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março 2019
A noite era densa, os flocos de neve já começavam a cair, cobrindo tudo de branco, o frio era de trincar os ossos de qualquer humano que ousasse pisar para fora de casa, mas não era humano, nem o pequeno vampiro, nem o irmão de mesmo tamanho que ele, que tentava se cobrir com a pequena caixa de papelão, estava frio mesmo para dois vampiros, o mais velho podia sentir a pele engraçada, meio dura.
- Tudo bem onii-chan, se cobre, eu vou tentar achar algum cobertor.
- Iie, onii-chan já procuramos, não tem cobertor no lixo...
O mais velho apenas por alguns minutos, uniu as sobrancelhas e assentiu, segurando a mão do irmãozinho e com ele seguiu para dentro do beco novamente, iria em direção ao local já conhecido junto dele. A casa afastada da cidade, só haviam destroços, o teto havia desabado em boa parte dele, e a neve não cobria nada. Com o irmão, caminhava de quatro, como um pequeno filhote de gato, tinha marcas sujas nas mãozinhas e os joelhos viviam machucados, mas ao se alimentar, melhoravam. Ao adentrar a casa, em conjunto ao irmão, subiu as escadas para o andar de cima onde dava no quarto que antes espaçoso, e agora, coberto de preto em suas paredes, a casa havia sido queimada por um grupo de humanos. Na cama, subiu com um impulso, assim como o irmão, e ali podia ver os restos de cinzas de dois corpos marcados na cama, havia se deitado perto deles, junto do outro. As sombras na cama, um dia já haviam sido os próprios pais, não sabia exatamente o que havia acontecido, quando acordou, somente teve tempo de descer com o irmão do quarto em chamas. Sabia que ia ali algumas vezes, mas não conseguia dizer nada, se lembrava de pouca coisa da voz deles, ou de expressões faciais. Ali permaneceu algum tempo, na tentativa de dormir, mas era quase impossível. Tinha fome, o irmão também, sabia porque o sentia, e além disso ele chamava a si a cada dez minutos para lembrar daquilo. Ao se levantar, seguiu novamente ao beco e com a cabeça empurrou as pequenas caixas para dar a visão dos filhotes de gato e da gatinha maior, que cuidava de si e do irmão, era uma linda gatinha branca, que agora parecia ainda mais branca na neve. Miou para ela e sentiu-a roçar o rosto no próprio e no do irmão, empurrando um pequeno pedaço do que parecia um peixe tirado do lixo. Não gostava muito de comida humana, a fome era outra coisa, então negou com a cabeça e deitou como um pequeno filhote junto do irmão, atrás das caixas, tentando se aquecer.
- Onii-chan... Onii... Está sentindo o cheiro?
O mais velho abriu os olhos, amarelos, quase nenhum traço do vermelho que antes havia e assentiu, com o irmão seguiu para fora e fitou o rapaz sentado num banco a pouca distância, a refeição dele tinha cheiro de sangue fresco, era estranho, nunca havia visto aquilo.
- Talvez se... Chegarmos devagarinho ele dê um pedaço.
O mais velho assentiu ao outro e devagar seguiu até o rapaz, engatinhando junto do irmão, e os olhinhos grandes o fitaram, silencioso.
Kunisaki sentou-se no banco em frente a praça, tinha árvores que pareciam ainda mais bonitas enquanto congelavam, mesmo que estivessem morrendo pelo frio. Costumava achar que coisas e pessoas se tornavam ainda mais bonitas após a morte, beleza esta que nunca haveria de conhecer. Podia sentir na roupas escuras o toque da neve nublando o preto do tecido. Sentia um cheiro conhecido, mas era noite, uma bela noite de neve e sem ninguém, embora vampiros saíssem para caçar. Oh, quase teve de suspirar feito um humano para ter o prazer de contemplar a forma como se sentia bem naquela imensidão congelada e silenciosa. Mas de um pequeno espaço o cheiro se intensificou, deduziu sem algum vampiro se alimentando por ali, embora não sentisse cheiro de sangue humano e também não imaginava como um humano estaria fora de casa naquele frio, tanto que precisava entrar nas casas para conseguir tomar de alguém sua vida e ganhar uma refeição, ou podia facilitar ao comprar no restaurante do amigo, mas certamente não comeria num beco, sim no banco, como estava a fazer. Pegou um dos pedaços da carne na caixa que parecia típica de comida chinesa, era um mix de carnes diferenciadas e para um vampiro, era como comer bombons esperando pelo sabor diferente de cada um. Numa mão tinha a caixa, na outra tinha um cigarro e junto a um dos pés uma garrafa de saquê com tipo O. Mas quem seria o maldito atrapalhador do bom momento de solidão? Olhou desdenhoso porém observou as crianças, se aproximando como pequenos animais, olhou cada minuto de sua cautela, se perguntando que porra era aquela, até que chegassem com grandes olhos dourados, para si. Estava um pouco surpreso na verdade enquanto analisava o fato de que estavam roxos, pouco vestidos e provavelmente um pouco empoeirados.
- ...
Devagar, o gêmeo mais velho se aproximou dele, embora um pouco amedrontado já que ele parecia olhar a si como todas as pessoas olhavam, como se fosse um mendigo que merecesse o mínimo de atenção. Farejou o ar, mostrando o interesse no que tinha em seu potinho de comida, porém nada disse. Kunisaki pôde julgar por sua pequenez que não era muito vivido, talvez tivesse o que? 7 ou 8 anos de idade, menos que isso. Estranhamente agia feito um gato de rua. Parecia inútil perguntar sobre seus pais, porque pelo aspecto físico que apresentava e as roupas que usava, não parecia acompanhado. Pegou um dos pedaços da refeição qual se provia, e levou a altura de seu rosto, não disse nada, esperou por seu modo de agir. O mais velho aspirou o cheiro da carne, era carne humana, cheirava bem, nossa, e como cheirava. Porém, ao invés de aceitar, voltou-se ao irmão escondido atrás de si e lambeu o rostinho dele, indicando que pegasse a carne oferecida. Timidamente ele se aproximou e pegou com a boca o pedacinho da refeição dele no hashi. Kunisaki teria franzido o cenho para expor o fato de que não estava exatamente entendendo o comportamento deles, mas não era assim tão expressivo. Pegou porém outro pedaço da carne, ofereceu para suprir o que cedia a seu irmão. O moreninho mais velho aproximou-se devagar conforme viu a carne e aceitou, mordendo rapidamente o pequeno filete do alimento.
- Não deveriam estar em casa?
Kunisaki perguntou enquanto pegava mais um pedaço de carne e lhes dispôs a frente. O mais velho deixou que o irmão pegasse a carne oferecida, quanto a si, negativou, encolhendo-se ao ouvi-lo.
- Vocês moram na rua?
Ele assentiu.
- Abandonaram vocês na rua?
- Nossa mamãe morreu... - Respondeu o mais novo.
- E a mãe de vocês era um gato?
O mais novo assentiu, porém o irmão negativou. Os pequenos desviaram o olhar ao beco e viram a gatinha branca que observava a ambos, atordoada por ver que estavam perto de um humano, ou o que parecia ser um, mas não tinha coragem de se aproximar, ela já havia sido maltratada. Kunisaki observou à distância tal a direção o qual ele olhava e pôde ver o pequeno animal.
- É a mãe de vocês?
O mais novo assentiu.
- E faz tempo?
Kunisaki indagou embora se achasse um tolo por perguntar coisas como aquela para crianças, duvidava que eles de fato entendiam o que estavam fazendo ou como estavam vivendo, agiam como bichos. O menorzinho assentiu novamente e cheirou pouco mais o potinho com carne que ele tinha. O mais velho permaneceu em frente ao irmão, como se estivesse de guarda, silencioso.
- Vocês dormem aonde?
- Na rua... - Respondeu o mais novo.
- Hum.
Kunisaki murmurou e pegou mais um pedaço da carne, estendeu ao garoto atrás de seu irmão igual. O mais velho aceitou a carne, ficando ao lado do irmão agora.
- ... Você cheira bem.
Ele disse conforme recebeu a permissão indireta dele de se aproximar e roçou-se em sua perna.
- Ah, eu cheiro? É o cheiro do meu sangue?
Kunisaki indagou embora não tivesse certeza se ele sabia identificar aquilo. Levou a mão até a boca e mordiscou com um dos caninos o dígito polegar, gotejou suavemente e desceu a altura de seu rosto. O mais velho desviou o olhar a ele e notou as gotas vermelhas, vividas, nunca havia tomado sangue de vampiro antes.
- ... Eu posso?
Kunisaki não estava oferecendo a ele, apenas estava mostrando se era aquilo lhe lhe atraia o olfato, mas tocou rapidamente seu lábio, encostou a gotinha que deixou sobre ele, apenas isso. O mais velho aceitou a pequena gotinha de sangue e uniu as sobrancelhas, lambendo o lábio inferior e era tão gostoso que nem sabia expressar, nunca havia tomado algo tão gostoso antes. Kunisaki olhou o outro, que pouco falava atrás dele, mas continuava encarando o pote, na esperança de ter mais comida. Entregou a caixa com o que restava do jantar.
- Pegue, garoto.
O mais novo observou-o conforme falou consigo e assentiu, devagar se aproximou e aceitou a caixa, tentando pegar com o hashi, mas não sabia usar.
- Use a mão, criança.
Kunisaki disse e fitou a distância deles, a gata que ainda olhava atentamente a direção, aquilo era mesmo esquisito. Ao sentir na bochecha a brisa do vento, olhou para seus corpos pequenos e roupas insuficientes para suprir o clima.
- Vocês querem vir comigo?
Indagou, surpreso até consigo mesmo, não gostava muito de companhia, mas eram apenas duas crianças perdidas cuja mãe era um gato de rua. O mais velho desviou o olhar a ele conforme o ouviu e uniu as sobrancelhas.
- ... Eh?
- Se quer vir dormir em minha casa. Podem ter algum conforto nesse frio. A... Mãe... De vocês, pode vir também.
O mais novo desviou o olhar ao irmão e uniu as sobrancelhas, pensou nos gatinhos menores, mas eles quase nunca ficavam na rua consigo e ele.
- ... Podemos mesmo?
- Hum. - Kunisaki murmurou afirmativo. - Terão bastante espaço e não vão terminar partidos ao meio.
Referia-se a dureza da pele diante do gelo. Pegou o saquê e tragou, observando aquelas crianças, sentiu uma pontada de consideração. O mais novo assentiu, buscando mais um pedacinho de carne.
- Vamos onii-chan! Vamos!
- ... Tá bem.
Kunisaki levantou-se por fim, olhou-os de cima e daquele modo pareciam ainda menores.
- Vamos.
O mais novo voltou rapidamente para o beco e roçou-se na gatinha, indicando a ela que seguisse consigo, ela ponderou alguns instantes, mas silenciosa seguiu com ambos atrás do rapaz. Kunisaki observou a pequena felina, se abaixou e tocou seus cabelos brancos. Gostava de animais, eram mais semelhantes a espécie do que os humanos. Ao senti-lo tocar os pelos, a pequena se encolheu, na espera de que ele fizesse algo ruim, porém ao perceber que não viria, desviou o olhar a ele e afastou-se aos poucos, correndo novamente em direção ao beco. O mais velho desviou o olhar a ela e uniu as sobrancelhas.
- ... Ah, os onii-chans...
- Oe...
Kunisaki disse ao vê-la sair, diferente deles, não tinha grande compreensão do comportamento daquela pequena coisa.
- Acho que ela ficou com medo.
- Temos irmãozinhos...
O mais velho murmurou, unindo as sobrancelhas e logo viu a gatinha sair do beco com quatro filhotes e um em sua boca.
- Oh meu...
Kunisaki murmurou, embora fosse para si mesmo, ia passar da calmaria para uma casa cheia de gatos. Eram inteligentes demais, podia ver, a ponto de entender que conseguiriam ir para algum lugar. Seguiu até ela, que caminhava em marcha com o filhote na boca.
- Bom... Precisamos andar, da pra pegar eles no colo?
O mais novo uniu as sobrancelhas ao ouvi-lo, desviando o olhar a ele e logo a gatinha que parecia mostrar a ele os filhotes.
- Acho que ela deixa...
- Vocês vão precisar andar também, vocês... Sabem andar?
O mais velho negativou, unindo as sobrancelhas.
- E-Estamos andando...
- Digo, em pé. Como eu.
O mais novo virou a cabecinha de lado, tentando entender.
- Em pé... Pff.
Kunisaki resmungou, abaixou-se porém e pegou o garoto pela gola da camisa sem ter dificuldade com isso. O acomodou na coxa e pegou dois dos pequenos gatos a entregar para ele.
- Segure.
Disse e puxou seu irmão do mesmo modo, não era acostumado a lidar com crianças, portanto após acomoda-lo na outra coxa disponível, colocou os outros gatinhos em seu colo e também a gata maior, quando se levantou, parecia imerso em gatos.
- Pronto, se segurem direito.
O mais novo sentou-se como podia no corpo dele, agarrando-se ao outro e também aos gatinhos, assim como o irmão, podia vê-lo pela lateral e o viu também encostar a cabeça sobre o ombro do rapaz. Kunisaki observou-o na facilidade como se confortou no colo de um desconhecido. Não tinha qualquer intenção senão livra-los do frio e mesmo da fome, mas sabia que não seria assim com qualquer um, principalmente humanos. Caminhou devagar, evitando que qualquer um acabasse no chão. Achou curioso como a gata maior olhava para si, encarando, parecia realmente inteligente. Assim como o irmão, o mais novo se sentiu livre para repousar a face sobre o ombro dele, silencioso.
Kunisaki caminhou pela neve, tomando rumo a própria casa, era um pouco distante dali, costumava caçar pelo centro enquanto a casa se localizava numa região mais afastada, no meio das florestas, mas bem, não era uma porcaria de um humano então logo estava lá, cruzando as árvores silenciosas, agora brancas em sua maioria e não mais verdes. Na própria casa, as cerejeiras já haviam partido e deixado apenas os galhos. Quando enfim pisou na varanda, se abaixou.
- Pronto.
Ao descer, assim como o irmão, o mais velho colocou os gatinhos no chão, eram bem pequenininhos, ainda deviam ter cerca de dois ou três meses de vida. O miadinho fraco deles veio em direção ao rapaz e um deles até se roçou na perna dele, assim como a gatinha branca.
- Aqui é quentinho... - Disse o mais novo.
Kunisaki teve as mãos livres embora as pernas fossem trançadas pelos novos hóspedes, do bolso tomou as chaves e então abriu a porta, se a varanda já lhe era quente o suficiente, dentro de casa o seria ainda mais. Deu passagem a eles, que por sinal, ajudaria a aprender a andar em pé. Ao adentrar a casa, o mais velho surpreendeu-se pelo modo como ela era enorme, e era bonita, até demais. Sorriu consigo mesmo.
- Que quentinho!
- Hum, vocês podem tomar banho e então poderão se deitar nos sofás e na cama. Ainda estão com fome? Eu não sei o que a mãe de vocês pode comer.
O mais velho assentiu conforme o ouviu perguntar se tinha fome, os olhos pouco vermelho anunciavam que não comia há dias, nem a si, nem o irmão.
- Ela come peixe... Você tem peixe?
- Hum, talvez algo assim.
Kunisaki costumava ter alguma coisa, mas não por comprá-lo, tinha quem fizesse isso para si. Seus olhos foscos mostravam que mesmo a carne não lhes havia sido suficiente.
- Vem até aqui.
Ele disse e indicou o caminho até a cozinha. O mais velho assentiu e seguiu com ele para a cozinha, assim como o irmão e os gatinhos.
- Hum... Você tem filhotes?
- Parece que agora eu vou ter.
Kunisaki disse, embora fosse mais um breve raciocínio para si mesmo.
- Não tenho filhos.
Da pequena reserva tirou o sangue, entregou as bolsinhas de transfusão para eles após abri-las. Para os gatos, não tinha certeza do que poderia dar, portanto conseguiu alguns sashimis do dia anterior. O mais velho sorriu a ele conforme o ouviu e sentou-se no chão, aceitando a bolsinha de sangue, assim como o irmão.
- Obrigado...
- Vocês sabem tomar assim?
Kunisaki indagou e buscou uma frigideira, tostou rapidamente os sashimis embora achasse aquilo uma ofensa à comida. Só então colocou os pedaços num bowl qualquer e colocou no chão. A gatinha maior seguiu para o potinho e comeu os pedacinhos de peixe, os pequenos ficaram atrás dela, eles não comiam ainda, só bebiam leite.
- Uhum.
O mais velho disse a sugar a bolsa, levando aos lábios e tentou lambe-la assim como o irmão.
- Não, não é pra lamber, só sugar.
- Sugar...? - o mais velho disse e sugou devagarinho o sangue do local, seguido do irmão que repetiu. - Hum...
- Conseguiu, hum?
O mais velho assentiu num pequeno sorriso com a boquinha cheia.
- Tem mais guardado ali, hum? Pode pegar se quiser.
- Tá bom, dono! - Disse o mais novo.
O mais velho desviou o olhar a ele num sorrisinho.
- Podemos dormir aqui hoje?
- Dono, ah? - O maior disse embora não estivesse mesmo buscando uma resposta, era um devaneio. - Sim, vocês vão dormir aqui. Mas depois de tomar banho.
O mais velho uniu as sobrancelhas.
- Não quero tomar banho...
- Por que banho?
- Porque estão sujos e se ficarem limpos, será muito mais confortável na cama.
O mais velho uniu as sobrancelhas novamente.
- ... Cama?
- É, vão dormir na cama hoje.
Kunisaki disse e lhe afagou o cabelo, estava um pouco úmido pela neve suavemente derretida.
- Ai onii! Vamos ganhar uma cama!
- E onde mais dormiriam, hum? Não estão mais na rua. - Kunisaki disse e desta vez afagou o cabelo do outro. - Qual o nome de vocês?
O mais velho sorriu a ele e roçou-se em sua mão como um pequeno gatinho.
- Nome? - O mais novo perguntou.
- Como chamam vocês.
- Eu chamo ele de onii-chan!
- Eu também!
- A moça da vendinha chama a gente de "inundos"... Im...Imundos.
- Hum, é porque estão imundos, precisa de banho pra deixarem de ser.
Kunisaki deduziu portanto que haviam perdido os pais antes de se lembrarem de seus nomes.
- Hum, bom, seus nomes serão Kurai e Kuroi. Decidam qual gostam mais e qual será o nome de qual. O mais velho sorriu, desviando o olhar ao irmão.
- Eu gosto de Kuroi! - Disse o mais novo.
- Ta bom, eu posso ser o Kurai.
- Então você Kurai e você Kuroi. É, parecem bem com seus nomes.
Kuroi sorriu e roçou-se na perna do maior.
- Você é o dono!
- Kunisaki é o meu nome. Mas pode chamar de dono mesmo.
- Kuni...
- saki! - Completou Kurai.
- É, isso. Agora vou levar vocês para o banheiro e vão tomar banho.
- A mãe de vocês também.
Kurai desviou o olhar a gatinha branca sentada e sorriu, ela ainda comia, lambendo o potinho com gosto de peixe.
- Quando terminarem.
Kuroi sugou o sangue, ainda sentado no chão e sorria conforme olhava o mais alto.
- Hum, e você não estava todo tímido atrás do seu irmão?
Kuroi uniu as sobrancelhas e engatinhou até o outro, escondendo-se atrás novamente.
- Ora, o que há?
- Não precisa ter medo, onii-chan, o dono é bonzinho.
Kuroi encolheu-se pouco mais e colocou no chão a bolsa vazia.
- Estava até agora roçando na minha perna.
- Para de ser bobo, onii-chan!
Devagar, Kuroi saiu de trás do irmão e observou o rapaz, caminhando devagar até ele.
- Vocês querem mais?
Kuroi negativou, era tímido demais para pedir, mas na verdade, queria muito deitar na cama, estava muito cansado.
- Então vamos. Chame sua gatinha.
Kunisaki disse, um pouco confuso e tão logo seguiu pela casa, levando consigo os novos hóspedes, lentos pelo modo de andar, teria de fazê-los levantar em breve. Tão logo ao chegar no quarto onde os deixariam se acomodar, abriu a porta e indicou o banheiro.
- Já conhecem um?
Kurai assentiu e seguiu com ele, o irmão, a gatinha e os filhotes escada acima, alguns tinham dificuldade para subir, mas se esforçavam.
- Iie, não conhecemos...
- Hum.
Kunisaki seguiu até a banheira, como levaria também seu mascote, deduziu que ali seria melhor. Abriu a torneira e deixou que a água morna, enchesse, embora não em demasia. Kurai uniu as sobrancelhas ao observa-lo e quase correu para fora do banheiro.
- Iie!
- Não não, se não tomar banho não vai deitar na cama. Vem, vou te ajudar. - Kunisaki estendeu a mão e esperou que o garoto viesse. - Vem, Kuroi, você é corajoso e pode mostrar pro seu irmão. - Disse, tentando induzir o garoto.
Kuroi uniu as sobrancelhas a desviar o olhar ao maior e assentiu, erguendo os bracinhos a pedir colo. De seus magrelos braços erguidos, Kunisaki não o pegou no colo porém tirou sua roupa surrada, despiu-o, se sentiu como provavelmente um pai.
- Caralho... Virei pai sem ter transado.
Disse, embora fosse um murmuro para si mesmo. Kuroi virou a cabeça de lado ao ouvi-lo, confuso.
- Eh?
- Nada não, estou falando sozinho.
Dito, tão logo Kunisaki revelou suas formas pequeninas demais, despido o garoto, e era mesmo um rapazinho e não um gato. Após deixa-lo nu, só então o pegou no colo e levou até a banheira, mas antes de colocá-lo na água, até colocou uma bolinha espumante nela, teria de ser atrativo, o sal logo se desfez, precisou se gabar para si mesmo, estava sendo ótimo como pai. Enquanto sentado na beirada, devagar desceu o garoto, sabia que estava com medo embora estivesse tentando soar corajoso para seu irmão, devagar, colocou somente a ponta de seus pés. Kuroi segurou-se nele, firme conforme viu a água, tremia, nunca havia tomado um banho na vida, quer dizer, não depois da morte dos pais. Ao ver os sais na água porém, sorriu e esticou as mãozinhas, parecia legal de tocar, e sentiu as espumas nos pés.
- Ah!
- Oe, não precisa se assustar. Não está bom assim?
Kunisaki disse e desceu um pouco mais, colocou até que a água alcançasse seu calcanhar. Kuroi riu baixinho e moveu os pés, mexendo a água.
- Está gostoso?
O maior indagou e se percebeu sorrindo com ele. Kuroi assentiu e moveu os pézinhos pouco mais, pedindo que colocasse a si no chão.
- ... Também quero!
Devagar, Kunisaki o colocou na banheira, tão logo seu corpinho se fez imerso em água e espuma.
- Você quer? Por quê?
Disse, ainda assim era um maldito provocador, tão criança quando os outros dois.
- Quero porque o onii disse que é gostoso...
- Hum, vem aqui.
Kunisaki estendeu a mão o menor. O pegou no colo e como seu irmão, tirou sua roupa velha, ganhariam uma camiseta qualquer naquele dia. Kurai ergueu os bracinhos como o outro, esperando que ele retirasse a própria roupa.
- Ai, é gostoso onii-chan! É morninha!
Kunisaki despiu seu igual pequeno corpo e o pegou como a seu irmão, colocou inicialmente a pontinha dos dedos, deixando sentir a água. Kurai riu baixinho e moveu as pernas, como o irmão havia feito. Devagar, o maior o colocou na água, visto que tinha a coragem de seu irmão agora. Ao entrar na água com a irmão, Kurai sentiu a temperatura gostosa na pele e sorriu ao maior.
- Tem espuma!
- Tem espuma. Tem mais espuma ainda no sabonete.
Kunisaki disse e pegou a esponja de banho, passou na barra de sabão e puxou o primeiro deles que veio, já nem sabia qual era qual, passou a esfrega-lo, sem força.
Kuroi uniu as sobrancelhas conforme sentiu o toque da esponja, áspero e fechou os olhos.
- Aaai!
- Não estou fazendo isso com força. - Kunisaki disse, enquanto higienizava seu corpo em seu pequeno drama. - Tá vendo? Está ficando branco de novo. Antes parecia marrom.
Kuroi uniu as sobrancelhas conforme o ouviu falar e os olhinhos lacrimejaram.
- Eu não sou marrom!
- Não, não é não, agora está branquinho de novo. Mas estava marrom.
- Hum... - O pequeno fez bico.
- Se ficar sujo fica marrom. Viu que agora está branco?
Kuroi assentiu.
- Hum... Agora não tem mais sujeira...
- É. Vem, tem que lavar tudo.
Kunisaki disse e deslizou a esponja além de seus braços, até as partes íntimas de seu corpo, frente e trás, desceu aos pés, eram bem pequenos, como suas mãos.
- São quase uns chaveiros.
- Chaveiro? Que que é chavero?
- É uma coisa pequena que você pendura.
- Ah, sou pequeno...
- É.
- Somos pequenininhos!
- Sim, são uns chaveirinhos.
Ambos riram entre si e aos poucos a sujeira ia embora junto da espuma, até mesmo a tristeza e o frio da rua.
- Ophelia, eu não estou aguentando, eu vou morrer... - Yori disse num suspiro e se encostou na parede de pedra. - Me ajuda.
- Yori-chan, pare de ser exagerado, é só um pouco de calor.
- Um pouco? Está 35 graus lá fora!
- Sim, mas você não vai morrer.
- Eu vou sim! Eu sou vampiro agora, parece muito pior do que quando eu era humano.
- Tem ar-condicionado no quarto do senhor Hideki.
- Mas eu não quero ficar algemado lá o dia todo... Quero sair.
- Hum... Bem, tem uma piscina lá fora, os empregados ainda fazem a manutenção, mas... O senhor Hideki não me deu permissão pra levar você.
- Piscina?! Eu quero ir sim!
- Mas eu posso levar uma bronca, Yori-chan.
- Só porque eu quero entrar na piscina? Eu sei nadar. Quer dizer, não sei nadar muito bem, mas eu não vou morrer afogado.
- Bem, certo... Mas não entre com roupas curtas, os empregados estão trabalhando no jardim.
Yori assentiu e vestiu o short do pijama, não era muito curto nem muito comprido, assim como a camiseta azul claro.
- Assim está bom?
- Acho que sim. Vamos.
- Por que ele me escondeu essa piscina por tanto tempo?
- Bem, acho que ele não queria que você tivesse contato com a água.
- ... Hum... Entendi. Mas agora eu sou como ele. - Sorriu. - Eu vou ficar com vocês pra sempre.
- Sim, será adorava ter a sua companhia, Yori-chan.
O menor sorriu a ela e ao sair, não havia sol, é claro, já estava de noite, mas ainda assim o valor era quase infernal. Suspirou e teve que atravessar uma grande parte do jardim até chegar a piscina, por isso não a encontrava, era grande, mas estava escondida.
- Ela é enorme! Por que o Hideki nunca vem aqui?
- Bem, não é bem a cara dele.
- Hum... Me espere aqui, Ophelia.
O menor disse e correu em direção a água, mergulhando e sentiu a água fria amenizar os efeitos do calor na pele quando saiu.
- Ah... Isso é bom.
- Yori-chan, não fique no fundo.
- Tá bem!
O calor era mesmo insuportável, embora Hideki guardasse as reclamações para a própria cabeça ao sair do quarto e se deparar com uma temperatura ambiente muito diferente. Ophelia não estava em casa quando chegou, ele também não, mas sabia que não estavam longe porque sentia o cheiro por perto e não estava se distanciando, estava num local apenas, e sabia bem de onde vinha. Cruzou o caminho até chegar lá, se podia se irritar naquele dia, podia, mas por alguma razão não fez, sabia dos efeitos adversos de sua nova condição, também, porque ele parecia como um pequeno pato a tomar banho. Ficou ali, de braços cruzados, ao lado da tensa feição de Ophelia, observando o garoto perambular pela piscina. Ao colocar a cabeça pra fora da água, Yori fitou Ophelia com um sorriso no rosto, mas o sorriso aos poucos sumiu quando o viu ao lado dela, e devagar foi pra dentro da água de novo, deixando só os olhos pra fora.
- O que é? Você é um crocodilo?
Hideki indagou ao perceber seu sorriso murchar diante da própria presença. Yori sorriu novamente, embaixo da água dessa vez e novamente retirou a cabeça toda da água.
- Estou com calor.
- Está se escondendo por quê? Fez coisa errada?
- Não... É que a Ophelia disse que você não ia gostar que eu viesse pra piscina.
- E então por que está nela?
- Porque eu iria derreter se eu não entrasse nela. E achei que você não iria querer encontrar só as minhas roupas e pasta de Yori no chão.
- Achou, ah? Então por que está se escondendo se acha que fez certo?
- Porque aqui você não pode me pegar. - Yori riu.
- Eu posso sim. Mas não vou entrar na piscina, se é o que está tentando fazer. Saia, agora.
Yori sorriu meio de canto.
- Eu sei que você não vai, eu só queria dar um mergulho.
Disse e saiu da água, como pedido, pegando a toalha ao lado. Hideki puxou-o pelo braço antes que pegasse a toalha, mas claro que não foi tão brusco como teria sido para seu corpo humano. Ao pegá-lo, ergueu no colo e ameaçou joga-lo, balançou, uma, duas vezes, e apenas na terceira, o jogou na água.
- Ah!
Yori gritou conforme fora pego no colo e segurou-se nele, firme, riu baixinho porém com a brincadeira, mas acabou sendo jogado mesmo, e por isso, mergulhou. Mas acabou ficando embaixo d'água, era proposital, sabia que ele se preocuparia consigo e flutuou o corpo, como se estivesse morto.
- Yo...?
Quando Hideki o indagou, ele saberia que fora um comentário aflito, ele já sentia isso afinal, ainda que não estivesse mostrando na voz. Porém, se lembrou do detalhe, ele era um vampiro.
- Não seja tolo, você é um vampiro.
O menor mergulhou novamente e quando voltou, riu e tossiu, havia ficado muito tempo sem respirar.
- Tá vendo? Tentou me matar afogado.
- Eu não, você sim. Você parece um patinho nadando.
O menor riu e saiu da piscina novamente.
- Com licença, Yori-chan, acho que está em mãos melhores.
- Tchau, Ophelia.
Yori disse num sorrisinho e novamente pegou a toalha. Hideki permitiu-a voltar a seu afazer e fitou o garoto, já saia novamente da água.
- Você pode ficar na piscina, desde que no horário certo.
- Eu não virei aqui de manhã ou a tarde, não se preocupe.
O menor sorriu e ainda que estivesse molhado, se aproximou dele e selou seus lábios, retirando a camisa molhada que colava no corpo.
- É, acho que eu sei disso. - Hideki tocou seus ombros agora nus. - Volte para a água.
Disse e gesticulou apenas com os dedos, indicando ao serviçal responsável pelo jardim que deixasse o lugar.
- Você não vem comigo?
- Vai.
Hideki disse e tocou a gravata no pescoço, afrouxou-a, sugerindo como resposta. Yori sorriu e assentiu, pulando de novo na piscina, e nunca pensou que o veria daquela forma, mais a vontade. Ao sair, o fitou com um sorriso.
- Você fica lindo com roupa social...
O maior viu-o sumir na água e voltar tão logo, podia sentir a clareza de suas emoções, ele parecia feliz e por consequência seus sentimentos faziam sentir o mesmo. Sorriu, meio de canto, meio sem saber o que fazer diante do elogio, no fim após tirar a gravata, tirou também a camisa e por último a calça, ficou apenas com a boxer. Yori observou-o enquanto retirava as roupas, ele era realmente bonito, ainda que sentisse um pouco de vergonha de dizer.
- Mas... Acho que prefiro assim.
- Assim?
Hideki indagou, embora tivesse certa ciência sobre o que ele falava. No fim, seguiu até a beira da piscina onde então entrou, sentindo o toque da água suavizar o calor do clima.
- Sem roupa.
Yori disse num risinho e aproximou-se dele, guiando os braços ao redor de seu pescoço.
- Parece animado hoje. Como pode estar animado durante um tempo quente como esse?
Hideki indagou ao sentir o enlace de seus braços os quais retribuiu, pegando sua cintura. - Yori sorriu a ele e selou seus lábios.
- ... É que você deixou café da manhã pra mim hoje e eu... Achei muito fofo.
- Ah, deixei, hum? Quem garante que não foi a Ophelia?
- Ah... Eu achei que tivesse sido você.
- Eu não disse que não fui eu.
Yori sorriu meio de canto.
- É que tinha uma rosa na minha bandeja... Supus que a Ophelia não me daria flores.
- Tinha? Vou dar um jeito na Ophelia..
Yori uniu as sobrancelhas e Hideki sorriu, muito tênue.
- Quem foi afinal?
- Ninguém.
Hideki disse e deslizou as mãos por sua cintura, não era difícil toma-lo e vira-lo de costas, como fez, encostou-o ao peito, mas levou as mãos para baixo, tocando as roupas que usava embaixo. Ao se virar, Yori apoiou-se na borda da piscina e arregalou os olhos, não esperava que ele fosse querer tocar a si na piscina.
- F-Foi você...
- Fui eu.
Hideki disse, em sua insistência de curiosidade. Encostou a pelve contra suas nádegas que desnudou. Mas de início beijou seu ombro e mordeu, sem intenção de tragar seu sangue, era uma mordida firme, mas não era a mordida de fome. Yori sorriu ao ouvi-lo e suspirou ao sentir seus lábios tocarem o ombro, mas a mordida era dolorida demais para ficar em silêncio, por isso gemeu.
- Ah! Hideki!
Hideki sugou a pele, tentou mancha-la sem tirar uma gota sequer de seu sangue. E ele já devia sentir o fato de que estava animado por ele, para ele. Empurrou a pelve contra seu corpo. Yori uniu as sobrancelhas, podia sentir seu sexo contra as nádegas, o que era excitante, mesmo estando na piscina.
- E-em baixo d'água... Não vai doer mais?
- Hum, eu posso enfiar meus dedos em você até você se sentir relaxado.
O menor sentiu um arrepio percorrer a coluna e mordeu o lábio inferior.
- Isso... Pareceu estranhamente excitante.
- Pareceu, hum?
Hideki disse, de algum modo habitualmente sério, mas entendia o que ele queria dizer. Deslizou os dedos para entre suas nádegas como bem disse, seria apertado deslizar, mas nada que não pudesse forçar, e foi o que fez, penetrou-o sem dó, precisava do pouco que seu sangue daria para ter lubrificação e assim relaxa-lo. Yori assentiu e em silêncio sentiu todo o caminho que a mão dele havia feito até tocar a si nas nádegas e gemeu, conforme o sentiu entrar em si, cerrando os dentes firmemente.
- H-Hideki...
- Preciso do seu lubrificante.
O maior disse, ele saberia sobre o que falava. Empurrou o punho e sentiu-o se contrair em reflexo, mas continuou, sentindo a passagem difícil. Yori uniu as sobrancelhas e firmemente cerrou os punhos.
- M-Mas dói muito... - Murmurou manhoso.
- Você sabe que vai gostar assim que eu achar seu botão mágico.
O maior disse, referindo-se a una parte sensível de seu corpo. Buscou por ela mesmo no difícil acesso do dedo. O menor assentiu e inclinou-se pouco para frente, fechando firmemente os olhos, mas gemeu conforme o sentiu tocar finalmente onde gostava. Mordeu o lábio inferior e sentiu uma estranha pontada no sexo.
- E-Eu te chamo pra tomar banho comigo e... Você enfia os dedos em mim... - Riu baixinho.
- Nunca é só um banho, Yori.
Hideki disse e moveu o punho, sentiu sua leve onda de prazer ao encontrar o que ele queria. O menor abriu um pequeno sorriso e mordeu o lábio inferior, estremecendo com o toque e gemeu, dolorido, prazeroso, os dois. Hideki via-o de soslaio, notando parte de sua expressão. Moveu o dedo que não demorou para unir ao segundo. Era grato pelo fato de que agora sentir dor podia ser parte do que lhe causava prazer, era parte de um vampiro afinal. O menor gemeu novamente ao senti-lo empurrar outro dedo para si e fechou os olhos, firme, guiando uma das mãos sobre a dele, a que estava livre e entrelaçou os dedos aos dele, apertando-a. Hideki sentiu no toque a recepção não muito fácil, mas deslizou para dentro com junção no outro dedo e formulou novamente aquele custoso vai e vem. Yori apertou a mão dele, firme e mordeu o lábio mais uma vez.
- Ah! Droga!
- O que? Está resmungando por quê?
O maior indagou embora soubesse bem a razão, mas estranhasse o protesto como foi feito. Empurrou a mão, estalando contra sua pele, agitando a água. O menor gemeu, abaixando a cabeça e estremeceu diante da investida, não era ruim, ele sabia, poderia sentir a si, mas a dor ainda era algo novo. Hideki era firme e agora podia ser, mas havia conseguido alguma suavidade com o tempo com que passou com ele, ainda que tivesse um toque naturalmente firme para ele, ele ia saber. Investiu e estimulou com insistência aquele ponto dele que sentiu sobressair no toque. Yori estremeceu novamente e empinou ainda mais os quadris para ele, era a forma de mostrar que gostava do toque, ainda que de forma sutil. O sexo estava ereto, ainda que ele não tivesse o toque nele, mas estava animado.
- Você é quase um pervertido, não é?
Hideki indagou sem realmente querer uma resposta. Sabia que ele estava excitado porque sentia a sensação crescente em seu corpo, como seu sexo. Aos poucos o ritmo ganhou facilidade, fosse dentro da água ou dentro de seu corpo.
- E-Eu não era... Você me estragou. - Yori disse a ele, não que estivesse falando sério e suspirou, desviando o olhar para baixo, tentando ver através da água. - Entra... Entra, Hideki...
- Estraguei, ah? Talvez tenha consertado.
Hideki disse e não precisava pedir muitas vezes, tão logo atendeu ao pedido manhoso e que agora sabia, era um pedido real e não oportuno. A boxer que usava abaixou o suficiente, não seria fácil, mas nada seria mais rude que já não houvesse sido pior antes. Beirou seu corpo, em seu íntimo, posicionou-se sem delongas e então deslizou, dificultoso, para dentro. Yori suspirou, podia sentir os movimentos dele atrás de si, e ainda eram agoniantes, era estranho não saber o que ele estava fazendo, e ele costumava sempre virar a si de costas daquela forma. Fechou os olhos, sabia que ele entraria em si e ao senti-lo se empurrar, gemeu dolorido, alto, e guiou uma das mãos a boca, mordendo a lateral da mão para sufocar o gemido, mas acabou por perfurar a pele e gemer mais alto ainda.
- Coisas demais para esconder, Yori?
O maior indagou diante de suas tentativas de passar despercebido na piscina, mas já estava gemendo e ele nunca percebia que costumava ganhar altura mesmo quando achava que não. Mas gostava de ouvir, fosse de dor, fosse de prazer. Yori gemeu pouco manhoso, não era acostumado a dor ainda que fosse um vampiro, e abaixou a mão num reflexo, vendo as gotas de sangue se misturarem a água, por sorte, estava bem alimentado, fecharia logo.
- ... Itai...
Após se soltar dos dedos, Hideki levou a mão até seu rosto, direcionou-o para o lado e então selou seus lábios, penetrou sua boca, o beijou. Sentia o cheiro dele, fosse onde entrava por seu sangue derramado quanto por sua mão ferida, quem sabe apenas por estar dentro dele. Se moveu, deu a primeira investida, era sem rapidez, mas era bem consistente. Seguida por outra em algum momento, mas esperou algum tempo, tão logo, criou ritmo, vagarosamente aumentando. Ao se virar, Yori retribuiu o toque dos lábios e também o beijo. Tocou a língua dele como ele tocava a si, na verdade tentou, porque ele era bem mais intenso do que conseguia ser, ainda era um pouco inexperiente. Gemeu, contra os lábios dele conforme o sentiu se mover e firmemente fechou os olhos, sabia que ficaria gostoso, mas por hora era dolorido, ele saberia. Hideki levou as mãos aos seus ombros, segurando-o por lá. Mas ainda o beijava, mesmo sob seus gemidos protestantes contra os lábios, era um pouco desajeitado, desatencioso mas continuou, assim como embaixo. Arqueou-se, encaixando-se mais nele, dando mais rapidez ao ritmo. De olhos fechados, o menor apreciava o beijo, e também os movimentos dele, ele era preciso no que fazia, mesmo sem enxergar o próprio corpo, o sentia tocar a si onde gostava e teve que gemer contra os lábios dele, dessa vez não só dolorido.
- Hideki... Ah...
O maior gostava do sexo com o garoto, e depois de sua mudança como um vampiro, podia sentir prazer mais vívido, podia sentir com ele e dar a ele do mesmo, o que tornava ainda mais intenso, o que por consequência atraía mais. Deslizou as mãos por seus braços, tocou sua cintura, sentiu os ossos da pelve onde o segurou e o puxou para si. Ao interromper o beijo, seguiu ao pescoço, à nuca, como um animal segura seu parceiro, onde o mordeu. Yori podia sentir seus toques, eram tão suaves, tão gostosos, que chegava a arrepiar só do mínimo toque dele, não sabia quando aquilo havia acontecido, de ficar tão atraído por ele, mas o cheiro dele, por estar perto de si, fazia o corpo pedir por um toque, uma carícia, qualquer coisa. Empurrou os quadris para trás, foi sutil e por fim sentiu a mordida dolorida, teve que gemer. O maior fechou os olhos enquanto bebia seu gosto, com apenas pequenos tragos, suficientes para se manter ali, mas não para tirar a vitalidade dele. Ainda podia sentir o toque morno na língua, como se a vida ainda corresse levemente por suas veias, embora não mais. Pressionou sua pelve, continuamente o puxava como se levava para ele, se encaixando, agitando a água ao redor. Yori fechou um dos olhos, dolorido ao sentir o sangue deixar a si, mesmo sutil em suas pequenas sugadas, era gostoso paralelo aquela dor suave que agora sentia. Uma das mãos guiou ao próprio sexo, segurando-o entre os dedos e apertou sutilmente.
- Hum...
Hideki sentiu suas sensações como proveu as próprias a ele. Sentia seu misto de prazer e dor, mas sabia que uma sensação intensificava a outra. Tão logo já tinha ritmo vigoroso a ponto de não ser capaz de sustentar sua nuca junto ao lábios, portanto o soltou. O menor uniu as sobrancelhas, já não sentia mais a dor, ela era de alguma forma, anestesiada pelos movimentos prazerosos dele. Ele sabia onde tocar, e fazia com insistência.
- Hideki... E-Eu...
- Quer gozar.
O maior completou sua frase, porque sentia suas sensações e por consequência ele fazia com que quisesse o mesmo. Deslizou as mãos para cima, uma até seu ventre e apertou sua mão em seu sexo, já a outra, ao peito, beliscou seu mamilo, com certo dolo mas com algum cuidado.
- Ah!
Yori gemeu ao sentir o toque no mamilo, era tão intenso, bem mais do que era quando era só um humano, e por isso não conseguia se conter por muito tempo, alguns poucos minutos depois de dizer a ele, já havia gozado e gemeu prazeroso, sentindo o corpo aperta-lo dentro de si, e também, sabia que ele sentiria a si, vividamente. Hideki sentiu seus espasmos, seu corpo trépido sob os dedos. Veio à tona levado por seu prazer, gozou com ele e dentro dele, mas não deixou de se mover vigorosamente por isso, tratando de ter prazer até que não suportasse a sensibilidade do ritmo e tivesse de cessar. O loirinho agarrou-se firme na borda da piscina, tentando se manter no lugar devido aos movimentos firmes dele, e era gostoso, aproveitou cada pequena parte do ápice, até que ele finalizasse e por fim, gemeu, prazeroso novamente.
- Hideki...
- Você gosta ahn?
O maior indagou e beijou seu pescoço, roçou o rosto em sua nuca mordida antes e soou contra sua pele. Yori assentiu, sorriu ao pensar no fato de que ele parecia um gatinho, tinha um sentimento de ternura ao pensar nele daquela forma. O moreno se afastou em seguida, deixando de estar dentro dele, aquela altura, já estavam limpos pela água da piscina, embora ela mesma tivesse resquícios do prazer dele. Deu-lhe um tapa em sua nádega, por baixo da água mesmo. Yori sorriu meio de canto, envergonhado e se virou de frente pra ele.
- Sujei sua piscina...
- Sujou.
Hideki disse a reaproximar dele e o segurou, de frente. Talvez nunca houvesse estado num toque como aquele se não fosse com intenções sexuais. Yori sorriu novamente e o abraçou, repousando a face no ombro dele, e aspirou seu cheiro, deu uma mordidinha, arrancando uma gotinha de sangue. O maior ficou em silêncio, ouvindo sua respiração pesar ao tragar do próprio cheiro, morder a pele e tirar dela algum proveito, mínimo. Não reclamou, não tinha problemas em trocar aquilo com ele.
- Você tem um cheiro tão bom... É como um doce. Eu não canso de dizer isso.
- O seu também é assim pra mim.
Yori sorriu e roçou o rosto ao dele, não sabia quando havia ganhado aquela afeição, mas estava tão feliz por estar ali com ele, de uma forma, ele estava mostrando mais do Hideki agora, e menos daquela máscara rude e grosseira que ele costumava usar.
- Quer que eu faça o jantar pra você hoje?
O maior sorriu, de canto. Sentia sua carícia indireta com o rosto, sabia que tinha cheiro de comida para ele, mas não achava isso ruim, sentia o mesmo aroma nele.
- Você não precisa, mas pode se quiser.
- Ah, eu gosto quando você diz que quer... É fofo.
Yori disse num pequeno sorriso.
- Hum, eu não sou fofo.
- Não disse que é, é que a frase é fofa.
- O que você estava pensando em cozinhar hoje?
- Hum, peixe e arroz.
- Parece bom...
- Você já comeu?
- Sim, sushis.
- Sushis? Mas... Você não come comida humana.
- É, mas já comi alguma coisa, Ophelia era humana e eu cresci com ela.
- Ah... Tudo bem então, eu faço outro dia.
- Não, agora eu quero que faça hoje.
- Mas já comeu sushi da Ophelia.
- O que isso tem a ver?
Hideki indagou, inicialmente desentendido porém, sentiu algo dele, algo que sabia o que era porque facilmente poderia sentir.
- Você sabe que Ophelia é como alguém de minha família, não sabe?
Yori formou um pequeno bico, sabia que estava sentindo algo estranho, mas não havia se dado conta de que era ciume. Até então, só havia sentido isso com aquele vampiro, e lembrar dele, deu ainda mais raiva em si.
- ... Certo, vou fazer.
Hideki sorriu, suavemente, tipicamente tão escondido, mas ele ia ver, ele ia entender que estava achando a situação divertida.
- Esta rindo do que?
- Você está com ciúme.
- Não estou.
- Não tem ciúme de mim?
- ...
Yori fez um pequeno bico novamente, sem perceber. Hideki levou a mão até sua boca e segurou o pequeno bico que formou, não entendia a razão dele, mas era um gesto que fazia com alguma frequência, sem notar.
- Hum... Eu quero sair da água, já perdeu a graça.
- Então saia. Já deixou o drama do calor.
Hideki disse e se afastou, não teve dificuldades em pegar sua cintura e coloca-lo na beira da piscina, mesmo desnudo como estava e pode ver seu corpo pequeno e magro fora d'água, mas o ajudou a ajustar a roupa nos quadris, suficiente para deixar a piscina. Yori assentiu e ao ser colocado fora da água, escondeu o sexo com uma das mãos, como se fizesse fila diferença. A pele antes sempre manchada por algum machucado agora era branca, pálida, embora as cicatrizes ainda estivessem consigo.
- Não tem porquê esconder. É bonito.
- Eu não acho bonito... É pequeno.
- Estou falando do seu corpo em geral. Mas claro, seu corpo é todo pequeno, quero dizer, esguio. Eu gosto do seu corpo.
Yori sorriu meio de canto.
- ... Obrigado.
- Quando o vi da primeira vez me perguntei como poderia ser tão bonito sendo um humano.
O menor sentiu o rosto queimar por um momento, as bochechas estavam vermelhas, na verdade, levemente rosadas.
- Só você me acha bonito. - Riu baixinho.
Hideki causou-lhe timidez mas não entendeu a razão, poucos de seus sentimentos seria capaz de entender, imaginava.
- Estou certo que não, embora preferisse assim.
O loiro sorriu meio de canto.
- Bom, as pessoas não prestavam muita atenção em mim, então...
- Talvez você não estivesse olhando ao redor.
- Eu olhava sim. As pessoas são complicadas.
- Bem, eu era a pessoa quem deveria reparar.
Yori sorriu.
- Eu nunca tinha visto você, e você foi rude comigo no início. Mas você é muito bonito.
- Eu quis dizer que estava esperando eu aparecer.
- Ah... Sim. - O menor sorriu.
- Não precisa ficar nervoso, Yori.
O menor uniu as sobrancelhas, mas sorriu em seguida.
- Desculpe, não me acostumo com alguém que gosta de mim.
- Entendo.
Hideki disse porque sabia o que queria dizer, afinal, o que acreditava de seus sentimentos era porque agora podia sentir. De afeto nada entendia exceto pelas novas sensações que descobria com ele. Yori o fitou, ele parecia sempre um pouco confuso, mesmo quando dizia entender e por isso, tocou seu rosto, acariciando-o.
- ... Como você conseguiu me trancar naquele quarto tanto tempo e ser tão ruim? Eu olho pra você e não te vejo mau...
- O mau é um ponto de vista. - Hideki disse sob o toque suave de sua mão, que segurou. - Eu estava um pouco confuso, sobre querer algo depois de tanto tempo.
Yori sorriu meio de canto.
- Achou que não me queria de verdade?
- Não, achei que queria a ponto de que não me importaria se você não quisesse.
- E você se importa?
- Parece que sim.
Yori sorriu e aproximou-se, selando os lábios dele. Hideki sentiu o toque o qual retribuiu. Ainda estava na água, diferente dele sentado à beira. Já não se lembrava realmente de quando havia estado naquela piscina.
- Deveríamos vir aqui mais vezes, eu nem sabia que você tinha uma piscina. O que mais tem de legal na casa?
- Bem, você pode explorar e descobrir.
- Posso? Ou vou encontrar outro vampiro preso no porão?
- Não. Mas pode achar algum animal sanguinário, que não sou eu.
- Ah... Melhor não olhar pela casa. - Yori riu.
- Você vai ser fortinho pra lidar com algum bicho a essa altura.
- Mas eu não quero encontrar um bicho...
- Nada pior do que o bicho que dorme com você.
- Bom, desse bicho eu não tenho mais medo.
- Ah não?
- Não.
- Hum...
- Quer que eu tenha medo?
- Não, se eu quiser isso eu posso fazer.
Hideki sorriu, até mostrou os dentes. Mas não tinha essa intenção, queria ser capaz de lidar com ele. Yori sorriu meio de canto.
- Talvez eu devesse ter medo...
- Não.
O moreno disse e ergueu a mão, tocou seu queixo e a pinta que tinha nele, era clarinha, mas podia ver. Yori sorriu novamente e assentiu, abaixando-se mais uma vez e selou seus lábios.
- Vem... Vamos tomar um banho e deitar na cama. Parece tão macia agora.
- Hum, você não vai cozinhar?
- Vou, depois que eu deitar com você um pouco.
Yori riu ao se levantar e fitou o pequeno corpinho preto, agora já mais velho que passou por si, notou ser o gatinho.
- Haiiro! Onde você estava? Eu não te vejo há dias.
Disse e esticou a mão em direção a ele como costumava fazer, mas ele se afastou num pequeno pulo e rosnou para si, aspirando o ar.
- ... Haiiro?
Disse e se levantou, mas ele correu, antes que pudesse pega-lo.
- ...
Hideki seguiu pelas escadas, saindo da piscina, aproveitou para se secar, despindo-se da roupa íntima sem recatos ao ar livre. No fim se enrolou pela cintura com a toalha.
- Acho que ele não conhece seu cheiro.
- ... - Yori uniu as sobrancelhas. - Mas... E agora?
- Ele vai se acostumar de novo em algum momento.
- ... Espero que não esqueça de mim.
- Ritsu-senpai tem namorada, não é?
Disse o garoto, aquele mesmo que o irmão costumava ter aversão. Era na verdade um amigo, embora fosse um daqueles garotos muito afáveis e com hábito de toques. Podia ter algum tipo de vontade amorosa, mas com certeza tinha medo demais para ir além daquelas carinhas com muito dengo. Na verdade o achava adorável, enquanto se debruçava fazendo chame na mesa de estudos da biblioteca. Os outros amigos falavam de meninas, enquanto liam os livros e anotavam as atividades, aquele era um dos momentos mais comuns que tinha na vida, o de escola. Ouvia assuntos normais, que acabavam um pouco estranhos para si uma vez que crescera diferente dos outros. Os meninos olhavam curiosos pela resposta enquanto zombavam no assunto com interesse.
- Mas seu onii-chan e tão ciumento que deve espantar as meninas. Ele tem complexo de irmão?
Disse o outro, enquanto davam risos baixos.
- Fiquem quietos, estamos na biblioteca.
Disse a eles, que por um instante olharam ao redor, mas continuaram falando de garotas e garotos, alguns sobre seus relacionamentos, e não falava exatamente sobre o próprio, mas ouvi-los fazia ser um daqueles dias que se dava conta do quando o adorava, do quando o achava fofo, mesmo que não fosse como o menor debruçado na mesa, ele podia ser maior, mais forte e ainda assim muito mais fofo. Gostava dele, de sua personalidade dramática, de sua atenção, embora exagerada e ao pensar nele, acabou sorrindo no meio de um assunto, totalmente fora de hora.
- Nani? O que está pensando, senpai? Você fez?
Perguntou o garoto que ficou rubro, parecia resmungar, mas estava interessado. Falavam de sexo? Pensou e se levantou.
- Estou indo primeiro, preciso passar na quitanda para minha mãe.
E assim deixou os amigos por lá, terminariam o trabalho no dia seguinte. Tinha pressa, mas não era para ir comprar nada. Quando chegou em casa, os pais faziam atividades de leitura no balcão da cozinha, a mãe cozinhava, o pai lia com voz alta um livro de estudos para eles, que volta e meia fazia o menor parar para tomar seu chá e prestar a atenção nas explicações e teorias do pai. Não podia pedir normalidade diante daquilo, queria apenas ser como eles no futuro. Não interrompeu, mas ganhou um sorrisinho da mãe que acenou e não interrompeu o pai no que dizia. Passou para o quarto no entanto e ao entrar, acabou dando se frente ao moreno, que tinha a mão estendida para tocar a maçaneta e sair. Estava com seu pijama improvisado e daquele modo como entrou, passou e encostou a porta com suas próprias costas ao vira-lo e encosta-lo contra ela, não fora nada voraz, fez devagar na verdade. Ao encosta-lo na porta por onde ele sairia, roçou seus lábios quase como uma carícia e o beijou da mesma forma, sem se prolongar enquanto massageava seus lábios com a língua e enfiava os dedos entre seus cabelos pela nuca, apalpando-a com a ponta dos dedos cuidadosos.
- Tadaima. - Sussurrou.
Etsuo suspirou, havia acordado há pouco tempo, queria levar, mas preferiu ficar deitado por mais tempo, sabia que o irmão não estava em casa, havia sido avisado por mensagem que ele ficaria até mais tarde em sua escola, faria um trabalho ou algo assim com uns colegas. Claro, sentia ciúme, a vontade era de sair de casa correndo, pegá-lo e colocá-lo no ombro para voltar para casa, ma sabia que não podia fazer aquilo, talvez fosse bom para ele ter um tempo com alguns humanos, sua raça, conversar, se divertir, visto que não podia sair com ele em outro horário se não a noite, e aquilo era meio triste para si, ainda mais quando via filmes na televisão e as pessoas costumavam ir em parques, fazer pique-niques, era um idiota, mas um idiota romântico, gostaria de poder levá-lo, mas morreria queimado. Chegava a um pouco em que pesquisava coisas na internet, fórums de vampiros, claro, escondido dele, modos de como sair no sol sem que acabasse morrendo, se arriscaria para fazê-lo feliz, com toda certeza. Levantou-se devagar, só porque ouvira o estômago roncar de fome, iria para a cozinha e fora quando deu de frente com o irmão, não realmente uma batida, mas o viu, e sorriu meio de canto, porém teve a porta fechada e fora colocado contra ela, não sabia o que ele estava pensando, mas retribuiu seu beijo, deslizando ambas as mãos pelo corpo dele, acariciando-o como ele acariciava a si e beijava-o na mesma intensidade na qual ele beijava a si. No fim, sorriu contra os lábios dele.
- Okaeri.
Ritsu movia os dedos em sua nuca, acariciando com a massagem leve. Lambiscou seus lábios e beijou sua bochecha fria, seguiu até a orelha e mordiscou, sugou de leve, quase namorando seu lóbulo, ele gostava. Uma das mãos desceu por suas costas, onde ela não encostava à porta. O que estava pensando? Bem, queria aproveitar o que tinha. Ao passar com os dedos no cós de sua roupa, entrou na calça e tocou seu ventre, alcançando seu sexo desprovido da roupa íntima justa, estava sem ela. Estava macio, sem qualquer prontidão, mas o acariciou, sentindo seu corpo.
- Preciso tocar você.
Falou baixo, onde estava, mas continuou com sua orelha o qual mordiscou na cartilagem que delineou com a ponta da língua. Etsuo encolheu-se suavemente ao senti-lo seguir o caminho até a própria orelha, e estremeceu, apenas o segurava, ainda um pouco perdido para processar, na verdade, estava com sono, e pra piorar, com fome, e sentia o cheiro dele, era quase inebriante. Fechou os olhos e uniu as sobrancelhas, desviando o olhar ao próprio sexo, tocado por ele.
- ... Nossa, o que rolou nesse trabalho?
- Senti sua falta.
Ritsu disse e sem delongas desceu. Beijou seu pescoço e seguiu para o peito até onde pôde, onde a roupa não cobria. Abaixou-se e ergueu com sutileza sua camiseta, mordiscou sua barriguinha e lambiscou o umbigo antes de desceu para seu ventre. Desceu sua roupa, expondo sua virilha nua o qual beijou, assim como seu sexo. Etsuo sorriu a ele e assentiu, deslizando a mão por seus cabelos a acariciá-lo conforme o viu descer e mordeu o lábio inferior, sabia o que ele certamente faria ali, mas se preocupava pelos pais estarem em casa, então preferiu trancar a porta atrás de si.
Abaixado, as mãos de Ritsu subiram por suas pernas; enquanto beijava sua frente, as mãos subiram das coxas para suas nádegas e apertou-as. O par de olhos, claros demais, fitaram o moreno acima. Abriu a boca e então o colocou dentro dela, sorvendo aquela ponta delicada, mas fina que o restante da base em textura. Ele parecia aflito. Etsuo observou-o irmão enquanto tocava a si no sexo, era gostoso, droga gostava mesmo da boca dele, até chegou a estremecer novamente.
- Ritsu... Ah...
O menor abriu a boca aos poucos, levando-o mais inteiramente para dentro dela, não imaginava um dia que estaria tendo aquele contato com o moreno, que sentiria prazer ao tocar as partes mais íntimas de seu corpo e faze-lo sentir prazer. Sentia o gosto dele, sentia também sua perna trepidar com o espasmo. Levou uma das mãos a descer e tomar espaço entre suas pernas, o tocou onde ele verdadeiramente queria ser tocado. Etsuo manteve os olhos fechados, apreciando os estímulos e chamava o nome do irmão baixinho entre alguns pequenos gemidos, nem imaginava aquele tipo de toque dez minutos atrás, e agora está tendo, prazeroso, quente, úmido. Sentiu a mão dele tomar espaço entre as pernas e estremeceu mais uma vez, deixando um gemido sutilmente mais alto escapar.
- Ritsu...
- Você quer aqui?
O menor disse ao moreno, soando um tanto abafado com a boca ocupada e a mão no meio de suas pernas, sentindo as dobras entre sua coxa e início das nádegas. O maior assentiu, desviando o olhar a ele e suspirou, mordendo o lábio inferior.
- Vem...
- Vem o que?
A voz de Ritsu ainda soava abafada em ocupação, saboreando a parte de seu corpo que já estava a responder pelos carinhos.
- Entra.
Etsuo murmurou num sorriso e agarrou os cabelos dele na nuca.
- Mais exposto.
Ritsu disse, incentivando. Roçou os dedos em seu âmago, sem penetra-lo. Etsuo estreitou os olhos.
- Mete os dedos em mim.
- Mais pedinte, onii-chan. Não parece pedir, parece mandar.
Ritsu disse e não atendeu ao pedido dele. Mas na frente continuou a aproveita-lo. Até levou a mão inutilizada à frente, tomando-o nos dedos e o penetrou mais profundamente na boca, iniciando o ritmo em vaivém. Etsuo uniu as sobrancelhas ao ouvi-lo e negativou ao senti-lo colocar a si na boca e gemeu, prazeroso. Inclinou o pescoço para trás e logo voltou o olhar a ele.
- Ah... Por favor onii-chan... Entra...
Por um instante, o menor não o atendeu, também não respondeu, continuou a suga-lo, pressionando junto a língua e o céu da boca, tentando não roçar os dentes, embora ocasionalmente o fizesse de propósito. Quando por fim se afastou, o beijou na glande.
- Põe os meus dedos. Coloque em você.
Disse, queria não simplesmente provoca-lo, queria ser provocado também. Etsuo suspirou e assentiu a ele, segurando sua mão e levou-a aos lábios como pôde, lambendo seus dedos, o indicador e o dedo do meio, afundando-os na boca e fez o mesmo que ele, sugou-o.
Ritsu ergueu o olhar ao sentir seu toque, viu o caminho dos dedos em sua boca. Havia dito para enfia-los em si, mas acabou ganhando o lubrificante. Tocou sua língua com a lambida, mas não deixou de sugar o moreno e daquele modo apressar sua vontade. Etsuo gemeu novamente, dessa vez contra seus dedos e por fim o soltou, guiando-o ao meio das próprias pernas, um pouco desajeitado e o deixou roçar ali, fazendo seus dedos tocarem o próprio íntimo. O menor teve de se afastar e então dar espaço para ele, observou o toque que lhe proveu e sua mão no impulso que deu para a própria, roçando os dedos em seu corpo como se ele fosse controlar ou pedir por aquilo.
- Me ajude, hum?
Etsuo falou a ele e o fez tocar o próprio corpo, deixando-o empurrar o dedo indicador para dentro de si e gemeu, dolorido, mas prazeroso. Ritsu sentiu o toque e o desajeito com que ele tentava empurrar o dedo para dentro. Daquele modo se lembrou da primeira vez que moreno buscou a si para toma-lo, como tentava parecer aborrecido o suficiente para que não perguntasse nada, daquele modo já podia sentir a ereção saudar dentro da calça. Entrou com os dedos por ele mesmo introduzidos, fechou os olhos quando novamente o pôs na boca e passou a suga-lo, tal como mover os dedos dentro dele. O maior uniu as sobrancelhas ao senti-lo adentrar a si, gostava tanto daquele toque que não sabia descrever, não sabia porque havia pedido aquilo a ele, mas havia gostado o suficiente para não querer mudar novamente.
- Ritsu... Ah...
Gemeu ao senti-lo colocar a si na boca novamente, empurrando suavemente os quadris contra os dele. Vagarosamente, o menor passou a mover os dedos, sentido suas nádegas junto ao punho. Em círculo movia o dedo, massageando seu interior. Volta e meia o retirava da cavidade e passava ao comprimento, lambendo-o pela lateral, sorvendo as glândulas sensíveis sob o músculo ereto. Etsuo estremeceu, sentindo-se pulsar na boca dele e sabia que iria gozar.
- Ritsu... Vem... Vem comigo.
- Hum?
Ritsu murmurou, ocupado. Ainda com a roupa, não entendeu o que ele pediu, mas deu a ele alguma coisa. Levou a mão desocupada até a roupa de escola, abriu o botão e desceu o zíper. Abrir a calça e expor o sexo foi do modo suficiente para toca-lo. Se envolveu com os dedos e tão sem rodeios passou a se masturbar, como penetrava e sugava o moreno, em ritmo. Etsuo desviou o olhar a ele e podia ver seus movimentos, até abriu um pequeno sorriso, mas estava excitado e ansiava por ele, não podia esperar mais.
- Ritsu... Levanta, quero você dentro.
O menor não levantou, não queria que seu pedido fosse tão fácil. Gostava de ter uma ideia de necessidade vinda dele. Fechou os olhos outra vez, passando a suga-lo na glande, sentindo sua textura lisa na língua. Os dedos trabalhavam sem muita avidez em si mesmo, mas era hábil, assim como o penetrava. O maior mordeu o lábio inferior, agarrado aos cabelos dele e estava puto, quer dizer, sabia que ele fazia de propósito, e estava impaciente, necessitado dele.
- Ritsu... Ah! Ritsu, vem logo antes que eu arranque sua roupa.
- Você tem que aprender a me convencer, Etsuo.
O menor disse, soando baixo e abafado junto a seu corpo. Por um instante interrompeu o que fazia até em si mesmo, pegou seus quadris e virou o moreno, indicando que desse as costas para si. O maior negativou ao ouvi-lo e mordeu o lábio inferior, fechando os olhos e virou-se.
- ... Como eu devo fazer isso?
Ritsu não respondeu, uma vez que ocupou a boca ao beijar e morder sua nádega macia. Ao tocar, afastou suas nádegas, expôs seu âmago e por lá o beijou, o lambeu, massageou com a língua, assim como havia feito uma outra vez, ainda sob os tímidos protestos do irmão.
- Não... Ritsu, n-não... - Etsuo disse e cerrou o punho contra a porta, encostando a testa no local e abaixou a cabeça. - Ah! ... Ritsu por favor... Por favor...
- Você sabe que eu já fiz isso.
O menor disse e soou próximo aquela parte de seu corpo, lambeu a curva de sua coxa e nádega e subiu umedecendo até o ponto onde já havia estado com os dedos.
- É gostoso aqui, não é? Gosta de estar molhado aqui, Etsu?
- ... Ritsu...
O maior murmurou e estremeceu, mordendo o lábio inferior mais uma vez e quase bateu contra a porta, lembrando-se que o pai e a mãe estavam ali.
- E-Eu...
- Não gosta? Diz pra mim, onii-chan. Mesmo que não diga, eu posso imaginar seu jeito de dizer "Ritsu, me beije aqui atrás".
O menor provocou o moreno, sorriu achando graça de si mesmo e enfiou o rosto mais perto dele, de modo que o massageou com força na língua. Etsuo cerrou o punho com pouco mais de força e segurou o próprio sexo com a mão livre, apertando-o entre os dedos, firmemente.
- Chega onii-chan, chega!
- Pede, que eu te dou o que você quer.
- Me come onii-chan, me fode.
Ritsu levantou-se após mais uma enfiada de língua em seu corpo. Ao se erguer, sentiu as pernas já doloridas, mas com o sexo já de fora, encostou-se no moreno, deixando-o sentir o fato de que o desejava como ele a si. Passou os braços nas laterais de seu corpo e o apertou no enlace. Roçou a face junto a seu pescoço, mordiscou sua nuca. O maior suspirou quando por fim o sentiu levantar, sabia que ele havia feito e uniu as sobrancelhas, não sabia se aguentaria senti-lo entrar sem gozar, mas não disse nada a ele, não queria esperar mais.
- Ah... Vem...
- Fala comigo.
Ritsu disse-lhe ao pé do ouvido e mordiscou sua orelha. Tomou o sexo entre os dedos e passou a se esfregar nele, pressionando sua entrada, insinuando a penetração e tão logo, não só para ele, por si mesmo, entrou em seu corpo apertado, sentindo a passagem de toda ereção até o fundo.
- Ah, que gostoso, hm?
Etsuo estremeceu sentindo-o se roçar a si e mordeu o lábio inferior, virando-se a observar o irmão, sutilmente.
- Eu não... Não vou...
Disse, sentindo-o adentrar o corpo e novamente cerrou o punho, contendo o gemido, mas as pernas trêmulas denunciaram a si, havia gozado, só por sentir o irmão adentrar a si.
- ... Ah!
O menor não precisava sentir seu toque pegajoso para saber quando atingia o ápice. Sua pernas trêmulas denunciavam quando ele estava por chegar, suas nádegas se contraiam em torno do sexo e consequentemente acaba mais apertado dentro dele. A mão ergueu e tapou sua boca, abafando seu gemido de prazer, mas ainda podia ouvir sua voz. Mesmo após sujar sua própria mão, atingir o clímax, se moveu, sabia que ele ainda queria mais. Daquele modo iniciou ritmo, passando a penetra-lo com insistência, não era muito rápido, mas também não fez devagar. O maior empinou os quadris, dando espaço a ele para se mover e realmente, havia gozado mas queria mais, queria mais dele, queria senti-lo mais, não se importou que ele se empurrasse firme e forte para si, até segurou sua mão em frente aos lábios, sufocando os gemidos ali e aspirando o cheiro gostoso de sangue que vinha dela.
Ritsu continuou com a mão em sua boca, sentindo-o segura-la. A outra, desocupada, deslizou por seu peito, acariciou seu mamilo mesmo por cima da roupa e de onde estava, pôde sentir a não habitual batida de seu coração, estava acelerado. Desceu pelo tronco, tocou sua barriga plana onde sentia cada espasmo, e enfim alcançou o ventre, massageando o sexo sujo pelo prazer e menos tenso agora que atingira o clímax. Desse modo passou a afaga-lo, ainda que não fosse no mesmo intenso ritmo dos quadris. Etsuo desviou o olhar ao próprio sexo, notando o sutil toque do irmão a agilizar assim como o movimento de seus quadris e lembrou-se do pai indicando que usasse preservativo, ah foda-se, compraria algum remédio depois, agora não iria pedir que ele parasse, nem estava em condições de fazer isso. Ao segurar sua mão, guiou-a sutilmente aos lábios, devagar, não queria que ele notasse e por fim deu uma mordida na parte molinha de sua mão, como um gato, e sugou as pequenas gotas de sangue.
O menor sentiu aquele toque tão tênue quanto o de uma criança a roubar um pedaço de chocolate na cozinha, queria ser despercebido imaginava, uma vez que se não tivesse esse intuito, teria sido voraz. Sentiu a beliscada chata, mas não o penalizou por isso, não com a mão. Penetrou com mais força e levou o toque a seu membro por descer para as glândulas que apalpou sem dolo.
- Está com fome, ladrãozinho?
Soou um pouco cortado, ofegando pelo uso da vigorosidade. Etsuo sorriu meio de canto, sabia que ele havia notado, mas não conseguia resistir a ele, era muito gostoso, o sangue dele era muito gostoso. Gemeu baixinho conforme sentiu o toque abaixo do sexo e ainda observava o local, notando os movimentos de sua mão a apertar a si.
- Estava indo comer quando você chegou.
- Pode morder. Hoje eu estou carinhoso. - Ritsu disse a ele, sob um riso divertido e nasalado. Roçou o rosto em seu pescoço e mordeu ali, não por muito. - Mas um dia essa nuca vai precisar de alguns cuidados.
Etsuo sorriu a ele e assentiu.
- Tudo bem, minha nuca cicatriza rápido com uma taça de sangue, já você leva um tempo, por isso não quero mordê-lo.
- Hum, desde quando pensa assim, ah? Sempre quer uma lasquinha de Ritsu.
- Hum, eu quero, mas não quero te machucar.
- uHm, não se arrependa demais.
Dito, Ritsu tirou o braço de seu alcance. Levou as mãos para seus quadris e com isso se afastou de modo que teve maior atrito com seu corpo. Tomou seus quadris, empinando sua bunda firme. Se pegou mordiscando o lábio ao visualizar o corpo que saiu e entrou em seu corpo. Etsuo assentiu e apoiou-se firmemente na porta, deixando que o outro usasse a si como bem quisesse, gemeu, baixo, sabia que os pais estavam do lado de fora e ainda assim, capaz que ouvissem, ambos eram vampiros, tinham audições apuradas.
- Gosta de fazer isso, hum?
- O que?
Ritsu indagou em retruque, pedindo especificidade no que dizia. Apertou sua pelve sob os dedos, por onde tinha firmeza em puxa-lo, podia ouvir o ruído de sua bunda firme ao atingir a pele, como se tomasse tapas, adorava ouvir aquilo.
- Estou perguntando se gosta de me comer...
Etsuo falou meio abafado pelos gemidos, também ouvia as batidas dos corpos e podia senti-lo tocar bem a fundo no corpo onde gostava, estremecia.
- Hum, ainda resta dúvidas, nii-chan?
Ritsu disse, soava ofegante embora tivesse um certo controle do ofego. Continuou a puxa-lo, sentindo-se já muito perto do clímax, fazendo-o sentir cada espasmo que deu dentro de seu corpo. O maior sorriu a ele e abaixou a cabeça, concentrando-se em seus movimentos, até empurrou-se contra o irmão e tentou controlar a força para não machucá-lo, embora quisesse simplesmente bater contra ele com a maior força que podia. Ritsu sentiu a investida de seus quadris, teve de segura-lo com firmeza a fim de evitar regredir. Gemeu fosse dolorido ou com o prazer em conjunto, e estava tão perto que acabou falando a ele sem se dar conta.
- Ore... iku.
- Vem Onii...
Etsuo murmurou e sorriu para si mesmo, já que ele não poderia ver. Mordeu o lábio inferior e virou-se empurrando-o para a cama, talvez numa velocidade que ele não pudesse ver de fato. Sentou-se sobre o colo dele e moveu-se, rápido, mas não tanto quanto fora o empurrão.
- Vem...
Ao ouvi-lo, Ritsu deslizou os dedos nos ossos de sua pelve, fez menção de tocar seu sexo, porém foi interrompido pelo movimento rápido que só percebeu ao estar com as costas acomodadas à cama e o corpo moreno acima do colo, não precisou de muito, só um incentivo dele para então atingir o ápice, acabou por fazer dentro dele, que se movia e investia contra si. Etsuo sorriu a ele meio de canto, sentia seu ápice quente, prazeroso dentro de si e moveu-se ainda mais sobre ele, sentindo-o até que se finalizasse seu prazer dentro de si.
- Ah... Kimochi.
- Ah... Etsuo, não...
O menor disse, num resmungo soprado, afetado pelo prazer enquanto imaginava o prazer que lhe dava e remoía o fato de que não usava camisinha. Etsuo sorriu a ele e mordeu seu lábio inferior conforme se abaixou.
- Delícia.
- Hum, delícia ah? Gosta de ser gozado, nii-chan?
Provocou o irmão e tinha a voz ainda soprada.
- Hum... Isso soa muito ruim. - O maior riu.
- É na verdade algo curioso. Você parece gostar de sentir. - Ritsu dizia ainda afetado na voz.
- Eu gosto. - O maior sorriu.
- Tão submisso. - Ritsu brincou e sorriu.
- Ah sou é?
Etsuo riu e levantou-se.
- Claro que é.
O menor provocou e cutucou o irmão na cintura, Etsuo negativou e riu.
- Eu vou tomar remédio, não se preocupe.
- Eu sei. Agora você pode ir fazer lanchinho, já matei a saudade.
Etsuo sorriu e assentiu.
- Já me usou.
- Tá usadinho.
O maior riu e abaixou-se, selando os lábios dele.
- Vou pegar meu lanchinho.
- Você pode tomar o meu se quiser.
Etsuo sorriu a ele.
- Não quero te machucar onii.
- Você fica com febre se eu tomar muito, e não vou aguentar ver você assim.
- Oh, que garoto sedento.
- Hum, sou um vampiro, tenho que comer muito.
- Não tanto, você é guloso. Vai ficar gordinho.
Etsuo riu e negativou.
- Vem, sei que vai parar na hora certa.
Etsuo uniu as sobrancelhas.
- Não onii... Melhor não.
- Então tá bom.
- ...
O maior sorriu meio de canto. Ritsu já havia pedido várias vezes a ponto de que se pedisse mais uma vez morderia ele a si mesmo. Deixou de lado. Etsuo suspirou e girou a maçaneta do quarto, achou realmente melhor não morde-lo, preferia ele saudável. O menor levantou-se por fim e seguiu ao banho, mesmo em seu quarto. Pensou que talvez pudessem fazer novamente se ele estivesse excitado com o sangue, mas ficou com sono e ele parecia um pouco brando naquele dia. Após se banhar dobrou as roupas que deixou de lado. O banho foi rápido e logo estava deitado para dormir em seu quarto. Etsuo seguiu até a cozinha para beber sangue e passou pelos pais, que pareciam encarar a si de modo meio estranho, sabia que haviam ouvido.
- Oi.
Disse num sorriso de canto e bebeu duas taças cheias de sangue, o que fez o pai olhar mais estranho ainda.
- ... Com licença.
Disse e voltou ao quarto, quando adentrou o local o irmão já estava na cama adormecido e sorriu, deslizando uma das mãos pela face dele, não iria dormir, mas se deitou a seu lado.