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maio 2018
Os olhos amarelos de Yoruichi brilhavam na luz, era dia, não costumava sair de dia, mas estava nublado, na verdade, chovia, a luz solar por trás das nuvens fazia doer os olhos, por isso, piscava algumas vezes, mas lidaria com isso para poder ter um pouco de luz e não viver apenas na escuridão. Havia bebido sangue, todas as feridas do corpo haviam se fechado e mesmo o cansado e dor do corpo pela noite tardia de nupcias com ele, havia sumido. Em pé, em meio as árvores sentia as pequenas gotículas de água que caíam sobre a pele, molhando o kimono de tecido fino que se colava a pele e deslizou os dedos pelos fios de cabelo, pesados, e iria tomar banho no rio próximo dali, porém cessou a medida em que sentiu a chuva, com um pequeno sorrisinho nos lábios, fora bem a calhar, gostava daquele clima. Deslizou uma das mãos pela abertura do kimono, afrouxando o obi e tocou o próprio tórax, um dos mamilos, suavemente com um dos dedos, lembrando-se do toque dele de algumas noites atrás, dos braços frios, mas com um abraço que parecia quente, do corpo dele junto ao próprio, e droga gostava dele, o queria e de alguma forma não contava nem para si, o amava em segredo, sozinho.
Yasuhiro deixou um sorriso com os dentes a mostra a medida em que o avistava já alguns poucos metros próximo e subia a pequena passarela pelo caminho até a residência, caminho esse numa leve ladeira de pedras, acompanhada pela grama ao redor, que embora num verde vívido, tornava-se fria como o dia cinza, e assim como ele, gostava. Podia vê-lo junto a uma dentre inúmeras árvores por toda a extensão do grande pátio da casa, um jardim longo e embelezado por folhas que gostava e flores que ele gostava. Tirou o braço descansado dentro do quimono, enquanto o outro pendia ao lado do corpo segurando a longa piteira de cor tabaco e metal dourado. Diferentemente da roupa que trajava, um quimono branco, levemente champanhe, tal como o obi um pouco mais forte, combinava com os cabelos longos presos desajeitosamente pela metade do longo rabo de cavalo.
- Saiu para ver seu oposto?
Indagou a ele, pegando-o talvez em seu momento de reflexão, em seu momento pessoal, já que parecia ter a mão a ceder para ele um carinho a si mesmo, o que não provocou, em primeiro momento claro, mas usaria um pouco depois, afinal a sensação que tinha vinha dele, e era algo saudade e vontade, não tão intenso como antes, mas tinha alguma excitação ali.
- Venho da feira, mas você dormia, não quis acorda-lo.
O menor ouviu a voz já conhecida, e também ouvira seus passos, sentia seu cheiro, entre aquele cheiro de terra que a chuva trazia, grama, água. Virou-se, devagar conforme conseguira observá-lo de frente e deu a ele um pequeno sorriso de canto.
- Tudo bem. A essa hora do dia, sair para ir a feira com esses olhos é meio perigoso. Não quero nenhuma espada no seu pescoço, querido. - Sorriu novamente.
O riso soou num sopro nasal, não audível a ele, porém o sorriso do maior se podia notar e negativou com a cabeça.
- Não é como se uma espada me fosse muito ameaçadora.
Disse e fitou-o em seu corpo cada vez mais tocado pela gotas gentis da chuva serena, o que faria uma boa tarde de descanso ou um bom encontro num quarto. E não tinha resguarda em fita-lo, nem mesmo por medir toda sua estrutura sem pudor.
Yoruichi sorriu a observá-lo, notando seu olhar sobre o próprio corpo, e até gostava do modo como ele desejava a si, talvez por isso o negava tanto, o fazia desejar mais e mais até que não mais aguentasse e sabia que ele iria querer ficar consigo após aquela noite, agora que não havia mais um impasse, mas o próprio gênio era o impasse. A boca torceu um suave sorriso a ele, sínico.
- Não fique muito perto dos humanos e esqueça seu esposo. Posso me perder entre as árvores, sabe, e não há nenhuma cerca por aqui.
- Uh, nenhuma que você tenha visto. Temos um terreno vasto, mas ainda precisa de algo para conter possíveis invasões em nossas terras, ou acha que ficaria a mercê de quem quisesse pisar por aqui?
Yasuhiro indagou e a mais um trago, apagou a piteira, guardando-a no espaço propício para ela dentro do quimono, por dentro. O moreno sorriu meio de canto, sentindo o quimono deslizar pelo ombro a descobri-lo e segurou-o com uma das mãos, puxando-o a cobrir novamente o local, como se fizesse alguma diferença.
- Estou indo até o rio tomar um banho, volto logo para casa.
- Gosta dos rios, hum? Mais do que nossa casa de banho. Irei com você, não posso deixar meu parceiro por aí, vai que alguém o espia em seu banho.
- Eu só tomo banho em água fria. - Yoruichi murmurou a observá-lo num sorrisinho. - Oh sim, vai que algum vampiro pervertido me espreita na água, ah espere, somos a única família de vampiros dessa área.
- Oh, eu sou esse vampiro. - Disse Yasuhiro, sabido do que se referia ele e sorriu-lhe com os dentes à mostra. - Trouxe algumas frutas. - Disse, erguendo levemente a sacola, mostrando a ele. - Podemos fazer alguma sobremesa com elas.
- Hum... Hai. - Yoruichi sorriu meio de canto e afastou-se da árvore. - Vou pro banho, volto logo e ajudo.
- Deixe eu colocar as frutas e nós podemos ir até a termal.
- Mas é muito quente... A chuva está fresquinha...
- Mas a terma fica bem escondida, tem um bom ambiente e podemos ter algum tempo de casados, hum?
Yasuhiro disse e sorriu a ele, sugerindo e caminhou até si. O menor observou-o por alguns segundos, engolindo em seco e sentiu um sutil frio na espinha conforme o viu caminhar até si, e era estranho, porque tinha um certo receio de estar perto dele, e não sabia o porque.
- E você quer ter algum tempo de casado comigo...?
- Não, quero ter sozinho. É claro, não somos casados?
O loiro retrucou, sem entender o questionamento, mas podia sentir sua estranha sensação que como recente, não podia sentir com exatidão o que se tratava.
- H-Hai...
Yoruichi murmurou, e quase podia sentir a mão dele sobre o próprio pulso, apertando a si contra a árvore como havia feito naquele dia, de certo modo, saber que ele era mais forte do que si assustava, já que era vampiro e não estava acostumado com aquele fato.
- Quer ter um filho comigo?
Perguntou a ele, e a pergunta na verdade escapou da garganta, ponderava sozinho, e preferia ter mantido somente para si.
- Eh?
Yasuhiro indagou, embora houvesse entendido a pergunta, havia sido tão repentina que não tivera tempo de dizer outra coisa.
- Nada... - Yoruichi falou, visto que havia falado demais com a pergunta e engoliu em seco mais uma vez. - V-Vou esperá-lo aqui.
- Se quer fazer um bebê nós podemos praticar, Yorucchi.
O moreno desviou o olhar a ele, arregalando os olhos e negativou.
- Não... Eu só... Só perguntei.
- Eu vou guardar as frutas e venho pra colocar o bebê em prática.
O loiro disse e era evidente o fato de que estava animado com a ideia, ainda que fosse um sutil sorriso e o caminho pisado até em casa, deixou as frutas na pequena mesa da sala, logo no hall de entrada e voltou a busca-lo visualmente, a fim de seguir o caminho até a fonte, alguns metros dali.
- E-Eu não...
O moreno falou a ele, estreitando os olhos conforme o viu se virar e seguir até em casa, poderia, mas não queria estragar o ânimo dele, parecia que ele havia gostado de se deitar consigo.
- Hum, vamos logo antes que a chuva engrosse...
- Se chover nós vamos tomar chuva e depois vamos nos aquecer na fonte.
Disse o maior após reencontra-lo e tocar seu quimono já respingado pela chuva não muito densa.
- Hum, suponho então que só a fonte vá me esquentar essa noite.
Yoruichi disse a ele, com um pequeno sorriso nos lábios e arrepiou-se ao senti-lo tocar a si, mesmo minimamente, e era estranho sentir aquilo, como se precisasse dele, daquele contato, talvez aquilo fosse considerado o que chamavam de período fértil de um vampiro.
- E o que faz com que suponha algo como isso?
O maior retrucou-o num sorriso tal qual o dele, sutil, porém mais evidente.
- Só citou a fonte.
O moreno sorriu e caminhou, erguendo a face para deixar a água da chuva molhar os cabelos.
- Bom, quando digo que faremos um bebê não preciso especificar que vamos transar. E se digo que faremos sexo, não preciso necessariamente especificar que vou colocar meu corpo dentro do seu, são coisas subentendidas. Yoruichi desviou o olhar a ele e uniu as sobrancelhas.
- Ora, n-não seja um pervertido.
- Você quem questionou.
Disse o maior a fita-lo de soslaio e sorriu-lhe com os dentes à mostra. Logo, desceu pela passarela de pedras um pouco escorregadias pela umidade local, e ao descer, estendeu a mão a ele e segurou a sua a fim de lhe ceder ajuda pelo caminho. Yoruichi estendeu a mão a ele, aceitando a ajuda para descer e quando por fim chegou com ele na caverna, observou o local bonito e parecia aconchegante.
- É um lugar ótimo, hum? Temos bons pais.
Disse o loiro, imaginando a seleção bem feita dos pais pelo local e somente lá o libertou do toque da mão, deixando perambular pelo espaço privado aconchegante.
- Hai...
Yoruichi murmurou, observando o local e logo desviou o olhar a ele. Segurou o obi que usava, abrindo-o e soltou o kimono, deixando-o seguir de encontro ao chão assim como o kimono que deslizou pelas costas e observou-o, notando o kimono dele denotando seu corpo nos lugares certos e droga, estava pensando nele daquele modo, sabia disso, sexual. Cessou o olhar em seu braço, forte e de certo modo, gostava dele.
- ... Sabe me dizer o quão mais forte do que eu você é?
Yasuhiro fitou-o por seu caminho explorador, conhecendo os cantos da pequena cavidade termal até que despisse seu corpo conhecido, sem reservas, sem timidez e como ele, sem pudor, o fitou, encarando sua nudez o qual logo parcialmente imersa, com os pés na água não muito funda, provavelmente já sentia o calor dela.
- Bem, tenho dois anos a mais que você.
Retrucou, não entendendo a questão e nem se importou, tinha coisas melhores para pensar ou ver.
- Hum. Saber que é mais forte do que eu me excita.
Yoruichi murmurou, embora tenha sido em bom tom para a boa audição dele e sem delongas adentrou a água, unindo as sobrancelhas com a temperatura quente demais para a própria pele, mas se acostumaria, e agora, somente o tórax estava a mostra.
- Ah, é? Por que te excita?
O loiro indagou, fitando-o em sua caminhada cautelosa e quando finalmente cobriu suas partes, achou melhor se despir da mesma forma e não ter delongas para se juntar a ele no banho. Despiu-se, tirando o obi em torno da cintura e feito isso, não precisou tirar muito para estar logo desnudo. O moreno sorriu a ele, meio de canto e o observou retirar as roupas, mas ao contrário dele, não o observou tão descaradamente, apenas de modo sutil, desviando o olhar logo em seguida.
Embora sutil, o loiro notava suas íris a passearem de um lado ao outro, hora fitando a si, hora desviando-se para algum ponto qualquer. Após tirar a roupa, seguiu para a água, imergindo-se a sentir o toque quente e bem se acomodou a seu lado, a ponto de encostar em sua pele.
- Oi.
O moreno desviou o olhar a ele conforme adentrou a água consigo e observou o corpo dele, tão próximo, seu rosto tão bonito e suspirou, de modo sutil.
- Oi.
- Tudo bem?
Yasuhiro retrucou e tocou sua coxa sob a água, não era visto mas bem, obviamente sentido. O menor assentiu a ele, porém teve um leve sobressalto ao sentir o toque na coxa, afastando-se suavemente em resposta, mas não porque realmente quisesse se afastar.
- Ora ora... - Disse e se aproximou novamente no entanto.
Yoruichi soltou a respiração, que não havia notado ter prendido e observou-o em sua aproximação, encolhendo-se suavemente na água e não sabia porque tinha aquela reação perto dele, aquele receio. Era como se o coração ficasse apertado no peito, uma ansiedade que não pertencia a si de tão grande.
- Quem vê pensa que é humano.
Disse o maior, percebidas suas leves reações, humanas demais para um vampiro nascido. Voltou tocar sua coxa, apalpou de leve e subiu com sutileza, claro que não o tocaria onde pensava que ia, mas brincava com ele.
- Me sinto como um perto de você. Alguma coisa em você... Me faz parecer uma presa fácil.
O menor murmurou, sentindo o toque suave da mão do outro e todo o corpo já havia se arrepiado com a mínima menção de seu toque.
- Acho que isso é um tipo de fantasia sexual, afinal, nunca fiz algo que pudesse causar isso em você, mas, aparentemente tem se sentido cada vez mais assim. Gosta de ser presa, hum? Quer que eu cace você?
- Comecei a me sentir assim logo depois que me segurou pelo braço quando eu bati em você. Nunca havia me sentido inferior a ninguém até então, depois disso... Foi como se tudo em mim estivesse confuso.
- Mas parece gostar de pensar assim.
- É... Eu me senti assim naquele dia, uma presa, e agora quando eu olho pra você, suas formas, seu toque firme me faz pensar que eu... Bem, eu adoro ser uma presa.
Yasuhiro sorriu, um pouco canteiro. Achava graça, achava-o estranho em desejar ser pego, talvez fossem bem diferentes, embora fosse "acessível" não se deixaria sentir inferior de modo que pudesse ser a presa de alguém, nem mesmo dele como próprio companheiro.
- Vamos fazer um filho agora, hum?
Uma das mãos, o moreno ergueu a guiar sobre o tórax do maior, deslizando a sentir sua pele fria em contato com a água quente, e droga, ele era tão bonito, não conseguia dizer não a ele, ainda mais agora que havia entendido o que sentia por ele, e não era um medo ruim como achava ser, era um medo bom, que arrepiava a si quando ele estava por perto.
- Hum...Depende, vai me caçar?
O menor murmurou, indicando o que ele havia perguntado antes.
- Como poderia?
Yasuhiro retrucou e segurou sua mão, deslizada pelo peito e ao segura-lo, sustentou no mesmo lugar e fitou na proximidade que tinham. O moreno sorriu meio de canto e aproximou a face dele, beijando-o em seu queixo uma, duas vezes e seguiu até a orelha, onde somente respirou próximo, deixando-o na expectativa de ouvir a própria voz. Segurou a mão dele, que antes estava sobre a própria e guiou-a ao próprio pescoço e pressionou sutilmente.
- Eu já fugi muito de você... Algumas semanas. Agora que me pegou, me torture, e me coma.
Murmurou a ele e sorriu novamente, deslizando a mão pela dele, roçando as unhas e segurou-o no pulso.
Yasuhiro sentiu os beijos que embora para ele fossem sutis ou até provocantes, levava mais como algo ingênuo, eram simples beijos afinal. A proximidade da orelha no entanto fora o problema, sentindo o desconforto de um arrepio com o sopro próximo, descobria uma aflição, mas sorriu, enquanto já passeava com os dedos em seu pescoço, apertado por seu bel-prazer, não entendeu bem o motivo, que tipo de fetiche era aquele, talvez um dia o descobrisse, quando fosse um homem experiente.
- Eu posso levar o comer da forma contrária ao que você gostaria. Ou talvez leve a sério demais.
Tornou dizer e avançou num movimento hábil, agressivo, ameaçou mordê-lo visto que num passe rápido se fez sobre seu corpo, com os joelhos às laterais de suas pernas e a face próxima o bastante de seu rosto, seu pescoço, mas no fim, o riso soou divertido.
Yoruichi uniu as sobrancelhas ao ouvi-lo e moveu o corpo para trás conforme o viu avançar sobre si, num movimento quase ágil demais, fugindo dos dentes dele como um peixinho assustado pela água e por fim só conseguiu relaxar os músculos tensos quando o ouviu rir, e o impulso que tinha era socá-lo pela brincadeira idiota, mas o provocara, e sabia que embora quisesse algo, nem si mesmo sabia bem o que era, ele muito menos saberia.
- ... Não me morda...
- Você me disse para comê-lo. Como você quer que eu coma você? Por cima ou por baixo?
Retrucou o maior, ainda perto o suficiente e mesmo roçou a face contra a sua, bochecha à bochecha. Yoruichi estreitou os olhos a ele, porém aproximou-se sutilmente e roçou a face a do outro, selando-lhe os lábios num toque sutil e murmurou ainda colado aos dele.
- Por baixo.
Yasuhiro sentiu o roçar continuado, o que soou de uma forma surpreendentemente agradável. Sentiu-se confortável com o sinal de delicadeza num simples toque de bochechas retribuído. E virou-se, tocando seus lábios, retribuindo o selar e com sua resposta, logo penetrou sua boca enquanto com a cabeça, assentira ao que dizia.
Conforme o sentiu penetrar a boca com a língua, toda a estranha sensação que percorria o corpo de Yoruichi se tornara mais intensa, era um arrepio, um formigamento no baixo ventre, tudo ao mesmo tempo. Sentia medo, sentia excitação, sentia tudo misturado por ele, até mesmo o tom da voz dele tinha um efeito em si, de arrepiar a pele. Sabia o que havia dito, mesmo assim, gostava de tê-lo sobre o corpo, e por um momento, queria ter sentido melhor a pele dele junto a própria, não tão impossibilitada pela água e deu espaço a ele entre as próprias pernas, num convite.
O maior sentiu o leve espaço que tomou entre suas pernas, e com generosidade dele, mais se aconchegou entre suas coxas. Ao tocar-lhe as pernas e deslizar aos quadris, levou-as em torno da cintura conforme se pôs no meio delas e com o peitoral pôde sentir o dele, puxando-o num enlace tão bem encaixado que duvidava como poderiam ter tanta proximidade. Era quase como o encaixe dos lábios aos seus, que visualmente talvez não parecessem se completar em forma, mas se encaixavam no beijo que lhe deu. E bem, sem experiência, não pensava sobre o possível atrito que teria em sua pele, em sua intimidade desprovida de lubrificação, ainda assim, os dedos gentilmente tomaram espaço no meio de suas nádegas.
Em meio ao beijo, o menor nem havia percebido quando ele havia se encaixado tão bem junto ao próprio corpo, só havia sentido o quão gostoso aquela junção de peles havia ficado. Era muito bom ter o corpo dele tão junto ao próprio, dava uma sensação boa, um arrepio pelo corpo, pela espinha, e naquele momento não sabia dizer o quanto o queria, era quase um pecado. Teve um leve sobressalto ao sentir os dedos dele naquele local tão íntimo, que antes não o deixava nem ver, quem diria sentir como fazia agora. O gemido suave deixou os lábios, junto aos dele, e esperou que dessa vez fosse ser mais prazeroso do que na primeira vez em que estivera com ele, visto que agora já não era mais um virgem, mas também não tinha conhecimento algum sobre o que a água podia fazer com o próprio corpo.
Com a ponta do dedo, o loiro delineou a entrada dele, circulando a sentir cada leve relevo, leve textura e se empurrou para aprofundar-se em seu corpo fechado, não mais virgem, mas não espaçado e teve dificuldade de entrar, sentindo seu corpo sem qualquer facilitador. O gemido deixou os lábios do moreno ao senti-lo se empurrar para si e inclinou o pescoço para trás, fechando os olhos por poucos segundos antes de desviar o olhar a ele novamente.
- Você quer entrar aí com outra coisa...?
- É claro. - Sussurrou. - Preciso dele pra fazer um bebê, não é?
Disse o maior, mas claro que não era sobre fazer filhos, o que estavam prestes a fazê-lo por lá. Yoruichi sorriu meio de canto.
- Desculpe, é o melhor que eu sei dizer pra te excitar.
Murmurou, desviando o olhar a ele e uniu as sobrancelhas, deslizando uma das mãos pelo ombro do outro, apertando-o ali.
- Você não precisa dizer nada pra eu estar excitado.
O maior disse e com a mão livre, sem tocar no meio de suas nádegas, sem adentrar a seu âmago, tomou sua mão e levou ao sexo, fez com que tocasse o membro viril, já bem disposto para tê-lo, para fazer o que se propôs antes de chegar ali.
O moreno guiou a mão sobre o membro dele como indicado a si e apalpou-o no local, meio desajeitado e abriu um pequeno sorriso, desviando o olhar a ele.
- O que te deixa assim...?
- Ver você me deixa assim.
Yasuhiro disse, realista sobre a resposta, de fato, a ereção se iniciava em expectativa e uma pitada de imaginação, porém vê-lo desnudo, completava a reação. O moreno uniu as sobrancelhas ao ouvi-lo e com a mão que o segurava, apertou-o suavemente entre os dedos, com a mão livre, tocou-o em seu rosto e deslizou aos cabelos loiros.
- Eu sou o único que te deixa assim?
- Hum...
O loiro disse, fingindo-se pensativo, para provoca-lo, mas sabia que não podia fazê-lo demais e tocou seus macios lábios já sem tinta labial.
- E você tem dúv... - Disse e somente então ponderou que a pergunta teria uma resposta que não precisava. - Só você.
Yoruichi estreitou os olhos a ele ao ouvi-lo, e de fato, ele sabia como irritar a si, aquele maldito. Apertou-o firmemente no sexo, que tinha entre os dedos e observou os olhos dele com os próprios, afiados.
- Pensou demais.
- Ai ai... - O loiro resmungou e torceu os lábios, deu-lhe um risinho. - Sabe que estou provocando você.
- Acho bom, ou eu arranco isso aqui numa puxada só.
Yoruichi murmurou, referindo-se ao sexo que tinha em mãos e mordeu o lábio inferior. Guiou-o entre as próprias pernas visto que perto demais, roçando-o no local onde seus dedos tocavam, a própria entrada, porém, não o deixava entrar, apenas roçar no local, sentindo a região, e queria provocá-lo a ponto de fazê-lo perder a paciência.
- Ah... - Gemeu, prazeroso com o toque.
O loiro voltou o olhar para baixo, tentando ver sob a água, com pouco sucesso, podia vê-lo, mas no tênue vapor pairando sobre a água. Ainda assim, sentia-se em seu corpo, delineando-o com a ereção, friccionado por ele mesmo e moveu os quadris, fingindo o mesmo ritmo de penetra-lo, sem realmente entrar em seu corpo, e talvez, não fossem ter um sucesso tão rápido, visto que em sua cabeça, pretendia provocar a si, e para si mesmo, poderia fazer a ele o mesmo, provoca-lo.
Yoruichi sorriu a ele meio de canto, aproximando-se a beijá-lo em seu pescoço, e podia senti-lo pulsar em meio aos dedos, ou ao menos achava que podia. Apertou-o suavemente, sabia que se o provocasse um pouco, ele cederia, era homem, novo, e como a si, deixara de ser virgem há pouco tempo. Selou os lábios dele, num suave roçar de rostos e desviou o olhar a ele.
- Gosta desse prazer psicológico?
- Gosto de diversas formas de prazer, afinal, qual prazer não é bom, hum?
O maior retrucou e sorriu a ele, com os dentes à mostra. E de fato, fazia-se pulsar entre seus dedos, apertado pelos dígitos provocativos dele, em reflexo dos espasmos propositais que fazia com aquela parte, deveras, excitado, mas sabia que ele não estava diferente, como a si, era jovem e sensível, e se fosse ser provocado, faria o mesmo, nem que lhe causasse uma ejaculação precoce. Tocou seu peito, acariciando levemente com o resvalo dos dedos um de seus mamilos.
O moreno suspirou ao sentir o toque sobre o mamilo e uniu as sobrancelhas, não havia recebido nenhum toque diretamente no membro, mas todos aqueles toques já seriam suficientes para fazer a si pulsar, assim como ele, na ereção que tinha. Uma das mãos deslizou pelo tórax dele, acariciando-o, sentindo a pele fria do outro e deslizou para cima, tocando seus cabelos macios, bonitos enquanto a outra mão, lhe dava uma sutil carícia no membro, massageando-o, vez ou outra, deixando-o se roçar contra as nádegas e aproximou-se da orelha dele, num suspiro suave, soprado e só então afastou-se, dando a ele a impressão de que havia cessado os toques que lhe dava, e fora isso mesmo que havia feito. Sorriu de canto, numa provocação e virou-se de costas, apoiando-se na beira da pequena piscina natural e ergueu o corpo, na menção de se retirar da água.
- Bem, terminei meu banho.
Atsushi aceitou a bebida quando entregue nas mãos. Tragou, sentindo o gosto leve do gengibre. Abaixou-se para ele, deixou a garrafa de lado e ao se debruçar para ele, o beijou, deixando sentir o gosto da cerveja. Kaoru puxou-o para si e retribuiu seu beijo, apreciando o gosto da cerveja, e gostava bem mais do gosto dela nos lábios dele do que a bebendo. Acariciou as costas dele, seus cabelos e estremeceu.
- Atsushi... Ah...
- Hum, gosta de beijar?
O maior indagou junto de seus lábios e com a mão entre suas pernas o tocou em sua intimidade, acariciando antes de penetrar, devagar. Kaoru assentiu, mordendo seu lábio inferior e sorriu contra os lábios dele, deixando escapar um gemido sutil conforme o sentiu se empurrar para si.
- Gosto mais da cerveja nos seus lábios do que ela pura.
- Hum, é, as coisas em você são melhores também.
Atsushi dizia, movendo logo o dedo dentro dele, um vaivém, levando cada vez mais para dentro. O menor sorriu e mordeu o lábio inferior, separando as pernas para dar espaço a ele. Deslizou uma das mãos pelo tórax do maior, notando seu corpo tão bonito, gostava de cada parte dele.
A medida em que o ritmo se tornava mais fácil, logo o maior juntou ao dedo médio o dedo indicador, tomando mais espaço.
- Gostoso?
Disse a olha-lo rapidamente e desceu em seu peito, mesmo coberto pela camisa. Kaoru assentiu, deixando escapar um gemido dolorido mais uma vez, mordeu o lábio inferior.
- Ah... Hai... O médico... Queria que eu fizesse um exame de próstata.
Comentou descontraído, rindo.
- Hum, queria é? Deixa eu fazer pra você. - Disse o maior e empurrou o dedo, buscando o ponto de seu corpo onde era sensível. - Sente isso, paciente?
- Ah! - Kaoru gemeu ao senti-lo tocar o local e riu baixinho. - Sim...
- Parece mesmo que está sentindo, senhor. - Atsushi disse, intensificando a pressão.
- Ah... - Gemeu novamente, suspirando. - Isso é bom, doutor?
- Hum, me diz você, senhor Niikura. - Atsushi empurrou, estimulando-o. - Isso.... É bom?
Kaoru estremeceu, unindo as sobrancelhas, um pouco envergonhado.
- H-Hai...
- Hum, vejo um rubor, senhor? Por acaso está excitado com seu médico?
- Hum, não posso fazer nada se meu médico é gostosão.
-Ah, seu médico é sexualmente atrativo, senhor Niikura?
Atsushi sorriu, mostrando os dentes, achava graça, pareciam dois pirralhos. Com maior vigorosidade passou a mover a mão e penetra-lo com insistência. Kaoru assentiu e riu junto dele, inclinando o pescoço para trás conforme o sentia atingir aquele ponto gostoso com insistência.
- Vem... Entra.
- Não quer que eu continue com os dedos, uh?
Atsushi disse, continuando no entanto com os movimentos, empurrando vigorosamente os dedos para aquele seu sensível ponto. Kaoru negativou, estremecendo conforme o sentia se empurrar e mordeu o lábio inferior.
- N-Não...
- Quer o que então?
- ... Quero seu pau. - Disse, descontraído e sorriu meio de canto.
Atsushi podia ver a falta de jeito dele ao falar, embora tentasse soar descontraído, o que tornava fofo. Ergueu-se no meio de suas pernas e abaixou a boxer, livrando o corpo da peça após retirar os dedos invasivos do moreno. Kaoru sorriu ao vê-lo retirar a roupa, já conhecia seu tamanho, já conhecia o corpo dele, mas sempre gostava de ver de novo.
Após se expor a ele, o maior levou as mãos abaixo de seus quadris e o puxou na altura da pelve, roçando o membro junto ao seu, logo deslizou para as nádegas onde esfregou. O menor sentiu seus movimentos e sorriu mais uma vez, guiando a mão entre as pernas, de modo sutil e apertou-o entre os dedos antes de deixá-lo seguir para as nádegas.
- Hum...
Atsushi mordeu o lábio inferior, na verdade impensado, tanto é que não lhe desferiu qualquer olhar provocador.
- Gosta dessa parte?
Kaoru assentiu, um pouco tímido e sorriu a ele, estremecendo conforme o viu morder o lábio, se distraia com a beleza dele. O maior o puxou com mais firmeza, fazendo fricção com a ereção junto as suas nádegas. Por fim se posicionou, colocando-se a penetra-lo. O puxou novamente, desta vez diferente.
O menor sorriu ao outro e mordeu o lábio inferior, sentindo seu caminho para dentro do corpo e inclinou o pescoço para trás, fechando os olhos, deixando-se levar pela sensação prazerosa, e estava sensível, claro que não era algo que iria notar, mas conseguia perceber que o corpo se excitava tão facilmente com o dele.
Tal como ele, Atsushi sentiu a passagem dentro de seu corpo, tomando espaço, embora estreito, até completa-lo. Grunhiu satisfeito quando encostou a pelve em sua nádega, sentindo-se completamente dentro. Kaoru desviou o olhar a ele após alguns segundos e suspirou, havia sufocado o gemido dolorido na garganta e mordia o lábio para abafar ainda mais.
- Kimochi?
- Sempre gostoso.
O maior disse, um pouco mais grave que o comum. Ficou por um tempo, fitando o guitarrista, esperando para se mover e logo iniciou ritmo. Kaoru sorriu a ele e mordeu o lábio inferior, unindo as sobrancelhas conforme o sentiu iniciar o ritmo, era gostoso, embora ainda dolorido, não sabia expressar o que sentia ao certo.
- Hum...
Ao se mover, o maior sabia que estava dolorido, mas sabia que também estava gostoso. Continuou, o ritmo era inicialmente brando, porém gradativo. Ainda erguido, entre suas coxas se movia. Kaoru agarrou-se a ele e puxou-o para si, em seus quadris, podia ver o movimento que ele fazia até adentrar o corpo e gemeu, prazeroso.
- Ah!
- Uh, está visualmente se estimulado hoje, Niikura?
Atsushi indagou, e ainda longe dele, deu espaço para que continuasse assistindo, entrou e saiu devagar desta vez, deixando visualizar a penetração. Kaoru assentiu e mordeu o lábio inferior, até a expressão na face parecia um pouco lasciva, inclinou o pescoço para trás e puxou-o mais uma vez.
- Atsushi...
- Hum?
O maior murmurou e por sua feição acreditava mesmo que ouviria alguma coisa. Ao se arquear para ele, apoiou ambas as mãos no braço do sofá e permaneceu onde deu apoio, se moveu mais vigorosamente, agora intensificando o ritmo.
- ... Está muito gostoso, mesmo que tenha acabado de entrar... - Kaoru murmurou, observando-o. No carro também estava assim... - Acho que minha próstata está funcionando bem demais. - Riu.
- Uh, é? Está com a testosterona alta, hum?
Atsushi disse embora não quisesse mesmo uma resposta abaixou-se, flexionando os braços apenas para selar seus lábios mas voltou a se afastar em seguida, continuando assim o ritmo. Kaoru riu baixinho e negativou, estava envergonhado pelo que havia dito, e conforme o sentiu se mover novamente, estremeceu.
- Ah!
- Gosto dessa risadinha nervosa com vergonha.
Disse o maior e ao vê-lo acabava sorrindo involuntariamente. No entanto não perdeu o foco do que fazia, continuou a se mover vigorosamente, ouvindo a pele atingir a dele como breves tapas.
- E eu adoro... Seu sorriso.
Kaoru murmurou, o retribuindo no sorriso e podia ver seus movimentos contra si, o puxou sobre o corpo, selando seus lábios mais uma vez e deslizou as mãos pelos cabelos dele.
- E meus cabelos.
Atsushi disse-lhe logo contra os lábios, conforme puxado, conforme tocado. Se movia, não precisava de tanta rapidez mas se empurrava contra ele, quase com enterradas, empurrando onde colocasse tudo dentro dele.
- Sim, seus cabelos.
O menor sorriu contra os lábios dele e mordeu o lábio inferior, dessa vez, o dele. Estremeceu conforme o sentiu se empurrar tão a fundo no corpo e gemeu contra os lábios dele.
- ... Ah...
- Você quer gozar?
Atsushi indagou, ainda se movia, ainda o penetrava com profundidade e aproveitou para beijar seus lábios, penetrar sua boca e a medida em que intensificou o beijo, fez com o quadril. Kaoru assentiu, e de fato queria mesmo gozar, podia sentir o outro bem a fundo no corpo, não podia descrever como gostava. Ao estremecer, desviou o olhar a ele, seu corpo bonito e chegou a suspirar, não era preciso muito, e mais alguns movimentos no lugar certo, gozou, deixando escapar o gemido prazeroso, contra os lábios dele. De olhos fechados, podia sentir os lábios dele junto aos próprios, seria seus dentes, sabia que eles estavam lá, é isso forçou a si a abrir os olhos, em meio a sensação prazerosa do corpo, podia vê-lo, quase em câmera lenta dentro da própria cabeça, ouvia sua voz, mesmo suave, sempre tão bonita e afinada, até em seus gemidos, o amava, tanto que não podia pensar em perde-lo. Sentiu nos olhos algumas lágrimas e piscou algumas vezes para afasta-las, de alguma forma, sentia-se num misto de sensações prazerosas, e também na tristeza de saber que podia ter alguma doença que o levasse para longe de si, isso era o que pensava.
Não muito precisou, Atsushi tocou nele como ele bem observava a parte sensível de seu corpo delicado naquele dia, sabia que estava afetado pela incerteza de seu estado de saúde, mas por alguma razão aquilo não havia deixado preocupado a ponto de perder sua excitação. Ele havia gozado, denunciando seu prazer fosse com seu gemido leve quanto com os espasmos de seu corpo que logo trariam o ápice para si também. Embora o tivesse feito gozar, continuou, intensificando seu auge enquanto buscava o próprio e com ele, logo gozou, desfazendo-se num sopro da voz, rouco, o penetrou mais fundo e cessou apenas enquanto depositava o prazer dentro dele.
- Atsushi...
O menor murmurou, deixando escapar um gemido prazeroso conforme o sentiu gozar, e o abraçou, firme contra o corpo, beijando-o no rosto, no pescoço, e as unhas deslizaram por suas costas, arranhando-o suavemente sua pele.
O maior uniu-se a ele, além das partes onde se fundiam, sentia seus beijos que quase pareciam apressados e suas unhas não tão gentis quanto os lábios. O retribuiu, beijou seu pescoço e seguiu para o queixo, mordeu e lambiscou a região.
- Kimochi, hum.
Kaoru assentiu, desviando o olhar a ele e mordeu o lábio inferior, havia adquirido mania de fazer isso.
- ... Eu te amo.
Atsushi afastou-se, suficiente para olha-lo. Sorriu a ele e afagou sua bochecha levemente áspera.
- Eu também te amo.
O menor assentiu e acariciou-o novamente nos cabelos.
- ... Tudo bem, vai ficar tudo bem. Vou fazer o jantar pra gente depois do banho. - Sorriu.
- Eu tenho certeza que sim. - Disse o maior, imaginando que ele queria convencer mais a ele mesmo do que a si. - Eu posso pedir comida chinesa.
- ... Melhor. - Kaoru sorriu. - Vamos tomar banho e pedir comida chinesa.
- Hum, quer mesmo um banho, ah?
- Quero sim. Estou sujo. - Riu.
- Então vamos.
- Hey, Izumi corre aqui, o Tsubaki está na tv!
- Na tv?
Izumi correu, claro, em direção ao local, desviando rapidamente o olhar ao televisor, e carregava consigo o pequeno prato que polia, observando o outro ali.
- Isso é ao vivo?
- Iie, é uma entrevista. Ele disse que apareceria. Hum e como foi a noite? Consegue sentar?
- ... Eh? - O loiro desviou o olhar a ele, e somente quando entendeu a piada sentiu a face se corar. - .... Ah. S-Sim...
- Hum, então não foi boa.
- M-Meu filho votou pra casa, disse que estava com saudade.
- Puta que... Tsubaki! Bom dia!
- Bom dia, Jin. Bom dia, Izumi.
Tsubaki disse aos serviçais e já podia ouvir a vaporizadora aquecer o leite, enquanto o café era extraído e já sabia de quem era a posse. Buscou o pequeno recipiente e agradeceu ao barista enquanto tragava a pequena dose, um macchiato. Fitou o garoto, recordando-se da situação que haviam se colocado antes, era um pouco estranho de fato, mas tentou não parecer recordar daquilo a ele.
- Jinichi, hoje por volta das quinze horas o novo segurança virá e ficará até o fechamento, vocês estarão bem.
Izumi desviou o olhar ao chefe que agora estava dentro da cozinha e uniu as sobrancelhas, pego de surpresa.
- B-Bom dia Tsubaki-san...
Murmurou e o viu sorrir para si e seguir para fora, quase teve um ataque interior com a voz mais fina que o habitual que deixara escapar.
- Que isso? Parece aquelas meninas de hentai...
- Jin!
Após se dirigir ao escritório,Tsubaki analisou a proposta do confeiteiro, Jinichi, sobre opções do cardápio futuro, marcou com uma caneta o que deixaria permanecer e o que seria desclassificado e por fim, a listagem de produtos que deveria pedir ao fornecedor para o preparo das receitas. Izumi suspirou, e queria seguir ao escritório dele, mas estava meio hesitante, não queria que pensasse que estava desesperado, mas havia comprado algo para ele.
- Vai logo caralho, para de ficar olhando o dia todo.
- Ta bom, ta bom...
Izumi murmurou e com a pequena sacola preta seguiu para a sala dele, batendo na porta e adentrou o local quando autorizado.
- ... Oi.
Tsubaki ouviu a dupla batida antes de autoriza-lo e ergueu o olhar para fita-lo assim que entrou.
- Sim, Izumi? - Disse e fitou posteriormente a folha, esperando finalizar a atividade.
- Desculpe interromper, é que... Eu comprei uma coisa pra você. - Sorriu. - Posso?
O moreno voltou a olha-lo e arqueou a sobrancelha num gesto automático.
- Claro.
Izumi sorriu novamente, meio de canto e aproximou-se dele a deixar a pequena sacola sobre a mesa, e esperou que abrisse. Era simples, nada muito elaborado, tinha ali uma caneca preta que achou bonita e em conjunto a embalagem de café em grãos.
- Eles... Me falaram que era da Colombia e que... Era o melhor café, eu... Não conheço muito então...
Tsubaki aceitou o delicado embrulho e fitou a caneca de decoração simplista, fosca e bonita. A embalagem de café o qual podia sentir os grão e sorriu, agradecendo a ele com a cabeça.
- Obrigado. Mas, por que o presente?
O loiro sorriu a ele e mordeu o lábio inferior.
- Nada, eu só... Queria agradecer.
- Pelo que? - Disse o moreno enquanto ajeitava o presente como antes estava.
- Pela ajuda... Por tirar eu e o meu filho... "Da rua".
- Eu já disse que isso é de seu próprio mérito, Izumi. Você trabalha pra isso.
- Eu sei... Mas me deu oportunidade.
- De todo modo, obrigado por isso, será de muito bom uso.
- De nada eu... Espero que goste.
- É claro. Você pode ir com o Hasui em casa qualquer dia, e fazer o café pra mim. Ah, talvez não tenha mexido com a maquina ainda, pode pedir que o barista ensine.
- Ele me deu uma aula bem rápida... Mas... Eu sou meio lerdo. - Sorriu.
- Bem, qualquer dia me mostre isso.
- Hai. ... Ah... - Izumi murmurou e coçou a cabeça, sem saber o que falar. - Eu estava me perguntando se... Você não gostaria de jantar... Ou eu posso fazer o jantar... Eu...
Tsubaki sorriu.
- Claro, mas hoje não posso. Talvez na sexta-feira, hum?
- Hai... Claro. - O loiro sorriu meio de canto.
- Busco você as sete.
Izumi assentiu, e não queria parecer animado demais, então fez uma pequena reverência e seguiu em direção a saída. Tsubaki assentiu como ele e antes que saísse pediu que chamasse pelo confeiteiro. Logo o viu deixar a sala e encostar a porta como havia achado.
O loiro assentiu e logo seguiu para a saída, fechando a porta atrás de si e sorriu quase de orelha a orelha, com alguns pulinhos que se tornaram pulos maiores e logo viu o ruivo parado próximo a si com um sorrisinho malicioso.
- .... O que?
- Pelo jeito, a noite vai ser boa.
Um suspiro profundo deixou os lábios de Yori, os cabelos loirinhos repousavam sobre o travesseiro, bagunçados, era a primeira vez que dormia tão bem, porque dormia na cama dele, e não no quarto escuro e o colchão duro. Ainda era estranho estar ali, saber que ele dormia ali, podia até mesmo sentir o cheiro dele, era gostoso, como uma flor de lótus, chegou a sorrir em meio ao sono, nas fora cortado pelo gemido dolorido das costelas machucadas e dos quadris doloridos, lembrou-se naquele momento porque realmente não dormia bem há dias, quer dizer, uns dias atrás estava até melhor do que aquilo, mas febril devido a falta de sangue por ser drenado por ele constantemente. Ao abrir os olhos, devagar, fitou a escuridão do quarto, já havia aprendido a trocar o dia pela noite, porque era a noite que ele vinha, então precisava ficar alerta. Do lado de fora ouviu passos, e rapidamente abriu os olhos, fitando por baixo da porta quem quer que fosse se aproximar do quarto, se preparava para ele novamente, porém, não era ele. Uma serviçal passou de um lado a outro no corredor, conhecia o barulho dos sapatos. Uniu as sobrancelhas, confuso e virou-se na cama, o cobertor era quente, macio, grosso, se sentia tão confortável, é só então o viu, ele dormia junto a si, na sua cama grande e espaçosa que bem havia se dado conta de que estava deitado. Levou um minuto inteiro para processar aquilo é só então lembrou-se que na noite passada havia combinado com ele que iriam até a própria casa. Curioso, fitou seu sono, parecia leve, e não profundo, parecia que ele até mesmo podia ver a si através das pálpebras, e aquilo era um pouco estranho. Embaixo das cobertas se encolheu, a porta estava aberta, mas nem pensou em levantar, e o gatinho estava aninhado nos próprios pés, sobre o edredom.
- ...
Os ruídos do loiro quando acordado eram específicos, ainda que não houvesse nada em especial sobre eles, mas Hideki sabia quando estava acordado, ainda se estivesse de olhos fechados. Seus movimentos alarmaram o sono e embora não tivesse saído dele por completo, já não era tão profundo. Era no entanto, uma verdade novidade, acordar ao lado um humano.
O loiro suspirou, tinha cuidado até mesmo em respirar, não queria acorda-lo, e silencioso ficou pela cama espaçosa. Uma das mãos guiou até a coxa, sentindo a temperatura quente do corpo, usava um short curto, uma das únicas roupas que tinha naquele lugar, estava frio, mas ali estava aconchegante, embora desconfortável, já que sentia algo duro entre as pernas, que apertou de leve, tentando afastar.
Hideki suspirou, e aquele não era um gesto necessário, era apenas um tipo de travessura, para ver se o garoto perceberia quando enfim despertou. Tinha noção de espaço, mesmo adormecido, tinha percepção do ambiente e dele.
Yori suspirou, era um momento péssimo para estar daquela forma, na verdade, nem sabia ao certo a razão, era adolescente e tinha uma ereção por quase qualquer coisa. Conforme o ouviu suspirar, desviou o olhar a ele rapidamente, unindo as sobrancelhas.
- Hideki...?
Tal como estava, o maior abriu os olhos e os voltou de soslaio para ele. Estava deitado de peito para cima, digno de um cadáver no caixão. O loiro uniu as sobrancelhas ao ver os olhos brilhantes dele observando a si, negativou na mesma hora.
- Nada... Pode... Pode dormir...
- Não estava dormindo. - Disse diante do receio do rapaz.
- Não? Eu te acordei?
- Não exatamente. O que você precisa?
- ... De nada, eu só... Só acordei.
- Hum...
Hideki murmurou e se virou na cama, voltado para ele. Yori observou-o tão perto e novamente apertou a si, sutilmente, tentando conter a ereção antes que ele chegasse mais perto e percebesse.
- O que você tem? Está corando. Seu sangue está fluindo muito rápido.
- ... Não é nada, só...
- Uh... está ansioso. Excitação?
- ... Eu... - Yori disse sentindo a face corada. - Estou um pouco desconfortável. Mas já vai passar.
- Desconfortável? Me conte o que é seu desconforto. A cama não parece boa o suficiente?
- ... - O menor uniu as sobrancelhas. - Esta sim, é que... Eu acho que sonhei com algo bom.
- O que tão bom te deu desconforto? Sonhou com alguém?
Hideki indagou e da forma como o olhou, não precisava de muito para deixar claro que perguntava sobre uma outra pessoa. Yori encolheu-se e percebeu que não se lembrava do sonho que havia tido, e na verdade, não tinha nenhuma outra pessoa pra pensar, se não ele, será que havia sonhado com ele...? Mesmo depois do que ele havia feito consigo?
- ... Eu não me lembro.
- Então como poderia saber que foi um sonho bom?
O maior indagou e se acomodou na cama, virado de lado, apoiou o cotovelo sobre o travesseiro e a face junto a palma da mão.
Yori suspirou.
- Estou excitado... - Disse e apertou ainda mais o sexo.
O moreno o observou, entendeu justo por suas bochechas coradas, sabia que estava quente e o sangue corrente era para uma parte específica.
- Ah está de pau duro? Você quer ter sexo comigo, uh?
Novamente a face do menor corou e negativou.
- Não, eu... Eu não disse isso, é que... Ele estava assim quando acordei. Eu... Não vou aguentar fazer com você, estou machucado.
- Então você vai fazer algo por si mesmo, ah? O que está machucado em você?
Yori uniu as sobrancelhas.
- ... Meu pescoço, minha cabeça, meus quadris, quase meu corpo todo...
- Hum, certo. Então vou te dar algum descanso, já que está tão indisposto.
Disse o maior e se sentou na cama, estava despido sob o cobertor, ao se sentar, revelou apenas o tronco sem as roupas e a leve descida ao ventre nu, fez de propósito, ainda que o rapaz não fosse completamente aberto sobre sentir atração por tal.
Yori desviou o olhar a ele, e ele era bonito, ele sabia disso. O arrepio percorreu o corpo e negativou, fechando os olhos, firmemente, não sabia como se sentir sobre ele, o queria, e tinha medo ao mesmo tempo.
- Não vai resolver seu problema sozinho? Eu quero ver. Sua mão não vai te machucar como eu.
Hideki disse e se moveu com leveza, deixando insinuar no fim do ventre o início do corpo despido naquela parte. Ao abrir os olhos, Yori o fitou em frente a si.
- ... Q-Quer que eu me masturbe... Aqui?
- Não precisa se aliviar?
- Sim, mas... Eu nunca fiz isso na frente de alguém...
- Então quer que eu faça por você? Mas não garanto que eu consiga parar na metade.
- ...
Novamente o loiro sentiu a face se corar e permaneceu pensativo, não sabia o que responder, o observava, ele era bonito, não tinha a menor dúvida disso, mas havia sido violentado por ele um dia antes.
- Talvez... Só... Só um pouco...
Murmurou, e claramente não estava pensando direito, sabia disso porque o coração parecia querer sair pela boca, mas o cérebro dizia que era um idiota.
- O que? Um pouco sozinho ou quer que eu o toque um pouco?
- Quero que toque um pouco...
- Uh. Você ouviu o que eu disse? Sabe que não vou parar na metade.
Hideki disse e imergiu sob o cobertor uma das mãos, o qual desceu ao próprio corpo, tocou a parte que se revelava parcialmente, e embora não tenha exposto, o movimento insinuado pelas mãos lhe dava ideia do que fazia.
- ...
Yori encolheu-se ao ouvi-lo e podia ver seus movimentos, aparentemente também estava excitado, e não sabia realmente se aguentaria fazer aquilo com ele, mas agora, já o havia excitado, havia como recusa-lo? Ele não era o tipo que aceitava ser recusado, já havia visto antes.
- Eu... Eu dou um jeito sozinho.
- Você não me quer?
O vampiro indagou e sob o cobertor apalpou o membro cuja maciez ia sumindo aos poucos. Yori uniu as sobrancelhas, é claro que o queria, mas não sabia como agir, ele era muito bruto consigo, era humano, era frágil, e ele era um vampiro de quase cem anos.
- Eu... Eu não disse isso...
- E então você quer?
O maior retrucou, esperando uma resposta direta, ainda que provavelmente esperasse a resposta que queria ter. Por um momento, o menor permaneceu em silêncio, fitava o corpo dele onde exposto, já havia perdido a conta de quantas vezes havia feito a observação de que ele era bonito na própria cabeça.
- ... Será gentil comigo hoje?
- Eu sou gentil.
Disse o maior ainda que soubesse que não. Yori uniu as sobrancelhas.
- Você não é não.
- Hoje você pode vir por cima.
- ...
O menor assentiu, não sabia o que fazer realmente, não tinha prática com isso, e estava tão dolorido que seria difícil.
- ... Gosto... Gosto do seu corpo entre as minhas pernas.
Disse, propositalmente por saber que ele esperava que gostasse dele, porque não conseguiria se mover. Hideki franziu o cenho suavemente, desconfiado quase sem motivo, habitualmente.
- O que?
- Eu gosto. - O loiro disse a observa-lo. - Gosto da sua pele macia..
- Então você está me pedindo pra estar no meio das suas pernas?
- Sim... Vem...
- Você quer ter sexo comigo, hum?
Hideki indagou e se levantou, fazendo deslizar o edredom e revelar o corpo nu antes sob ele. Se ajoelhou na cama, defronte a ele.
Yori desviou o olhar a ele, sabia que precisava ter uma boa resposta para aquilo, embora não quisesse dizer com todas as letras que sim, imaginava o corpo ardendo com a entrada dele. Mordeu o lábio inferior por dentro.
- Sim...
- Você quer?
Hideki indagou novamente, um pouco incomodado pela forma como soava, imaginava que estava contraditório sobre isso.
- ... - Suspirou. - Estou com medo, mas sim, eu quero...
- Uh. Vou ser bom com você, mas apenas hoje.
Disse o maior e ajoelhado, segurou-se nos dedos, insinuando-o para ele. Yori assentiu e sorriu meio de canto, de fato queria toca-lo, queria senti-lo e queria dar algo a ele, algo bom, por algum motivo. Ao observa-lo se segurar, mordeu novamente o lábio inferior, por dentro e suspirou, puxando a roupa íntima, devagar a retirá-la do corpo e expôs o sexo excitado para ele, assim como as marcas arroxeadas nas nádegas, onde ele havia batido dias antes.
Hideki viu a insinuação de seus movimentos embaixo do cobertor, que em movimento logo revelou sua nudez. Estava firme e até achou graça no fato, sorriu canteiro e não teve rodeios em toca-lo, segurou e apalpou. O menor sorriu a ele, meio de canto e mordeu o lábio inferior ao senti-lo tocar a si, era gostoso, não podia negar isso.
- Hum...
O maior levou a mão até a boca e lambeu os dedos, voltou a toca-lo e o encarava ao fazer.
Yori estremeceu, podia sentir a face se corar conforme tinha o toque dele novamente ali, o quarto estava escuro, podia ver pouco dele, ao contrário de um vampiro que podia ver no escuro. O quarto era iluminado por uma pequena fresta de luz que entrava por debaixo da porta, vindo de fora. O moreno esticou a mão e buscou a dele, levou para o próprio corpo, à ereção bem disposta. Deslizou seus dedos para a base, num movimento de vaivém.
- Você quer isso?
Yori desviou o olhar a ele, tentava vê-lo, o via pouco agora sobre si e tocou seu sexo, sabia o quanto ele era grande, mas não o havia tocado daquela forma ainda, por isso, a mão de afastou quase de imediato, num pequeno sobressalto. Devagar, voltou a toca-lo, segurando-o sutilmente, sem firmeza. Hideki sentiu seu sobressalto, mas o segurou pelo pulso, deixando no lugar, ainda que o gesto de voltar fosse por sua própria vontade. Recobriu seus dedos e os apertou em torno, tirando seu toque lânguido.
O loiro uniu as sobrancelhas ao senti-lo segurar a si, ele era forte, e aquilo era meio preocupante, mas não parecia querer machucar a si naquele dia. Apertou-o, firme ao redor de seu sexo e só então ponderou que ele estava ereto assim como a si, mas por que?
- Por que você... Está... Duro?
- Porque você está. - Respondeu, direto.
- ... Se excitou por minha causa?
- E você acha que ia escolher alguém que não me atraísse?
Yori sorriu, meio de canto.
- ...Você gosta de verdade de mim... Não gosta?
- Uh. - Hideki murmurou e soou um riso nasalado num sorriso canteiro. - Pois o amor nem sempre é algo bonito.
Disse a ele, embora por entrelinhas, na verdade se referia ao modo como se relacionava com ele, sabia que era grosseiro e sabia que a forma como o havia tomado não era "bonita", justamente por isso dizia que nem sempre o amor seria gentil. Ao ouvi-lo, Yori permaneceu silencioso, lembrava-se da menina que ele usava para de alimentar e também se lembrava da serviçal dizendo a si que ele gostava de si, mas ao mesmo tempo, lutava consigo mesmo imaginando se ele não de livraria de si como havia feito com o corpo dela, sempre havia alguma coisa em si que dizia que devia desconfiar dele, e agora ele dizia sobre amor... Havia apenas perguntado se ele gostava de si, amor era uma palavra muito forte, como ele podia amar alguém que todo o tempo estava infeliz por estar com ele? ... Suspirou e puxou-o para si, delicado, fazendo-o colar o corpo ao próprio e selou seus lábios algumas vezes. Era a primeira vez que fazia aquilo em retribuição, tão deliberadamente.
- Você me ama?
Hideki seguiu para ele, como puxado de modo inesperado, apoiou apenas mãos a cada lado de seu corpo ao ganhar o beijo quase infantil. Encarou o rapaz diante de sua pergunta, responder aquela questão era um pouco difícil, uma vez que pouco conhecia daquele garoto, tinha a convivência limitada pelas escolhas dos dois, mas ainda que soubesse disso e tivesse ciência de que eram precoces, o cérebro de um vampiro nunca trabalharia racionalmente no quesito de escolher um parceiro, escolhia-o quase como se os sentimentos fossem de um terceiro participante, sem se importar com a razão, escolhiam-se de forma irracional e intensa, provavelmente se apaixonava pelo cheiro, e ia juntando uma porção de atributos. Para um vampiro, se apaixonar era como escolher independente do outro, podia não gostar da personalidade do companheiro, podia não gostar de alguma mania, podia detestar outras coisas, mas ainda assim, não seria capaz de odiá-lo e nem de conter as sensações, talvez fossem mesmo como os animais. E ainda para si, com um século de existência, tendo encontrado parcerias sexuais nesse período, nunca ter se envolvido emocionalmente, encontrar o garoto com que se ligou minutos antes de que sumisse do mundo, não poderia ser mera coincidência, acreditava sim, que ele era o parceiro de vida, por isso tinha que admitir, provavelmente o amava, mas queria perceber isso com o tempo.
O menor permaneceu a observá-lo, ele não havia dito uma palavra, se perguntava o que passava pela cabeça dele sobre a pergunta que havia feito, e tudo que sentiu fora sua respiração de certa forma pesada contra o rosto, ele não costumava respirar, só naquele momento havia percebido isso, por isso, se calou igualmente por alguns instantes, ponderando que talvez fosse melhor não ter feito aquela pergunta tão indiscreta. Abaixou a cabeça, suavemente, observando o pouco que podia do corpo dele.
- Desculpe, não devia ter perguntado isso...
- Talvez se um dia você disser que ama, então amarei você. - O maior disse, era orgulhoso no fim.
Yori desviou o olhar ao rosto dele, tentando vê-lo, mas só podia ver seus olhos bonitos.
- ... Como vou amar você se é tão cruel comigo?
- Hum, então você não sente nada por mim? Porque sou cruel?
Hideki riu, não era de fato provido de graça. Yori uniu as sobrancelhas, não sabia explicar para ele como sentimentos humanos funcionavam, não era um vampiro, mas não podia dizer que não sentia nada por ele.
- ... Gosto de você, mas... Não te amo.
- Uh, que rude. - O moreno disse, embora soasse sarcástico, sentiu desprezo por ele por alguns segundos. - Eu não perguntei se me amava.
- Só de prendeu a essa parte? Eu disse que gosto de você.
- Grande merda, Yori.
O menor uniu as sobrancelhas.
- Não gosta de mim?
- Não. Não sou uma porra de criança.
Yori suspirou, novamente ele estava sendo agressivo, e encolheu-se conforme o ouviu falar mais alto, era melhor tirar o sexo de perto dele enquanto ele estava irritado.
- Melhor não fazer isso, aí sim vou ficar irritado.
- Pare de falar assim comigo se quiser que eu goste de você!
Hideki o encarou, impassível. Na verdade incomodado com seu pedido que soava como ordem, não gostava da ousadia repentina.
- Você já gosta, não é, criança?
O menor negativou e suspirou, sentando-se na cama.
- Por que você é tão arisco? Como um gato selvagem. Não é possível domar você.
- Depende muito do quanto você me faz querer deixar você domar. Você escolhe palavras erradas, e elas soam ainda mais errada pra mim.
Yori uniu as sobrancelhas e suspirou.
- ... Acho você bonito, atraente... Mas é grosseiro, quando eu tento gostar mesmo de você, você me afasta, me machuca, me bate e eu sofro com isso.
- E você acha que eu não sei? - Hideki disse e cerrou os dentes, embora ficassem a mostra a medida em que o fez. - Mas você fica falando o quanto você está tentando e isso me deixa mais puto da vida. Pare de falar isso.
Yori uniu as sobrancelhas e assentiu, silencioso enquanto o observava.
- Eu sou desse jeito, e eu sei disso, mas você me deixa pior.
- ... Por quê? Eu não faço nada.
- Faz. Você age como se estivesse aturando. Não gosto disso.
- ... Como quer que eu aja Hideki? Você esquece que me trouxe aqui contra a minha vontade. Precisa ser uma pessoa agradável pra você fazer gostar de você.
- Tsc. Vá, desça pro seu quarto.
O loiro uniu as sobrancelhas.
- Eh?! Não! Você prometeu que ia me levar pra casa!
- Não estou com vontade. Você acha que pode ficar ditando como as pessoas devem tratar você.
- ...
O menor estreitou os olhos e levantou-se da cama, buscando as próprias roupas no sofá, que vestiu.
- Está estreitando os olhos, ah?
- Estou.
- Se eu costurar eles, não vai mais poder estreita-los pra mim.
Yori uniu as sobrancelhas e negativou, vestindo a camiseta que havia deixado para dormir e seguiu para a porta, tentando abrir a maçaneta.
- Por que está trancada?
- Porque eu durmo com a porta trancada.
Disse o moreno e observou o rapaz na porta, tal como seu corpo pequeno, ou melhor, não tão pequeno, mas era bastante magro, sob a camisa que usava.
- ... Pode abrir pra ir pro meu quarto?
Hideki levantou-se, nu como estava, atravessou pela cama e bem, foi a direção do garoto e não exatamente da porta. Yori desviou o olhar a ele e afastou-se sutilmente da porta, dando passagem a ele para abri-la, sem entender. O maior fez menção de tocar a porta mas o contrário do caminho lançou o braço para ele e pegou sem dificuldades por suas pernas, formando um tipo de assento temporário para seus quadris conforme o acomodou no antebraço, o pegou no colo.
Estava frio, é claro, não para Etsuo, mas para um humano comum talvez. Tinha nos olhos os óculos escuros, no céu não tinha sol, mas a claridade ainda incomodava a vista e esperava o irmão, visto que havia colocado sobre sua mesa de escola um bilhete informando que o estava esperando na mesa do refeitório, mas já faziam alguns minutos e nem sinal dele. Quando prestes a desistir, viu o rapaz se sentar em frente a si e o conhecia bem, mas não acreditou que era ele, somente quando retirou os óculos, observando-o.
- Perdeu a noção do perigo?
- Oi, Etsuo certo?
- Não.
- Foi assim que o Ritsu me apresentou você aquela vez... Está usando um nome diferente, mas... Enfim. Você é irmão do Ritsu, não é?
- Não sou irmão dele.
- Então...?
- O que você quer?
- Eu quero saber se é irmão dele mesmo, porque... Eu... Estou gostando do Ritsu e não sei como falar pra ele, quero saber o que ele gosta... Mas não fique com ciúme, eu não quero tirar ele de você.
Etsuo arqueou uma das sobrancelhas, e estava prestes a voar no pescoço do garoto, por sorte, dele, não própria o sinal tocou.
- Está sim...
Após a aula complementar, Ritsu voltou à classe, notando o bilhete deixado ali, sem entender a razão dele, teria sido muito mais fácil de houvessem se encontrado para que ele dissesse ao invés de deixar o recado em papel. Finalmente pôde descer após a aula, passou na cantina no entanto e comprou algumas bebidas, aloe vera para ele e cappuccino enlatado para si, claro que não era a melhor opção de um cappuccino, mas na escola não podia esperar muito. Seguiu pelo refeitório, buscando encontra-lo, parou por um momento ao perceber o irmão junto ao colega, que não entendeu o motivo da conversa, que não poderia ouvir.
- Não, você... Quer cuidar dele, eu entendo. E eu também.
- Você não vai cuidar de porra nenhuma seu desgraçado.
Etsuo falou a erguer a voz e ergueu-se, segurando-o pela camisa do uniforme.
- Etsuo! - Ritsu disse e embora não houvesse corrido, caminhou com passos largos e precisos até ambos. - O que estão fazendo?
Etsuo desviou o olhar ao caçula ao vê-lo ali e estreitou os olhos, negativando, porém não soltou o garoto.
- Nada... Eu só... Quis falar com ele.
- Falar é? Eu vou te cortar em pedaços!
- Etsuo, solte ele.
Ritsu disse ao irmão e não tinha intenção de soar suave como normalmente, soou impassível.
- Não se meta, Ritsu!
O menor fitou o irmão, mais emputecido por sua grosseria em frente aos outros consigo, do que pela discussão em si. Se aproximou e até abandonou as bebidas num lugar qualquer, sem intenção de toma-los de volta. Segurou a mão do irmão e tentou se pôr na frente do menor, a fim de separa-los.
- Ritsu, solta.
O maior falou, desviando o olhar a ele, e os olhos brilhavam mesmo atrás das lentes de contato, expondo o quanto estava irritado com o ato do garoto a frente, se o menor não estivesse ali, certamente o enforcaria.
Ritsu não queria falar, o contrário do irmão, não era o tipo de pessoa que gostava daquele tipo de exposição, ele simplesmente não ligava, já para si, sentia-se enojado. Teria ido embora, dado as costas, com intuito de ao menos tira-lo de lá no susto, porém o menor parecia ainda mais assustado, não tinha como deixa-lo por lá. Olhou o irmão, tentando dizer a ele para parar com aquilo se que precisasse falar.
Etsuo suspirou e estava puto, tanto que ao invés de soltar o rapaz simples, o corpo dele fora ao chão num baque seco, e o arremessou de cima da mesa, sem querer saber da expressão das pessoas ao redor, ou das perguntas de como havia feito aquilo. Também não quis saber se havia quebrado algo dele. Por fim levantou-se e ao invés de o pequeno sair, fora a própria vez, principalmente ao ver o caçula dar mais atenção ao amigo do que a si.
Talvez fosse aquela a primeira briga com o irmão. Já haviam discutido antes, nada que levasse àquele patamar. Ao ouvir o alarde diante de seus movimentos, Ritsu não tinha intuito de desprezar o irmão e talvez aumentar toda aquela sua ira, mas não tinha como respeita-lo diante daquela reação. Saltou em direção ao garoto, estupefato pela reação do moreno, exceto na discussão que antes haviam tido por conta de outro amigo, com que saíra com o pulso ferido, aquela havia sido a pior, ele parecia quase irracional, não entendia de onde sua personalidade havia saído, não via algo como aquilo nos pais. Ao se abaixar, pegou o amigo menor no colo, fitou o irmão e deixou claro, que havia sentido receio dele, e assim tratou de levar o mais novo até a enfermaria.
Ao sair do local, prendendo as lágrimas nos olhos, o moreno seguiu direto em direção a sala, onde pegou a própria mochila e seguindo em direção a saída sentiu o puxão no braço, um dos garotos da turma dele havia parado a si, curioso com a própria fúria, e do modo como estava irritado, poderia jogá-lo longe, se as feições dele não lembrassem as do irmão quando mais novo e cessou os passos, observando-o, ainda com as sobrancelhas franzidas em evidente irritação.
- Yazu, está tudo bem?
- ... Quem é você?
- Desculpe, meu nome é Mitsuki.
- Mitsu... Ki?
- Hai. Você não me conhece, mas vi você vindo tão raivoso pra sala e quis saber se estava tudo bem... Desculpe me meter.
Etsuo suavizou a expressão de raiva a observar o pequeno, e parecia uma menina, não era atraente para si, mas como havia notado, algo dele lembrava o irmão, e isso chamava a atenção, há muito tempo não via o irmão perguntar algo assim para si, desde que os ataques de ciúme começaram. Ergueu uma das mãos e deslizou pelos cabelos do garoto, bagunçando-os como fazia com o caçula e nada disse a ele, apenas se desviou e
seguiu para fora da escola.
Após deixar o garoto na sala de enfermagem, Ritsu explicou a situação a enfermeira e mesmo ao garoto dolorido e deitado, por sorte pouco ferido. Após isso, já com os materiais, ajeitou no ombro e saiu caminho de volta, até cruzou brevemente o caminho do irmão, falava com alguém, mas não deu a menor atenção, estava irritado e com isso, o contrário dele, não se refletia em fúria mas sim em apatia, era um oposto gigantesco dele. E assim os passos se seguiam apressados, queria chegar em casa sem ter o caminho cruzado com o do moreno, não queria continuar a discutir, não queria ouvir asneiras e não queria ver sua expressão irritadiça. A única coisa que poderia fazer era falar com a mãe.
Etsuo adentrou a casa, e estava frustrado, isso era óbvio, queria deitar e não levantar mais, porém sabia que o outro estava vindo pra casa igualmente, por isso preferiu sair. Jogou a mochila ao canto, trocando a roupa do uniforme por uma das qual costumava vestir, inteiramente preta e ao sair, cruzou com o irmão na porta, porém nada disse e seguiu para fora, batendo a porta ao passar.
- Etsuo.
Disse o loiro ao cruzar o caminho com ele, havia chegado antes de si e havia sido rápido, mas no caminho havia conseguido refletir e até acalmar os ânimos em relação a sentir ou não, medo do irmão.
- Você pode sair depois, mas quero falar com você antes. Entre por uns minutos.
- Não quero conversar, Ritsu.
- Eu quero falar. Tem como você parar de olhar só pro seu nariz pelo menos uma vez?
Etsuo desviou o olhar a ele, os olhos ainda brilhantes, embora tivessem um brilho estranho devido as lágrimas.
- Eu tenho passado a desejar todos os dias olhar pro meu próprio nariz, pra não cometer esses mesmos erros que eu ando cometendo, então não fale o que você não sabe.
- Então venha, eu preciso falar com você.
Disse o menor e por fim esperou que ele seguisse consigo o mesmo caminho, e entrou em casa, seguindo ao próprio quarto onde deixou a mala de escola sobre a cama e fitou a porta, esperando ver se entraria em conjunto. Etsuo suspirou, sabia o tipo de coisa que ele diria, por isso, seguiu-o para dentro, ouviria logo de uma vez, já sabia que não voltaria para casa naquela semana. Ritsu não se sentou, preferiu começar sem rodeios.
- Até pouco tempo tínhamos um relacionamento bom. Você é meu irmão, sempre foi meu melhor amigo e sempre foi tão dócil. Sempre quis cuidar de mim, embora sempre fora exagerado com isso, como se eu fosse um cristal. Depois que me beijou, você acabou me fazendo mudar a forma de passar esses momentos do seu lado, voltando da escola eu não queria só sair pra comer alguma coisa, não queria te desencontrar porque saiu com seus amigos, eu queria voltar e ir pra cama com você. Mas com isso, você também mudou, na verdade sempre foi assim mimado, mas enlouqueceu, você perde a linha. E não sabe ser normal, ficar com ciúme e simplesmente fechar a cara, discutir comigo, você fica louco, uma vez machucou meu pulso e na outra você arremessa um garoto de 40 quilos na parede. Então, não vou levar adiante. Não porque não gosto de você, mas porque você não percebe que gosto e por isso enlouquece, porque acha que vou te trair por qualquer coisa, então, eu não quero voltar pra casa com raiva de você.
O moreno observou o irmão enquanto falava, e já estava irritado o suficiente para ter aquela discussão, mas naquele momento, não sabia como agir, sentia as lágrimas que agora escorriam pela face, e de fato, não era culpa própria, por isso mesmo achava injusto, não é como se pudesse se controlar sobre o que sentia, e por isso, achava-o absurdo, mas era um vampiro, era perigoso, e talvez por isso mesmo precisasse ficar longe dele. Assentiu, queria puxá-lo para si, queria empurrá-lo para a cama, mas não teve forças para fazê-lo, justamente para não machucá-lo, e não queria fazer algo que ele não queria, visto que era tão "frágil". Passou por ele, silencioso e no armário buscou uma mochila vazia, onde colocou as próprias roupas no interior, jogando-as sem escolher muito.
- Etsuo, você não está morando na casa de um namorado. Você mora com seus pais, pare com isso.
Ritsu disse e puxou a mochila, que por sua distração acabou soltando, jogou-a no chão.
- Ritsu, por favor, me deixe ir embora.
Etsuo falou a ele e logo desviou o olhar a mochila no chão, e cerrou os punhos, não iria acertá-lo, mas estava irritado e todos os dedos estalaram ao fazê-lo. Ritsu fitou a seu punho conforme cerrado.
- Certo.
O moreno assentiu e pegou a mochila no chão, as roupas e colocou-as para dentro novamente, junto de alguns objetos de higiene pessoal, e ao fechar, seguiu em direção a porta sem olhar para ele.
- Onde você vai? Etsuo!
- Mãe, não quero conversar.
- Por que está chorando? Etsu, onde você vai?
- Vou ficar num lugar por alguns dias, não se preocupe.
- Não vai não. Pare ou vou mandar seu pai atrás de você.
- Mãe, me deixe sair, ta bem? Eu não quero discutir.
- Você brigou com o seu irmão?
- Mãe.