Ikuma e Taa #50


Passara alguns minutos desde que Ikuma havia acordado. O relógio marcava cinco e meia da tarde, mas já estava o suficiente escuro e não tinha sol dentro daquele ambiente, mesmo que passassem o dia acordados, não seria incômodo. Acomodou a coluna sobre o travesseiro por vez nas costas, o braço, um deles, descansado atras da nuca onde dava repouso e noutra das mãos, portou um cigarro e fumava, enquanto os olhos se dispersavam a figura de pouca luz daquele quarto, e podia ver o companheiro em sua parcial nudez, se não fossem pelos lençóis que lhe chegavam a altura das costelas, e dormia ainda.

Taa moveu-se na cama, incomodado pela fumaça que pairava pelo quarto e gemeu baixinho, puxando o lençol a cobrir a face e virou-se de bruços a descobrir as nádegas, deixando que o lençol cobrisse poucas partes do corpo e nem se deu conta, afinal ainda dormia, tinha o objetivo apenas de se livrar da fumaça e logo retomou o sono tranquilo.
O menor provia-se ainda das sugadas de fumaça, expelindo-as vagarosamente pelos lábios e narinas. Tornou voltar as vistas ao corpo ao lado, observando a aquietação do outro homem e o engrenhar dos lençóis que se enroscavam a seu corpo, despindo suas nádegas branquelas.
- Uh...
O riso viera único, e uma das mãos levou ao traseiro exposto e deslizou a ponta dos dedos em uma carícia bem suave. Taa m
oveu-se pouco na cama, abraçando o lençol que ainda cobria o nariz e suspirou apenas.
Ikuma pressionou a brasa da bituca no cinzeiro, apagando o restante de cigarro. Fora minucioso a se mover no colchão e deitou-se acima do companheiro a coloca-lo de peito para a cama. Mordiscou o dígito indicador, sentindo a gota de sangue escorrer e exalar seu aroma forte e este mesmo dispôs fronte as narinas do mais alto, apenas a obriga-lo a sentir o cheiro. O maior aspirou o aroma de sangue e suspirou, abrindo os olhos, devagar a observar a cor vermelha em frente a si e a língua tocou o dedo dele, sentindo o leve gosto de sangue.
- Ikuma?

- Boa tarde, bela adormecida.
- Tarde? Eu dormi tanto assim? Que horas são?
- Não dormiu tanto, dormimos por volta das sete da manhã.
- Ah sim... - Suspirou. - Por que... Você está em cima de mim?
- Porque está confortável aqui em cima.
- É, mas eu estou sem roupas e você também... E seu pau esta roçando em mim. - Riu.
- E isso é ruim?
- Transamos a noite toda.
- E o que tem a ver? Não estou fodendo você, estou só deitado.
Taa assentiu, preguiçoso, Ikuma o beijou no pescoço.
- Que cheiro bom.

- Acho que é o perfume do banho ne...
O menor deslizou as mãos sob os braços alheios, até que possibilitasse de lhe encontrar as mãos e revesti-las das próprias, segurando-as na inércia da cama. Taa sorriu, alcançando-lhe uma das mãos e beijou-a.
- Hum, que preguiça hein.
- Você é pesado... Sai de cima de mim. 
- Ah, que maldade.
- Verdade, poxa, eu sou uma pilha de ossos.
- Estou todo romântico e adorável e você vem todo cuzão me chamando de pesado, certo. - O soltou e se pôs cômodo a seu lado.
Taa riu baixinho, virando-se e o observou, aproximando-se do maior e abraçou-o.
- Sai, não me abrace, seu osso está pesando a minha volta.
O maior uniu as sobrancelhas.
- O que?
- Não fale assim...
- O que? Não vai me xingar?
- Ah, desculpe, seu imbecil.
- Oh, lagarta está toda mocinha hoje.
- Ah, vá.
- Não fale assim. - Ikuma o imitou a franzir o cenho, aproximando as sobrancelhas.
Taa desviou o olhar ao outro.
- Own... - Riu e deitou-se sobre ele, selando-lhe os lábios. - Agora vou ficar aqui também.

- Seus ossos estão pesando.
- Problema seu.
- Sai fora.
- Não.
- Sai fora, verme.
- Não!
- Saia, não quero você. Me expulsou também não quero saber, cai fora, lagarta.
- Ah, é assim?
- É, bem assim. Sai antes que eu te faça sair.
Taa estreitou os olhos e levantou-se, pegando a própria roupa intima no chão, vestindo-a.
- Vai se ferrar.
Jogou a roupa do outro sobre ele e seguiu o caminho para fora do quarto.

- Que merda de pavio curto é esse?
- Não fale assim comigo.
Saiu do local e caminhou até a cozinha, abrindo a geladeira a procurar pelo sangue e pegou uma das garrafas, deixando a taça sobre o móvel e encheu-a com o líquido, guardando novamente a garrafa e pegou a taça a levar aos lábios e beber alguns goles da bebida.

- Pff...
Ikuma negativou e por fim deixou as roupas arremessadas ao lado, continuando na cama. O maior v
oltou ao quarto, deixando a taça no móvel ao lado da cama.
- Beba.

- Não quero, valeu.
- Vai logo Ikuma, passou a noite toda sem tomar nada.
- Eu não quero, Taa.
- Certo... Certo.
O maior pegou a taça novamente, levando-a até a cozinha e apertou-a nas mãos a senti-la quebrar entre os dedos, suspirando e jogou os cacos no lixo. Ikuma d
escobriu-se, jogando de lado os lençóis antes enroscados ao corpo de qualquer modo.
- Sabe, eu até gosto da sua personalidade forte, gosto quando se impõe ou quando discutimos e você rebate, mas já está ficando estúpido e desagradável, tsc. Eu brinquei com você e você fez a mesma coisa que fez em nossa noite de aniversário, você quebra totalmente o clima, quando te acordei de uma forma agradável, e agora, fica com ceninha extrema só porque recusei a bebida, me poupe Taa, mas saiba se por no seu lugar e não ter atitudes extremas.
Dizia enquanto em busca de algumas roupas limpas e logo trajava-se com elas. Taa n
egativou, observando o outro e sentiu as lágrimas que escorreram pela face, sem poder segurá-las mais, caminhou até a cama, sentando-se e abaixou a cabeça, permanecendo em silêncio apenas entre os pequenos soluços de choro.
Ikuma enfiou-se na camiseta regata preta e justa as formas físicas, enquanto sentia o afundar do colchão próximo a si mesmo. A perplexidade se expôs nos orbes diante de tal ato alheio, presenciando após um ano, novamente o choro do outro rapaz. Silencioso, como podia sê-lo e nada demais, o fitou a ouvir seus soluços tênues e abafados e por fim lhe tocou as costas, trazendo-o consigo, pode então abraça-lo, lhe beijando o topo da cabeça. Taa aproximou-se do outro a sentir o abraço e permaneceu em silêncio ainda em meio as lágrimas e sentia as mãos pouco tremulas, sem conseguir se acalmar entre o choro.
- Não precisa chorar.
Uma das mãos, o menor dispôs abaixo de seu queixo, e fê-lo erguer a face. O maior e
rgueu a face, observando o outro e logo voltou a abaixá-la, segurando sua mão e entrelaçou os dedos aos dele.
- Eu não quero perder você...

- E quem disse que vai? Só estamos discutindo a relação, como dizem por aí.
- Eu estou cansado... Eu sei que o seu jeito é assim, eu sei que ficávamos nos provocando o tempo todo, mas isso era quando eu não gostava de você. - Taa suspirou a tomar ar entre o choro. - Tem vezes que eu só quero deitar e ficar tranquilo contigo sem esses xingamentos e provocações... Como no nosso aniversário, eu só queria que dissesse coisas agradáveis... Eu não sou mais a mesma pessoa que ficava te xingando o tempo todo, eu não consigo mais fazer isso... Ainda brincamos algumas vezes e isso é ótimo, mas eu quero ter os meus momentos calmos com você... Sem isso... Porque eu não ouvir você dizendo que me ama e me chamando de idiota ao mesmo tempo... Porque não parece ser verdade.
- Quer dizer que até pouco tempo você não gostava de mim?
- Não... É claro que eu gostava, eu te amo demais... É só que com o tempo, eu fui querendo cada vez mais que você fosse agradável algumas vezes... Eu fui mudando.
- Hum. - Ikuma assentiu em compreensão.
- Não fique nervoso comigo... Eu não tenho culpa disso... As vezes eu só noto que fiz alguma besteira quando você fala. Mas eu não quero que fique bravo comigo... Eu só não consigo conversar com você e dizer as coisas...
O maior murmurou, apertando-lhe a mão em meio a própria.

- Ok, lagarta, já entendi.
- Desculpe...
Taa ajeitou-se junto dele e permaneceu em silêncio, levando a mão livre a face a limpar as lágrimas.

- Não me peça desculpas.
- Hai.
O maior virou-se, abraçando-o e repousou a face sobre o ombro dele.

- Então, quer sair pra conhecer um restaurante bem diferente?
- Restaurante?
- Sim. Sair pra comer algo, quer ir?
- Hai.
- Certo. É estranho te ver abatido assim, faz um tempo...
- Eu sei... Eu tenho me escondido muito de você.
- E por que faz isso?
- Não sei... Não consigo falar as coisas contigo... Acho que eu tento demais manter a pose que eu tenho de que está tudo certo. Eu queria ter dito isso antes de discutirmos... Antes de eu ter estragado nosso aniversário...
Taa murmurou e iniciou o choro novamente, soltando a mão do outro a observa-la com os poucos cacos de vidro que ainda tinha entre as próprias. Retirou-os da mão do outro, vendo os machucados aos poucos sendo fechados e puxou delicadamente a mão dele a beijá-la, lambendo as gotas de sangue.

- Ah, não lambe assim senão eu não saio de casa hoje...
Ikuma ditou enquanto os orbes focavam sua língua em suave passeio.

- Hai... Só estou limpando. - Taa lambeu o restante do sangue que não era muito e logo afastou-se. - Pronto.
A mão livre do toque, Ikuma levou aos descoloridos cabelos do outro os segurando em sua nuca e o puxou afim de lhe tocar os lábios. Taa abriu um pequeno sorriso, selando-lhe os lábios e logo o beijou, tocando a língua dele com a própria. O beijo continuou sem muito demorar ao final do mesmo, em breves selos contínuos até o cessar dos feitos.
- Quero transar.

Taa negativou.
- Vamos jantar...

- Sim, vou jantar você.
- Iie... Ia me levar no restaurante. Aguenta um pouquinho, hum.
- Eu vou levar. Você não conhece muito bem o que você virou e o que você é.
- Hum?
- Você não conhece muitos vampiros, exceto esses da boate, mas não digo vampiros em si, já que você está muito bem conhecendo só a mim.
O maior riu.
- Os vampiros de lá são diferentes?

- Não são os vampiros, só lugares que se pode ir, afinal, até os vampiros levam uma vida normal.
- Ah sim... Então vamos?
Taa aproximou-se do maior a levar uma das mãos sobre a roupa intima que ele usava, apertando suavemente o membro do maior no local, massageando-o e logo levantou-se, rindo baixinho.

- Tome um banho antes, filho da puta.
- Claro.
O maior retirou a roupa intima, jogando-a de lado e abaixou-se em frente o outro na gaveta a pegar as próprias roupas e deixá-las na cama.

- Estou vendo sua bunda.
- Verdade? Como ela é? - Riu.
- Está suja do gozo que deixei ontem.
- Hum, jura? Eu limpei tão bem no banho. - Taa riu e levantou-se, observando-o. - Só pra avisar... Sua roupa intima está meio apertada.
- Oh, é mesmo? Acho que não enfiou muito bem a mangueira pra limpar lá dentro.
O maior riu e aproximou-se, abaixando-se e lhe selou os lábios.
- Quer sujar mais, hum?

- ... Vai tomar banho, vai.
- Hum? Por que?
- Vai, vai...
- Hum... Mas está tão duro... - Taa novamente o tocou no membro sobre a roupa intima, apertando levemente. - Aposto que está dolorido.
- Não está, sou sempre viril assim, sabe como é ne.
- Aham sei.
- Vou te dar dez segundos pra ir pro banho, senão vai pra minha cama.
- Depois de ter me recusado tanto... Vou pro banho mesmo.
- Não diga que o recusei, a qualquer momento vou te foder com toda a vontade que eu quiser, mas eu estou apenas tentando leva-lo a um encontro, já que estraguei nosso aniversário de um ano.
Taa ergueu o corpo e assentiu.
- Já volto. - Virou-se, caminhando em direção ao banheiro.

- Esqueça, venha cá.
- Não, vamos jantar ne.
- Não, vem.
O maior virou-se, observando-o e negativou. Ikuma levantou-se em passos poucos ao outro e logo, tinha seu fino pulso entre os dedos onde encontrou o impulso e joga-lo para a cama. Taa caiu sobre a cama ao senti-lo empurrar a si e sentou-se no local a observá-lo.
- Ora... O bonitão estava me recusando até agora e agora me joga assim na cama? Acha que pode?

- Não acho. Eu posso. - Ikuma se encaminhou a cama a postar os joelhos lado as laterais do maior. - Depois não diga que não tentei fazer algo que não fosse sexo, mas meu limite é baixo.
- Sei, sei... Está enjoando de mim, por isso queria me levar pra jantar... Está pensando "Não aguento mais comer essa lagarta". 
- Você está tão apreensivo e inseguro. O que há, ah?
- Estou brincando.
- Não está, o que há? Seu amor está assim tão descomunal?
- Estou com medo de perder você.
- Está ficando louco.
- Estou?
- Está, como eu deixaria você?
O maior sorriu e lhe selou os lábios.
- Vem.
- Ai, que gay.

Taa estreitou os olhos.
- Vou te socar, cara.

- Agora já vi seu lado viadinho, não adianta forçar a barra.
O maior empurrou o outro e puxou-o a fazê-lo se deitar na cama, sentando-se sobre ele.
- O que, vai ficar por cima?
- Vou.
- Então comece.
- Ah, mas porque? Está tão bom te provocar...
Taa murmurou e rebolou suavemente sobre o colo do outro.

- Qual é, Taa?
Com as mãos em seus braços, Ikuma o jogou a cama, retomando o posto anterior.

- Ficou bravinho, foi?
- Estou estranhando você...
- Desculpe... Vou calar a boca.
- Não mandei calar a boca.
- Mas tudo que eu digo está estranhando.
- É, não sei porque, acho que foram suas declarações de amor.
- Não vou mais falar daquele jeito. Eu sabia que isso ia acontecer.
- Isso o que?
- Que ia ficar me estranhando.
- Iie, eu... estou feliz.
- Hum? - Taa uniu as sobrancelhas.
- Nada.
Ikuma acomodou-se acima do outro, tratando de livrar-se da regata posta tempo antes.

- Diga.
O maior observou-o a retirar a regata e deslizou uma das mãos pelo corpo dele.

- Tire a roupa, lagarta, sabe como eu não gosto delas.
Taa estreitou os olhos.
- Diga pra mim!

- Dizer o que?
- Porque esta feliz?
- Por que tenho uma iguana de estimação que me adora.
- Sei... - Riu.
- Mas não pense que estava recusando você, eu só queria te levar pra um encontro, mas não consigo, seu porra, fica me provocando, não saio da cama mesmo.
- Quando sairmos daqui, tomamos um banho e vamos.
- Uhum. - Ikuma abaixou-se, selando-lhe os lábios por vezes. - Como recusar lagarta? Meu prato favorito. - Sussurrou.
Taa retribuiu os selos nos lábios e sorriu, levando uma das mãos aos cabelos dele, acariciando-os.
- Então coma, hum.

- Itadakimasu.
O menor tornou a pronuncia em mesmo tom, por fim a beijar o outro. Taa r
iu baixinho, retribuindo o beijo e sugava-lhe os lábios, apreciando o sabor dos mesmos. Mordeu a própria língua a deixar o sangue escorrer da mesma e alimentar o outro entre o beijo.
Ikuma sentiu o sabor se espalhar sob o paladar, aguçando os sentidos. Um roçar tênue pela língua suficiente a gotejar do próprio fel aos lábios demais, misturando ambos os sangues dentro do beijo compartilhado.
Taa sorriu, sugando a língua dele para si e apreciando o sabor do outro, tão saboroso, sentindo a pele se arrepiar notavelmente ao sentir o sabor tão doce a descer pela garganta. Cessou o beijo por pouco tempo, mantendo os lábios unidos e riu baixinho.
- Pacto de sangue, hum?

- Estou te deixando saborear o pouco que pode.
- Me fode logo, hum... 

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