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janeiro 2018
Miruko ajeitou os livros sobre as mãos, tinha acabado de comprar o livro novo, tinha capa dura, era simplesmente a coisa mais linda que já havia visto, então, tinha deixado algum dinheiro para o fim do mês para que pudesse comprá-lo. Iria mostrar ao amigo, por isso havia tirado do plástico e caminhava pelo corredor em direção a sala quando fora parado pelos três garotos. Suspirou e ergueu a face, quase rezava para que deixassem o livro passar.
- E aí, quatro olhos.
- Cara... Eu só quero ir pra sala, só hoje, me deixa em paz.
- Olha, ele fala, achei que não falasse sem seu namorado. O que você tem aí?
Negativou, escondendo o livro nas costas.
- Me deixa ver!
- Não porra! É meu!
Ao falar, sentiu o baque do punho contra o estômago e uniu as sobrancelhas, abaixando-se, até mesmo soltou o livro, sentindo o ar faltar nos pulmões. Desviou o olhar ao vê-lo pegar e negativou.
- Você é otário? Entregasse logo. Parece que gosta de apanhar. Lembra que seu namoradinho quebrou meu nariz? E se eu quebrasse o seu também?
- Por que você não quebra o dele?
Murmurou a estreitar os olhos, estava irritado e virou a face quando sentiu o soco, podia sentir o gosto de sangue na boca, e não disse nada, também não disse quando sentiu o chute na costela, havia se deitado no chão.
- Obrigado pelo livro. Vê se fica de boca fechada, seu idiota.
Negativou, encolhendo-se no chão e desviou o olhar para a porta da sala dele, parecia ter alguns metros de distância, um, dois, contou quantos passos até lá, até ter a vista meio embaçada e sentiu as mãos da enfermeira sobre si.
- Vocês viram?! Disse a garota ao entrar na sala. O Miruko foi pra enfermaria.
- O que? Como assim?
- Sei lá, deram uma surra nele.
- O que?
Keisuke disse ao ouvi-la. O rosto estava amarrotado e o cabelo teve de jogar para trás para tirar da frente do rosto. Acordou ao ouvir com profundidade o que dizia a colega de classe. Se levantou então.
- Quem foi? Você viu?
A garota desviou o olhar a ele e uniu as sobrancelhas.
- Sei lá, acho que foi o menino que você quebrou o nariz, ele pegou o livro do Miru.
- Esse cara deve ser masoquista.
O loiro disse e por fim deixou a sala, dada informação, seguiria para buscar de sala a sala qual ele estava, mas primeiro, veria o amigo na enfermaria.
- Miru? Miruko?
Miruko estava sentado sobre a maca, o rosto estava um pouco inchado, na verdade, os lábios onde o soco havia pego, estava cortado e tinha o sangue da boca agora limpo, pela enfermeira. Piscou algumas vezes ao ouvi-lo e acomodou-se na maca, dolorido como estava.
- Kei...
Keisuke o visualizou na maca, aparentemente não havia ganho muito além de uns lábios inchados, mas mesmo aquilo já era um desafio pessoal. Porém, duvidava que a enfermaria faria parte de seus planos se fosse somente seus lábios.
- O que houve?
Se pegou dando um leve afago em sua nuca, cessou ao perceber.
- Estou bem. Quero ir pro quarto.
- Melhor não ir ainda, precisamos saber se você quebrou alguma coisa.
- Não quebrei nada, eu só...
- Ele levou um chute na costela e um soco no estômago, o estômago ainda deve estar dolorido, mas a costela não sabemos se está tudo bem.
- E não acho que vão descobrir aqui, devia ir a um hospital. Sayuki-san, pode reportar para a direção? Eu fico com o Miruko enquanto isso.
O loiro disse à enfermeira, queria que ela saísse, iria sair também, mas seria rápido em estar de volta. Embora estivesse aparentemente tranquilo, estava na verdade bem elétrico. Miruko negativou ao ouvi-lo e por fim viu a enfermeira se retirar. Desviou o olhar a ele.
- Kei, não precisa de tudo isso... Eu só... Eu estou bem.
Murmurou e tossiu, encolhendo-se com a mão sobre o estômago.
- Tudo isso o que? - O maior indagou sem entende-lo. Seguiu então para a saída. - Espere aqui.
Disse ao moreno, que diria algo, mas não deu tempo dele continuar.
- Kei! Kei! Não, você vai ser expulso!
Miruko falou e uniu as sobrancelhas, apertando o estômago dolorido. Keisuke buscou muito rapidamente a sala do garoto, até encontra-lo antes da diretora. Bem, talvez acabasse advertido ou expulso, mas daria um jeito.
- E aí cara, você precisa vir comigo até a enfermaria.
Disse, ali mesmo da porta da sala de aula.
O garoto ainda não estava em aula, a professora ainda não havia chego, então, ele desviou o olhar ao outro na porta.
- Eu não preciso ir a lugar nenhum com você.
- Se você não for porque quer, vai ir depois que eu te enfiar a porrada e você ter que ir pra não lavar a sua sala.
As meninas pararam de falar e se voltaram ao outro na entrada, fitando-o ali e devagar se afastaram dele, deixando-o caminhar até a porta.
- O que você quer? Não vou devolver o livro da sua namorada.
- Curioso, porque você vai sim. Não adianta, minha "namorada" não tem interesse em você. Mas não precisa judiar dele por culpa da sua viadagem reprimida.
Keisuke passou pelo outro, desviando seu caminho e buscou o livro em meio seus materiais. O rapaz estreitou os olhos e seguiu-o pela sala, empurrando-o.
- Tira a mão da minha mochila.
- Own, por que? Tá com seu bichinho escondido? Me dá o livro.
Keisuke estendeu a mão e gesticulou, pedindo pelo livro, como se de fato fosse ter aquela educação ao pedir.
- Vamos lá, você vai gostar do sabor dele.
- Não vou dar porra nenhuma pra você, sai da minha sala.
- O livro não é seu, por que pegou? Sabe que eu te arrebento e continua enchendo o saco. Por que não se declara logo?
- Declarar o que? Não sou viado que nem você.
- Por que quer o livro?
- Porque sim.
- Você pegou o livro dele, então posso pegar sua mochila.
Dito, Keisuke foi pra cima dele e tomou a mochila, rasgaria-a se necessário.
- Para com essa merda, você é retardado?! - O garoto falou e empurrou-o, puxando a mochila de novo. - Se quer tanto essa merda, toma!
Falou e dentro da mochila pegou o livro, jogando-o nele. Ao ter o livro arremessado, o loiro pegou e fitou a capa, imaginava o cuidado do moreno com o livro, sabia que ele tinha amor à leitura e uma boa capa dura, foi por isso que não foi capaz de pegar as páginas e faze-lo engolir, porque era do amigo.
- Juro por Deus, que uma hora eu vou te aleijar. Você só não vai engolir essa porra, porque é importante pra ele. Mas se bater nele de novo, eu não vou bater você, vou quebrar seu irmão no meio e seus amiguinhos. - Keisuke disse e fitou os amigos que o acompanhavam normalmente. - Então é bom controlarem os impulsos de retardo do seu amigo, senão vocês vão pagar.
Dito, voltou para a enfermaria, frustrado por não enfiar as páginas nas cavidades do outro.O garoto o fitou, silencioso, não batia nele, importunava o menor por outras razões, então somente deixou a mochila sobre a própria mesa e negativou, claro, que seria chamado pela diretora pouco depois e todos seriam suspensos. Quanto a Miruko, havia permanecido deitado até a ambulância chegar, mas não queria partir sem o amigo, não queria mesmo.
- Não posso ir... Não, não quero.
A voz resmungona vinha de dentro da sala de enfermagem. Keisuke apressou o passo e ergueu o livro.
- Estamos aqui.
Sorriu a ele e se aproximou. Novamente se dava conta que o estava acariciando. Miruko uniu as sobrancelhas ao vê-lo e negativou, sentiu os olhos se encherem de lágrimas ao notar o livro em sua mão.
- Não quero ir pro hospital...
- Eu vou com você. Precisa fazer uma radiografia. Não chore, chorão.
- Minha mãe vai me encher o saco...
- Vai encher o saco por que? Porque um otário te bateu?
- Porque eu estou no hospital. Vão ligar pra ela vai ser um inferno.
- Ela não tem porque encher o saco, você não tem culpa de ter de ir ao hospital, só se sua mãe for uma... Enfim, foda-se sua mãe, vamos. Como você está se sentindo? Não está sentindo nenhuma dor forte?
Miruko desviou o olhar a enfermeira e ao rapaz lado a ele, a espera para colocar a si no carro.
- ... Minha costela está doendo.
- Então tem de ir. Vamos, ela não vai brigar.
O menor assentiu e segurou a mão dele, deixando que levassem a si até a ambulância.
- Obrigado Kei, pode voltar para a sala.
- Não! Eu só vou se ele for!
- Eh? Ta bem...
- Eu vou com ele. Somos quase irmãos.
Keisuke disse à enfermeira que provavelmente sabia que não era bem assim. O enfermeiro loirinho assentiu e sorriu a ambos.
- Tudo bem. Pode ir.
- Obrigado.
O loiro sorriu a ela e então embarcou com o amigo no veículo, foram então para o hospital que era próximo, muito na verdade. Após entrada do coordenador, tornando-se responsável pelo envio e acompanhamento do aluno até a chegada de seus pais, encaminhados foram até a ala onde feito seu exame.
Um suspiro deixou os lábios de Miruko, odiava tudo aquilo, se sentia um inútil por não poder bater neles e agora tinha até que tirar um maldito raio x. Parecia que duraria uma eternidade. Antes de entrar na sala, entregou os óculos a ele. Ao sair, fora colocado em um dos quartos, precisaria esperar até que o resultado estivesse pronto e naquele meio tempo, observou o outro.
- Será que o senhor pode me deixar sozinho com o Kei por um momento?
- Certo, vou ficar lá fora caso seus pais cheguem.
Após sua saída, Keisuke o acompanhou ao quarto e sentou na proximidade de seu leito na enfermaria. Viu partir o coordenador, embora não tão feliz por isso.
- O que há?
- Desculpe por ser tão otário...
- Você não é otário. Aquele cara é.
- ... Eu queria poder bater nele, eu... - Suspirou. - O que... O que você fez? Não parece ter a mão machucada.
- Não bati nele. Mas eu ameacei toda a família dele. Na verdade não ameacei, prometi.
Miruko uniu as sobrancelhas.
- Hai... - O menor disse e sutilmente estendeu a mão a ele. - Eu... Comprei pra você. Quer dizer... Era pra ser um presente para lermos juntos, mas... Ele deve ter estragado.
- Está inteiro. Na verdade eu ia tirar as folhas e enfiar na garganta dele, tipo aqueles caras que obrigam os gansos a comerem, sabe? Mas eu imaginei que era importante pra você.
Miruko assentiu e sorriu a ele.
- Acho que... Não vou poder te beijar por um tempo.
Disse e pigarreou, porém cessou quando ouviu o barulho da porta, desviando o olhar e viu a própria mãe, com sua expressão como sempre impassível.
- Você não cansa de brigar na escola, Miruko?
- E você está querendo beijar, ah? - Keisuke disse a fim de provoca-lo, interrompido no entanto. - Se tivesse brigado não estaria machucado. - Disse a ela, já a conhecia.
- Keisuke, não é? Continua desbocado.
Miruko suspirou.
- Não precisava ter vindo, eu estou bem.
- Alguém tem que pagar a conta do hospital.
- Mamãe, pode ser menos desagradável?
Ela suspirou.
- Certo. Vou acertar o que eu tiver que acertar. Você está bem?
- Estou...
- Então tudo bem.- Eu tenho boca. - Disse o loiro, embora não houvesse interrompido a conversa com o filho. Após sua saída se voltou para ele. - Ela se preocupa do jeito dela. Mas é por isso que seu pai não quis mais. - Sorriu.Miruko riu ao ouvi-lo e assentiu, logo ouvindo mais uma vez o barulho da porta, dessa vez o médico.
- Certo, Miruko. Você não quebrou nada, mas fraturou a costela. Terá que ficar uns dias de cama.
- Tudo isso por causa de um chute?
- Bem, parece que foi o chute. - O médico riu. - Espero que ele tenha as punições que merece. Vamos cuidar de você e poderá voltar para a escola.
- Obrigado...
- Bom, depois eu dou um jeito naquele merda. Vou fazer uma visita pro irmão dele, só pra dar uma assustada. - Keisuke sorriu, como uma criança arteira. - Aí sim, vai ser bom moscar em casa, hum?
Miruko uniu as sobrancelhas a desviar o olhar a ele.
- Não quero ir pra casa...
- Precisa ir e descansar. Pode ler, jogar vídeo game. Comer coisas legais.
- Sozinho. Sozinho não tem graça.
- Claro que tem, você sempre esteve fazendo as coisas sozinho e sabia aproveitar. O que houve? Te acostumei mal, nerd?
- É, acho que sim.
- Hum, você está meio murcho hoje. Vai ficar tudo bem. Prefiro que fique em casa e se cuide. Nesse meio tempo eu posso bater no carinha.
Miruko uniu as sobrancelhas e assentiu.
- Não quero que faça nenhuma idiotice. Deixa ele pra lá.
- Não vou. Já avisei ele, mas não vou deixar ele te tocar de novo. Acho que ele deve ter algum sentimento reprimido por você, não tem explicação.
- Que horror. Ou talvez ele goste de você.
- Não é a mim que ele enche o saco.
- Mas me bate porque sabe que você gosta de mim.
- Ah, ele sabe que eu gosto de você, é?
- Bem, você me defende, deve gostar. Ninguém defenderia qualquer um desse jeito.
- Eu sou seu amigo, se supõe que deveria defender você. - Disse o loiro, na verdade provocando um pouco. - Mas acho que você faria mais o tipo dele, a menos que ele goste de homens muito machos tipo eu.- Amigo? - Miruko sorriu meio de canto e assentiu. - Certo. - O que, somos o que?
Keisuke perguntou, sabia que o havia provocado e aquele era exatamente o modo indireto de buscar saber o que ele andava pensando. No entanto antes que pudesse responder viu sua mãe.
- Certo, já está tudo pronto, vou demorar uma vida pra entender como você trincou uma costela, mas okay. - A mãe de Miruko disse.
- Eu levei um chute, mãe.
- Hum, Kei vai vir?- Eu vou voltar pra escola, Sayuki-san me autorizou como acompanhante, pode acabar comprometida se eu não voltar. Se cuide, certo?
O loiro disse a ele e tocou seus cabelos, afagando-os.
- ... - Miruko assentiu e segurou sua mão, apertando-a sutilmente. - ... Me liga tá?
Keisuke acariciou sua mão, tentando não chamar a atenção de sua mãe. Mas com o polegar acariciou seu dorso.
- Se divirta e descanse. Baixe uns jogos legais.
- Hai, vou baixar. - O moreno sorriu meio de canto e acenou a ele conforme o viu sair.
- ... Hum, isso não é normal. - Disse a mãe dele.
- Eh?
- Você gosta dele?
- Ele é meu amigo.
- Não parecem amigos.
- ... Não quero falar sobre isso.
- Miruko.
- ... Talvez eu goste dele.
- Você é homem.
- E daí?
- E daí, que dois homens não ficam juntos.
- Mãe, vivemos no século 21.
- Não quero graça perto de mim.
- ... Hai.
Quando Ritsu acordou com algum ruído suave fora do quarto, imaginava que aquela hora o pai já havia acordado, ou melhor, a mãe. Agia sempre vagarosamente naquele horário, e tinha certeza que se levantasse provavelmente o encontraria na cozinha preparando um café da noite para o pai, com os pequenos olhos inchados do recente sono, quase um pequeno zumbi. Ao se virar pela cama, notou a porção de cabelos negros e emaranhados sobre o travesseiro, a franja longa em finos fios em frente aos olhos fechados. Tinha cílios longos e tão escuros quanto a seus fios de cabelo, que davam um contraste tão bonito em sua pele pálida. Seus lábios tinham uma cor fria, quase pareciam arroxeados. Uau, era realmente muito bonito, pensou e tocou suavemente uma fina mecha da franja, tirando-a da frente de seus olhos. Havia falado com o pai, que pareceu não se importar com o beijo, e pelo assunto seguinte, parecia não se importar se fizessem algo além daquilo também, não entendia se ele simplesmente não se importava ou se queria ver o irmão tão feliz quanto gostava de vê-lo também.
Etsuo se sentia desconfortável há algum tempo, claro, tinha alguém observando a si e óbvio, havia alguém observando a si, por isso estava incomodado. Abriu os olhos, devagar, após pressioná-los e desviou o olhar ao pequeno que observava a si, curioso.
- ... Eh?
O loiro desviou o olhar ao perceber a movimentação do mais velho, dando uma disfarçada evitando parecer curioso, sabia o quão desconfortável podia ser, ser encarado durante o sono. Voltou se deitar, repousando em seu ombro, como se estivesse ainda adormecido. Etsuo sorriu a ele e abraçou-o, apertando-o contra o corpo.
- Tudo bem com você?
- Sh... Ainda é cedo, nana.
- Nana é?
- Uhum. - Ritsu retrucou num murmuro e sorriu.
O moreno riu baixinho e beijou-o na testa.
- Você é uma gracinha.
O loiro sorriu e negativou com o maneio da cabeça. Levou a mão em sua nuca e afagou, esperando que o irmão pudesse voltar a dormir, e assim quem sabe o olharia um pouquinho mais. Etsuo sorriu a ele, meio de canto e logo fechou os olhos novamente, logo voltando ao sono, sem poder se conter com a preguiça.
Ritsu repousou por um instante e com ele até chegou a cochilar. Ao acordar notou seu rosto do mesmo modo sereno e sorriu, ele quase tinha a mesma aparência, seja acordado ou dormindo. Tinha nos traços um molde suave, embora parecesse um pouco mal humorado sabia o quão amável era, o quão carinhoso podia ser, talvez muito mais do que seria para ele. Suspirou, sentindo-se um pouco desconfortável. O moreno suspirou, e por fim acordou num susto, não pelo olhar dele, mas sim pelo sonho estranho em que estava caindo.
- ...
-Opa. - Disse o menor, notando o breve sobressalto do irmão. - Tudo bem?
- Por que está me olhando?
- Você pulou, se assustou.
- Ah... N-Não consegue dormir?
- Eu estava dormindo, aniki.
Etsuo suspirou e sorriu a ele.
- Certo, certo.
Ritsu fitava-o até então com os olhos um pouco afetados pelo sono recente, assim como os dele. Mas ver seu sorrisinho fez com que acabasse sorrindo também.
- Você parece um bebê sorrindo com sono.
O moreno desviou o olhar ao irmão e sorriu.
- Um bebê é?
- Um bebê.
O loiro disse e sorriu do mesmo modo, observando a curva sutil que tinha em seus lábios de cor tão fria quanto sua temperatura, pensar sobre isso fez pensar novamente no que a mãe disse, assim como pensar sobre como era a sensação de poder senti-los, e mais ainda ao pensar que talvez aquilo o deixasse ansioso, foi por isso, que se percebeu logo a tocar com os lábios, os seus.
Etsuo manteve-se a observá-lo um pequeno tempo e não entendia porque ele fazia aquilo, olhava tanto a si que começou a estranhar, não era comum. Por fim, sentiu seu beijo e arregalou os olhos, mas tentou não assustá-lo e somente se manteve parado, por fim, o retribuiu, devagar, fechando os olhos.
Ritsu podia notar o breve estranhamento do irmão, mas o contrário do que ele pensava, não era tão inconsistente, não se assustaria como um gatinho escaldado. Diante de sua demora, deu tempo somente para ajeitar-se próximo a ele, e segurou seu rosto, beijando os lábios frigidos que pensou em sentir.
O maior manteve-se em silêncio durante todo aquele momento, pensando no que havia levado ele a beijar a si e empurrar a língua para os lábios dele, devagar, sem pressa, e esperou ser retribuído.Mutuamente, o menor descerrou os lábios e penetrou sua boca assim como ele a própria. O beijou, sentindo a suavidade com que ele iniciou, talvez confuso por ter começado aquilo. Acomodou-se, se ajeitando parcialmente sobre ele, encostado nele de modo que houvesse conforto para os braços onde se apoiava e ainda assim o segurava.
Etsuo deslizou uma das mãos pelos cabelos do irmão, acariciando-o e a outra, deslizou em suas costas, tocando a língua dele com a própria, massageando-a e suspirou, empurrando-se contra ele.
A mão de Ritsu sobre a fria bochecha do irmão levou a seu pescoço, segurou suavemente aquela parte, sentindo nos dedos antes de descer ao peito e bem, deu uma acariciada suave em seu mamilo escondido embaixo da camiseta, e na verdade não o havia feito intencionalmente, ou melhor, não havia planejado fazer, acabara fazendo sem imaginar que podia ser um gesto ousado.
O moreno desviou o olhar ao pequeno, mesmo entre o toque de lábios e deslizou a mão até as nádegas dele, sabia que era ousado ao contrário dele, o fez de propósito e apertou-o ali, suavemente enquanto o beijava.
Ritsu deu um tênue sobressalto, embora não fosse visível, podia notar sobre seu corpo, onde estava parcialmente colocado. Sentia o toque sobre a nádega, imaginando que aquela mão fosse um convite ou melhor, um pedido de passe para seguir com algo além, mas ao invés de ponderar demasiadamente sobre aquilo, continuou com os dedos a delinear o peito do irmão, tocando a região que suavemente entumeceu no toque enquanto ainda o beijava.
Um sorrisinho Etsuo deu a ele, de canto e claro que iria se aproveitar, gostava dele e o queria todo segundo, então segurou a mão do menor e guiou-a até a própria nádega, deslizando por ali como fazia com ele e logo, deixou-o tocar a si na frente, pressionando o local, indicativo.
Ritsu sentiu o alargar de seus lábios que indicavam o sorriso porém não desviou o olhar ao irmão, permaneceu de olhos cerrados, dando atenção noutras coisas. Mesmo o local o qual fora guiado e desceu em sua nádega, sentindo-a pela lateral, apalpando a região firme e ainda assim macia, diferentemente da região frontal, onde permitiu a mão ser levada e sentiu o sexo do moreno, não estava completamente ereto, mas parecia bem acordado.
O maior suspirou num pequeno sorriso em meio ao beijo e sentia a brisa vinda da janela, sabia que podia ser meio frio para ele e por isso, puxou o cobertor sobre seu corpo, embora fosse um vampiro, não queria deixá-lo desconfortável e pressionou o quadril contra a mão dele, deixando-o sentir ainda mais a si, enquanto com a outra mão, tocou-o em meio as nádegas, roçando o dedo ali.
- Na...
Ritsu disse embora pela metade, mas o fato de levar a mão a seu pulso já indicava a ele o que se tratava. Sentiu-se desconfortável com o dígito tão invasivo, embora soubesse sua intenção já inicialmente, por em prática era ainda um tanto estranho. Etsuo desviou o olhar ao irmão, unindo as sobrancelhas a cessar o beijo e não entendia o que ele queria se não aquilo.O loiro descerrou os olhos e na proximidade que ainda mantinha, com os lábios perto dos seus. Pôde notar seu cenho franzido, mas ainda assim, sentia-se desconfortável. Era uma sensação estranha sentir seus dedos num local tão íntimo, não queria aquilo, não queria um carinho como aquele.
- Acho melhor você... - Disse e no entanto voltou a olha-lo.
Etsuo o observou, ainda indagativo e perguntava-se o que ele queria, então empurrou a mão ainda mais entre suas nádegas, tocando-o no ponto íntimo já conhecido e roçou-se ali.
- Não.
O menor tornou resmungar e buscou os braços do irmão, os segurou, mesmo embora soubesse que ele poderia soltar de qualquer modo, mas os levou contra o travesseiro abaixo de sua nuca, segurando às laterais de seu rosto. Ainda observava o irmão por baixo e voltou a beijar seus lábios frios, mordiscou de leve como teve vontade e tornou penetra-los com a língua em sua boca úmida.
O moreno uniu as sobrancelhas, sem entender porque o fazia, achou que ele queria o toque, porém estava segurando a si e logo, sentiu a língua dele nos lábios novamente e estremeceu, retribuindo seu beijo de mesmo modo, tocando a língua dele com a própria.
Ritsu suspirou diante do beijo, tinha um toque macio e maleável tão agradável, e de algum modo parecia ainda mais convidativo quando pensava em quem estava beijando, não por ser irmão, mas por ser como ele era. E podia sentir na pelve o que seu corpo sentia com o beijo, e ao fazê-lo, não se sentia muito diferente disso. Soltou um de seus pulsos onde até então enlaçava e percorreu até a calça fina que vestia para dormir, adentrando delicadamente o cós, tentando não parecer despudorado quando sentiu na ponta dos dedos sua glande, a delicada ligação entre ela e a base onde desceu e sentiu sua pele macia, a bolsa glandular mais abaixo que parecia um região constrangedora a se tocar e fora por isso que subiu o toque e preferiu não ir mais embaixo. Enlaçou-o nos dedos e percorreu sua fina pele sobre a base muscular ereta, uma, duas vezes. No entanto subiu ao elástico da calça de pijama e desceu a pender nos quadris do mais velho, expondo não a si mas ao cobertor sobre ambos. A interrupção que deu, fora um breve intervalo para fazer o mesmo com a roupa, e despiu-se da calça, somente numa das pernas, deixando na outra as roupas "penduradas", ao se sentar, sentia a intimidade junto a sua.
Etsuo observou o caçula com seus movimentos vagarosos, e apenas sentia, em silêncio, e claro, observava, não entendia como ele, de uma hora para a outra havia passado a desejar a si, desejar sentir o corpo daquela forma mais íntima e aparentemente, queria mesmo, não era por pena ou imposição própria. Estremeceu com o toque, mesmo tão sutil, só de pensar, cogitar a ideia de que era ele fazendo aquilo, já sentia arrepiar até o último fio de cabelo e uma das mãos deslizou penas costas dele, tentando acompanhar seu ritmo vagaroso, que logo se tornou uma roçada no próprio membro, o qual teve um leve sobressalto, porém, aceitou de bom grado.
O loiro não evitou de ruir suavemente, com a voz tão pouco aparente, ao sentir a ereção tocar a semelhante. O contrário dele, aquela parte se fazia ainda mais quente, diante da boa quantidade de sangue que fluía naquela parte, causando a firmeza que agora transparecia. Se moveu, e assim roçou com sutileza, tentando não expor demasiadamente o que fazia, embora, bem, não tivesse como esconder. Sentiu a ereção roçar a dele, e de um modo curioso, parecia gostoso.
O moreno suspirou ao senti-lo e claro, queria puxá-lo para si e fazer logo, mas algo dizia que tinha que ter um pouco de calma. Queria apreciá-lo também, queria ver o que ele faria a seguir, e por isso, se mantinha atento a ele, de uma estranha forma, era agradável ser passivo em alguma situação, sentir ao invés de fazer e até chegou a gemer baixinho.
O menor moveu os quadris, sutilmente é claro, e roçava o sexo ao do moreno, sentindo a pele acariciar a sua, era um contato ainda estranho e agradável, mas que não muito perdurou. Ao aparta-lo, deu espaço suficiente para empurrar o sexo do irmão ainda mais embaixo, e sentir o falo ter algum espaço entre as nádegas, sem que penetrasse algo mais íntimo por lá. Preferia não ter que conseguir um toque de seus dedos, mas sabia que não iria conseguir colocar aquele seu, bem, aquilo, se não conseguisse ter algo menor inicialmente, no entanto, não gostava dos dedos.
Etsuo estava pasmo ainda, não acreditava nos movimentos do irmão, não acreditava que ele pudesse estar sobre si tomando as rédeas daquele modo, e era o que fazia agora. Estranhava, é claro, mas não tinha o que fazer, o queria de qualquer modo, o queria querendo a si, não querendo, sobre, abaixo, o queria, se não pudesse ter, o tomaria, mas era bom que agora ele estava facilitando.
- ... R-Ritsu...
- Você pode fazer.
Disse o menor, o retrucando já no meio de sua pronúncia. Não tinha como evitar, não seria fácil iniciar algo como aquilo sem um estimulo prévio, aos poucos no entanto, começava a se arrepender.
- T-Tem certeza?
O maior murmurou e deslizou uma das mãos pela cintura dele, deslizando até sua nádega, onde tocou.
- Hum.
O loiro murmurou, afirmando em sua pergunta enquanto descansava o rosto em seu pescoço. Etsuo assentiu e logo roçou o dedo entre as nádegas dele, suavemente e sentia vergonha, um pouco de desconforto talvez e suspirou, não queria machucá-lo, por isso mesmo, empurrou aos poucos a adentrá-lo.
De olhos fechados o menor acabava sentindo um tanto mais que devia aquele desconforto, talvez se tivesse qualquer outro ponto para se distrair, fosse menos sensitivo, porém não tinha escolha. Sentiu o dígito resvalar pelo corpo, causando desconforto duplo, fosse por precisar daquele toque prévio, quanto ao se sentir o início dele.
- Relaxa que dói menos.
O moreno murmurou, sem malicia a ele, é claro e logo continuou com o toque sutil, empurrando o dedo mais a fundo em seu corpo.
- Estou relaxado.
Ritsu sussurrou-lhe contra a pele onde os lábios roçavam durante a pronúncia. Na proximidade aproveitou a beijar a região, descontraidamente. Mesmo embora sentisse aquela situação estranha acontecendo numa parte mais abaixo. Etsuo sorriu a ele, meio de canto e beijou-o em seus lábios, apenas um selo sutil ao puxá-lo e empurrou ainda mais o dedo em seu interior, puxou o dedo para fora novamente e logo voltou a adentrá-lo, iniciando um movimento de vai e vem.
O loiro sentiu o movimento que fora um pouco abrupto, já que não o esperava, e assim ele dava a início a uma sequência, acostumando o corpo já antes tocado, apenas o suficiente para ter espaço em seu corpo ou que não fosse demasiado dolorido, ainda que seu dedo não tivesse qualquer semelhança diante do tamanho daquilo que ele colocaria à seguir.
Etsuo suspirou, sentindo seu interior úmido, quente e sabia que quando entrasse seria exatamente assim, e que gostaria muito de tê-lo ali, mas primeiro teria que entrar, e seria dolorido.
- Onii-chan, não gosto do dedo...
Disse o menor, contra sua pele ainda, onde tornou a beijar no pescoço.
- Arde? - O moreno murmurou a observá-lo. - Você está inchado...
- É embaraçoso.
- Não é... Sei que não gosta, mas... Preciso relaxar você.
- Já pode colocar. Já é suficiente assim.
- Tem certeza?
- Sim... Vou deitar.
Disse o menor e aos poucos deixou de estar sobre o irmão. Acomodando-se na cama, abandonando todos os toques entre si, deu-lhe por fim as costas, preferindo se acomodar com o rosto junto ao travesseiro.
Etsuo suspirou e assentiu a ele, ajeitando-se sobre seu corpo menor, mas não tanto e segurou-se em meio aos dedos, e claro, estava pronto para ele. Guiou-se entre suas nádegas, roçando-se a ele e logo após encaixar-se ali, empurrou-se.
O loiro abraçou o travesseiro na altura do rosto e fechou os olhos, como se estivesse a se preparar para uma breve massagem, embora o que viera em seguida era muito menos suave que o tato das mãos de um massagista. Ergueu no entanto os quadris, tornando aquilo um pouco mais fácil, sentia-o se acomodar e aos poucos, adentrar o corpo não muito receptivo com a dor latente que atravessou o quadril, embora muito menos do que a primeira vez.
O moreno uniu as sobrancelhas, sentindo-o apertado mesmo com a tentativa de ajudá-lo com o dedo e percebeu que não adiantaria nada fazê-lo, para si, era gostoso, mas ele não sabia, esperava que também ficasse.
- Vai ficar bom, onii...
Murmurou, empurrando-se para dentro dele, devagar até se sentir por inteiro.
- Eu sei.
O menor retrucou, tranquilizando o irmão, ainda que soasse abafado contra o travesseiro. Interrompeu no entanto, logo cerrando os dentes, evitando ruir enquanto sentia o moreno penetrar o corpo e completa-lo consigo mesmo. Suspirou no fim, aliviado pelo cessar dos movimentos.
Etsuo sorriu, mais para si do que para ele, já que esqueceu que ele não podia ver e abaixou-se, beijando-o no rosto e no pescoço algumas vezes, descendo suavemente por suas costas e manteve-se daquele modo até que se acostumasse ao menos um pouco.
Ritsu sentiu os beijos que eriçavam a pele desacostumada de sua leveza. Suspirou na menção do irmão a qualquer movimento, porém também não se importava de que por fim iniciasse, talvez fosse ainda mais fácil do que simplesmente esperar que aquilo deixasse de incomodar.
- Faça.
O maior assentiu, observando o menor e parecia meio desconfortável. Suspirou e passou a se mover contra ele, devagar, subindo e descendo sobre seu corpo, sentindo-o difícil por dentro, mas lubrificado pelo sangue que já conhecia.
O loiro sentia aquela parte aquecer, quase um ardor, conforme a passagem insistente do irmão acabava por ferir a fina mucosa, no entanto, podia facilmente estimular as sensações ao pensar na ocasião em si, saber que o corpo doloso do moreno se devia ao fato de estar excitado.
- Ah...
Etsuo gemeu, dolorido e prazeroso, para ele podia ser ruim, mas para si, estava bem longe disso, e por isso se moveu, empurrando-se contra ele e tentava confortá-lo de alguma forma beijando-o no pescoço algumas vezes, embora firmemente quisesse se concentrar somente na sensação gostosa no baixo ventre.
- Faça rápido, onii-chan.
Disse o menor, pedindo pela rapidez, imaginava que daquele modo talvez, pudesse se acostumar tão rápido quanto seus movimentos, embora não estivesse pedindo força, esperava que ele soubesse disso. E soava ainda abafado contra o travesseiro branco macio entre os braços. Os beijos na pele quase foram imperceptíveis, imaginava que talvez sequer fosse sentir caso levasse uma mordida, bem, não até que seus dentes estivessem na pele.
O moreno assentiu e suspirou, tomando fôlego para se mover realmente e afastou-se, voltando a se empurrar contra o corpo do irmão, rápido e forte, mesmo sem querer, não podia evitar e controlar a própria força ante um humano, mas esperava não machucá-lo.
- Ah...
Ritsu gemeu diante da investida mais forte do que preferia, porém, vinha com ela uma pontada certeira em determinado local, que unia dor e prazer numa investida. Fechou os olhos, por sorte, abafou no travesseiro.
- Itai?
Etsuo murmurou, embora concentrado nos próprios sentidos e sentimentos, ele estar tão quente, o interior confortável, ah era realmente bom e se empurrava para ele, ouvindo a colisão contra suas nádegas.
Assim como ele, o menor podia ouvir a pele ruir ao encontrar vigorosamente seu baixo ventre, como se desferisse tapas na pele e de algum modo aquilo soava atraente durante a penetração, e mesmo o ponto onde ele insistia em atingir agora, que aos poucos se acostumava com o sexo.
O outro sentiu o aperto gostoso ao redor do sexo, sabia que o atingia onde ele gostava, embora não tivesse muita prática ao fazê-lo e estremeceu, agarrando-se ao lençol da cama, queria tocá-lo, mas não o fez, não tinha como com o irmão contra a cama, então apenas continuou investindo ali onde ele gostava.
- On... Onii.
Ritsu sussurrou, chamando sem realmente pedir resposta. Àquela altura, já sentia prazer no lugar do desconforto, ainda que ainda existe uma pequena pontada de dor, se tornava não perceptiva.
Etsuo deslizou uma das mãos pela cintura do menor, acariciando-o e por fim, suspirou próximo de sua orelha, não precisava respirar, mas mantinha o costume dele mesmo. Observava suas costas, seu ombro, seu pescoço, queria morder, ah e como queria, mas não o faria.
O menor ergueu-se sutilmente, apoiando-se parcialmente sobre os cotovelos. Suavemente se virou e fitou o irmão de soslaio, enquanto podia ver sua silhueta em movimento, em seu vaivém, que mais que ver, podia sentir.
- Onii-chan... Onii...
Etsuo murmurou, com dificuldade pelos movimentos rápidos e firmes, sentia o cheiro dele, irresistível para si e queria gozar, mas não sem antes fazer algo.
- Posso te morder?
- Ah... Etsu, iie...
Ritsu recusou, sabia que as perfurações levariam dias até se fecharem, e com isso já tinha a pele marcada pelas atitudes do irmão quando pequenino.
- Faça... Superficial.
Disse, um pouco sem fôlego, sentindo a movimentação do irmão, sentindo realmente o sexo com ele.
- H-Hai...
O maior murmurou, meio confuso, não sabia como faria aquilo, mas forçou as presas ali, rompendo suavemente a pele e logo sentiu o sangue gotejar nos lábios, lambendo-o ali onde sentiu o gosto forte e as íris já brilhavam no escuro enquanto se empurrava para ele, mais forte.
Ritsu sentiu a pele arder com o ferimento na superfície, causando risca suficiente para lhe ceder o sabor do sangue sem que houvesse perfurado alguma região sub-cutânea. E gemeu, não pela dor, mas pelo prazer que trazia consigo o clímax mais perto, até finalmente atingi-lo, deixando-o escapar contra a própria cama.
Etsuo ouviu o gemido do outro, e claro, sentia o prazer do mesmo modo, forte, percorrendo o corpo junto ao sabor adocicado do sangue dele, era delicioso, e era só próprio, aliás, achava que era e isso fazia dele especial. Beijou-o sobre o machucado, cuidaria mais tarde e igualmente gozou, em seu interior, enterrando-se a fundo dentro dele.
A medida em que atingiu o clímax, o menor sentiu do mesmo modo o dele fluir, o contrário do próprio sobre um tecido, deixou-se levar dentro do próprio corpo, causando em si a fria sensação de seu ápice e tornou grunhir, num leve gemido.
Etsuo gemeu, baixo, desviando o olhar a ele logo em seguida abaixo de si e se sentia tão bem, aquela sensação gostosa do ápice. Teve que se apoiar no irmão para não sair, e por fim, se deitou ao lado dele.
Ritsu sentiu seu corpo deixar o próprio e causar aquela estranha sensação de leveza nos quadris, sabia que no entanto, não permaneceria por muito tempo. Moveu-se na cama, ajeitando-se, enquanto ainda sentia as leves sensações providas pelo sexo. O maior desviou o olhar ao menor e sorriu a ele, meio de canto, estava satisfeito, mas ainda queria saber porque ele havia pedido por aquilo.
- Eu vou tomar banho enquanto meu corpo ainda consegue estar em pé.
- Por que... Ritsu?
- Porque estou sujo...
- Não, por que quis fazer?
- Por nada em especial.
- Hai...
- Você quer vir comigo?
Dizia o menor ao se levantar e sentar enquanto ainda podia. Etsuo desviou o olhar a ele e estranhou por um momento, nunca havia pedido, porém talvez estivessem mudando aos poucos. Assentiu e levantou-se num pulo. O menor observou a rapidez do irmão e sorriu, achando graça na prontidão.
- Vamos? - O maior uniu as sobrancelhas.
- Hai.
Ritsu disse e por fim se levantou, seguindo junto ao irmão, meio escondido da forma possível com a camisa. Etsuo riu baixinho e abraçou-o antes de chegar ao banheiro.
- Não precisa se esconder.
- Estou usado, escondo sim.
Disse o menor, sentindo seu abraço e igualmente seu bom humor. O moreno riu e negativou, beijando-o no rosto e ajudou-o a retirar a camisa para entrar no banho, fechando os olhos enquanto o fazia.
- Tentando ser bonzinho, hum? - Disse o menor ao vê-lo fechar os olhos.
- Sensato.
- Não precisa, pode olhar. Já fizemos pior que somente olhar.
Etsuo assentiu e abriu os olhos, observando o corpo bonito do irmão.
- Você é lindo.
Ritsu sorriu a ele e desse modo deu uma conferida em seu corpo assim como ele ao próprio, não tentou esconder isso.
- Você é que é.
- Não é piada, poxa.
Ikuma riu e por fim após tê-lo solto, buscou os talheres os quais deu o início ao jantar, experimentando. Taa sorriu e desviou o olhar a mesa a pegar os talheres igualmente e experimentou um dos pedaços de carne.
- Hum... Isso é bom.- Não é?
O menor indagou sem necessidade de uma resposta, enquanto ainda vagarosamente dava o início do jantar.
- Uhum... - Levou a taça aos lábios e bebeu alguns goles da bebida.
- Precisamos sair assim mais vezes.
- Hum, quando quiser.
- Mas não precisamos sair, só leve uma vasilha de carne pra mim. - Riu.
- De coração? - Ikuma riu.- Não!
- Certo, certo.
- Igual essa.
Taa ergueu a carne com o hashi, observando-a e levou aos lábios, mordendo-a.
- Pode deixar.
Ikuma sorriu e continuou a comer, servindo-se do vinho na própria taça enquanto mastigava a refeição. - Aliás, se cobre com essa carne que eu como você. - Taa riu, bebendo alguns goles do vinho.
- Obrigado, agradeço a oferta, é muito tentadora, mas não.
O maior riu, levando mais um pedaço da carne aos lábios.
- Pelo visto os humanos não fazem nem ideia que esse lugar existe, não é?
- Os que descobrem acabam virando o prato da noite.
- Que horror...
- Nesse momento você pode estar comendo alguém que descobriu esse lugar hoje pela manhã.
Taa desviou o olhar a carne no prato.
- Você... Adora me fazer perder o apetite.
- Não seja fresco, estou brincando.
- Acho que todo vampiro tem que aprender a odiar os seres humanos. - Riu.
- Não é odiar, é saber viver. Afinal, humanos matam animais, e nós comemos eles com os animais que eles comeram.
- Mas é diferente... Somos quase da mesma especie que eles.
- E os animais são inferiores?
- Não... Eu quero dizer que eles são idênticos a nós, mas sem a imortalidade.
- Se pensar assim não vai conseguir viver corretamente.
- Só estou tentando ser realista...
- Realista? Se for assim os animais são vivos igualmente, só não possuem a nossa forma e estrutura física. É assim, se for pensar neles só porque são semelhantes, não vivemos.
- Hai... Tem razão.
- A menos que deseje perder as forças, só pra manter a vida deles intacta.
- Não... Não, nem pensar. - Riu.
- Mas você não precisa matar ninguém, aliás, nunca fez isso. Deixe pra quem tem coragem de fazer isso.
- Hai, eu sei ne. Nunca vi você caçando também...
- Não vejo necessidade de fazê-lo.
- Pois é, imagino que na boate tenha tanta bebida.
- Não só por lá, até porque na boate é misturada com bebida alcoólica, e precisamos de sangue puro.
- É, realmente. E seu sangue também não me alimenta. - Taa riu. - Embora eu goste.
- Ele pode encher estômago e ser bom em sabor, porém não tem o que precisa pra te manter "vivo" no modo não literal. - Ikuma riu e golou o vinho da taça.
Taa sorriu e deixou os talheres sobre a mesa.
- Estou cheio. - Riu.
- Então, você acabou de comer coração.
- Mentira sua.
- Iie, é coração.
Taa desviou o olhar ao prato.
- E você gostou.
- É bom... Porra Ikuma!
- Vamos ao banheiro.
- Não. Falei sem sexo hoje.
- Vem. - Ikuma levantou-se, seguindo a direção do local.
O maior negativou, levando a taça aos lábios e bebeu mais alguns goles do vinho, observando-o e logo se levantou, mordendo o lábio inferior e ajeitou os cabelos.
- Ah... Porque eu fui arranjar um namorado gostoso?
Murmurou e caminhou junto dele ao banheiro.
- Ah, já está falando como uma garota.
Ikuma o puxou por um de seus pulsos, o passando a frente do corpo, adentrando por fim o cômodo extenso com cabines diversas.
- Escolha onde você quer ir antes que o faça aqui mesmo sobre a pia.
- Hum... A pia me parece boa. Não, vamos numa das últimas.
- Vampiros são despudorados, uma hora você aprende isso, mesmo que façamos sexo aqui, ninguém dirá nada. - Ikuma o empurrou a direção da última cabine no banheiro.
- Ótimo, então vamos transar aqui.
Taa murmurou e parou ao senti-lo empurrar a si, mordendo-lhe o lábio inferior e abriu um pequeno sorriso.
- Por mim.
O menor ditou visto que o enlace de sua cintura fora imediato, tal como o beijo, os beijos; que desferiu em seu pescoço e desceu a clavícula. Taa suspirou, puxando o outro consigo até que encostasse na pia e selou-lhe os lábios algumas vezes, iniciando o beijo a adentrar os lábios dele com a língua, buscando a língua do outro.
Ikuma subiu aos poucos a direção de seus pálidos lábios e pôde sentir o gosto sanguíneo que neste se instalava quando por fim lhe encontrou a língua, esta que invadiu a própria boca e teve-se retribuída na colisão ligeira entre elas. As mãos hábeis, no fecho de sua calça, dando abertura nesta, abaixando-a o necessário a lhe desnudar a região dos quadris. As mãos de Taa igualmente lhe alcançaram a calça e abriu a mesma, abaixando-a junto da roupa intima, rompendo o beijo apenas a desviar o olhar ao membro do outro que tomou entre os dedos, apertando-o e mordeu o lábio inferior.
O menor empurrou os quadris ao demais, pressionando sua região sexual em conjunto a própria e igualmente lhe tomou o membro em posse dos dedos, enquanto outra das mãos lhe agarrava a nádega, apalpando-a sem delicadeza quando um dos dedos, o mesmo dirigido a boca, logo o violou na entrada, afundando-se dentro dela.
O gemido baixo deixou os lábios de Taa que inclinou o pescoço para trás, fechando os olhos a expor a expressão de prazer ao outro mesmo que por alguns poucos segundos, desviando logo o olhar a ele novamente e a mão adentrou-lhe a camisa a acariciar-lhe o abdômen e o tórax enquanto a outra lhe apertava o membro entre os dedos, fazendo pequenos movimentos de vai e vem.
- Vira logo, não quero te foder com os dedos.
Ikuma desferiu um tapa em sua nádega e logo as mãos guiadas em seus quadris, o virou de costas, roçando o sexo bem ereto entre suas nádegas enquanto as apalpava e logo, teve-se meio aos dedos, pressionando a glande em massagem a seu orifício a pouco estipulado.
Taa riu baixinho e assentiu, virando-se a apoiar-se com ambas as mãos na pia do local, observando o maior no espelho em frente a si.
- Porque essa vontade louca de me foder? Não pode nem esperar um pouco.
O maior riu e suspirou a senti-lo roçar o membro em si, mordendo o lábio inferior.
- É o sangue, estava fresco... Vai me dizer que isso não te excita, hum? Além de que, deixei de gozar no carro só pra gozar em você agora.
O menor ditou e no fim do comentário, empurrou o quadril a ele, inteiramente se colocando em seu interior.
- Nem me fale, quando experimentei o sangue eu queria voar em você. Que romântico.
O gemido baixo deixou os lábios de Taa ao fim da frase ao senti-lo adentrar o corpo e abaixou a cabeça, fechando os olhos com certa força e logo ergueu a face novamente a observá-lo no espelho.
- Gostoso?
- O queria de frente, mas não dá.
A mão do menor se guiou a teu sexo, passando a masturba-lo tão frenético como deu início aos movimentos do quadril a ponto em que o eco corpóreo foi evidente pelo cômodo vazio, de momento. E mordiscou-lhe o pescoço onde se tinha exposto, porém, sem perfurar.
- É só me colocar em cima da pia. Não é tão alta.
Taa riu baixo e desviou o olhar ao próprio sexo onde o outro estimulava a si, gemendo baixo a cada movimento dele, em conjunto com os estímulos tão prazerosos, levando uma das mãos sobre a dele e apertou-a no local.
- Hum... Que gostoso... - Inclinou pouco o pescoço ao lado a retirar os cabelos e dar espaço a mordida do outro. - Não vai arrancar sangue que isso aqui enche de vampiros.
- Não tem como coloca-lo na pia, senão teria que tirar sua calça e boxer por inteiro.
Ikuma deslizou a língua a direção de seu ouvido onde pôde ditar as palavras sem altura e o mordiscou em seu lóbulo.
- Não vou te morder, estou cheio.
Riu baixo, e logo dera aparte do riso diante de um gemido sem muita nitidez.
- Tem razão, ia ter que ficar entre as minhas pernas.
Taa murmurou, sentindo o arrepio que percorreu o corpo ao ouvi-lo rir e logo o gemido do outro, abaixando-se pouco a empinar o quadril e gemeu baixinho.
- Vem... Mais forte...
Os estímulos manuais de Ikuma, iguais aos da mão, tomaram mais frenesia diante do pedido, estocava-o a ponto em que o eco era bem notório talvez até no lado de fora. Pudera ver presença de alguns vez outra, talvez com a mesma intenção a se enfurnar dentro de uma cabine qualquer.
Taa abaixou a cabeça ao ouvir as baixar conversas no local e mordeu o lábio inferior a abafar os gemidos a cada movimento do outro contra si, estremecendo ao senti-lo tocar a sai a fundo e gemeu pouco mais alto, erguendo a face a observá-lo.
- Isso...
Murmurou, pouco se importando com a presença das pessoas no local.
- Não se preocupe, eles querem fazer o mesmo.
Ikuma tornou ao baixo riso, deslizando a língua em sua orelha e introduzindo suavemente a mesma em seu orifício auditivo, enquanto os movimentos insistiam em acerta-lo em seu ponto sensível. O menor negativou ao ouvi-lo.
- Não me importa... Só me importo com você.
Murmurou, a arrepiar-se sutilmente ao senti-lo adentrar a própria orelha coma língua e os gemido pouco mais altos deixaram os lábios a apoiar-se firme no local e apreciar cada uma das investidas do outro, deixando visível a ele a própria expressão de prazer no espelho.
- Quer gozar?
Ikuma indagou após dar fim a preliminar em sua orelha, e mesmo nesta, sussurrava.
- Que tal sujar essa pia e deixa-los limparem? Hum...
Ditava ainda em pouco tom, e vezes falhado diante da precisão com que empenhava o quadril a seu encontro, dando leves estalos em encontro de pele.
- Você nem faz ideia do quanto...
Taa murmurou e fechou os olhos apenas a concentrar-se na voz do outro tão próxima a si e até mesmo no som dos corpos a se encontrar, gemendo baixinho e empurrou sutilmente o corpo contra o do outro.
- Hum... Fala algo pra mim... Diz que eu sou gostoso como costuma dizer... Diz. - Mordeu o lábio inferior.
Com a mão inerte, o menor se voltou a segurar os longos cabelos do outro, e puxa-los mínimo para trás, a pender de seu pescoço onde mordiscou e roçou os caninos a pele sem quaisquer feridas.
- Hum, quer ouvir que é gostoso? - Riu-se e sugou a pele. - Está apertadinho outra vez, não tem como não estar gostoso, é magro e continua gostoso, ainda mais com essa bunda, porra, quero te dar uns bons tapas, continuar fodendo esse cu estreitinho e também sugar esse pau.
Ditou e firmou os dedos a sua volta, lhe asfixiando o falo ereto e logo afrouxou a retomar do vaivém.
Taa abriu um pequeno sorriso malicioso ao ouvi-lo e contraiu o intimo a apertá-lo em si, sentindo-o apertar a si igualmente entre os dedos e arrepiou-se, já segurando a própria vontade de atingir o ápice.
- Hum... - Suspirou. - Eu também... Esperei tanto por esse pau gostoso que também quero mais.
- Vou gozar em você.
Ikuma tornou o sussurro, enquanto sem hesitar continuamente o estocava na mesma precisão de movimentos, dando impulso a seu traseiro que estalava diante da força com que o encontrava no contato de pele e corpo. O mordeu, desta vez a romper orifícios em sua carne, porém não se proveu de seu sangue e apenas lambeu um sutil rastro, a saborear seu fel e por fim, o gemido frouxo, deu a constar o ápice que derramou em seu corpo.
O maior assentiu ao ouvi-lo, abaixando a cabeça, deixando que os cabelos caíssem sobre a face a cobri-la e fechou os olhos novamente a apreciar as ultimas investidas tão prazerosas contra o próprio corpo. Uma das mãos levou ao quadril do outro atras de si, acompanhando os movimentos dele e apertou-o suavemente ao senti-lo gozar, erguendo o corpo a encostá-lo ao do maior e apreciou o líquido que se derramou no corpo, erguendo a face a observá-lo no espelho e virou-se, selando-lhe os lábios, levando a mão livre sobre a dele no próprio membro e um aperto sutil fora suficiente para atingir o ápice logo após o maior, deixando o gemido alto escapar dos lábios contra os lábios dele.Ikuma o retribuiu diante do toque labial, este que logo abafou a menção de sua voz num gemido que a engoliu, mesmo em altura. Alguns minutos levou até que saísse de seu corpo, sentindo o próprio prazer que lubrificava sua entrada.
Taa suspirou ao senti-lo se retirar de si e desviou o olhar a mão suja pelo próprio prazer, ajeitando as calças a fechá-las e lavou as mãos a retirar o liquido das mesmas. Virando-se a encostar-se na pia e observou o maior, ajudando-o a ajeitar as roupas.
- Vamos, bonitão? - Riu.
O menor se pôs a ajeitar as roupas, por fim teve ajuda do outro e deixou a ele que terminasse de fazê-lo.
- Vamos, lagarta. O jantar estava ótimo, mas esse foi melhor ainda.
- Que bom que gostou, hum. - O maior aproximou-se e lhe selou os lábios. - Vamos antes que esses gemidos por aqui fiquem altos. - Empurrou o outro delicadamente a sair do local consigo.
- Vamos, lagarta. Preciso pagar a conta antes que pensem que fugimos.
- Pois é.
O maior riu a sair junto dele do banheiro e seguiu a deixar o outro pagar a conta do jantar, sabia que se tentasse pagar algo, iria com certeza arrumar discussão então permaneceu em silêncio a seguir logo para fora do local.
- Hum... Que dia bom.
- Que noite boa, deve dizer.
Ikuma ditou após igualmente deixar o restaurante, enfiando a carteira no bolso da calça a seguir o caminho ao carro.
- Isso.
Taa riu, seguindo-o para o carro e encostou-se na porta antes que ele abrisse a mesma, puxando-o para se e selou-lhe os lábios. Ao que fora puxado, Ikuma se pôs frente ao outro o retribuindo em teu selo, enquanto os braços já lhe enlaçavam a cintura.
- Gostou do encontro, ah?
O maior assentiu e sorriu, abraçando-o e repousou a face sobre o ombro do menor. O outro guiou a mão em seus descoloridos fios, e somente manteve-os entrelaçados aos dedos.
- Eu te amo.
- Também te amo, lagarta.
Taa assentiu e afastou-se, selando-lhe os lábios novamente.
- Agora vamos que eu quero a nossa cama. Aliás... Sua cama. - Riu. - Já vai amanhecer.
- Nossa cama, você mora lá também.
- Não oficialmente. - Taa riu a adentrar o carro. - E... Se você me deixar, aquela cama vai ser sua e de outra pessoa... - Murmurou.
- Por isso estou dizendo que é nossa, se estou lhe dando parte dela, não vai permitir que qualquer outra pessoa esteja ali.
Taa sorriu, aproximando-se do outro e novamente lhe selou os lábios.
- Quando eu não morava lá... Mas já namorávamos... Ficou com outra pessoa?
- Quer dizer se eu o traí?
- Hai.
- Não. Desde que o conheci não tive mais ninguém.
- Mesmo sendo dono da boate...?
- Sou exigente. Não sei quando decaí tanto...
O maior estreitou os olhos e Ikuma riu.
- É brincadeira, você é uma lagarta muito charmosa.
- Sei... Vamos. - Taa deu um leve tapa sobre a coxa do outro.
- Estou falando sério, e eu realmente sou exigente.
- Tudo bem, acredito em você.
- E você não foi fácil, uma das coisas que mais contribuiu, tive que te conquistar, sexualmente, mas tive.
- Pelo jeito gostou mesmo de me conquistar sexualmente. - Riu. - Ikuma, por favor... O céu já esta ficando azul, pelo amor de deus vamos pra casa antes que eu vire cinzas.
- Certo, delicadeza, vamos.
Ikuma afastou-se do alheio a espera de que saísse de frente a porta e entrou no carro após tê-lo aberto. Taa riu e adentrou o carro junto do outro, levando uma das mãos sobre a coxa dele e acariciou a mesma.
- Hey, obrigado.
- Obrigado o que?
- Por me trazer aqui hoje, por me dar uma noite perfeita, por me amar e ser meu e só meu.
- Obrigado? Nada, terá que me pagar quando chegarmos em casa.
- Se for assim eu pago toda noite, dia, segundo.
- Okay, pagará.
O menor ditou a ligar o carro, seguindo novamente o mesmo rumo anterior, o regressando.
- Ta bem.
Taa manteve a mão sobre o local, vez ou outra a fazer uma leve carícia enquanto observava o local pela janela já iluminado pela pouca luz do sol que logo iria nascer. O botão no painel Ikuma pressionou a erguer os vidros fumês no carro. Dirigia ainda, em velocidade pouco maior, e a mão deixou repousar sobre a alheia na própria perna.
- Bom... Faz séculos que não vejo o sol nascer.
O maior desviou o olhar a ele.
- Vai me machucar? - Murmurou.
- Estamos vendo ele nascer, só mesmo que sutilmente. Mais que isso, doeria suas vistas.
- Ah sim... Estamos chegando já? - Desviou o olhar pela janela.
- Não recorda o caminho?
- Lembro, ora. Eu não estava olhando. - Riu.
- Estava ocupado demais chupando alguma coisa.
- Estava gostoso.
- Hum...
No meio da noite, uma sombra se esgueirava pela janela, Kazuto se deitava sozinho sobre a cama, e a seu lado, o berço que tocava uma suave cantiga de ninar que não seria audível em outro quarto se não aquele. A cortina adentrava o quarta na ventania que a chuva trazia para dentro do local, anunciava que logo a água cairia sobre os prédios altos da cidade. Naquela noite, não era Yuuki quem se sentava na sacada. Um rapaz, de cabelos negros e medianos havia achado um meio de entrar, pelo local onde Kazuto havia deixado aberto, e era um garoto inocente, sempre achava que nada iria acontecer, como se não fosse uma criatura capaz de invadir uma casa com um simples pulo em qualquer altura, sabia que aquela história de que vampiros precisavam de permissão para entrar nas casas dos humanos, não passava de uma mentira, de todo modo, aquele vampiro que o observava, antes, já havia tido permissão para entrar naquela casa, o dono dela havia dado.
Em passos lentos, o rapaz se fez dentro do quarto, o cheiro do garoto impregnava tudo que havia ali dentro, como uma praga, não conseguia entender o que o outro havia visto nele, o garoto não tinha nada de interessante, além de seu sangue doce, podia sentir o cheiro, e era enjoativo. Ao se aproximar da cama, sua mão tocou o berço, poderia quebrá-lo facilmente, havia sido transformado a mais tempo do que o pequeno pedaço de gente que dormia na cama, e era isso que pretendia fazer. Os olhos da criança estavam vidrados em direção a ele, embora não houvesse feito nenhum barulho, estava alerta, não era um humano, e farejava o ar, notando que aquela pessoa em questão era um desconhecido pelo menos para ele.
- Moleque maldito.
Disse, observando o garoto sobre a cama, falava como Yuuki costumava dizer, mas Yuuki podia, Kazuto o amava, já o visitante, entrava na casa de um vampiro poderoso, cuspindo palavras contra seu amante, quase implorava para morrer, isto é, se Yuuki estivesse ali, se não, era fácil matar um bebê e depois, sua mãe. O pequeno corpo foi segurado em seus braços, o bebê já tinha em seu semblante um estado de alerta conforme o rapaz segurou sua cabeça, e antes que pudesse ouvir algum som, seu corpo fora atirado contra a sacada, e o bebê já não estava mais em seus braços.
- Ahn?
Seu corpo se encontrava a um milímetro de cair prédio abaixo, ele não morreria, mas seria uma queda deveras dolorosa. Yuuki segurava sua camisa, observando-o de perto enquanto ele tentava se equilibrar ali.
- Como ousa entrar na minha casa?
- Como você ousa me deixar por um pivete.
- O pivete em questão é meu parceiro, você, melhor do que ninguém deveria saber que só escolhemos um, então sabendo que você era só um pedaço de lixo que me rondava, o que está fazendo dentro da minha casa?
- Por que você sempre foi tão cruel? Como você pode dizer que o que tivemos não foi importante?
- Não foi, você foi uma pessoa passageira, um verme que eu tive o desprazer de conhecer, alguém que eu deveria ter matado quando percebi que poderia entrar pela minha janela e ameaçar o meu filho. Você é louco ou é idiota.
- Por que ele? Só me fala isso.
- Por que não ele?
- O que um pivete pode te dar que eu não poderia?
Yuuki abriu um pequeno sorriso, debochado como de costume e uma das mãos segurou a do outro vampiro, sobrepondo-a com a própria, claro, que ainda o olhava nos olhos quando ouviu o estalo de um pulso quebrado e um grito que fora abafado pela mão do vampiro em sua boca.
- Se colocar a mão no meu filho de novo, se você ousar entrar aqui de novo, se você cruzar o meu caminho, se você olhar torto pro Kazuto na rua, eu queimo você até sobrar só pó. Você me entendeu?
O rapaz respondeu num maneiro de cabeça.
- Acho bom você não tentar se meter comigo. E espero que essa seja a última vez que eu vejo você na minha vida.
Ao soltar a mão dele, que estalou novamente, ainda deslocada, Yuuki empurrou o corpo para fora de sua sacada, se ele iria conseguir saltar antes de atingir o chão, não era problema dele. Ao voltar para o quarto, fitou o garoto ainda adormecido e no berço, o pequeno corpo o observava com os olhinhos arregalados. Uma de suas mãos, o dorso, deslizou pela bochecha da criança, evitando tocá-lo com as unhas compridas e por fim, fechou a janela com a tranca, seguindo para a sala de jantar novamente onde continuarua o trabalho.
Na manhã seguinte, Akemi havia acordado cedo para ir até o centro, e adentrou o quarto do loirinho para chamá-lo para acompanhá-la. Asahi já estava acordado quando ela entrou.
- Eh? Mas... Não dormiu, padre?
- Iie, eu... Faz um tempo que não durmo mais do que três horas por noite.
- Por quê?
- Eu tenho pesadelos. - Asahi sorriu, meio de canto.
- Ah... Eu estou fazendo o café para seguirmos até o centro, tudo bem?
- Claro, eu estarei na sozinha em um minuto.
Assentindo, Akemi seguiu para fora, estava preocupada com ele, mas nada podia fazer quanto a sua situação, somente poderia distraí-lo, levá-lo para um passeio, algo que pudesse esfriar sua cabeça. Na mesa do café, tudo que Asahi fez foi dar algumas mordidas em uma maçã, nem o chá, que era o favorito, não bebeu. Geralmente se alimentava sem reclamar, mas naquele dia especificamente, estava um pouco sem fome. O sonho ruim havia arrancado a si da cama antes do esperado, fora tão terrível, que se lembrava de estar sentado no chão do quarto duas horas depois de pegar no sono. Era algo recorrente, estava sozinho onde antes era sua base, e se sentava na campina vazia.
- Bem, vamos indo, podemos levar alguns lanches para a viagem, você me ajuda a embalar?
- Claro, sem problemas. Alguém virá conosco?
- Não, só nós dois.
Após os lanches prontos, Asahi os guardou em sua bolsa, era algo discreto que carregava consigo. A cidade não era longe, na verdade, era só subir uma rua, embora fossem alguns bons minutos de caminhada, não era tão afastado assim. Mesmo assim, Akemi decidiu por pegar carona em uma liteira. Asahi se sentou ao lado dela e enquanto apreciava a viagem, tentava espantar os pensamentos estranhos.
- Veja, teremos muitas flores esse ano na primavera. As cerejeiras estão lindas!
- Ah sim, eu podia ver algumas da janela do meu quarto na igreja.
- Haviam algumas no terreno, não?
- Sim, haviam algumas aos arredores.
- Gosta delas?
- Gosto, são bonitas.
O loiro sorriu, e como todos os seus sorrisos, algo faltava neles, ela podia ver, mas preferiu nunca comentar. A cidade parecia lotada naquele dia, muitas pessoas transitavam pela feira, escolhendo frutas e folhas, algumas carnes que eram vendidas nas barracas mais populares, Asahi gostava de visitar a feira, ela algo que o fazia bem, mas até olhar as barracas, irritava a si. Era como se a guerra nunca tivesse acontecido, como se o mundo tivesse simplesmente apagado tudo, e embora soubesse que a guerra estava viva no rosto dos órfãos e das pessoas que haviam ficado sem casa e agora transitavam perto de um certo de refugiados, ainda assim, era estranho. Por um momento sentiu como se aquela feira não devesse existir, como se as pessoas devessem se manter em luto, como ele de certo modo se mantinha.
- Asahi-san, eu irei olhar as frutas do outro lado, você ficará bem sozinho?
- Sim, não se preocupe. - Sorriu.
Distraído, Asahi observava uma barraquinha de artesanato, a artesã carregava nos braços uma pequena menina com os cabelos bem negros, os olhos tinham cor de ameixa.
- O senhor quer levar um presente? Talvez para sua amada.
Os olhos percorreram o rosto da mulher por um momento e em seguida silenciou-se, acenando com a cabeça a seguir para uma próxima barraca. Iria de uma em uma, nem um pouco interessado em nada, afinal, tinha apenas algumas moedas no bolso, dadas por Akemi, não as gastaria em vão. Na terceira barraca que visualizou, atencioso observava os peixes frescos que um pescador se gabava por ter pescado a pouco, as cores dos peixes, já indicavam um pouco o contrário, mas não disse nada, até ouvir uma mulher ao lado de si.
- Sabe me dizer se estão mesmo frescos?
Asahi desviou o olhar a ela e processou sua frase por um momento, não porque estava tonto ou porque não havia ouvido direito, mas sim porque o vislumbre de um uniforme negro havia sido visto por trás das barracas.
- Senhor? ... Tudo bem?
- Olhe os peixes nos olhos, os que tiverem olhos turvos não foram pescados agora.
Dito, rapidamente ele se esgueirou entre as barracas, e fora um caminho longo pelo meio das pessoas, empurrando alguns braços até alcançar o que achou que havia visto, e de fato, ali estava, um militar parado, fardado perto da igreja. Conhecia bem aquela farda.
- Com licença! ... Com licença!
- Sim? Posso ajudar?
Respondeu o rapaz, solitário em sua farda, enquanto limpava o quepe para voltar a colocá-lo sobre a cabeça.
- Me desculpe, mas... Kazuma... Não, não... Sakurai, Sakurai Kazuma, você o conhece?
O rapaz permaneceu um tempo pensativo.
- Fala do general?
- Sim! O general! Ele está com você?
Os olhos tinham lágrimas, estava inquieto, precisava saber, e o rapaz parecia analisar a expressão no rosto do loiro, como quem estivesse buscando saber o que ele tanto precisava falar com o general do exército japonês. A guerra já havia diminuído, mas ainda podiam existir soldados chineses, então os soldados continuavam por ali, claro, não fazia ideia.
- Sim, é claro.
- Pode me levar até ele? Eu... Eu tenho dinheiro, quer dizer, eu tenho pouco dinheiro, mas...
O loiro retirou as poucas moedas do bolso, contando mentalmente, não havia mesmo muito, mas o que tinha, deixou sobre as mãos do guarda que fitou as moedas curiosamente, sem intenção de devolver, guardando no bolso em seguida.
- Venha comigo.
Asahi assentiu, e por um momento, o coração havia pulado no peito, realmente veria Kazuma? Será que ele estaria por perto? Nem sabia como iria reagir ao vê-lo, para si, pareciam vinte anos, embora soubesse que haviam sido apenas alguns meses. Já podia sentir as lágrimas nos olhos. O guarda seguiu pela rua, passando no meio dos civis e nada disse, mal olhava para o rapaz que o seguia quase de modo desesperado, mas mantinha certa distância. A essa altura, Asahi nem sabia mais onde Akemi estava.
O rapaz que o guiava, finalmente se afastou da feira, e num caminho em meio as árvores, virou-se para observar o loiro, que não havia de fato estranhado uma trilha como caminho, afinal, Kazuma costumava ficar com sua base numa campina. O guarda não se importava de fato com o que fazia o loiro, estava na verdade, constando se sua presença ainda existia, se ele não havia seguido para outro lugar na metade do caminho. Asahi ainda se mantinha firme em sua caminhada, passando em meio a algumas árvores junto do rapaz. O torpor havia tomado conta de sua cabeça, não pensava em mais nada, só em ver o rosto dele de novo.
Num certo ponto, o rapaz parou de andar e consequentemente, Asahi também, o loiro o fitava curioso, a respiração ofegante e os olhos estavam quase vidrados. O guarda olhou em volta, num olhar curioso, tentando ver se alguém ainda observava a ambos, e tudo que ouviu foram os sons da floresta.
- Onde ele está? A base está aqui perto?
O rapaz deu um sorriso sínico e em alguns passos se aproximou do garoto até agarrá-lo em seu pulso.
- ... O que está fazendo?
Asahi o fitou, indagativo, ele não podia fazer ideia do que estava acontecendo, na verdade, havia se esquecido como era ser um cordeiro em meio a um monte de lobos, não pensou em nenhum momento que alguém como ele pudesse ter alguma malícia para consigo, até que o rapaz guiou a mão até a calça, deslizando o zíper para baixo.
- O que diabos você está fazendo?!
- O que você quer com o general do exército, ah? Sabe o nome dele inteiro e tudo, coisa boba não deve ser.
- M-Me solte, seu insolente!
- Eu não vou te soltar, você vai me mostrar o que queria fazer com ele.
Por um momento, Asahi sentiu sua cabeça rodar, estava confuso, todos os sentimentos haviam se confundido em sua cabeça, e o homem falava de modo distante, mesmo enquanto tentava soltar o braço, não podia ouvir nem a própria voz. Fora tomado por um silêncio estranho dentro de si, que estava de certa forma repelindo aquela situação, não devia, precisava pensar claramente para lidar com aquilo naquele momento.
- O que está acontecendo?
Aquela voz, ele havia escutado. Atrás do homem, havia surgido outra farda preta, os cabelos negros e curtos eram escondidos pelo quepe, tinha olhos castanho escuro.
- Kazuma...
Asahi olhou o rapaz, em sua cabeça, via exatamente a imagem dele, mas não havia nada de Kazuma naquele homem. Ele arqueou uma das sobrancelhas e puxou o guarda por sua farda, jogando-o no chão.
- Que merda está acontecendo aqui, Izuki? Que porra você estava fazendo com o garoto? Quem é você, rapaz?
Por um momento, Asahi teve que tentar se lembrar do próprio nome.
- Asahi... Asahi.
- Asahi do que?
Havia um apagão na mente de Asahi, só então havia se dado conta de que não havia um sobrenome, havia sido adotado, não tinha mais nenhum sobrenome.
- Só Asahi.
- ... Fique aqui, seu filho da puta, e tire essa farda, você não merece usar isso, seu imundo. Sabe das nossas ordens e ainda assim você tenta machucar um civil?
- S-Sim senhor.
- Venha rapaz.
O moreno havia segurado Asahi pelo braço, largando o guarda no chão, pôde ver sangue no nariz dele, quando ele havia levado um soco?
- Você está bem, garoto?
- Sim senhor... E-Eu tenho vinte e sete anos.
- Vinte e sete? Parece um garotinho.
Asahi negativou, porém, com ele seguiu para fora da aparente floresta até que pudesse ver a feira novamente, e Akemi esperava a si, agarrada em seu vestido simples demais.
- Asahi-san, você quase me matou do coração!
- Akemi...
- Ele está com você?
- Sim senhor, ele mora comigo, o que aconteceu?
- Sinto muito senhora, ele se perdeu na floresta.
Asahi desviou o olhar a ele, não entendia porque ele havia mentido, mas o olhar que ele dava para si indicava que deveria manter em segredo o que havia acontecido, não disse nada.
- Vamos voltar pra casa, Asahi. Precisamos ir.
- Espero que fique bem.
Fora o que o rapaz disse para o loiro, mas Asahi não estava contente com o que havia acontecido. Sem pensar, seguiu rapidamente de volta para o homem, e o agarrou em seu braço.
- Senhor, por favor... Por favor, Sakurai Kazuma, você conhece?
Ele fitou Asahi como quem olharia uma criança insolente. O garoto não parecia nem um pouco afetado pelo que havia acontecido há pouco.
- O general? Sim, o que precisa?
- Onde ele está? Ele está no Japão? Por favor, me diga, eu... Onde posso encontrá-lo?!
- Garoto, o que o general poderia querer com alguém como você? Sakurai-san está com seus soldados em Kyoto, ele voltou para encontrar sua família, não há mais nada para ele aqui.
Por um momento, Asahi ainda segurava o rapaz em sua manga, o observava como se acabasse de levar um soco no estômago.
- Agora me solte.
Como o loiro não parecia querer soltá-lo, o rapaz moveu o braço, afastando Asahi de si, e negativou a ele como se de fato fosse uma criança importunando uma adulto ocupado. Logo após, sumiu novamente em meio as árvores.
- Asahi-san... Seu braço está cortado, me deixe fazer um curativo... Asahi-san?
Asahi estava em sua bolha, novamente não podia ouvir a voz dela, era como um pesadelo que não terminava, no peito havia um buraco muito grande para ser preenchido com alguma coisa, e no fim, se levantou num impulso e correu em direção a floresta novamente.
- Asahi!