer isso com você.
- Mas por que?
- Como assim por que? É óbvio.
- Eu nunca me senti assim antes, Naoto... - Uniu as sobrancelhas.
- Eh? O que?
- É...
- O que?
- Eu nunca me senti desse modo antes, tão... Excitado, querendo algo mais do que qualquer coisa... Eu quero você.
- Sei que você não é virgem, Kazuya.
Kazuya abriu um pequeno sorriso.
- Você quer ver?
- V-ver o que?
- Que sou virgem.
- Uh, como se desse pra ver isso num homem.
- Não acredita em mim?
- Não... Não interessa. Mesmo se for virgem, não vou fazer isso com você.
- Por favor, Naoto...
- Iie. Não tenho motivos pra isso...
Kazuya aproximou-se a lhe beijar o pescoço.
- Vamos... Não vou te machucar.
- Não. Sequer o conheço, a pouco nem mesmo ia com a sua cara.
O outro uniu as sobrancelhas.
- Levante-se. Por... Por que eu deveria transar com um homem? - Resmungou.
O loiro assentiu e levantou-se, desistindo e ajeitando-se no sofá. Naoto ajeitou-se igualmente e fez menção de se levantar e pouco trepidou as pernas. O encarou parcialmente e pôde notar o volume diagonal embaixo da roupa.
Kazuya suspirou, levando uma das mãos a calça a apertá-la sutilmente.
- Desculpe.
- O que? - Suspirou pesaroso.
- Desculpe por... Por isso.
- Não haja assim.
- Hum.
O menor se virou, ajeitando-se num canto do sofá. Sob o braço do estofado se apoiou e no celular encarou o horário, interminável à espera do irmão. O loiro suspirou, unindo as sobrancelhas e desviou o olhar ao chão.
- Você... Você pode perguntar o endereço de casa ao Naoyuki. Pode levá-lo mais tarde? -Levantou-se.
- P-Posso.
- Eu deixo o endereço de qualquer forma. Pode me dar uma caneta e um lugar pra anotar.
Kazuya assentiu e levantou-se, seguindo a cozinha onde pegou um papel e uma caneta, voltando a sala logo. O outro se sentou novamente e apoiou na mesa onde anotou o endereço residencial e lá deixou o pedaço de papel, levantando-se em seguida.
- Aqui. Se não puder me ligue, eu o busco.
O outro assentiu a pegar o papel.
- Eu ligo.
- Certo, obrigado.
E o menor caminhou por sua sala ao hall, até a saída da moradia. O loiro acompanhou o outro até a porta, o coração pulsava como se fosse sair pela boca. Naoto passou pela porta conforme oferecida passagem e dispôs uma breve curva em despedida. O observou e deu de ombros, afinal já o havia feito diversas vezes mesmo naquela dia. Na porta o beijou da mesma forma anterior, talvez um pouco contido no estado atual de seu corpo, mas o segurou na cintura, ainda que mantivesse alguma distância.
- Bem, se lembre do que eu disse sobre amanhã. - Dito após finalizado o beijo. - Jya.
Kazuya o observou assim como ele, porém quieto e logo o retribuiu no beijo, levando ambos os braços do redor do corpo dele a apreciar o beijo pelo pouco tempo que durou. Assentiu ao ouvi-lo e lhe segurou a mão antes que ele fosse embora.
- Não vai, Naoto...