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novembro 2018
Hideki já havia saído do banho há algum tempo após ele, sentia o cheiro do que ele havia decidido cozinhar e então, se sentou à mesa. Ao terminar de fazer a refeição, Yori colocou os pratos a mesa, acendeu as velas, que tratou de proteger em caso de acidente e o queijo, já ralado. Vem, vem. Disse num sorriso, estava feliz que iria sair com ele num encontro, então, havia se arrumado, com as roupas que Ophelia havia dado a si, camisa e calça. O maior olhou para ele e suas roupas novas, bem conhecia seu tamanho, havia servido e também ficado bem para ele. Se sentou à mesa. Ophelia havia saído, certamente buscando seu tipo de jantar e provavelmente, dado privacidade ao garoto como se fossem dois adolescentes.
- Você está cheiroso.
Yori disse num pequeno sorriso, havia tomado banho com ele, mas quis constar, o cheiro da pele dele era sempre gostoso. Já havia servido o macarrão nos pratos, então indicou pra ele o queijo. O dele tinha sangue misturado, havia feito depois de pronto, e com a ajuda de Ophelia, havia usado o próprio sangue também. Na taça de vinho, tinha sangue misturado também no dele, o próprio havia trazido da feira. Hideki acomodou-se com ele e observou o jantar diversificado, sabia que era massa italiana embora não costumasse comer massas senão orientais, pouco diversificava da alimentação, embora houvesse aprendido a come-la na companhia de Ophelia.
- O cheiro está bom. - Era um agradecimento e um elogio.
Yori sorriu a ele e sentou-se a sua frente, bebendo pouco do vinho.
- Experimenta.
Hideki olhou para ele e então para o jantar. Ele parecia animado, lidar com aquilo era estranho, lidar com sua luminosidade de vida, era estranho. Pegou o vinho o qual rodeou pela taça, circulando pelo material delicado antes de então traga-lo. Mas logo repousou a bebida à mesa e por fim, provou do jantar. Sentiu o molho forte e denso, não pelo sangue mas pela textura do tomate. Era bom, era exatamente como o cheiro que tinha.
- Ficou muito bom, Yori.
O menor sorriu novamente, satisfeito por ter feito um bom trabalho e mordeu o lábio inferior, provando do macarrão igualmente.
- Eu coloquei sangue no seu... Porque você gosta.
- Hum, sinto o seu gosto.
Hideki disse logo após assentir. Sentia mesmo, sabia exatamente o sabor dele, o cheiro dele.
- Eu coloquei dele também. - Yori disse num novo sorrisinho. - Tirei com a seringa.
- Obrigado... - O maior falou baixo, mas audível o suficiente. - É uma massa gostosa.
O menor uniu as sobrancelhas ao ouvi-lo agradecer, mas passou a comer silencioso, tinha apenas o sorrisinho nos lábios. Hideki fez com ele o mesmo, silenciosamente formulando o jantar. Olhava-o vez ou outra, imaginando se não sentia nada. Vez ou outra, Yori também o fitava, curioso para saber se comia o jantar.
- Eu posso cozinhar assim pra você toda noite.
- Você gosta de cozinhar?
Hideki indagou, não sabia coisas corriqueiras sobre ele.
- Gosto. - O menor disse num pequeno sorriso. - Gosto de cozinhar mas gosto mais de fazer doces.
- Eu vou saber mais sobre você em algum momento.
- Depois que comer todos os docinhos que eu fizer. - O menor riu.
- Você parece feliz.
- Eu estou. - Sorriu.
- Por quê? - O maior perguntou, realmente curioso.
Yori desviou o olhar a ele num pequeno sorriso.
- Porque você quer me levar num encontro.
- Não estou falando de hoje, mas sobre os últimos dias.
- Ah, bem... Eu não vivo mais no porão.
- Hum, é por isso? Eu não consigo entender como funciona sua cabeça.
Yori riu.
- Se você me deixar livre, eu vou ser melhor pra você.
- Não vai me convencer a te deixar sair sozinho, Yori.
- ... Mas por quê? Eu não voltei sempre?
- Aonde você iria precisar ir sozinho?
- Comprar um presente pra você?
- Não preciso, prefiro que esteja aqui.
Yori uniu as sobrancelhas, mas assentiu.
- Você pode ir com a Ophelia.
- Sim... Ela é uma boa companhia.
- Hum.
Hideki disse embora não entendesse realmente os motivos dele querer ir sozinho. Já havia pensado em morrer por se sentir sozinho e agora que estava ali, ele precisava de momentos a sós.
- ... Hum, estou com frio. Acho que peguei um resfriado...
- O jantar estava ótimo. - Hideki elogiou, imaginando se deveria soar assim. - Vista um casaco.
O menor sorriu e assentiu.
- Obrigado.
Disse e se levantou, seguindo para o quarto onde buscou o casaco preto, na verdade, um cardigan que havia ganhado e seguiu novamente para a sala. Hideki se levantou e seguiu atrás dele, esperando-o logo à porta conforme se vestiu. Evitou toca-lo, se já sentia frio, pioraria, embora tivesse feito menção de segurar seus ombros. Yori desviou o olhar a ele. Na verdade, queria que ele segurasse a si, por isso segurou a mão dele, timidamente.
- Vamos.
O maior sentiu seu toque antes de então seguir o caminho, o que por consequência fez parar e então olhou para ele de volta, então sua mão, o segurou e apertou, ou pensou que fazia. Gostava dele, gostava mesmo. Yori sentiu o aperto, não era realmente forte, parecia cuidadoso e sorriu sutil, não entendeu porque ele olhava para si, mas não parecia confuso dessa vez.
- ... Você quer que eu solte?
- Não. Só estou pesando, gosto muito de você.
Yori sorriu ao ouvi-lo. Na verdade era inesperado, mas de certa forma, era bom de ouvir. Gostava dele também, quer dizer... Não, realmente, realmente gostava dele.
- Eu... Eu também gosto.
Hideki continuou por olha-lo, não iria contestar, não daquela vez porque já havia iniciado algo que faria descobrir se ele sentia aquilo mesmo. O menor sorriu meio de canto, estava tímido na verdade.
- Vamos? Eu acho que vou voltar e me deitar quentinho, estou com febre...
O maior não teria acreditado, se não soubesse a razão. Tocou sua nuca, não para sentir sua febre, mas para esfria-lo.
- Vai ficar bem.
Ao vê-lo se aproximar, o menor fechou um dos olhos e se afastou num pequeno sobressalto, pensou que ele pudesse bater em si, ou algo semelhante, mas não propositalmente, era uma reflexo. Por fim, sentiu sua mão gelada, estava com frio, mas pareceu de alguma forma reconfortante.
- Hai... Obrigado.
Hideki imaginou que o sobressalto seria pelo toque frio, ainda que tivesse vindo antes do contato. No fim, após solta-lo, seguiu com ele, levando-o caminho ao carro, não precisaria dele se não fosse pelo garoto. Yori seguiu com ele, e ao adentrar, colocou o cinco de segurança, era um costume. Hideki dirigiu por algum tempo, percebeu que não havia saído com ele desde a primeira vez que o encontrara. Não tinham atividades como aquela.
Yori desviou o olhar a ele, só havia saído com ele uma vez, para ir até a própria casa, então era estranho, meio silencioso até. Olhou pela janela e viu a floresta escura naquela hora, para outras pessoas poderia ser um desespero, mas para si, era lindo.
- Existem... Outras criaturas também? Ou só vampiros?
- Hum, bem, algumas coisas existem.
- Ah... Tipo... Lobisomens?
- Hum, eu nunca lidei com um.
- Ah... Espero que não existam.
- Espera? Por quê? - Hideki indagou, meio risonho.
- Porque já pensou um dia estarmos saindo de carro e um lobisomem bater no carro?
- Mas isso pode acontecer com um vampiro, um cão, um humano...
- É, mas... Sei lá, tenho medo de lobisomem.
- Mas vampiros não são como os filmes, então lobisomens também não devem ser.
O maior disse e quando enfim chegou no lugar, na ponte onde o encontrara, desceu do carro antes de ouvir perguntas e esperou por ele.
- É... Acho que sim.
Yori disse e o fitou desligar o carro e sair. Permaneceu ali por um instante, confuso. O fitou, ele não parecia se mover ou ir para algum lugar, então saiu, unindo as sobrancelhas.
- ... O que houve?
- Estou esperando você.
Disse o moreno e então caminhou até a beira, fitando a água no limite de segurança da ponte. Yori seguiu até ele, devagar.
- ... Eu... Eu fiz alguma coisa?
- Venha, não vou fazer nada com você.
- ... - Devagar, o menor seguiu até ele, embora desconfiado. - Você vai me jogar?
- Eu acabei de dizer que não farei nada.
Hideki disse e daquela vez mais irritado certamente, detestava insistir. Yori assentiu e parou ao lado dele, tinha medo, se perguntava se por algum motivo ele havia enjoado de si e agora queria se livrar de si, sentiu um aperto no peito, mas não discutiu. O maior estendeu a mão e esperou que ele segurasse, era curioso ver o receio que ele tinha do mesmo lugar que escolheu, se perguntava se era receio de si ou do que havia planejado ali. Tinha algumas palavras na cabeça, coisas para dizer, mas sabia que poucas sairiam como esperava então tentaria ir aos poucos até conseguir dizer algo que fizesse sentido.
- Eu disse que seria um reencontro.
Yori segurou a mão dele ao se aproximar, e ainda estava nervoso, mas ao ouvi-lo, a sensação suavizou um pouco, talvez estivesse enganado, e ele quisesse fazer algo bom.
- ... Ah, agora eu entendi.
- Você disse que confiava em mim, não parece.
- É que eu achei que você fosse me jogar... É difícil pra mim ainda porque você é imprevisível.
- Eu quero que você se jogue. Mas vou junto com você.
Yori uniu as sobrancelhas ao ouvi-lo.
- ... Mas Hideki... Eu vou morrer.
- Eu te dei meu sangue, não foi muito, mas sei que foi o suficiente porque você está esfriando e com sintoma febril mesmo que esteja frio. Quando você chegar lá embaixo, vou estar com você. E você vai morrer, mas vai renascer e vamos nos reencontrar. Eu sei que você não queria isso, mas eu quero você e não vou deixar você ir embora, então, assim eu vou saber como você está, mesmo se não estiver ao meu lado. Quando eu tocar você, não vai ser só dolorido. Eu vou aprender sobre você e você vai aprender sobre mim. Você queria ver o sol, mas desde pequeno eu nunca quis nada, você foi a primeira coisa que eu tentei ter por capricho, mas parece que você foi quem acabou tendo a mim, então, vou tirar a luz do dia de você, e vou te ensinar que a noite pode ser tão iluminada quanto. Queria dizer muitas coisas pra você, mas não importa o que eu diga, nunca é exatamente o que penso.
Yori o fitou enquanto ele falava, e embora a expressão fosse de apreensão por pensar em morrer, não se prendeu realmente a isso naquele momento, e sim ao restante do que ele havia dito. Sabia que um dia se transformaria em vampiro, porque havia escolhido ficar com ele, mas ele queria aquilo tão logo, tão rápido. Mas... Era uma declaração? As palavras dele embora um pouco confusas eram tão carinhosas de alguma forma. Teve que sorrir ao fim, ele era exatamente o que imaginava que era. Os punhos cerrados, descerrou aos poucos e uma das mãos, devagar guiou ao rosto dele, o tocou em sua bochecha fria.
- Então... Quando eu morrer... Você vai saber que o que eu sinto por você é real, não vai?
- Se você sentir, eu também vou. Mas pode acontecer de não sentir e se isso acontecer, vai ter que viver comigo, mesmo se não sentir nada por mim.
Yori uniu as sobrancelhas e negativou.
- Mas eu sinto. - Disse num sorrisinho. - Eu pulo com você.
- Eu espero que sinta. Ou continuarei amargurado. - Hideki até brincou, até sorriu.
O menor riu e estendeu a mão a ele, não tinha medo, sentia. O maior pegou-o pela mão e caminhou até a beirada da ponte, exatamente onde o havia encontrado. Se sentou como podia após subir e então o puxou, colocou-o no colo, sobre as próprias pernas. Yori seguiu com ele, embora estivesse decidido, ainda tinha medo de altura, então se sentou em seu colo e virou-se de lado, de frente a ele e escondeu a face em seu pescoço.
- Vai... Vai doer?
- Não, não mais do que os dias que teve comigo.
Hideki disse e o abraçou, daquela forma como estava, pareceu íntimo. Yori uniu as sobrancelhas e fechou os olhos apertado, assentiu.
- Te vejo em breve. - Hideki disse e o segurou no abraço. Ao se ajeitar, fez menção de iniciar o salto. - Vamos?
Yori ergueu a face a fitá-lo e assentiu, agarrou-se nele, firme e fechou os olhos, apertado. O maior fez menção de levantar como até então, dessa forma porém, ameaçou pular, mas antes que fizesse isso, pressionou seu pescoço num gesto rápido e sentiu estalar nos dedos quando tirou sua vida.
- Assim não vai doer.
Falou, ainda que já houvesse feito o garoto dormir, ou algo parecido com aquilo. Sabia que se caísse, além do medo, morreria afogado e não seria rápido, daquela forma seria mais fácil, ainda que a sensação de tirar sua vida fosse estranha. Logo se acomodou novamente, sentado, com ele no colo, podia ver a água, a noite enquanto segurava seu corpo inerte.
- Não demore, garoto.
Na quarta feira, Haruna estava um pouco confusa sobre como iria voltar para a sala e fingir que nada havia acontecido, estava curioso se havia agido daquela forma devido a bebida ou se só queria beija-lo mesmo. Estava confuso e ele certamente estaria mais. Arrumou a saia, alinhando-a ao corpo, sentindo-a colada a coxa, estando acima da cintura e com a camisa social costumeira, adentrou a sala, e fora decepcionada com os olhares interessados dos alunos.
- Bom dia.
Mitsuhiro sentou-se no lugar de costume, não a havia visto durante o sábado mesmo com a ida do pai ao colégio, não sabia também como funcionariam as novas aulas, mas falaria com ela depois sobre isso, se fossem amigos, por sorte, poderia evitar as aulas excessivas e desnecessárias. Observou-a ao que entrou na sala, aquele tipo de roupa fazia ter dúvida se ela era ou não era tímida como parecia ser, mas estava bonita e bem alinhada. No fim, se lembrava do quase beijo, mas ela estava um pouco bêbada, não daria tanta importância aquilo.
Ela desviou o olhar a ele, podia vê-lo, e sempre que desviava o olhar na direção dele, o rosto tomava o tom vermelho. Estava ansioso, pelo encontro depois das aulas, como havia combinado com ele. - E é por isso que tem tanta vida nos oceanos. - Sorriu, concluindo o pensamento, e ouviu o sinal tocar, finalizando a aula. - Ah, tudo bem, vejo vocês na sexta feira, não esqueçam dos trabalhos.
Mitsuhiro deu atenção normalmente a aula, e embora estivesse sem importância para a ocasião da última aula, seu rubor aparente fazia relembrar dele, imaginava se ainda queria sair, se ainda queria beijar ou se realmente queria. Haruna desviou o olhar a ele no fim da aula, vendo os alunos saírem do local.
- ... Ainda vamos tomar sorvete?
Ele guardou os livros da aula e também as anotações, não era apressado, tipicamente. Ergueu a direção visual ao perceber os sapatos que vinham pelo pequeno corredor entre mesas, até então olhar para ela. Sua pergunta soou quase infantil... Fofa.
- Se você ainda quiser ir.
Ela sorriu meio de canto.
- Eu quero. Desculpe pelo... Bem, você sabe.
- O que? - Mitsuhiro indagou, negativou. - Você bebeu saquê, eu não. - Sorriu, canteiro.
Haruna riu baixinho e desviou o olhar a ele.
- Ah, mas... Eu não fiz por causa do saque.
Mitsuhiro sorriu sem mostrar os dentes, desviou o olhar ao pegar a mochila. Ela sorriu meio tímida e pegou a própria bolsa, iria sair com ele, mas viu a garota entrar, com seus cabelos loiros e longos e a mochila azul claro.
- Hiro. Você não me respondeu a mensagem ontem.
- Mi-chan.
Disse ao se levantar, ajeitou a bolsa no ombro e ao cumprimenta-la, beijou sua bochecha segurando as alças de sua mochila.
- Devo ter esquecido de responder.
Haruna permaneceu atrás, arrumando as próprias coisas ainda, preferia não se meter.
- Ela é a professora que saiu com você? ... Não gosto disso.
- Você acha ela bonita, hum? - O riso dele soou baixo, entre os dentes. - Estou tendo aulas pré-vestibular com ela, Mi.
- Espero que seja somente isso mesmo. Você vai na minha casa depois?
- Eu vou. - Mitsuhiro disse e pressionou seu nariz suavemente. - A noite.
- Ta bem, vou esperar.
Ela se esticou e selou os lábios dele, virando-se para a saída. Quanto a Haruna, caminhou em direção a porta e sorriu meio de canto a ele.
- Ela não gosta de mim, ah?
Mitsuhiro viu-a partir e olhar a professora até que fosse embora. Tão logo caminhou até a mais velha.
- Ela te acha bonita, é um elogio.
- Hum. - Sorriu. - Bem, podemos ir?
- Hum. - Ele murmurou afirmativo. - Meu pai falou com você no sábado?
- Falou sim. Vamos ter aulas no sábado, tudo bem pra você?
- Bem, não importa realmente se é bom ou não, meu pai vai insistir de todo modo. Mas pelo menos é com você.
Haruna sorriu, mordendo o lábio inferior.
- Se quiser posso pedir que um professor te de aula, aquele de matemática bem chato.
- Ah, claro. Aposto que seria muito divertido.
Ela riu.
- Bem, vamos. É longe?
- Hum. No centro, poderá ir até lá quando quiser ir.
Haruna assentiu e sorriu, pegando as chaves do carro.
- Bem, me guie.
Mitsuhiro assentiu e por fim foi com ela até seu carro. Ao entrar, sugeriu um caminho neutro até que chegassem ao centro. A outra colocou o cinto de segurança e ligou o carro, seguia o caminho com ele e claro, o olhar era desviado para ele vez ou outra, deu um sorrisinho de canto algumas vezes. O maior olhou para ela, retribuindo o olhar, agora como já haviam tido aquela insinuação de beijo, se perguntava se o olhar era intencionado ou apenas descontraído.
- E como foi sua semana? - Ela disse num pequeno sorriso, pigarreando.
- Hum, foi legal... Está só no começo. Meu pai já foi embora então agora está melhor. - Sorriu. - Do contrário falaríamos sobre escola o tempo todo.
- Ah sim. Você não mora com os seus pais?
- Não, eu moro sozinho. Ele vem as vezes pra ver como estão as coisas e vai embora.
- Ah, mas você é tão novo pra morar sozinho...
- Na verdade moro sozinho desde os quinze. Meu pai vem algumas vezes.
- Nossa... - Haruna disse a unir as sobrancelhas. - Não se sente solitário?
- Na verdade nem um pouco. - Ele sorriu canteiro. - Gosto de ter liberdade de fazer o que eu quero.
- Ah, então... Tudo bem.
Haruna disse num sorrisinho, e a pergunta na verdade, havia sido com segundas intenções.
- Você se sente solitária por morar sozinha?
Ela desviou o olhar a ele.
- Ah, algumas vezes, quando está frio. Queria ter alguém para abraçar.
- Ah... Bem, aí não pode ser exatamente qualquer companhia. - Ele riu, baixo.
- Pois é, não podem ser meus pais por exemplo. - Haruna riu.
- É, então...
A menor sorriu meio de canto, não sabia se ele havia entendido a indireta, então preferiu ser mais direto.
- Seria bom tomar um chocolate quente com você qualquer hora.
- Bem, podemos ter calda de chocolate, quente, no sorvete.
Ela desviou o olhar a ele, incrédulo.
- Ah, claro.
Mitsuhiro voltou-se para ela, confuso ao perceber sua feição. Não sabia se estava recebendo indiretas, mas era difícil imagina-las, uma vez que ela era uma mulher mais velha, independente, professora e bem, sabia que tinha uma namorada, não que isso houvesse impedido de beija-la.
- Ah, é aquela sorveteria ali?
- Quase, um pouco mais a frente.
- Ah, tudo bem. -Ela disse a continuar dirigindo.
Alguns metros depois e Mitsuhiro indicou o estacionamento próximo ao lugar, após desembarcarem, atravessar a rua, tão logo entrou junto dela, vendo a saída dos clientes com seus sorvetes numa casquinha de taiyaki. Haruna sorriu ao ver o lugar, era fofo, por isso, iria se divertir bastante.
- Que gracinha!
O maior riu entre os lábios cerrados. Ao entrar, buscou o cardápio com as opções de sabores.
- É gostoso. Tem recheio de azuki ou creme de ovos.
- Hum, quero azuki!
Haruna disse num sorriso e observou as opções do cardápio, não queria parecer uma criança, mas era exatamente isso que parecia.
- Ah, tudo parece tão gostoso...
Mitsuhiro fitou-a e sorria de canto, na falta do riso novamente, observava olhar o cardápio com atenção. Ela sorriu a ele, meio de canto e por fim, escolheu o sorvete de tutti-frutti. Parece uma delícia.
- Tem de matcha, com algum pedaços de chocopie de matcha. Tem de banana que também é gostoso. Tem o de chocolate bastante amargo, quer mesmo algo como Tutti-frutti?
- Ah... Não me deixe na dúvida! Acho que o de matcha então. - Ela riu.
O moreno sorriu com ela e assentiu, pediu para si de matcha também, mas decidiu trocar, assim a deixaria provar do outro sabor. Feito isso dirigiu-se até a mesa onde se sentaram e receberam água com limão. Ao ser chamado pouco depois, se levantou e pegou os pedidos para voltar ao local. Haruna bebeu um pouco da água, num sorrisinho a fita-lo, parecia uma criança no natal, estava feliz com o doce. Ao pegar, observou o peixinho bonito e tirou uma foto com o celular, descontraída.
- Hum, redes sociais, ah?
Mitsuhiro disse e pegou a colher, deslizou no sorvete e estendeu a ela, esperando que provasse, não tinha intenção de parecer estranho, os amigos eram normalmente invasivos então tinha costume com aquilo. Ela sorriu meio de canto.
- Ah, essa vai pro meu Instagram.
Riu e observou a colher, o rosto tomou o tom vermelho, mas aproximou-se e aceitou o sorvete da colher dele, sorrindo em seguida.
- Hum... Oishi.
O maior percebeu com seu rubor que aquilo lhe parecia constrangedor, acabou ficando um pouco sem graça também, mas tinha impressão que aos poucos ela lidava com aqueles passeios como se fosse um encontro, era diferente do primeiro.
- Do que é o seu?
Haruna disse num sorrisinho novamente e pegou um pouco do matcha, pegou também um pequeno marshmallow, levando perto da boca dele.
- Maçã verde.
Mitsuhiro percebeu só então como havia sido estranho servir a ela quando ganhou a mesma atenção. Abriu a boca, embora um pouco tímido e aceitou o sorvete. Ela sorriu e deu a ele o sorvete, guiando a colher para a própria boca em seguida, descontraída. O maior fitou-a diante do gesto, deu um sorrisinho canteiro ao abaixar a atenção para o próprio sorvete. Bem, já havia quase a beijado mesmo. Ela desviou o olhar a ele, e não havia percebido que havia feito aquilo com a colher, se sentiu constrangida, então passou a tomar o sorvete em silêncio.
- O que faz nas horas vagas? Costuma dar aulas em outras escolas?
Haruna desviou o olhar a ele.
- Ah sim, na verdade eu dou aulas segunda e terça em outra escola, também sobre o mesmo assunto.
- Hum, imaginei. Está se dando bem nas aulas?
- Sim, tenho um aluno interessante. - Sorriu a observa-lo.
- Ah... Que bom. - Ele disse, não entendendo bem a razão do comentário. - Quer mais desse?
Ela sorriu meio de canto, ele não parecia afim de entender mesmo, estava desistindo.
- Não, obrigada.
- As aulas no sábado, você vai vir em casa ou será no colégio?
- Vou até a sua casa mesmo. Seu pai deixou tudo pago direitinho. - Haruna sorriu de canto.
- Tudo bem então, só me dizer qual horário você vai. Se vou ter que tomar café as cinco da manhã. - Mitsuhiro disse, brincando é claro.
- É claro que não, podemos fazer no horário que quiser. Claro que seu pai acha que você vai ter que me esperar as nove da manhã, mas te darei o número do meu celular, é só me enviar uma mensagem com o horário na sexta.
- Bem, eu vou te ver na sexta-feira então pode me dizer quando prefere ir. Me avise se quer o café da manhã ou o almoço. - Ele sorriu canteiro.
- Talvez o jantar? - Ela sorriu.
- Bem, podemos começar com o café da manhã e terminar no jantar.
Haruna mordeu o lábio inferior e assentiu, tomando mais do sorvete.
- Me parece ótimo.
- Aula intensiva.
- Vai me aguentar o dia todo? - Ela riu.
- Eu sou muito paciente.
Haruna sorriu.
- Então tudo bem.
Mitsuhiro riu, entre os dentes.
- Mas me avise que horário irá, de verdade. Senão posso estar dormindo.
- É claro, chegarei depois do meio dia, não se preocupe.
- Bom, isso quer dizer que não preciso ir às aulas de sábado?
- Bem, eu acho que precisa sim, mas somente por esse sábado, quero passar o dia com você. Se alguém perguntar, eu não estou te influenciando a faltar, hein? - Ela riu.
- Quer passar o dia comigo, hum?
A morena sorriu meio de canto, estava tímida.
- Quero.
O impulso de Mitsuhiro era perguntar o porquê, mas não fez, só sorriu. Haruna pegou pouco mais do próprio sorvete e comeu.
- Quer mais?
Ele negativou e continuou até que o sorvete chegasse na casquinha de peixe.
- Apesar das aulas, ainda não sei o que eu quero fazer na faculdade.
Ela igualmente, mordeu a casquinha, era gostosa, teve que sorrir.
- Ah não? Bem, você terá tempo para decidir.
- Não exatamente, um ano letivo.
- Não realmente. Você não é obrigado a saber o que quer, e nem todo mundo sai da escola já sabendo.
- Meu pai espera que as coisas sejam rápidas.
- Hum... Eu entendo. Meus pais também eram assim...
- Meu pai é um militar, ele não queria ser militar, queria estudar mas não pôde por ter sido, nas palavras dele, obrigado a servir. Desse modo começou a se sentir velho para estudar o que gostaria, então acaba tentando me fazer viver o sonho dele.
- Esses são os piores. - Haruna disse a unir as sobrancelhas. - Não percebem que estão fazendo o mesmo que fizeram com eles.
- É, não ligo muito para isso exceto pela pressa.
Ela uniu as sobrancelhas.
- Sinto muito por isso, Hiro.
- Eu não me importo, eu gosto da escola.
- Hum, eu espero que eu faça ser um pouco mais agradável.
- Quer alguma coisa para beber? - Mitsuhiro disse quando enfim terminou o sorvete.
- Água, por favor. - Ela sorriu.
O maior assentiu e ao se levantar, buscou a água para ela, pagou os pedidos no fim. Ela aceitou a água e sorriu a ele, bebendo alguns goles da bebida.
- Te dou uma carona de novo?
- Hum, não precisa, eu posso ir de volta. Sua casa é próxima, fica mais fácil de ir daqui.
- Ah... Bem... Eu não quero que vá sozinho.
Ela disse e sorriu, mas ele parecia não entender que queria acompanha-lo.
- Se não for dificultar sua volta.
- Não vai.
- Então tá bom.
Haruna pegou a própria bolsa, colocando num dos ombros.
- Vamos.
Mitsuhiro se levantou com ela, seguindo logo após a morena em frente, voltando o caminho feito até a sorveteria, até o carro. Ao entrar no carro, ela deu um pequeno sorriso de canto para ele, antes de ligar o carro. O maior embarcou com ela e se acomodou, observou-a em seu sorriso o qual retribuiu. Haruna ponderou por alguns segundos se deveria se voltar a ele, se deveria tentar alguma coisa novamente, mas, lembrou-se que tinha bem mais idade que ele, então, passou a dirigir. Mitsuhiro fitou-a e como parecia refletir, levou alguns minutos, uns dois, mas sem dizer nada levou a mão até as chaves para ligar o carro. Não tinha certeza, mas ela parecia querer aquilo e por isso, quis fazer também. Tocou sua mão, interrompendo a partida. Ao sentir o toque, ela desviou o olhar a ele, unindo as sobrancelhas, indagativa, na verdade, esperava por ele.
Mitsuhiro ergueu o braço desocupado, segurou o encosto do banco onde ela se sentava, se curvou e com a mão antes na sua, segurou seu queixo. Haruna virou-se em direção a ele, esperava por ele, esperava que ele se aproximasse, ah e esperava tanto... Ao sentir o toque, o viu se aproximar e sentiu os lábios tremerem, ansioso como uma garota no colegial ansiosa pelo seu primeiro beijo. Ele pensou um pouco, tinha uma namorada, ainda assim, queria continuar, curvou-se para ela e então, continuou de onde parou antes, tocou seus lábios e roçou com a língua, delineando-o antes de tentar penetrar. Haruna sentiu a língua dele, sentiu a boca dele, ah, e podia derreter ali mesmo, só por aquele toque. Parecia tão gostoso. Um suspiro deixou os lábios, mesmo perto dele e a língua tocou a dele, suavemente, buscando espaço também em sua boca. Mitsuhiro sentiu sua boca fria pelo sorvete, menos um tanto pela água que tomara recentemente. Abriu a boca e penetrou a dela, roçando o detalhe da língua junto a sua e sentia o gosto distante do sorvete.Haruna quase suspirou novamente conforme sentiu o adorno na língua dele, finalmente o estava beijando e uma das mãos fora obrigada a levar aos cabelos dele, segurando-os, acariciando, mantendo-o próximo a si, e sua boca tinha gosto de doce, gostava. O outro deslizou o toque de seu queixo até os cabelos, embora de olhos fechados, colocou uma mecha de seus cabelos escuros atrás de sua orelha. Moveu a boca contra a sua, a língua da mesma forma e mordeu gentilmente seu lábio. Daquela forma, tranquila, Haruna podia sentir o coração pulsar firme no peito, se sentia realmente uma adolescente, era até engraçado. Mordeu igualmente os lábios dele, o inferior e superior e sugou seu lábio inferior no fim do beijo, ah, foi o beijo mais gostoso que já havia dado em alguém na vida, sabia disso. O maior alternou sua tênue brincadeira, quando era mordido no inferior, mordia-a no superior e vice versa. Talvez fosse um beijo bastante descontraído para uma primeira vez. No fim, selou seus lábios, dando fim ao beijo.
Haruna sorriu, contra os lábios dele e o observou de perto, ainda silenciosa, e deslizou uma das mãos pelo rosto dele, acariciando-o. A medida em que interrompeu o beijo, Mitsuhiro ainda sentia seus dedos no rosto, ganhou um afago, que não deveria parecer estranho já que haviam se beijado, mas era um pouco. Sorriu para ela, de canto. Ela sorriu igualmente, um pouco tímida e por fim se afastou, não sem antes dar um último selo nele, sentiria falta daquele beijo. Já distante, pigarreou. O maior retribuiu o beijo rápido sem sequer perceber quando ele começou ou término. Mas como ela, se ajeitou no próprio banco. Estava surpreso porém, que ela, houvesse realmente esperado aquele toque.
Haruna ligou o carro, ajeitando a mecha dos cabelos atrás da orelha e colocou a cinto de segurança, silenciosa a dirigir. Mitsuhiro sorria ainda canteiro após se ajeitar no assento, vendo-a tímida e bem, não estava diferente demais. O sorrisinho sumiu aos poucos dos lábios dela conforme dirigiu, mas olhava vez ou outra para ele no banco do lado e lamentou por alguns segundos não ter feito o beijo durar por mais tempo. Ao estacionar em frente a casa dele, sorriu novamente.
- Pronto.
Embora ela não tivesse corrido com a direção, o maior percebeu que haviam chegado bastante rápido ali. Assentiu em agradecimento.
- Obrigado, sensei.
- Não é nada. - Ele sorriu novamente a observa-lo, virando-se sutilmente para ele. - Nos... Nos vemos na sexta.
- Você quer entrar?
Ela o observou ao ouvi-lo, droga, queria mesmo entrar.
- Quero.
Mitsuhiro sorriu, achando graça de sua resposta baixa mas sincera.
- Então passe pela portaria com o carro.
Ritsu havia pouco falado com o irmão mais cedo, havia tentado ganhar atenção, mas com sono acabou desdenhando a presença dele. Acabou também revelando que lhe daria um mimo. Após acordar, viu-o adormecido ao lado, já era noite, acabara trocando o horário diante de alguns trabalhos que tivera de fazer para a aula, ocuparam o próprio tempo e consequentemente deixara o irmão um pouco solitário. Ao se levantar vestiu-se para sair. Higienizou-se e voltou para o moreno até então desmaiado de sono, aproveitou-se de sua moleza para ajuda-lo se vestir.
- É, já está noite. Vamos acordar.
Etsuo abriu os olhos, um pouco pesados de sono e só o fez ao ouvi-lo, não o havia visto pelo dia e achava que talvez ele não quisesse dormir consigo, não sabia que ele tinha tantos trabalhos e problemas para resolver. Desviou o olhar a ele sutilmente, piscando, vendo-o ainda embaçado.
- Iie... Ritsu... Quero dormir.
- Hum, quer mesmo dormir ao invés de ficar com seu irmão?
Ritsu disse e segurou sua face entre as mãos, abaixou-se ao apalpar suas bochechas e amontoar seus lábios num macio bico involuntário de sua parte, que beijou.
- Vou levar meu puppy pra passear.
- Hum... Gemeu ao senti-lo apertar a si e estremeceu, desviando o olhar a ele num sorrisinho fraco. - ... Vai é?
- Vou sim, mas só se você levantar agora.
Ritsu afundou o rosto em seu pescoço e mordeu.
- Ai.
Etsuo gemeu dolorido pela mordida e assentiu, levantando-se. O menor sorriu ao vê-lo desajeitado com seus cabelos escuros. Se levantou da beira da cama e o deixou fazer o mesmo. No meio tempo pegou o colar que deu a ele, sabia que ele gostava. Colocou em seu pescoço.
- Vamos logo. - Disse e de fato pegou as chaves para sair.
Ao se levantar, já vestido por ele com roupas escuras, Etsuo uniu as sobrancelhas e desviou o olhar a coleira.
- Tá bem... Mas vou assim?
- Assim como? Não gostou da roupa é só trocar. - Ritsu deu um tapinha em sua bunda.
- Não, eu vou de... De coleira?
- Se ela está aí. Tem vergonha, é?
O menor disse e guiou o irmão consigo, mas somente quando já haviam saído de casa e tomado rumo na rua, e que encaixou na coleira a corrente dela.
- Pronto, puppy passeando.
- Não tenho... Mas você não costuma concordar com isso.
Etsuo disse num risinho, mas seguiu para fora com ele, deixando-o encaixar a corrente em si e riu baixinho, assentindo a colocar as mãos nos bolsos do casaco. Ritsu sorriu a ele, sabia que estava tímido, mesmo que tentasse ser sutil, claro, em respeito brincou com cuidado. Pelo horário podia levá-lo sem maiores problemas.
- Já faz um tempo que queria sair com você, mesmo pra dar uma volta. Vejo sempre os alunos na quadra, infelizmente não posso levá-lo durante o dia, mas ao menos assim.
O maior sorriu a observa-lo e assentiu.
- Sinto muito não poder sair com você de dia...
- Não importa, a noite é bonita também, desde que nossos horários se encontrem.
O menor disse e ajustou sua coleira na mão, levando o moreno ainda, caminhando para a praça próxima dali, mas não demais. Ao alcança-la, escolheu um dos bancos onde se sentou, próximo as árvores. Ao faze-lo abaixar, tirou a corrente de sua coleira.
- Pode ir brincar. Mas não vá muito longe.
Disse como se de fato fosse um cão. Afagou seus cabelos e o incentivou a procurar um jantar ou um café da manhã naquele dia.
- Vai.
Etsuo seguiu com ele, silencioso e observou alguns garotos da escola pelo caminho, deu um sorriso de canto a eles, certamente ele não os conhecia, mas responderia umas perguntas no dia seguinte e riu ao pensar nisso. Ao chegar, sentiu-o soltar a coleira e riu, fechando os olhos ao sentir a carícia.
- Não acho que você vá querer me ver matar alguém, onii-chan.
- Não vou olhar, não precisa ser tímido. Vai.
Ritsu disse e aproveitou para pegar um pão chinês da sacolinha que levou consigo, comeria por lá. Etsuo sorriu e assentiu, levantando-se e seguiu calmamente os passos pela praça, tinha alguns alvos, uma menina, um menino, sentados dispersos enquanto liam, decidiu voltar os passos e perguntar a ele.
- Prefere que eu pegue uma menina ou um menino? - Disse num sorrisinho.
- Não sei, você quem vai comer. Só não deixe que alguém fique para sofrer. Se for um casal, melhor que sejam os dois.
O moreno sorriu de canto.
- Não vou matar. Só vou deixar desacordado.
Falou num sorrisinho e novamente seguiu pelo local, escondendo-se nas sombras dessa vez e aproximou-se devagar do corpo feminino que aparentemente lia um livro sozinha. Preferia a menina porque não haveria tanta resistência. Devagar, deslizou as mãos pelo corpo magro, na altura dos ombros, envolvendo-o e puxou-a com força para dentro do braço próximo ao parque, não deixaria o irmão ver. Tapou a boca dela com uma das mãos e cravou as presas em seu pescoço, sentindo a pele macia, quente e pensou que era exatamente aquilo que gostaria de fazer com ele, morde-lo, suga-lo, sentir o gosto dele nos lábios, mas não podia, então contentou-se com o gosto daquele sangue, que alimentava o corpo e acendia os olhos.
Bem, Ritsu tinha sorte de poder ver a noite daquele modo, sabia que poucas eram as pessoas que poderiam estar por lá se fossem simples humanos. Continuou a comer o pãozinho, como um dono faria se levasse seu cão para um passeio, quis fazer aquela brincadeira com ele. Até riu ao pensar sobre isso.
- Não vá longe. - Disse e sabia que ele ouviria de onde estivesse.
Etsuo sorriu ao ouvi-lo, contra a pele da garota e devagar, sentiu seus movimentos cessarem, seu corpo ceder é só então, deixou-a no chão. Levantou-se e lambeu os lábios sujos de sangue, caminhando em direção ao outro novamente, ao cessar em frente a ele, ajoelhou-se no chão, ainda a lamber os lábios, mostrando os olhos acesos. O loiro ouviu seus passos até que pudesse vê-lo novamente, e se abaixar, lamber a boca mais como um gato que um cachorro. Riu e deixou o pãozinho numa das mãos enquanto a outra levou a seus cabelos escuros.
- Estava bom?
Disse e tocou o canto de sua bochecha onde tirou a gotinha de sangue despercebida por ele.
- Mas o seu ainda seria melhor. - Etsuo disse num sorrisinho.
- Hum, me xavecando?
O menor indagou e tirou um pedaço pequeno do pão, levou a sua boca. Etsuo aceitou o pão e sorriu a ele, mordendo o lábio inferior em seguida.
- Um pouco.
- Hum, se você parecer sempre fofo olhando assim um dia eu deixo. - Ritsu afagou seu cabelo. - Quer mais lanchinho?
Disse, referindo-se ao seu jantar típico e não ao pão que lhe deu.
- Estou satisfeito. O corpo humano tem uma boa quantidade de sangue, dois litros já me deixam satisfeito por hora.
Ritsu mordeu mais do pão e o restinho dele deu ao moreno.
- Então vamos pra eu te entregar seu mimo, acabei dizendo quando estava com sono.
- Mimo? Achei que só ia passear comigo. - Etsuo sorriu e aceitou o pão. - Hum, aproveitando que estou ajoelhado, quer casar comigo, Onii? - Riu.
- Ah, um dia. - O menor disse e afagou seu cabelo, se levantou logo. - Difícil recusar você com esse rosto lindo.
Etsuo riu e assentiu levantando-se e acariciou os cabelos do irmão.
- Vamos.
O menor voltou a colocar a corrente dele e leva-lo caminho de volta. Aproveitou para segurar sua mão e entrelaçar seus dedos. Ainda que acabasse cruzando o caminho com os pais.
- Papai, mamãe.
Etsuo assentiu e seguiu o caminho de volta com ele, porém, cruzou com os pais ainda na calçada e estremeceu.
- ... Papai...
Ritsu sorriu, percebia o desconforto do irmão e achava adorável. Fez o que pode para esconder a coleira dele.
- Estava se alimentando, Etsuo? Não deixou seu irmão ver, não é?
- Não tem problema, papai. Mas eu não vi de todo modo. Só estávamos passeando.
- Você e seu irmão adestrado.
Etsuo abaixou a cabeça e riu baixinho ao ouvi-lo.
- Eu não o deixei ver. Não se preocupe.
Disse, um pouco envergonhado, porém desviou o olhar ao irmão, vendo-o como se esforça para esconder a corrente e suspirou.
- Papai... - Murmurou, porém falou mais alto em seguida. - Você já deve saber, mas... Eu... Eu e o Ritsu estamos namorando.
Disse e esperava pela bronca, principalmente porque o rosto pálido da mãe parecia ainda pior.
- ... Eu gosto muito dele, e ele não é meu irmão de fato... Eu cuido dele, eu o protejo, eu faria tudo por ele... Será que eu tenho a permissão do senhor pra namorar com ele?
Ritsu encarou o irmão e diferente do que ele pensava, não era tão receoso sobre o pai, surpreendeu-se no entanto ao ouvi-lo, parecia sério demais sobre aquilo, imaginava que nem mesmo o pai levaria assim tão rigorosamente.
- Etsu...
Pode ver pela expressão do pai que ele não estava de fato dando atenção aquele assunto.
- Etsuo, esse não é um assunto pra tratar aqui.
- ... - O moreno uniu as sobrancelhas. - Então onde vamos tratar? Não quero mais ter que esconder isso de você.
- Estou indo trabalhar agora. Falamos em casa. Hoje tenho meio período, então vou voltar logo.
Ritsu acabou sorrindo, achando graça na situação. Tentou não rir e conseguiu, mas sorrir era outra coisa. O pai parecia inabalável. A mãe parecia transparente, o irmão parecia até alguém sem qualquer parentesco com o restante, estava mais gelado do que deveria após uma alimentação.
- Vem, onii-chan. Papai vai se atrasar.
- Sim senhor.
Etsuo fez uma pequena reverência, respeitava o pai e por isso o fazia, apertou a mão do irmão e seguiu o caminho com ele, para casa.
Ao sair, numa breve despedida, Kaname logo fora para o carro junto do outro, parecia pálido demais, e já estava esperando por suas palavras a favor do filho. Shiori seguiu junto do maior para dentro do carro e nem sabia o que dizer, definitivamente não esperava por aquilo.
- Kaname...
Kaname voltou-se para o menor, sorriu. Na verdade o riso soou entre os dentes. Negativou e massageou as têmporas.
- Sou um pai terrível. Já sei disso tudo, não é bem o assunto que queria ter com meu filho, mas também não acho necessário. No entanto, vou deixar o Etsuo tremer um pouco achando que vou acabar com ele.
- Sabe...? Eu... Não sabia. Ele vai ficar nervoso.
- Sobre o fato de que ele está se envolvendo com o Ritsu realmente faz um tempo, prefiro não me meter sobre isso, mas sei que eles não são irmãos de sangue. Também não consigo entender porque dentre tantas pessoas, Etsuo escolheu logo aquele que cresceu como seu irmão. Mas são meus filhos, o ciúme e os cuidados dele com o Ritsu sempre foram diferentes. Achei que talvez quando estivesse maior fosse perceber que existem outras pessoas, mas parece que não pra ele.
- Ele já conversou comigo sobre o Ritsu sabe e... Parece gostar mesmo dele. Já o vi chorar pelo irmão. - Shiori sorriu sutilmente e desviou o olhar a ele. - Você é tão doce, não sei porque o Etsu tem medo de você.
- Doce, é? Parece até que não se lembra como nós nos conhecemos. - Kaname disse porém sorriu. - Não é o que eu teria imaginado pra ele, mas bom, sei que ambos são bons meninos então, menos problema. Mas vou deixar o Etsuo sofrer um pouco.
- Como você é mau... Eu me lembro, mas... Hoje em dia não acho ruim. Na época é claro que você quase me matou.
♦- ... Eu acho que vou desmaiar.
- Papai não vai fazer nada, Etsuo. Está tudo bem. Mas você foi tão sério...
Etsuo desviou o olhar ao irmão.
- Eu... Quero que você saiba que levo nosso relacionamento a sério, e quero que eles saibam também. Quero que saiba que eu escolhi o meu parceiro, e nunca vou escolher outro.
- Eu sei que é sério. Também estou sério, onii-chan. Não precisa ficar tão ansioso. - Afagou sua bochecha fria. - Medroso.
Etsuo assentiu ao sentir o toque e abaixou a cabeça.
- Hum... Vamos.
- O que houve?
Ritsu indagou um pouco confuso sobre como ele pareceu não gostar de alguma coisa. Seguiu o caminho no entanto até que enfim estivesse dentro de casa.
- Nada... Só... Você não parece me levar tão a sério assim...
- Claro que o levo. Por que pensa que não?
O menor indagou e franziu levemente o cenho.
- Estou me declarando pra você e você... Desviando o assunto.
- Claro que não. Eu só estou tentando te deixar mais calmo. E, onii-chan é adorável, não pense que não me sinto da mesma forma. É só que, não importa o que o pai diga, continuarei com você.
Etsuo desviou o olhar a ele por um momento e sorriu.
- ... Hai. Vai, me dá meu presente.
- Hum, só vou dar a você se me disser que acredita em mim.
- Eu acredito em você.
- De verdade ou você é apenas um interesseiro?
Ritsu indagou e pegou o embrulho pequeno. Mostrou a ele, mas esperou responder antes de entregar.
- De verdade. - Etsuo riu.
O menor entregou a ele o pequeno embrulho. Seguiu consigo ao quarto, indicou a ele o banheiro e se sentou na cama. O maior seguiu com ele ao quarto, devagar enquanto observava o embrulho, confuso.
- O que é?
- Entre no banheiro e abra, ora.
Após indicar o cômodo, o menor o esperou por ali após fechar a porta. Havia comprado para ele uma roupa íntima. Era preta e combinava com a meia que já havia dado há alguns dias. Tinha em formato o design de uma boxer comum, embora sem elástico grosseiro no cós, tinha um tecido rendado e transparecia sua pele branca nos ornamentos da renda preta. Ainda que renda, sua forma não tornava a peça tão afeminada, era só um adorno sensual.
Etsuo assentiu a ele e seguiu ao banheiro, levando o pequeno embrulho. Ao entrar, abriu o pacote e analisou a roupa dada a si, abriu um pequeno sorriso e mordeu o lábio inferior, vestiria para ele. Retirou a roupa preta que usava, camisa e calça, manteve a coleira e colocou a roupa íntima preta, seguindo ao quarto e parou em frente a ele, com um sorriso nos lábios.
- Estou bonito?
Ritsu aproveitou de sua ausência para pegar as meias. Ao voltar com elas deixou-as ao lado e quando enfim saiu do banheiro, já vestia a roupa, que ficava bem como havia imaginado. Não o afeminava mas o deixava sensual. Estendeu a mão a ele e puxou uma de suas pernas entre as próprias, apoiando-a na cama, ajustou a meia e colocou-a em sua coxa firme. Etsuo estendeu a perna a ele conforme o via pegar a meia e sorriu meio de canto, deixando-o vestir a si.
- ... Tem tara por roupas femininas?
- Tenho. - Ritsu disse e puxou sua outra perna, que por sinal apoiada entre as próprias, acomodou numa parte específica. - Em você sim.
O maior sorriu a ele e pressionou seu sexo com a perna, observando-o e mordeu o lábio inferior. Ritsu curvou-se de leve e mordeu seu joelho, acariciando sua panturrilha sedosa pela meia.
- Olhe-se no espelho.
O maior assentiu, um pouco envergonhado e virou-se sutilmente, observando em direção ao espelho e teve que puxar a perna e manter-se de é para poder se observar. O loiro se levantou e seguiu atrás do moreno, fitando-o igualmente pelo reflexo do espelho, porém, escondeu-se atrás dele, descansou a face atrás de sua nuca e mordiscou de leve. Tocou sua cintura, passou pelas laterais de curvas quase inexistente, tocou sua barriga e imergiu na delicada roupa de renda, dentro dela passou a acaricia-lo sem abaixar o tecido, sem que ele visse mais do que os braços em torno de seu corpo. Etsuo viu-o se aproximar de si e sorriu a ele, desviando o olhar a sua mão que deslizava para dentro da roupa, claro, o observava pelo reflexo. Mordeu o lábio inferior e guiou uma das mãos até os cabelos dele atrás de si, tocando-o e acariciando-o.
- Onii-chan... Ah...
Ritsu não disse nada a ele, ainda sob o toque de sua carícia. Abaixou gentilmente a peça, sem que a deixasse invisível em seu corpo, queria que estivesse aparente. O enluvou e passou a masturbar o moreno, devagar. Etsuo fechou os olhos, inclinando o pescoço para trás e apreciou os toques, sentindo-se endurecer na mão dele.
O menor o tocou em seu queixo, subiu a seu rosto e beijou sua cabeça ao se deitar no próprio ombro. Lambeu sua orelha e mordiscou a cartilagem, não gostava na própria orelha, mas ele, parecia adorar na sua. Ao desocupar a mão de seu rosto desceu em seu peito e acariciou seu mamilo. O outro suspirou com o toque e contorceu-se sutilmente ao ter o toque na orelha, ele era tão gostoso, os toques dele eram, e estremecia conforme o sentia. Sentiu a mão dele deslizar pelo corpo até o mamilo e novamente se arrepiou, guiando uma das mãos sobre a dele e apertou-a suavemente.
Ritsu se perguntou por um momento se queria o toque mais forte, não queria falar durante aquilo. Queria que ele apenas sentisse. Beijou seu ombro nu. Pressionou os dedos em seus mamilos, o mesmo fez ao intensificar o toque de baixo. Massageou com mais firmeza.
- Olhe no espelho.
Etsuo gemeu baixo ao sentir seu toque, estremecendo conforme o aperto e desviou o olhar ao espelho, como ele mesmo pedia, vendo-o atrás de si, e era lindo.
- Olhe aqui. - O loiro disse e indicou a ele onde olhar, ao mover os dedos e apalpar seu sexo já ereto. - Quero que veja quando gozar.
- Vai me fazer gozar assim?
Etsuo sorriu a ele e assentiu, desviando o olhar ao ponto específico indicado.
- Hum, não consigo?
Ritsu indagou e beijou sua nuca onde aspirou seu cheiro levinho de sabonete. Aos poucos o punho se tornava ainda mais intenso, tal qual o mamilo onde o segurava e sentia entumescer. Etsuo mordeu o lábio inferior e assentiu.
- Claro que consegue, mas geralmente gosta de me fazer gozar sem usar as mãos.
Sorriu e ainda o observava pelo espelho, poderia gozar só de olhar pra ele.
- Hum, se você preferir eu posso. - Ritsu disse e lambiscou o lóbulo de sua orelha.
O maior suspirou, estremecendo mais uma vez ao ouvi-lo e não sabia o que dizer, queria aquele toque, mas também o queria dentro de si.
- ...
- O que houve? Quer que eu entre?
- Não fale assim tão perto do meu ouvido...
- Incomoda você?
Ritsu mordiscou seu macio lóbulo e desceu pelo pescoço onde beijou e sorveu levemente a pele. Com a mão antes em seu peito, voltou-se para trás e abaixou bem devagar sua roupa íntima, expondo suas nádegas que de onde estava podia contemplar.
- Não... Me excita.
O moreno murmurou e suspirou, desviando o olhar a ele pelo espelho e notou seu movimento a abaixar a própria roupa, fitando as nádegas e mordeu o lábio inferior, inclinando-se a apoiar-se no espelho, mantendo os quadris empinados em direção a ele. Com a mesma sutileza em que se moveu antes, Ritsu fez na própria roupa, abaixou a calça e juntou com a roupa íntima, se encostou nele. O fez sentir da pele cálida, como sentiu a sua pele fria. Etsuo suspirou mais uma vez, dessa vez entreabriu os lábios, expondo as presas pequenas e afiadas e observou o irmão ainda atrás de si, sentindo sua pele em contraste com a própria, gostava dele para esquentar a si, era gostoso.
- Não se apoie no espelho. Quero que assista quando gozar e quero que se veja inteiro.
O loiro disse e segurou seus braços por um instante, voltando no entanto uma delas a seu membro, onde fez rapidamente um afago e se afastou, faria agora apenas atrás. Ao se tomar na mão, roçou em suas nádegas, esfregou-se nele, em sua entrada. A essa altura já estava ereto, uma vez excitado com a figura do moreno, do toque de seu corpo firme. O moreno sentiu-o segurar a si e afastou-se do espelho, embora ainda mantivesse inclinado o corpo.
- Preciso dar espaço pra você entrar no meu corpo...
- Eu vou conseguir fazer. - Ritsu disse a ele e flexionou suavemente as pernas, dando melhor encaixe abaixo do moreno.- Viu? - Indagou sem realmente pedir resposta e sorriu a ele pelo reflexo do espelho. - Lubrificante?
O maior sorriu ao menor e assentiu, mordendo o lábio inferior mais uma vez.
- Tem na gaveta.
- Pega pra mim, onii-chan.
Etsuo assentiu e virou-se de frente a ele, beijou-o em seu pescoço, mordiscando e arrancou uma pequena gotinha de sangue, lambeu e sorriu ao irmão, expondo os olhos acesos e seguiu em direção a cômoda, onde buscou o frasquinho verde. Ritsu o retribuiu em seu beijo breve, resmungou desprevenido por sua mordida. O assistiu partir e voltar, mas ainda lambia o lábio machucado, que diferente dele não cicatrizava logo.
- Passe em mim.
O maior assentiu novamente e desviou o olhar a ele, colocando pouco só lubrificante de menta na mão e passou por todo o membro dele, cobrindo-o e massageou suavemente. Ritsu segurou seus ombros enquanto sentia o toque escorregadio de seus dedos frios, diferente do lubrificante que parecia aquecer. Aproveitou para encarar seu rosto bonito. Mordiscou seu queixo e lambeu seus lábios. Etsuo sorriu a ele ao sentir a mordida. Aproximou-se e beijou-o no rosto, roçando a face a dele, como um cachorrinho mesmo.
- Mestre...
- Nani, Inu-chan? Quer carinho?
Ritsu indagou e tocou seus cabelos escuros, deslizou para a nuca e esfregou as unhas não muito alongadas de fato. O maior assentiu ao ouvi-lo e estremeceu conforme sentiu o toque das unhas.
- Quero você dentro de mim, mestre.
Murmurou, próximo a pele dele em seu pescoço, o qual novamente beijou.
- Então mostre de novo esse bumbum pra mim, inu.
Taa suspirou em meio o sono, já em seu fim, afinal já era inicio de noite e deitava-se de bruços na cama. Sentiu o travesseiro macio abaixo de si, os cabelos bagunçados sobre a face e aos poucos abriu os olhos. Esfregaria os olhos, se pudesse, puxou as mãos e as sentiu presas, estreitou os olhos e moveu a cabeça a retirar os cabelos da face, procurando-o pelo quarto, só então pode notar que estava preso na cama com algemas.
- Ikuma... Que... Que porra é essa? - Esperou a resposta que não veio e puxou as mãos. - Ikuma? ... Ikuma caralho!
- Hum, essa posição combina totalmente com você.
Ikuma dizia, com timbre que vinha num canto do quarto. Acomodava-se na poltrona, ambiente escuro, e uma pequena claridade de um abajur. Entre os dedos o cigarro queimava em cinzas, deixando a fina névoa cinzenta dispersas notória às vistas. É claro, que propositalmente se acomodava feito um cafetão, e sorria, fosse a manter o papel ou então perdê-lo para o riso.
- Ah então foi você mesmo... Não podia esperar eu acordar não?
Taa falou a observar que estava já sem a camisa que vestiu para dormir na noite anterior, desviou o olhar ao local a observá-lo e estreitou os olhos.
- Quem mais seria? Adoro como fica com a bunda empinada quanto tenta se mover. Fazer enquanto dorme é muito melhor. Eu deveria deixá-lo sozinho por uns instantes.
- E eu deveria te bater até você desmaiar quando eu me soltar.
- Ah, é mesmo costelinha?
- É mesmo. - Taa puxou as mãos. - O que você quer?
- Nada, só vou te deixar excitado.
- Está demorando hein.
- Estou contemplando.
- Vai ficar aí muito tempo?
- Quem sabe.
Ikuma tragou o cigarro que abandonou entre os lábios e levou as mãos a própria camisa, tirando-a a deixá-la ali de lado.
- Hum... Agora está ficando bom.
- Vamos ver o quanto vai ficar.
Ikuma ditou abafado contra o cigarro que mordeu no filtro. Levantou e caminhou até o outro. Não teve delongas a tocar em sua nádega, afastando-a despudoradamente, e sem delongas, a pequena bolinha esverdeada em gel, introduziu em seu corpo, voltando à seguir, a se sentar. Taa seguiu-o com os olhos até alcançar a si e o pequeno gemido deixou os lábios ao senti-lo colocar o pequeno objeto em si, mordendo o lábio inferior.
- Hum...
O menor pôde sentir o cheiro mentolado pairar pelo ar, deixando evidente o estouro da bolinha em silicone, tal como escorreu levemente entre suas nádegas.
- Hum...
Taa suspirou, fechando os olhos e repousou a face sobre a cama.
- Está bom aí, hum?
- Hai. - Murmurou.
- Vai esquentar, espero que isso não seja um incômodo pra você.
- Esquentar mais só se seu pau estivesse aqui dentro. - Taa falou baixo e riu.
- Uh...
Ikuma riu maldoso e abafado e ao que se levantou livrou-se da própria roupa inferior, permanecendo com a boxer. E tornou traçar aquele caminho até ele, desta vez com o pequeno vidro transparentado em vermelho. Friccionou o dedo em seus lábios os quais descerrou e fizera-o ingerir o pouco conteúdo do recipiente. Taa lutou contra a mão do outro que tentava abrir os próprios lábios e por fim bebeu pouco do líquido. Estreitou os olhos e tossiu.
- Me diz que você não me deu estimulante...
Ikuma riu novamente.
- Vai pegar fogo, Lagarta.
- Ah, Ikuma.... Caralho.
- O que?
- Sei que vai me torturar...
- De uma forma gostosa.
- Só pra você não é?
- E pra você não?
- Não sei, nunca vi você implorando pra entrar em mim.
- Ah, você quer isso?
- Não disse que queria. - Taa riu. - Mas ia ser legal um dia eu te amarrar. Embora eu saiba que pode se soltar.
Ikuma buscou a pequena chave das algemas, libertando-o do aço envolto em seus pulsos.
- Vamos, então me faça implorar.
- Não... Prefiro ser torturado.
- Uh.
O menor murmurou e tornou se levantar, seguindo até a mesma poltrona.
- Fique aí. Não encoste seus pés no chão, a menos que queira morrer por uns dias.
Taa passou as mãos pelos pulsos e suspirou.
- Ah, não posso descer?
- Não. Vai ficar de pau duro bem aí.
Ikuma levantou-se outra vez e caminhou até a gaveta já conhecida de sua existência pelo demais. Dela, pegou o pequeno aparelho em forma oval, com controle de velocidade, um vibrador. O vidro de lubrificante, que não especificou ser ainda mais estimulante e jogou-os na cama.
- Você pode usar isso.
- Ah Ikuma, não seja ruim. - Taa falou a observar os objetos. - Eu não vou usar.
- Então vai ficar excitado.
- Ikuma! - Taa estreitou os olhos.
- Pois não?
- Vem aqui.
- Não. Comece, brinque.
- Eu não quero brincar sozinho.
- Estou olhando. Comece, Taa.
O maior deitou-se na cama e permaneceu a observá-lo, mordendo o lábio inferior numa pequena perfuração que expeliu uma gota de sangue. Ikuma estreitou com suavidade as pálpebras num sorriso curto, mas que era notável. Delineou os lábios e quando tornou esconder a língua, deixou sob o lábio o rastro de sangue, retribuindo-o. Taa estreitou os olhos e apertou o lençol da cama com uma das mãos.
- O que há, lagarta? Brinque, acho que seu pau está ficando bem duro.
Taa negativou e uniu as sobrancelhas.
- Brinque. Se masturbe então, o lubrificante está aí pra isso.
Taa deslizou uma das mãos pelo corpo a alcançar o membro e deslizou suavemente a mão por ele.
- Hum, como está grande.
- Eu sou grande.
O maior murmurou e piscou a ele.
- Hum, eu sei que é.
- Não é isso que fala pra mim, hum.
Taa murmurou e pegou o pequeno frasco sobre a cama, pegando pouco do gel a levar a mão suja ao sexo novamente, massageando-o. Um sorrisinho de canto adornou os lábios do menor conforme via-o pegar o lubrificante, e deixá-lo na extensão ereta de seu membro. O maior desviou o olhar a ele e estreitou os olhos.
- O que foi?
- Nada, só estou apreciando a vista.
- Hum... Sei. - Taa murmurou e apertou sutilmente o local, mordendo o lábio inferior. - Ah... Parece que em vez de melhorar, isso esta piorando...
- Por que, hum? Olhando demais pra mim?
- Deve ser... Ah... - Taa uniu as sobrancelhas e manteve os estímulos que fazia em si, deslizando a mão pelo sexo, subindo e descendo, estimulando-se e mordendo o lábio inferior. - Ikuma...
- Hum?
- Está doendo...
- É mesmo? Devo fazer algo por você?
- Vem cá... Não me faça brincar com o brinquedo de plastico, prefiro o seu...
- Prefere que eu faça o que?
- Que entre aqui.
Taa murmurou a separar as pernas e deslizar o dedo a alcançar o próprio íntimo.
- O que quer que coloque aí dentro?
- O seu pau, hum... Quer tirar minha virgindade de novo?
Taa riu e mordeu o lábio inferior.
- Uh, me odeio por não conseguir te provocar um pouco mais. Sabe o quanto quero te pegar?
- Tenho ideia pelo volume na sua calça.
- Ah é? E tem ideia de como ele vai deslizar bem pro fundo do seu corpo?
- Não fale assim que eu já estou querendo gozar sem nem me tocar.
Ikuma levantou-se, caminhando até a cama, e claro que foi vagaroso ao fazê-lo. Cessou a caminhada à beira e não se sentou ou deitou sobre ela.
- O que foi, hum?
- Estou esperando sua manifestação.
- Eu não posso sair da cama.
Taa riu e ajoelhou-se, aproximando-se do outro a observar o corpo dele. abaixou-se e a língua o tocou na ereção, mesmo por cima da roupa.
- Não disse pra sair da cama.
O menor dizia a segui-lo visualmente, até que o tecido róseo de sua língua tocasse a ereção existente, mesmo no impasse do tecido.
- Ikuma... Está quase saindo pra fora. - Murmurou. - Isso tudo é vontade, hum?
- Isso é porque eu sou grande, lagarta.
- Ah então é assim?
- É claro. Não vai me chupar?
- Ah, mas é claro que eu vou. Acha que vai sair daqui?
- Então chupa, porque senão vai ser difícil de entrar em você.
- Ah, não seja por isso...
Taa puxou a roupa intima do outro e levou a mão suja pelo lubrificante sobre ele, deslizando-a pelo membro do outro a sujá-lo.
- Hum... Devia ter me chupado primeiro, vai querer sentir o gosto do lubrificante?
- Tem algo nesse lubrificante, não tem?
- Não, por que?
- Porque ele me deixou pior do que eu já estava.
- É porque você quer meu pau, dentro de você.
- Ah é por isso?
- Claro que é. Como você quer?
- Você quer que eu te chupe primeiro, hum? Ou já quer entrar?
- Vou entrar, agora já estou com lubrificante.
Taa assentiu e virou-se de costas a ele, ficando de quatro.
- Hum, que safado. Mais tarde vou te dar uns beijos aqui embaixo, bem aonde você gosta.
- Hum, eu vou cobrar.
Ikuma levou um dos joelhos sob o colchão, e um dos pés manteve no chão coberto pelo felpudo tapete. Lançou as mãos em seus quadris e o puxou a si, assim como direcionou o membro em sua entrada, e insistiu na investida, vagarosa e continua, até tê-lo rompido pela inúmera vez. Taa aproximou-se do outro, empinando o quadril a ele e logo deixou escapar o gemido alto ao senti-lo adentrar o corpo.
- Ah... Ikuma... - Apertou o lençol entre os dedos - Está quente, hum?
- Está gostoso.
Ikuma o empurrou e tornou a puxá-lo, o manejando contra o corpo em investida.
- Hum...
Taa mordeu o lábio inferior, sutil e suspirou.
Ikuma tornou se mover, dando ritmo aos estoques. Soltou-o do enlace das mãos e observou seu corpo junto ao próprio conforme investia e o penetrava.
- Adoro essa bunda, lagarta.
Taa fechou os olhos a agarrar o lençol, apertando-o com força entre os dedos enquanto apreciava os movimentos dele.
- Ah... Gosta é? Eu gosto do seu pau.
- Adoro. Dá uma rebolada, ahn.
O maior moveu o quadril a rebolar e empurrou-se a ele, sentindo-o atingir a si a fundo. Ikuma deslizou as mãos em suas nádegas, quadril e à leve curva que tinha em sua cintura, o puxou consigo, sempre firme ao fazê-lo, de modo que estalou no atrito.
- Ah, Ikuma...
O maior gemeu em tom mais alto e mordeu o lábio inferior.
- Gosta de um pau, hum? Ainda mais metido na sua bunda, uh?
O menor proferiu rouco e sem firmeza ante os movimentos contínuos. O empurrou na cama e riu com silêncio conforme o largou sobre ela, porém foi-se contra si. Apoiou as mãos no colchão, tendo o torso erguido e o quadril, diversas vezes para cima e baixo, acometendo-se a ele.
- Gosto do seu, não de qualquer um. - Taa falou e riu baixo, porém logo sentiu a cama abaixo de si, agarrando o lençol a estreitar os olhos. - Vai me jogar assim mesmo, é?
Ikuma riu agora audível, mesmo baixo. Abaixou-se sobre ele e lhe lambeu o pescoço, a nuca, mesmo a sentir alguns poucos fios de cabelo. E logo voltou a se afastar. Taa sentiu o arrepio percorrer o corpo com os toques dele na pele e virou a face a lhe selar os lábios.
- Quer beijinho, é?
O menor indagou e o fitou e cima. Deu-lhe um solavanco repentino feito a pergunta. O gemido deixou os lábios do maior e suspirou.
- Eu gosto, ahn. - Riu.
- Quer virar?
- Hai.
Ikuma afastou-se, passando uma de suas pernas ao lado do corpo, o ajeitando defronte a si. Taa sorriu a ele e piscou, ajeitando-se a levar as pernas ao redor do corpo dele. O menor tornou apoiar ambas as mãos no colchão, e visualmente mediu sua figura, parando sob a região íntima e ereta, acima de sua ventre.
- Hum... Apetitoso ainda.
- Ah, então acha minha bunda mais gostosa que qualquer coisa em mim, é?
- Ah, isso é muito difícil dizer.
Ikuma sorriu de canto, moveu-se, arremetendo.
- Você está querendo apanhar hoje.
Taa falou, porém antes que pudesse terminar deixou escapar o gemido baixo.
- Hum...
- Apanhar por quê?
O menor indagou quando minimizado o movimento, e afastou-se bem devagar.
- Está falando que minha bunda é mais bonita que eu, ô bonitão.
- Sua bunda é parte de você, lagarta.
- Ah é?
Taa puxou-o para si e lhe selou os lábios. Ikuma sorriu-lhe contra os lábios onde continuou a fala pós beijo.
- Mas você sabe o quanto o acho gostoso, ah? Todo bom.
- Claro que eu sei.
- Mesmo o pau inútil que tem.
Ikuma provocou e tornou investir, repentinamente brusco, assim como deu passe às próximas estocadas até que se fartasse do ritmo.
- Eu só não discuto com você porque é verdade.
O maior falou a apertá-lo entre as próprias pernas e fechou os olhos a apreciar as investidas.
- Ele serve para uma coisa. - Ikuma ditou lânguido, rouco.
- Ah é? Pra que?
- Pra me deixar com tesão. E faz muito bem.
Uma das mãos, o menor levou a seus cabelos, enroscando à franja desfiada e firmou-a. Pouco se afastou, erguendo novamente o torso e tornou investir mais precisamente após concluir o comentário. Taa sorriu a ele e mordeu o lábio inferior, fechando os olhos e inclinou a cabeça para trás a apreciar os movimentos dele, gemendo baixo e algumas vezes chamava o nome dele em tom mais alto. Ikuma levou ambas as mãos, os braços envoltos em suas pernas, por onde o segurou com firmeza, trazendo-o para si, dando maior precisão ao atrito que tinha com seu corpo, e gemeu num toque rouco de voz. O maior ouviu o gemido do outro e abriu os olhos a observá-lo, abrindo um sorriso nos lábios.
- Hum... Está doendo, Ikuma...
- O que? A pedra aí embaixo?
- É, idiota. - Riu.
- Bate uma.
- Quero que bata pra mim, hum.
- Ah é? E por que eu deveria quando já estou te dando algo bom atrás?
- Porque você é meu marido, é sua obrigação. - Taa riu.
- Hum... Ok.
Ikuma riu baixinho e descansou o antebraço sob a cama, onde deu apoio ao peso do corpo, e sustentou-se com o torso separado do outro. A mão livre levou até seu membro, sentindo a firmeza demasiada do músculo, apertou-o e sentiu-o pulsar de excitação.
- Pedra.
- Ah...
O maior gemeu em tom mais alto, apreciando o toque do outro e desviou o olhar ao local.
- De tanto estimulante que eu já ingeri... Acho que não vai demorar muito pra eu gozar...
- Então goza. Ou prefere que eu te faça gozar com a boca?
Ikuma indagou e investiu em movimentos mais ligeiros em seu corpo, o estocou abrupto e brusco, desencadeada a frequência vívida. De fato havia prendido a respiração enquanto o fazia, e soltou-a numa vez conforme o rastro da voz num rouco gemido, constando o ápice que atingiu. Antes que pudesse respondê-lo, Taa fechou os olhos a apreciar as investidas e levou uma das mãos ao ombro do outro, apertando-o no local enquanto a outra levou ao redor do corpo dele, apenas apoiando-a em suas costas e gemeu sutil ao senti-lo gozar, contendo-se de atingir o próprio ápice.
- Ah.... M-Me parece interessante.
- Ou prefere que eu te faça gozar tocando aqui atrás?
Ikuma tornou indagá-lo e o apertou entre os dedos, investiu novamente, enquanto o prazer ainda se desfazia dentro de si. Taa uniu as sobrancelhas e o apertou novamente no local.
- Ah... Mais, Ikuma...
- Quer mais? Quer minha boca ou quer que eu faça por trás?
- Quero mais...
- Então pede com jeitinho.
- Nunca entendo o seu jeitinho - Riu. - Mais Ikuma... Me fode.
- Não precisa ser do meu jeitinho, me peça como você precisa pedir.
Ikuma deitou-se sob ele, encostando-se contra seu peito. Beijou-o no pescoço, roçou a pele onde criou uma fina risca rasgada, que sequer sangue expeliu, logo, tinha-a aumentado visto que penetrou a carne e causou o orifício com os longos caninos, sugando de seu gosto, de seu fel. Ainda assim, voltou a se mover sem impasse. Taa inclinou pouco o pescoço para trás ao senti-lo seguir o caminho do proprio pescoço e sabia o que ele faria. Gemeu sutil ao sentir o pequeno machucado e logo o gemido alto deixou os lábios ao senti-lo cravar as presas na pele. Levou uma das mãos aos cabelos dele, segurando-os entre os dedos e os puxou sutilmente, apreciando os movimentos dele contra si e tentava conter o ápice para que pudesse apreciar o restante dos movimentos do maior.
Ikuma sugava-o, porém era lânguido, não tomando suas forças com a branda sucção, contido. Movia-se da mesma forma em seu corpo, era razoável, porém quando o chegava no fundo, lhe impunha força, e seguia provendo-se do seu fel, assim lhe causando as mesmas sensações que era causadas em si, permitindo-o partilhar do prazer que proporcionava e suspirou ao soltá-lo, beijou-lhe os lábios que provaram de seu próprio sangue, mesmo que superficial fosse.
- Eu te amo.
Taa deslizou a mão até a face dele, tocando-o no local a acariciá-lo e manteve-se do mesmo modo a sentir as investidas dele contra o ponto sensível. Uniu as sobrancelhas e abriu os olhos ao senti-lo retirar os dentes da carne, observando-o por um pequeno tempo antes que pudesse sentir o beijo que retribuiu, sentindo o próprio gosto nos lábios dele. O gemido baixo deixou os lábios e gozou, sujando a si e a ele com o prazer sentido e abriu um enorme sorriso nos lábios ao ouvi-lo, puxando-o para si com cuidado e lhe selou os lábios.
- Eu também te amo.
Ikuma sorriu tênue contra os lábios que roçados no proferir de sua frase em retribuição. Tornou se mover um pouco mais, até que todo seu êxtase fosse esvaído. Taa suspirou após o fim do ápice e deslizou a mão pela face dele a acariciá-lo, porém retirou-a do local ao notá-la sutilmente tremula, sorrindo a ele. O menor riu, mesmo abafado ainda audível.
- Ah, fica todo gracinha quando ouve isso.
Taa negativou e escondeu a face contra o pescoço dele. Ikuma tornou a rir e o beijou sob a têmpora.
- Gostoso.
- Também te acho gostosa, loira. - Taa riu.
- Eu sei, Lagarta. Também acho.
Taa riu e deslizou as mãos pelo corpo dele, alcançando as nádegas e apertou o local.
- Tem algum assunto a tratar aí?
- Não, nenhum. Eu nem me atrevo mais.
- É claro, você gosta de ser minha mulher.
- Hum... Gosto.