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abril 2017
O céu estava cinza, como tudo ao redor. Era triste morar naquela cidade. Yori havia nascido no campo, onde as coisas eram melhores, onde podia ver as árvores em sua beleza e as flores. Tinha se mudado para o centro para cuidar do pai doente, que até então não conhecia muito bem, porém, ele sofria de câncer e acabou falecendo, por fim havia ficado na casa dele, mas queria voltar para a mãe, o único problema é que já não podia mais. Dias depois do próprio pai falecer, recebeu a mesma notícia, de que não tinha mais família alguma no mundo. Tinha dezenove anos, ainda era novo demais para saber como se virar, apesar de ter agradecido pela morte do pai, que era muito raivoso e bêbado, ficou preocupado com a própria situação. Fora obrigado a começar a trabalhar, então teve que parar a faculdade por um tempo, queria ser médico, mas não teria como tendo que trabalhar quase o dia todo, via todos os sonhos que tinha irem por água abaixo, mas o que preocupava a si naquele momento era a chuva que já começava a cair. Sem guarda-chuva esperou ali mesmo, deixando que molhasse os cabelos curtinhos e repicados, de cabeça baixa, observava apenas o vento que batia na água, conforme fazia suaves movimentos. Era alto o suficiente, em cima daquela ponte, cairia e talvez não sentisse tanto o impacto da água, talvez, pudesse morrer antes de atingi-la, morrer em silêncio sozinho como agora estava.
O vampiro sentiu os cabelos balançados pelo vento, ventava bastante, o clima não era alegre e caloroso, adorava-o daquela forma, mas estava entendiado. Há alguns anos havia perdido o interesse em companheiras, ou melhor, talvez nunca o tenha tido, mas devido a isso já começava a sentir desagrado com as únicas companhias que tinha. Alguns empregados, outros vampiros mestiços e estúpidos com a juventude. Procurou pela companhia, tentou até pelo sangue encontrar alguém que fosse saboroso o suficiente para desejar ter a presença, e de longe podia sentir junto a brisa fria na pele que sentia com suavidade e dificuldade, mas ainda sentia. Junto a ela, o tempo úmido e uma leve onda de angustia parecia balançar as árvores próximas e dali, na ponte que levava a cidade para onde seguiria a fim de acabar com a sede e alguns dos humanos. Parou e podia assistir os cabelos louros dispersarem fios ao vento. Vestia uma camisa desajeitada, como quem já a usava por dias. Podia sentir pelo cheiro a mesma angustia, o medo mesmo junto a vontade de morrer, e mesmo assim o cheiro do sangue humano e saboroso. Deixou a mão no bolso, enquanto queimava o cigarro entre os lábios e dispersava o cheiro fresco de menta pelo ar frio com a outra. E analisou o jovem prestes a tirar sua vida, ainda que em seu peito queimasse o medo, era corajoso, ao menos tentava. Queria morrer? Talvez devesse matá-lo, e dar a ele um fim um pouco melhor.
Yori suspirou, várias vezes, pensando e foram duas vezes que estava com o pé atrás para pular, quase desceu, mas estava cansado daquela brincadeira consigo mesmo, tinha medo de morrer, mas medo de ficar vivo mais um dia. Abriu os olhos, e por um momento o rio abaixo de si pareceu atrativo, gostaria de saber como estava a temperatura da água e se estava do mesmo modo que o vento, frio. Pendeu-se para frente e por fim se atirou, tentando não pensar em mais nada, só no vazio.
Os olhos do vampiro se estreitaram levemente ao vê-lo pender, e tinha uma longa altura até que atingisse a água e certamente, quebraria seus ossos ou feriria sua pele frágil. Apodreceria e seria esquecido naquela água. Ao deixar o cigarro, aspirou vigorosamente o ar aos pulmões que sequer precisavam dele. Mataria-o, faria isso por ele ou por si mesmo. Teria o que queria e daria ao desconhecido o mesmo. Observou a leveza com que seu corpo deslizou e cortou o ar, mas antes que se tornasse inalcançável, segurou-o, tomando-o por seu pulso que cheirava a sangue e cobria porcamente com uma faixa manchada de sangue.
O garoto sentiu a fisgada no pulso segurado, já que tinha a ferida aberta. Uniu as sobrancelhas e arregalou os olhos num gemido dolorido. Demorou algum tempo para observá-lo nitidamente em meio a escuridão do local e piscou várias vezes.
- Eu... Eu morri?
O vampiro observou o outro e só então pôde enfim observar seu rosto, tinha um toque astuto mas ao mesmo tempo com traços inocentes, era bonito e seria desperdiçado.
- Não ainda. - Disse e puxou o garoto pelo pulso qual segurava, colocando-o logo no chão asfaltado. - Você quer morrer?
Yori sentiu o chão embaixo dos pés, e achou que não sentiria nunca mais, observou-o e uniu as sobrancelhas.
- Bem... Estava querendo me jogar de uma ponte... Por que me puxou? - Disse a observar o pulso e tentou puxá-lo, gemendo dolorido mais uma vez. - Solta, está machucando.
- Por que se importa com a dor se você quer morrer? - Disse diante do protesto. - Se caísse na água, sua pele se rasgaria com a força da colisão, seus ossos seriam quebrados, e você desmaiaria por dor antes de morrer por afogamento.
Yori arregalou os olhos a observá-lo e uniu as sobrancelhas, sentindo-se mal ao ouvi-lo e até meio tonto, tanto que teve que se segurar nele.
- Eu posso matá-lo se você quiser morrer.
- Q-Quem é você?
- Alguém que pode matar você. Não é como se meu nome fosse influenciar algo.
- Influencia, não quero ser assassinado.
- Quando você quer morrer, a forma como isso acontece importa?
- Pra mim sim.
- Então você não quer morrer. Mas eu já senti o seu medo, mesmo em cima da ponte, quando tentava criar coragem pra se atirar dela. Você tem um rosto bonito. - Disse o maior e tocou sua bochecha, delineando-a com o dorso do dígito indicador.- Se você quer morrer, eu posso sugar seu sangue todo, até deixá-lo vazio, vai morrer sem ele, e com certeza sua única dor será onde eu o morder. Ou eu posso deixá-lo vivo, vivendo para mim.
O menor uniu as sobrancelhas ao ouvi-lo, e não entendeu, só quando o viu bem de perto e notou a cor dos seus olhos tão nítidos mesmo no escuro, eram vermelhos, ou talvez amarelos, não sabia, mas era assustador, era um monstro? Um vampiro, já que ia sugar o próprio sangue.- O que? Eu... Eu não entendi...
- Eu quero um companheiro e eu gostei de você.
- Mas... Eu sou um zé ninguém... E você, você é... Você não é humano.
- Não me importa o que é a sua vida. Não sou humano, mas sou mais racional que um. Se você quer morrer, posso te conceder o que quer e você pode dar a mim o que procuro.
Yori desviou o olhar à rua e logo a ele, unindo mais uma vez as sobrancelhas, confuso.
- Você é um anjo?
- Uh... - Hideki murmurou, o que podia ser considerado um leve riso, e que soou nasal. - Talvez um caído. - E sorriu com os dentes, respondendo sua pergunta.
- Não sei se eu... Deveria...
- Você sabe que um anjo caído é um anjo abandonado por seu Deus?
- Você... É mau?
- Você tem muitos questionamentos para alguém que não se importa mais com nada, ou mesmo a sua vida. Você vai ser meu companheiro?
- ...
Yori observou-o por alguns instantes, estava em dúvida do que respondê-lo, nunca o havia visto na vida, nunca havia sentido atração por homens, mas estava frio, tão frio que podia sentir a pele se arrepiando como se estivesse sendo perfurada por agulhas, sem contar que o pulso agora sangrava já passando por cima da faixa, mas não tinha mais vontade de morrer.
- Não posso... Não posso ir com você.
- Uh.
Hideki tornou a murmurar nasal e segurou a mão do garoto onde do pulso desenrolou a faixa mal colocada e ergueu-a, sentiu o cheiro de sua pele, havia feito aquilo no banho? Porque cheirava a sabonete. E seu sangue parecia vivo como ele não desejaria estar. O lambeu, sentindo o gosto de seu sangue humano.
- Eu sou Hideki.
O menor observou-o atentamente, até a vê-lo lamber o sangue e arregalou os olhos, mas permaneceu um tempo em silêncio, processando suas palavras.
- Eu... Sou Yori.
- Yori. Eu pretendia ir jantar, mas por hora vou levá-lo até sua nova casa.
- Minha... Nova casa? Eu... Disse que não quero ir com você. Eu não posso ir com você!
- Será meu companheiro, então viverá comigo. Você deixou sua casa para morrer naquela ponte, então você morreu nela.
- Mas meu emprego... Minhas... Coisas... Eu... Não posso!
- Não era isso o que pretendia? Não foi a junção de todas essas coisas que te fez chegar ao ponto de cair de uma ponte?
Yori uniu as sobrancelhas, desviando o olhar a ele, confuso.
- Vamos. Seremos amantes.
- Amantes... Mas eu mal te conheço... Eu nunca fiquei com um homem, não sou gay, isso é absurdo!
Hideki observou o garoto e seu termo. Limpou sua pele ferida e cessou o sangue ao pressionar a língua e ao solta-lo, tocou seus lábios num beijo superficial e observou próximo, seu rosto.
- Pode conviver com isso?
Yori arregalou os olhos mais uma vez ao sentir o beijo e dessa vez se assustara com motivo porque deu vários passos para trás.
- Ah, meu Deus... - Murmurou e bateu contra o parapeito, quase pendendo para trás, porém segurou-se. - Ah!
Ao se afastar, Hideki pendeu, porém como se segurou, segurou-o da mesma forma, por sua camisa amarrotada.
- Pode?
O menor rapidamente assentiu várias vezes e uniu as sobrancelhas, sem dizer nada, o coração quase pulando pela boca devido ao susto que havia levado, e só queria sair daquela ponte vivo, teria que lidar com ele, uma outra hora, talvez se só o visitasse ele deixasse de lado aquela ideia de que tinha que ficar com ele.
- Então vamos, Yori.
- ...
De braços cruzados na plateia, Taa observava o namorado com a performance no show, um sorriso malicioso estampado na face, mordendo o lábio inferior algumas vezes. Apreciava a música, a voz tão perfeita dele e cantava junto algumas músicas que sabia a letra. Subiu logo para o camarim quando finalizado a apresentação, esperando-o retornar e pegou a toalha dele ao canto, sorrindo ao vê-lo entrar, esperando surpreendê-lo por aparecer tão de repente num show. Jogou a toalha ao outro.
- Belo show loirinha...
Ikuma entrou no cômodo de posse própria, e diretamente se encaminhou a garrafa d'água acima da geladeira pequena no camarim. Os ombros foram sutilmente elevados e tensionados ao toque da toalha sobre a cabeça, inesperado e virou-se conforme a pestana muito bem feita se arqueou, observando a visita não convidada.
- Ora, você aqui. Só um minuto, vou chamar a faxineira, não acredito que deixam lagartixas vagarem na porra das minhas paredes... Tsc. - Resmungou, falsamente indignava-se com tal, e encaminhou-se a porta; observando o corredor onde o eco soou da voz potencial. - Ow, fala pra faxineira que tem umas lagartixas aqui, é pra limpar direito!
O maior riu, esperando o outro retornar.
- Idiota. Own, assustei você, meu amor? - Caminhou até o outro, selando-lhe os lábios e pegou a toalha, passando pela face dele. - Está todo suado.
Ikuma piscou algumas vezes enquanto tinha a face tocada pela toalha.
- Se me assustou? Olha no espelho e me responda.
Taa deu um leve tapa na face do outro, brincando apenas ao ouvi-lo e estreitou os olhos.
- Estupido.
- O que eu disse? - Riu maldoso.
- Você me acha bonito que eu sei, ok?
Ikuma pouco afastou-se do físico próximo, e permitiu que a direção visual se voltasse a toda estatura do homem defronte.
- Eu disse o contrário?
Taa selou-lhe os lábios e negativou.
- Disse que eu assusto você, hã.
- Eu? Eu não disse nada. Mandei se olhar no espelho e responder por mim. - Tornou a rir. - Está concluindo porque já sabe o que eu penso, ah?
- Exato. - Estreitou os olhos.
- Ora, que contradição, primeiro diz que te acho bonito, e agora conclui que me assusto pelo contrário. - Ikuma bebeu mais da água e pousou a garrafa cristalina acima do pequeno eletrodoméstico. - Quer que eu o diga o quanto te acho bonito?
- Eu sei que não sou bonito.
O maior riu e virou-se, caminhando até o sofá ao canto da sala e sentou-se.
- Vou te dizer o quanto te acho bonito. - O menor comentou e encostou-se na porta de entrada, tendo os braços defronte o tórax, cruzados. - ... Hum, seu cabelo é bonito.
Taa observou o outro e estreitou os olhos, assentindo após.
- Tá.
- Seu traseiro também é bonito. Redondinho, parece até uma mulher de costas.
- Tá, chega, né? - Taa ajeitou-se no sofá, deitando-se e fechou os olhos, levando uma das mãos ao pescoço no local onde havia mordido antes. - Você é mau comigo.
- Ah, ara, vem cá pra me deixar meter nesse traseirinho afeminado.
O maior abriu os olhos e virou-se em direção a ele, observando-o.
- Aqui não, está cheio de staffs, quando chegar em casa. - Piscou ao outro.
- Ah, vem cá. Me deixa ver meu pau deslizando entre ele, ah ah... Saio tão lubrificado, me pergunto como pode ficar tão molhado.
Taa mordeu o lábio inferior e voltou a fechar os olhos, rindo baixo.
- Isso se chama sangue.
Ikuma sorriu maroto, elevando o canto esquerdo dos lábios e pouco se arqueou na porta onde encostava-se, passando a mão pesada sobre o próprio baixo ventre e apertou, despudoradamente demonstrando o ato na região.
- Vem cá, ahn... - Sussurrava. - Vem engolir meu pau.
Taa abriu os olhos, desviando o olhar ao outro novamente, sentindo o leve arrepio percorrer o corpo, negativando logo após.
- Depois.
- Iie.. - Ikuma franziu o cenho e negativou, o semblante fechado tão contraditório à cortesia mútua nele impresso. - Vem cá, vem... Prometo que vou te deixar bem molhadinho.
Desviou o toque manual a calça, abrindo o botão e pouco abaixou o zíper, apenas de modo suficiente para invadir a própria roupa, acariciando o falo escondido de vistas alheias, fazendo-o formar a rija protuberância abaixo da veste.
- Você é tão pervertido, Ikuma...
O maior murmurou, levando discretamente uma das mãos até o próprio membro sobre a calça, apertando-o.
- Hey, não adianta despertar esse pau sem uso. Vem cá, vem.
Taa mordeu o lábio inferior, levantando-se e caminhou até o outro, levando uma das mãos até o membro do maior, apertando-o sobre as roupas.
- Mas alguém vai ouvir...
-Por quê? Vai gemer tão alto assim?
Ikuma indagou e fora rápido ao virá-lo e acomoda-lo defronte a porta, pressionando o membro enrijecido, escondido pelas roupas, acima de suas nádegas, igualmente cobertas. O maior gemeu baixinho, arranhando a porta, deixando o sutil barulho ecoar pelo local.
- Você sabe que me faz gemer alto. - Murmurou.
- Hum, é? É tão gostoso assim?
O maior sussurrou ao pé do ouvido, tão próximo a audição alheia, enquanto o quadril sutilmente se afastava e voltava a pressioná-lo contra a porta, sugestivamente. Taa assentiu, abrindo um sorriso malicioso nos lábios.
- Vai, me fode logo, Ikuma.
- Hum, não aguenta por muito tempo, ah. - O menor riu maldoso, em pequeno tom debochado. Uma das mãos deslizou pelo cós de sua peça inferior, e adentrou-a, tocando-lhe o sexo cálido revestido pelas roupas. - É, só tem postura ereto aqui embaixo mesmo. - Comentou baixo ainda, roçando os lábios na tênue curva entre seu ombro de pescoço.
Taa mordeu o lábio inferior.
- Você adora me provocar não é, machinho? - Riu, levando uma das mãos sobre a dele e apertou-a no local.
- É, fêmeazinha.
Ikuma roçou-lhe a pele com os longos e finos dentes caninos. Apertou-o na região baixa, sem dó ao fazê-lo. O gemido alto deixou os lábios do maior, puxando a mão do outro do local.
- Hum...
- Iie, não vou soltar... - Ikuma falava baixinho em sussurros, e beijou-o sutil na região onde os dentes brincavam antes. - Já está aberto pra me deixar entrar, ah? Ou preciso de mais esforço?
A mão livre do maior sobre a porta arranhou novamente o local, abaixando a cabeça e desviou o olhar ao próprio sexo.
- Entra logo Ikuma... - Murmurou.
- Ah, você está tão duro que penso que seria melhor judiar um pouco mais de você, lagartixa.
Ambas mãos do mais velho se voltaram ao cós de sua roupa e abaixou-a. Novamente a mão se voltou a seu membro duro, acariciando o comprimento ao deslizá-la no tamanho. O indicador pousou sobre a glande, roçando a pequena fenda, espalhando no início sexual; as gotas de sêmen que eram expelidas em mínima quantidade.
- Hum, já está bem excitado...
Taa suspirou, empinando pouco o quadril e tocou novamente a ereção do outro por trás das roupas, abrindo um pequeno sorriso malicioso nos lábios.
- Tem certeza que vai me fazer esperar, hum...?
- E por que não, ah?
Ikuma apertou-lhe a glande entre os dedos, fazendo-a expelir mais da excitação alheia. Taa bateu levemente na porta e apertou a mão dele sobre o próprio membro, deslizando-a pelo braço do menor e voltando a pousa-la sobre o local.
- Ikuma... - Murmurou.
O menor masturbou-o com o toque pesado, exigindo seus resíduos em pequenas gotas, sentindo-as tocar os dedos, estes qual após soltá-lo, levou a sua boca, sujando-lhe os lábios de sêmen.
- Hum, gostoso? - Sussurrou.
Taa gemeu baixinho ao senti-lo estimular a si e logo lambeu os dedos do menor, sugando-lhe os mesmos, limpando-os.
- Uhum...
- Ah.. Adoro quando murmura assim tão fraquinho.
O menor mordeu-lhe o ombro, num toque suave lhe cortou a pele, lambendo o sangue que manchou o tecido de sua roupa onde escorria. Os dedos úmidos em saliva logo se voltaram à anca magra e percorreu ao meio íntimo, acariciando-o com os dedos, porém sem introduzi-los.
Um gemido baixo deixou os lábios do maior novamente ao senti-lo cortar a pele e lambeu os lábios ao sentir o cheiro de sangue. Virou-se pouco, selando-lhe os lábios e levou a mão sobre a mão do outro novamente, empurrando-a sutilmente no local num pedido para que adentrasse o intimo com os dedos.
O menor adentrou a casa do outro, retirando o casaco e observou a empregada, já estava acostumado coma presença dela, então apenas a ignorou como o outro fazia, seguindo ao quarto. Lambeu os lábios manchados de sangue pela alimentação recente e observou o maior sentado na cama, sorriu e abaixou-se, selando-lhe os lábios, manchando-os com o pouco sangue, deixando o casaco ao lado.
- Tinha razão...
Yuuki repousou o antebraço acima de um dos joelhos, os quais, tinha em postura, sentado em beira a cama, as pernas afastadas num modo de sentar sem rodeios ou formalidade, e numa das mãos, a mesma com que levou o dorso fronte os lábios, limpando o sangue que suavemente os tingia, segurava o pequeno cilindro de nicotina, um cigarro.
- O que?
- Sangue vicia. - Kazuto riu e sentou-se ao lado dele. - Mas depois que eu bebo fico com uma vontade enorme de transar com você.
- Hum, é?
Yuuki indagou a levar do pequeno rolo de nicotina até a boca, tragando-a. Kazuto assentiu, observando-o.
- Como está, amor?
- Não me chame de amor.
O maior voltou-se a fitá-lo, expelindo a massa cinzenta de fumaça em sua face. Kazuto tossiu algumas vezes.
- H-Hai...
- Fraquinho.
O maior lhe sussurrou antes de tornar atenção ao exterior do quarto, através do vidro da porta da área. Kazuto observou o outro, unindo as sobrancelhas.
- O que foi?
- Nada, estou apenas lembrando você.
Kazuto sorriu, unindo as sobrancelhas.
- O que?
- Lembrando que você é fraquinho.
- Ah... - Encolheu-se, abraçando as pernas.
- Hum, desanimou, ah?
- Hai.
- Chegou cheio de si, o que houve?
- Achei que estava pensando algo bom de mim.
- Nunca penso coisas boas.
- Nunca...?
- Nunca.
Yuuki tornou tragar o cigarro, por tempo inerte entre os dedos. Kazuto ajoelhou-se, engatinhando pela cama e aproximando-se do outro e lhe beijou o pescoço, levando os braços ao redor do mesmo.
- Pensa sim que eu sei.
- Sabe? Então me diga o que sabe.
O menor sorriu, beijando-lhe a face.
- Você pensa em mim todos os dias, mesmo que seja só um pouquinho e me espera voltar pra casa quando não estou. E você queria dizer que me ama, mas não pode, porque é muito orgulhoso pra fazer isso.
- Uh, -O maior virou-se tênue apenas a que pudesse fitá-lo e lhe deu com com a ponta dos dedos na testa numa batida que estalou não muito alto.- Acordou agora?
- Ai! - O menor afastou-se, colocando uma das mãos na testa. - ...Yuuki!
- Ah, acho que agora acordou. Teve bons sonhos?
- Imbecil. Eu sei que é verdade.
- Oh, parece que teve.
- Hum... - Encolheu-se. - Quer transar comigo?
- Por que tão de repente essa pergunta?
- Porque eu quero carinho e você só me dá durante o sexo.
- Te dou carinho?
- Ao menos um pouco.
- Ora, você percebe coisas que nem eu mesmo vejo.
Kazuto suspirou e levantou-se, pegando um dos cigarros sobre o móvel, acendeu-o, deixou o isqueiro sobre o local e saiu, caminhando até a varanda, observando a lua tão bonita enquanto tragava algumas vezes o cigarro. O próprio provedor de nicotina, Yuuki levou a boca dando fim em seu comprimento não fumado, assim pressionou a bituca de cigarros contra o cinzeiro apagando sua fina brasa. Os olhos do menor se voltaram a rua, observando as pessoas que passavam, silencioso, imaginando algumas situações. O olhar se desviou ao cigarro e suspirou, tragando-o mais algumas vezes, segurando as lágrimas nos olhos.
- É previsível o fato de que quer chorar. - O maior comentou mesmo dali a se pôr no conforto da cama.
- O que acontece se eu apagar esse cigarro no meu braço?
- Você não vai morrer se fizer isso.
- Está falando sério?
- Acha que vai morrer por uma ponta de cigarro?
- Só estou perguntando.
- Estou dizendo que não vai morrer.
- Hai. - Jogou o cigarro pela sacada. - Acho que vou tomar banho.
- Mas faria um estrago, afinal, ia grudar na sua pele até ela derreter e então você teria que puxar e quando puxasse, certamente ia sair um pedaço e tanto.
- Ah... - O observou. - Isso... Deve doer.
- Um pouco.
O menor observou o cigarro sobre a comoda e sentou-se na cama.
- Pensando em brincar com cigarros?
Kazuto negativou.
- Então porque o foco?
- Só perguntei mesmo.
- Hum.
- O que vai fazer amanhã?
- Por que a pergunta?
- Quero sair com você.
- Se me der vontade...
- Nem que seja pra caçar.
- E por que quer sair?
- Por que quero fazer algo contigo.
- Hum... Como se já não passasse o dia inteiro fazendo algo comigo.
- Podíamos ir jantar...
- Se refere como humano comum?
- Hai.
- Você sempre pede por um jantar assim, o que te chama atenção nisso?
- Um encontro com você.
- Quem sabe.
O menor assentiu conforme desviou o olhar a ele, vendo-o se afastar em direção ao banheiro e na verdade, havia cansado de discutir, na verdade, desde o dia em que ele havia destruído a mesa de jantar, havia cansado de muitas coisas, então somente se deixava levar, como o vento que roçava nos cabelos lá fora.
Asahi piscou algumas vezes, a luz do dia já entrava pela janela, anunciando que já havia amanhecido, mas não podia ver, devido ao tecido colocado em frente e fazia isso somente para não acordá-lo, sabia que as horas de sono que ele tinha eram preciosas, por isso queria que ele as tivesse o máximo possível. Esfregou os olhos, arrumando os cabelos e logo desviou o olhar a pessoa que havia ao lado de si, e que tinha os braços sobre o próprio corpo, unindo as sobrancelhas.
- Então você está aqui mesmo!
Sorriu e lhe deu um pequeno selo nos lábios, visto que havia visto seus olhos olhando a si, meio indagativos.
Kazuma sentiu a movimentação pela cama, o que era algo fácil de interromper o sono, talvez por isso achasse sempre mais fácil dormir sozinho. Estava sempre alerta, tinha poucas horas de sono e acompanhado, acabava acordando a qualquer mínimo movimento. Voltou o olhar ao garoto, notando-o se mover, anunciando seu sono ao fim, desperto. Sua exclamação era de quem não percebia que estava acordado, mas ao fitar o rosto, notando o sono interrompido por ele mesmo, ganhou um beijo superficial.
O menor sorriu meio de canto, e parecia uma criança ao acordar, os olhos inchados e os cabelos bagunçados, mas estava feliz por estar mais um dia dormindo em meio aos braços dele, até chegou a se aconchegar novamente, desviando o olhar a ele.
- Dormiu bem?
- Hum, sim.
Disse já acostumado com a rotina de sono. Bocejou e o deixou no aconchego, enquanto tornava a se enfurnar abaixo do cobertor e fechar os olhos. Asahi sorriu novamente e beijou-o em seu tórax, sentindo a pele quentinha e por um momento, sentiu um arrepio percorrer o corpo ao ver aquela parte específica de seu corpo descoberta pela regata, não havia notado até então, mas tinha uma estranha atração pelo tórax do outro.
- ... Eu... Quero te levar num lugar.
Kazuma desviou o olhar para baixo ao sentir o beijo.
- Aonde quer ir?
- É surpresa, só preciso que... Me leve até lá.
- Você gosta de inventar. - Disse, meio soprado.
O menor riu baixinho.
- Eu costumava ir lá quando podia sair da igreja... E já estou ficando louco de estar aqui. Ninguém vai achar a gente, não se preocupe.
- Entendo. Bem, certo. Logo nós vamos.
Asahi sorriu e assentiu, erguendo a face a observá-lo.
- Vamos comer algo primeiro ou?
- Talvez um café e podemos ir.
O maior disse e por fim se afastou do louro, ajeitou-se na cama e buscou a farda ao lado. Ainda bocejava com um sono mal dormido, recolocando as roupas tiradas antes, ajeitando os cabelos sem volume com os dedos que por eles deslizava.
Asahi desviou o olhar a ele enquanto se levantava, e era tão bonito que tinha vontade de prendê-lo a si por algemas para que ninguém se aproximasse dele e tentasse roubá-lo de si, até riu ao pensar sobre isso.
- Kazuma...
- Hum?
O maior indagou enquanto voltava a calça no lugar, fechando o zíper. Ao se voltar para ele, fitou com os olhos ainda estreitos, suavemente inchados pelo recente sono.
- Você é o homem mais... Mais lindo que eu já vi na minha vida. - O menor murmurou, e encolheu-se abaixo do cobertor.
O maior arqueou suavemente a sobrancelha e o sorriso torto evidenciava a feição sonolenta.
- Não é como se tivesse visto muitos homens.
- Bem, eu... É, mas... Tenho certeza que se tivesse visto você seria o mais bonito.
O riso soou entre os dentes do maior, abafado.
- Puxa saco.
- Eu nem sei... O que isso significa. - Riu.
- Hum, significa ser ... Puxa saco. Elogiar alguém exageradamente porque tem alguma consideração por ela, embora não seja tudo isso.
- Mas você é tudo isso. Sou um padre, não posso mentir.
- Também não poderia transar ou ser homossexual.
- É, mas... Eu aprendi a fazer isso, mentir é mais difícil.
- Aprendeu, é?
- Hai.
- Você quem tomou atitude, padre. Já estava na sua cabecinha antes de "aprender".
- ... E-Eu? Não...
- Claro que foi você.
- E-Eu só olhei pra sua boca...
- E chegou perto, pediu pra ser beijado.
- Mas... Não disse nada, logo, você que é o depravado.
- Não, você pediu por isso, padre. Do contrário teria me afastado e sequer teria ficado colado a mim.
- Hum... Eu não posso discordar disso.
- E também não pode me chamar de depravado, garoto.- Posso sim, você é. - Sorriu.
- Não pode, eu não deixei.
Asahi riu baixinho.
- Você é um general do exército, bem sucedido que podia ter a mulher que quiser, mas prefere ficar com um padre, sem contar que gosta de bater nele com o cinto. É um depravado sim!
- O que tem a ver ser um padre? Se eu ficasse com uma mulher seria considerado menos depravado? Aliás, você gosta de apanhar, então você é o depravado.
- N-Não é que eu gosto de apanhar, eu não sinto dor de outra forma.
- Você gosta de apanhar, Asahi.
O menor uniu as sobrancelhas.
- Não é só apanhar...
- É o que então?
- ...
O menor permaneceu longos segundos em silêncio e uniu as sobrancelhas por fim, desviando o olhar a ele, e sabia que ele ouviria, não levaria em consideração e descartaria como tudo que dizia a ele, mesmo assim, era o que queria dizer.
- Eu não sei... Eu nunca senti dor, nunca, desde pequeno. Mesmo quando levo um tiro, quebro um braço, eu não sinto, é difícil pra mim até sentir os toques das pessoas sobre a pele. Mas quando você me toca, eu sinto. Eu sinto seus tapas, suas mordidas, suas cintadas, chicotadas, feridas, cortes, eu sinto você, de uma forma que eu nunca esperei sentir ninguém, é como se eu estivesse em sintonia com você, como nunca estive com o mundo, como nunca estive com ninguém, é como se o meu corpo quisesse sentir você, como se você pudesse entrar, como se você pudesse me mostrar como é se sentir bem...
- E parte disso é te prover da dor, que você gosta de sentir, logo, mesmo que pra você envolva diversos motivos, ainda que queira dizer que não, você gosta de apanhar, independente de ser porque sente só comigo ou não. Você poderia não sentir dor, e ao sentir não suportar justamente por não ser algo habitual para você. Então, ainda que você se sinta assim somente comigo, você gosta de apanhar, você gosta de sentir a dor, você é tão depravado quanto diz que sou por bater em você, mas não dou nada além do que você quer. Como você disse, é difícil sentir até o toque na pele, e se não fosse por gostar de apanhar, pediria somente os toques da pele. E não há nada de errado com isso.
O menor ouviu-o em silêncio e abaixou a cabeça, assentindo e mordeu o lábio inferior, ponderando em silêncio.
- Depravado.
Kazuma disse baixo, como se o acusasse disfarçadamente, brincando é claro. Asahi desviou o olhar a ele e uniu as sobrancelhas.
- Você também é!
- Você quem é.
O loiro riu baixinho.
- Vamos, vista-se.
- Hai!
Asahi sorriu e levantou-se, vestindo uma calça preta como habitualmente fazia e a camisa de botões, na cor cinza, uma que tinha guardada, queria se vestir bem para ele.
- Nada de batina, ah? - Kazuma indagou, notando a roupa casual no rapaz.
- Acho que você deve estar enjoado dela.
- Eu uso a farda todos os dias e não tenho problema com ela.
- Quer que eu use minha batina?
- Use o que gostar, Asahi. Me dê um café.
Desviou o olhar a ele e o sorriso aos poucos fora sumindo conforme o viu tomar a posição quase meio rude como de costume. Assentiu e se levantou, seguindo em direção à porta.
- Não murche, florzinha.
O maior disse, notando o sorriso afrouxando em seu rosto, era tão fácil de lidar, pensava. Asahi sorriu meio de canto e chamou-o com um dos dedos.
- Vem, vou fazer seu café.
- O soldado já deve ter preparado.
Disse o moreno enquanto se encaminhava logo após ele e tocou seu ombro conforme seguia até a cozinha. O loiro sentiu o toque, suave que para ele podia não ser nada demais, mas para si, era como segurar a própria mão e sorriu de canto, se esforçando para continuar caminhando sem parecer agitado sobre o toque e na cozinha, pegou com o cozinheiro o copo de café para ele.
- Soldado.
Disse o maior num breve cumprimento e recebeu posição de sentido, que logo permitiu seu descanso. Aceitou o copo entregue e tragou o amargo café.
Asahi desviou o olhar ao rapaz e logo ao outro, e toda vez que via aquele tipo de reação a ele, sentia uma pontada de medo, sabia com quem estava lidando, e não era qualquer pessoa, era mais do que um comandante do exército, era acima dele e aquilo era extremamente excitante para si, não podia dizer o porque. Ter a vida por um fio nas mãos dele, era excitante, e se sentia um idiota pensando nisso, ainda mais sendo um padre. Observou-o enquanto tomava seu café, com um pequeno sorriso nos lábios e logo ouviu a voz do rapaz.
- O senhor aceita, padre?
- Não, obrigado, não bebo cafeína.
Kazuma fitou o garoto, percebendo seu olhar esquisito, teria indagado, se não fosse tirado do raciocínio com a pergunta do soldado, responsável pela cozinha por lá. Após mais um trago no café, o arqueio da sobrancelha se deu diante da resposta.
- Cafeína?
Asahi desviou o olhar a ele e abriu um pequeno sorriso ao ouvi-lo.
- Ah, hai. Eu tenho insônia as vezes então... Se eu tomar café fica bem pior.
- É manhã, como teria problemas por tomar após acordar?
- Acredite, eu tenho.
- Podemos ir?
- Vamos.
O menor assentiu e virou-se para subir ao andar de cima novamente e seguiu em direção a porta. Kazuma seguiu logo atrás o rapaz, sendo guiado ao caminho onde desejava ir.
- Espero que seja um lugar interessante, garoto.
- Acho que você vai gostar.
Asahi murmurou a ele e saiu finalmente da igreja, porém seguiu lado oposto de onde ele estava com a base e desviando o olhar ao caminho, pode ver no pulso algumas marcas ainda evidentes do sequestro que havia sofrido dias atrás, fora quando cessou os passos, bruscamente como costumava, fazendo-o parar atrás de si, quase colado ao corpo.
- D-Desculpe...
Kazuma seguia logo atrás dele, ainda, como um hábito na verdade. Após terminar o café no pequeno recipiente descartável, pendeu a mão ao lado do corpo, sem jogar o copo já sem uso e provavelmente se tornaria objeto de descontração em algum momento. Tão habitual quanto fita-lo enquanto seguia em frente, fora a forma como interrompeu a caminhada, consequentemente causando o atrito inesperado. O segurou pelos ombros junto ao copo e fitou-o por cima na diferença de altura.
- Já me acostumei com essa mania.
O menor riu meio de canto ao ouvi-lo, observando o caminho a frente, e sentia os ossos estremecerem por um momento estava arrepiado, tinha medo, mas sabia que ele estava consigo então tentava se acalmar e voltar a caminhar, fora quando cobriu os machucados com as mangas compridas e seguiu em frente.
- Desculpe.
- Qual o problema, Padre?
O maior disse no costumeiro tom firme, o que poderia soar ríspido, embora não fosse, não sempre, a intenção. Asahi desviou o olhar a ele ao ouvi-lo, unindo as sobrancelhas e negativou.
- Nada, só estou um pouco receoso de sair da igreja, tudo bem.
- Como se não escapasse para a base no meio da noite, Padre.
- N-Não depois do que aconteceu...
- Você sabe que eu acho você.
- Hai... Mas foi... Horrível...
- Você não sente dor, e sabe que vou te encontrar, então não precisa ter medo.
Asahi assentiu e suspirou, seguindo o caminho estranho abaixo, onde se afastavam das casas e seria bem mais bonita a vista, se as bombas não tivessem destruído as árvores. Por fim virou numa pequena bifurcação e esperou por ele quando passou por algo que parecia ser a entrada de uma caverna, fazendo silêncio para saber se alguém estava por ali. Visto que o local silencioso, pegou o que carregava numa pequena sacola consigo, e que não disse nada a ele, e pelo chão, colocou duas velas, acendendo-as com a caixinha de fósforos e deixou-o ter a visão pouco iluminada do que parecia ser aquela estranha caverna afastada dos demais, inútil, se não fosse pela piscina natural e aquecida que tinha em seu interior.
O suspiro deixou os lábios do menor ao desviar o olhar para a porta e seguiu o caminho até a mesma, abrindo-a a observar o local e as folhas que caíam das arvores, infelizmente estava chegando o inverno, pensou. Chamou o outro, observando-o próximo da casa e indicou para que viesse até o local com uma das mãos.
Fei caminhou devagar sentindo o vento frio sobre a tez, eriçando-a com o toque gentil. Poucas e sólidas gotas da água caiam pelo solo, expondo que dia mais tarde haveria neve. O rio próximo de casa parecia soltar vapor, quando em leve camada havia neblina a revestir numa planície. Observou o outro em pouca distância, sendo recepcionado por sua presença. No caminho que traçou até sua chegada, o casaco oriental com pelos mesclados de branco e preto retirou da volta dos ombros e jogou aos seus, cumprimentando-o com um beijo em sua testa.
Hazuki sorriu a observá-lo, deslizando uma das mãos sutilmente pela barriga já crescida, retribuindo-lhe o selo nos lábios.
- Esqueceu que temos que jantar com seus pais hoje? Combinamos de conversar com eles...
- Não esqueci, mas estava fazendo algumas coisas por lá. Já deixei avisado a minha mãe sobre a visita, e ida dos meninos igualmente. Mas bem, ohime, eles são rígidos, não espere ouvir algo muito gentil. Provavelmente vão querer falar do casamento.
- Acha... Acha que é bom irmos mesmo?
- Eles vão nos ajudar, Gongzhu.
- Está muito frio la fora?
- Provavelmente faça neve amanhã ou depois.
- Ah sim... Hum... Ele não me da sossego.
- É?
Fei levou uma das mãos ao ventre já crescido do companheiro, o acariciando. Hazuki assentiu, deixando-o sentir os pequenos movimentos do bebê dentro de si, abrindo um pequeno sorriso.
- Imagine quando sair daí, hum.
- Vai ser igual ao pai... Não vai me dar sossego. Assim como é na barriga. - Riu. - Está feliz?
- Eh? Não te dou sossego?
- Uhum. - Riu. - Está sempre comigo, é agitado... - Puxou sutilmente o quadril do outro para si e piscou a ele. - Me responda, hum.
- Sou agitado? Não sabia dessa. É claro que eu estou feliz, Gongzhu.
- É brincadeira, Fei. - Abraçou-o. - Não sei se consigo sustentar uma conversa com seus pais... Meu chinês ainda não está bom.
- Eles vão entender, usarão palavras fáceis e qualquer coisa eu estou junto.
Hazuki assentiu.
- Então não se preocupe.
- Então tudo bem... Eu, vou me trocar... Aliás, vou ao banho primeiro, os meninos vão não é?
- Sim, irão também. Onde estão? Continuam dormindo provavelmente.
- Sim. - Riu. - Não tem mais o Katsuragi pra gritar com eles.
- Estão aproveitando. Vou perturbá-los logo menos.
- Isso se estiverem mesmo dormindo ne... - Riu.
- Ah, estão sim. Ontem a noite estavam se atracando.
- Fiquei até com vontade de te acordar... Mas a barriga atrapalha. - Riu.
- Mas ela não está tão grande assim.
- Mas não acharia estranho fazer amor comigo assim?
Fei arqueou a sobrancelha.
- Por que acharia?
- Não sei... Então, quer tomar banho comigo?
- Hum, eu quero.
- Mesmo?
- Vamos, numa água bem quente.
Hazuki assentiu e sorriu.
- Então vamos, ohime.
O menor segurou a mão do outro e assentiu a seguir em direção a sala de banho, adentrando o local a fechar a porta e retirar o casaco. Fei desfez o enlace da peça de roupa chinesa, despindo-se dela a prontamente desnudar o corpo apenas com uma roupa íntima abaixo, o qual logo retirou em seguida. Um laço envolveu nos cabelos, amarrando os longos fios louros e ondulados nas pontas, num tipo de coque mal feito. Para o banho, no pequeno armarinho prontamente ajeitado encarou os pequenos vidros, lendo por fim seus rótulos selecionou a essência de eucalipto.
- Vai ser relaxante.
Hazuki desviou o olhar ao outro a retirar as próprias roupas igualmente, prendendo os cabelos na mesma espécie de coque e logo aproximou-se do namorado, selando-lhe os lábios. Fei optou mesmo pela ducha de banho, o que não seria um impasse e mesmo assim não molharia o cabelo, tal como o moreno, que supôs diante do adorno em seus negros fios lisos. Pelo piso da zona de banho, com o chuveiro que já caia com as gotas espalhadas e pesadas de água quente, envolvendo o cômodo com o vapor de sua calidez, espalhou a essência de banho que exalou refrescante de imediato.
O menor aspirou o aroma tão gostoso pelo local e aproximou-se do outro a abraçá-lo com cuidado, beijando-lhe o pescoço algumas vezes, embora estivesse meio envergonhado pelo volume da barriga, já estava acostumado em mostrar-se a ele.
- Que cheiro bom...
- Uhum, e ainda faz bem à respiração durante o inverno.
Fei encaminhou-se junto a proximidade do companheiro até a ducha, e pôde sentir na tez o deslizar gostoso da água de banho, quente, porém não demais. O menor riu baixinho, adentrando o chuveiro junto dele.
- Que frio... - Murmurou.
- Já vai esquentar.
- H-Hai...
- Cuidado pra não molhar o cabelo.
Hazuki assentiu, deslizando a mão a própria barriga novamente, suspirando.
- Por que está chutando tanto, pequeno? - Riu.
- Está doendo?
- Incomodando... - O menor murmurou, unindo as sobrancelhas. - Psiu... Seu pai está aqui. - Falou baixo a observar a barriga.
- Já comeu algo hoje?
- Já sim.
- Então não é fome. Deverá ser uma criança bem agitada, não?
- Hum... Fei...
Hazuki segurou uma das mãos do outro, levando-a a própria barriga. O loiro virou-o de costas consigo, o abraçando por trás e descansou as mãos em seu ventre, acariciando a barriguinha crescida. O menor sorriu, sentindo aos poucos o bebê se aquietar e suspirou.
- Você está ansioso agora?
Hazuki assentiu.- Então é por isso que ele fica agitado.
- Só porque estou ansioso?
- Seus sentimentos são transmitidos ao bebê. Já deveria saber disso.
- Ah... Não sabia.
- Porque acha que mulheres nervosas normalmente perdem o bebê?
O menor uniu as sobrancelhas, virando-se.
- Não se preocupe, você não é nada nervoso. - Riu.
- Me da banho?
Fei voltou ao macio tecido de banho, felpudo e de cerdas baixinhas, adicionou o líquido de sua higiene e aos poucos passou a descê-lo por seu corpo, o lavando. Hazuki sorriu, ajudando-o a lavar o próprio corpo, sentindo a face pouco corada, desacostumado com a barriga junto do corpo que antes era magro.
- Que barriguinha fofa. - Riu.
- Não é não.
- Não é?
- E-Eu não acho nada bonita... - Riu. - Mas até que eu fico fofo.
- É claro que é bonita, tem nosso bebe dentro.
O menor sorriu.
Fei piscou a ele.
- Pode tirar a espuma do corpo.
O menor assentiu e colocou-se abaixo do chuveiro a deixar a água retirar a espuma de si. Fei ajudou-o a evitar de molhar as longas madeixas escuras, e com uma das mãos ajudava-o com a limpeza do corpo novamente. Hazuki sorriu ao outro, selando-lhe os lábios e logo deixou o espaço para que ele se lavasse.
- Quer ajuda?
- Fique a vontade, ohime.
- Mas acho que não vou poder te ajudar muito... Não posso abaixar...
- Lave minhas costas, Gongzhu.
Hazuki assentiu e pegou o tecido a deslizar pelas costas do outro, acariciando-o e lavando-o.
- Hum...
O maior suspirou em bom grado, fechando os olhos em apreço a preguiça que deteve com o banho. O menor sorriu e aproximou-se do pescoço do outro, beijando-o algumas vezes.
- Kimochi?
- Hai hai. - Fei murmurou e pouco se encolheu no pescoço, com o beijo que recebeu.
- Eu te amo... - Hazuki murmurou e lhe deu uma pequena mordida no pescoço, afastando-se em seguida. - Vou me trocar.
- Ya.
Por fim Fei banhou por si só, e no fim do banho, mesmo ainda agradável deixou a ducha e se secou com a toalha já ajeitada. Tateou-o ao corpo, caminhando envolto no tecido ao quarto onde já avistava o companheiro com suas roupas trajadas, e tratou de vestir as próprias.
Hazuki secou o corpo com a toalha e seguiu em direção ao quarto a escolher um dos quimonos chineses próprios, embora preferisse os japoneses. Colocou o casaco sobre os ombros a a manter-se quente, observando a barriga ainda saliente mesmo com as roupas grossas.
- Admirando a barriguinha, Gongzhu?
Ditou o maior de volta ao quarto, após levar as úmidas toalhas a sala de banho. Abraçou por sua figura de costas e acariciou novamente sua barriga.
- Hai. - O menor sorriu a observá-lo retornar e abraçar a si. - Acha que é uma menina ou um menino?
- Hum, não sei. Mas não tenho preferências, vou gostar de qualquer um dos dois.
- Se for uma menininha vai ficar perdida no meio de tantos homens.
- Pensei sobre isso, mas com você aqui ela não ficará tão perdida, nem com Mitsuki. Com todos nós na verdade... - Fei riu.
- Só com os semes. - Hazuki riu igualmente.
- Iie, mas fisicamente somos todos meio afeminados.
- Isso é verdade. - O menor riu novamente.
- Então não fará tanta diferença.
- Hai. Acorde os meninos antes que fique tarde. Ou acha melhor irmos só nós?- Não vejo problema em levá-los. Apenas os mande se arrumar.
Hazuki assentiu e seguiu ao quarto dos garotos, batendo na porta em pequenos toques e observou o loiro que abriu a porta primeiro, assentindo ao aviso próprio e logo virou-se a se arrumar junto do outro. Voltou ao quarto e observou o maior, sorrindo a ele.
- Pronto.
- Quer um chá enquanto isso, Gongzhu?
- Quero.
- Então vamos a cozinha enquanto as bonequinhas se arrumam.
- Ta bem.
Hazuki deu um pequeno sorriso a ele, seguindo em direção a cozinha enquanto arrumava o casaco quente que usava.
Shinya acordou ao lado do menor, esfregou os olhos, doloridos pela noite de sono e abraçou mais forte o loiro, notando que ele estava sem camisa. Observou o corpo nu dele junto do próprio e sutilmente se assustou, não se lembrava de ter dormido daquele modo com ele, sem roupas, sem nada, estava confuso, não se lembrava ao certo o que havia acontecido e quando haviam feito as pazes. Sentou-se na cama, porém sentiu a pontada nos quadris, doloridos e voltou a se deitar, levou uma mão até a boca, cobrindo-a conforme gemeu dolorido e negativou para si, cobrindo o rosto.
- Ah que dor de cabeça...
- Foi bom, hum?
Kyo murmurou, mesmo sabendo que Shinya não entenderia. Sentou-se assim como ele, uma das mãos fora até as mãos alheias, puxando-as da face que era tapada. Aproximou-se do mais novo, dando-lhe beijos no pescoço, subindo em direção a orelha, onde murmurou novamente.
- Vai me pedir para enfiar logo o... - Cessou antes de terminar a frase.
- Hum? - Shinya o observou e logo sentiu os beijos no pescoço, suspirou, porém mordeu o lábio inferior, desviando rapidamente o olhar a ele ao ouvi-lo. - O... O que? - Corou.
A mão do menor que anteriormente segurava a mão do baterista, soltou-a e passou a descer pelo tronco esguio do parceiro, deslizando pelo tórax e barriga, baixo ventre, até chegar a parte mais íntima daquele corpo.
- Não vai me pedir pra enfiar o pau bem aqui...
Murmurava, sabia que o deixaria nervoso e constrangido, mas faria questão de lembrá-lo.
Shinya arrepiou-se, mas não se moveu apenas seguiu a mão dele com os olhos e depois o fitou.
- O que... O que está dizendo Kyo...?
Gaguejava, o rosto completamente vermelho sem entender o que ele dizia.
- Não vai pedir?
O dedo posicionado sobre o orifício pressionou a intimidade passando a adentrar a cavidade alheia, aos poucos afundando o dígito, passando a entrar e sair bem devagar.
- Vai falar que não se lembra , hum?
Kyo ainda murmurava as palavras, os lábios roçando e arrepiando a pele do baterista, dando-lhe leves mordidas vez ou outra.
- E... Eu pedi isso a você...?
Um pequeno gemido escapou dos lábios, dolorido já que haviam feito sexo na outra noite e mordeu novamente o lábio inferior, sentia a dor de cabeça e em algumas partes do corpo, mas não se lembrava de quase nada da noite anterior.
- Ah, que decepcionante...
O menor murmurou, o dígito sendo retirado do corpo de Shinya e tal proximidade fora desfeita. Afastou-se e se levantou, o sorriso debochado e maldoso ao mesmo tempo, estivera presente nos lábios enquanto caminhou até o banheiro, lá ligou o chuveiro para que pudesse tomar banho, afinal, a noite anterior havia sido um pouco agitada e não havia se banhado após o feito.
O maior se levantou e seguiu-o ao banheiro, encostando-se na porta.
- Kyo... Eu disse mesmo pra você... Enfiar... Bem entendeu... Eu disse?
O box do banheiro estava aberto, Kyo podia ter a visão do baterista. Virou-se a fim de fitá-lo, na face uma expressão maliciosa juntamente com aquele risinho safado.
- Kyo, mete logo esse pau. - Cessou - Quer que eu fale onde você pediu pra colocar?
Shinya arqueou uma das sobrancelhas mesmo com o rosto corado, não acreditava que poderia ter dito isso mas queria que o menor continuasse por mais que estivesse com vergonha.
- Quero.
- Vem cá...
O maior abriu o box e entrou junto dele, ficando em pé, em frente ao namorado.
- Hum...?
Kyo abaixou de forma abrupta, os dedos envolveram o sexo não excitado do parceiro, mas a língua roçou sobre o falo ainda dormente e assim que o fez tornou a se levantar e próximo ao ouvido do maior murmurou.
- Isso Kyo, me chupa... - Virou-o de costas para si, puxou-o contra o próprio peito, murmurando ainda assim perto ao ouvido de Shinya. - Vai logo Kyo, me fode... Quero que me foda. - Os dedos foram novamente até a intimidade do rapaz, pressionando-o no em sua entrada. - Kyo... Mete logo esse pau na minha... - Antes de terminar a frase não se conteve, e riu como a tanto tempo já não ria.
Shinya encostou-se na parede e observou tudo que o menor fazia, cada palavra, arrepiando-se e tentando se lembrar do momento que disse essas coisas a ele, logo que foi virado e sentiu o peito do menor colado nas costas, sorriu e se corou ainda mais, rindo baixo e uma das mãos foi até o próprio rosto, escondendo-o entre os dedos.
- Não acredito que eu disse isso... Você deve ter rido demais ao invés de transar comigo.
- Hum, foi agradável...
Novamente o menor desvencilhava-se da proximidade entre si e o baterista, tornando a por-se em baixo d'água.
- ...Gostou, de eu ter dito isso?
- Não precisa repetir, hum.
Kyo desligou o chuveiro e secou-se com a toalha, tornando a ir para o quarto, vestindo uma camisa preta e uma calça cinza claro de pano fino.
- Não disse que... - Shinya observou o menor se afastar e suspirou, pegou outra toalha e secou o corpo, seguindo para o quarto assim como ele e sentando na cama. - Ah... Só queria saber se tinha gostado da noite...
- Gostei, Terachi!
- Tá bem, calma. - Riu.
- Estou calmo.
- Hum, então vem cá se deitar comigo. - Estendeu uma das mão para ele, porém ao perceber que ele não iria segurá-la, abaixou.
- Não, vou subir e trabalhar um pouco. Pode ficar aí e fazer alguma coisa.
- Ah... Hai.
- Loki, o que está fazendo? Por que está agindo assim? O que diabos está acontecendo com você?
- Nada, esqueça que eu existo! Eu... Vou embora.
- Embora?
- Sim.
- Onde vai?
- Pra algum lugar.
- Ah?
Loki suspirou, virando-se.
- Você gosta dela.
- Você vai aonde? Não tem onde ir, tem que ficar aqui.
- Não posso ficar aqui, Thor.
- Você vai ficar aqui.
O menor negativou, irritadiço.
- O que aconteceu, meu irmão?
- Não quero mais atrapalhar você, Thor.
- Ah? Do que está falando, Loki? E mesmo que estivesse atrapalhando, por que se importa? Seu intuito sempre foi criar intrigas.
- Você... Não entendeu. Bem, não importa.
- Você não vai a lugar algum.
- Então tem que parar de me tocar.
Thor franzira o cenho, encarando-o sem compreender o por quê de tal comentário.
- Sabe que não é certo e eu sei que gosta daquela garota.
- Ah? E agora você vai em busca do que é certo?
- Não... Mas acho que estou sentindo algo estranho que nunca senti e não quero.- Ciúme? Criou sentimento de posse?
Loki cerrou os dentes, observando-o meio de viés.
- E por quê?
- Porque... Porque sim!
- Loki, não seja tolo.
- Fui tolo, fui tolo em acreditar em você, em pensar que me tocava porque se importava comigo!
O loiro arqueou uma das sobrancelhas e segurou os pulsos do irmão, impedindo-o em seu ataque de raiva enquanto movia seus braços na tentativa de se soltar.
- Me solte! Seu maldito!
- Loki, acalme-se. Acalme-se, meu irmão. Olhe pra mim.
Thor não o entendia, e mesmo se quisesse entendê-lo, era difícil, Loki se sentia sozinho, por não ter o amor dele em sua infância, por não ter realmente o amor de ninguém por inteiro. Era composto de metades, nunca estava inteiro.
- Estou cansado, cansado de ter só metade de você! Cansado de tudo isso. Quero voltar para Asgard.
- Até ontem não queria voltar pra lá nunca mais.
- Quero ficar longe de você, o mais longe possível. Você me ilude mais do que eu a você, mais do que minhas brincadeiras!
- Por que está tão irritado, Loki?
- Nossa Thor, você é muito lerdo. Solte meus braços.
- Não vou soltá-lo até me dizer o que está acontecendo.
- Solte já os meus braços!
O loiro estreitou os olhos, irritado e por fim, soltou o irmão. Não o entendia, e não seria daquela vez que iria começar a entendê-lo.
- Por que viver com você é sempre tão difícil?
- Ora, meu irmão, age como se não me conhecesse desde pequeno.
- Conheço e por isso mesmo quero entender. Você parece outra pessoa, não parece o irmão que cresceu comigo.
- Eu sempre fui ele. Sempre fui a criança esquecida.
- Loki, você me chama de sentimental, mas o pior aqui é você! Vivendo no passado porque não conseguiu um pouco de amor. Droga, estou te dando ele agora!
- Você está me dando um amor repartido! - Disse o moreno, alto e estreitou os olhos. - Está vendo o que me fez dizer a você?
Loki mexeu nas gavetas, buscando uma roupa para se vestir.
- Você não vai sair!
- Eu vou sim!
- Loki!
- Não me toque!
- Ao menos me diga que vai voltar e não vai fazer nenhuma besteira.
O moreno negativou, irritado e seguiu em direção a porta, porém antes que pudesse cruzá-la, Thor o segurou, atingindo-o em sua nuca e sentiu o corpo do irmão amolecer em meio aos braços.
- Desculpe, irmão... Não posso deixar você ir.
Os passos rápidos guiavam Misaki dentro da editora até a própria sala. Ouviu a voz alta da chefe soar e parou, quase derrubando os papéis que carregava.
- Misaki! Está atrasado!
- Eu sei... Mas eu cheguei.
- Não importa.
- Desculpe, eu perdi a noção da hora... Precisa de algo?
- Não, vai logo fazer o seu trabalho.
- Hai.
O menor virou-se, seguindo o caminho que deveria fazer e observou o vampiro sentado na própria mesa antes que entrasse.
- O que ele fez aqui? - Murmurou.
- Quem? - Respondeu Kyoko.
Misaki uniu as sobrancelhas.
- Ninguém... Ninguém. - Passou pela chefe e correu até a própria sala, fechando a porta. - Dai, o que faz aqui?
Daisuke dera poucos passos a virar a poltrona giratória, e voltou-se ao jovem homem.
- Nem eu sei o que eu faço aqui.
Disse o cainita a levantar-se do lugar e caminhar ao rapaz de mesma altura que a própria. Um meio sorriso expôs nos lábios em sua lateral esquerda e se postou defronte ao andrógino.
- Boa tarde.
Tornou dizer enquanto as ambas mãos ousavam a pousar na tênue curva de sua cintura. Misaki riu baixinho, levando ambos os braços ao redor do corpo dele, selando-lhe os lábios.
- Boa tarde. Sabe que se a Kyoko ver a gente assim vai me demitir, não é? - Riu.
- Ah, não vai não. Apesar que o senhor, pelo que vejo tem falhado bastante no trabalho. Chega atrasado, falta quando vai visitar um certo alguém e mesmo quando não o faz. Uh.
O maior murmuriou em tom risonho, breve a tê-lo feito. No elevar da direita o tocou na bochecha e desviou o toque dos dedos a entrelaçar os fios de cabelo e jogá-los atrás de sua orelha.
- Eu já vou embora. Vim apenas suprir o pequeno devaneio que me surgiu essa noite, iria chamá-lo para um almoço, mas pelo horário que chegou no trabalho já deve ter feito sua refeição, então vou me contentar em sentir o toque macio da sua pele e da sua boca...
A dizer, antes que pudesse concluir a fala, o cainita diminuíra seu tom de voz, e em sussurro terminou o dito, já a lhe tocar os lábios ao fim da fala, e devagar encaminhá-lo até a porta, o pressionando ao material, bloqueando a passagem até enfim beijar o homem, lhe explorando o toque entre línguas dentro de bocas.
Misaki sorriu ao ouvi-lo, pouco desajeitado, afinal, não iria discordar, tudo o que ele disse era verdade, caminhou devagar até alcançar a porta e deixou um baixo suspiro escapar, retribuindo o beijo do outro, soltou os papeis que segurava, deixando-os bagunçados pelo chão e levou a mão a face dele, acariciando-o enquanto a outra deslizava pelas costas do vampiro.
Quando em minutos dera fim ao beijo, Daisuke concedeu espaço ao oxigênio. A mão a deslizar a perna com leve textura da meia fina, subia a saia o tocando em sua coxa.
- Hum... - Murmurou a destacar os lábios dos alheios. - Soa como uma secretária muito atraente. Quer trabalhar pra mim? - Riu baixinho ao encarar de olhos tão próximos.
- Se me pagar bem, eu trabalho.
Misaki piscou ao outro, desviando os lábios ao pescoço dele, beijando-o algumas vezes e lhe deu uma pequena mordida no local. Daisuke subiu as mãos ao tecido da saia, deslizando-as em seu traseiro firme e passou às costas, pousando sob a cintura magra, o qual leve apertou.
- Pago muito bem. - Concluiu a sentir os sutis beijos no pescoço e leve mordida. - Suas roupas de secretária estão me deixando com vontade de fazer amor com você bem aqui.
O menor mordeu o lábio inferior, desviando o olhar ao local e aproximou-se mais da porta, ouvindo o barulho do lado de fora.*
- Não sei se posso...
- Também não posso te deixar com cheiro de sexo. - Riu sutil. - Então me deixa fazer amor com você em pensamento, enquanto eu te beijo, e à noite, venho buscá-lo no serviço.
Uma das mãos voltou em sua nuca, segurando-a a massageá-la leve entre os dedos, tomou posse nova dos lábios alheios, e tornou beijá-lo, pressionando seu corpo entre o próprio, e a porta atrás de tuas costas.
- Olha que romântico ele está hoje...
Misaki riu e retribuiu o beijo, sentindo o sabor gostoso dos lábios do maior. Deslizou uma das mãos até lhe alcançar o quadril e puxou-o contra si, deixando um gemido baixinho escapar.
Daisuke empurrou ainda mais o quadril contra o alheio, movendo sutil em vaivém, o pressionando por diversas vezes desapressadas, e uma das mãos, antes na nuca, se voltou ao rosto morno, enquanto a outra subiu em seu tronco, lhe acariciando o peito escondido pela camisa.O menor levou ambas as mãos ao casaco preto que usava, desabotoando-o e igualmente fez com a camisa, expondo o tórax e deixou que o outro tocasse o local, dando-lhe pequenas mordidas nos lábios. Ergueu a saia que quase colava na pele, dando espaço apenas para que tivesse mais liberdade, ergueu a perna em meio as dele e tocou-lhe o membro com a coxa, rindo baixinho entre o beijo.
- Ah... - Daisuke arfou num gemido suave, e o riso viera logo após, dando interrupção no beijo e voltou a direção das vistas a ele. - Não faz isso...
- Por que não? - Riu.
- Hum...
O maior murmurou apenas a fitá-lo e beijou-o no pescoço, tão logo a voltar os lábios sem cor ao peito liso do homem, e morder seu mamilo rosado, sugando a pequena região. As ambas mãos firmaram sua cintura, e apertou-a sem força. Ao descer ainda mais, roçou a língua sob o tecido íntimo do andrógino, deslizando o tamanho de seu falo não ereto. Misaki suspirou, desviando o olhar ao outro e levou uma das mãos aos cabelos dele.
- Não... Não faz isso não, hum...
Sob o cós da peça, Daisuke abaixou a meia fina, e logo seguiu a roupa íntima, desnudando sua região sexual. Segurou-o numa das mãos, a acariciar e massagear de leve entre os dedos até torná-lo firme. A língua exposta, roçou várias vezes em seu início, sentindo um leve sabor de sexo. Ao afundá-lo na boca, pressionou os beiços finos contra a região a despertar e sentia-a crescer em meio aos lábios.
Misaki mordeu o lábio inferior, fechando os olhos e arrastou as unhas pela porta com a mão livre, enquanto a outra agarrou os cabelos dele, entrelaçando-os aos dedos.
- Dai... Hum... N-Não faz isso... - Gemeu baixo, puxando-lhe os cabelos.
- Tão saboroso...
O vampiro sussurrou conforme o retirou da boca, deslizando a língua no comprimento excitado, e leve o mordeu em cuidado com os caninos bem afiados, enquanto ágil movia a mão a masturbá-lo.
Misaki encolheu-se, desviando o olhar ao outro e gemeu baixinho, observando os estímulos no próprio membro.
- Que gostoso...
Daisuke apertava-o medido entre os dedos, e rápido deslizava a pele delicada em torno do comprimento entumescido, masturbando o rapaz enquanto a língua apenas lhe friccionava e massageava a glande, sentindo as gotículas salgadas abandonadas no paladar, constando os rastros de sêmen que sutilmente expelia.
Os olhos atentos do menor observavam os movimentos do outro, unindo as sobrancelhas ao vê-lo colocar a si na boca, gemeu baixo e mordeu o lábio inferior, lembrando-se de que não podia fazer barulho.
- Para, Dai... - Murmurou. - Eu vou acabar gozando.
- Não quer gozar?
O maior o indagou a direcionar as vistas em sua cor artificial ao rapaz, ainda a deslizar a ponta da língua em teu sexo, e novamente morder-lhe a glande com delicadeza.
Misaki arfou, observando o outro.
- Quero... Você é tão gostoso... Mas eu vou querer transar com você...
- Hum...
O menor levantou-se, tornando a lhe colar o corpo ao próprio, o pressionando a porta por trás de tuas costas enquanto ainda acariciava sua ereção, bem devagar.
- Não posso deixá-lo com cheiro de sexo, mesmo que estas roupas e esse salto estejam me enlouquecendo. Levantar esta saia, e lhe abrir as pernas, colocá-las em minha cintura enquanto fazemos amor em cima da mesa.
Misaki gemeu baixo ao ouvi-lo, mordendo o lábio inferior e passou a mão pela maçaneta, trancando a porta, empurrou o outro até chegar a mesa e empurrou os papéis sobre a mesa, sentando-se sobre ela e levou uma das mãos aos quadris do outro, separando as pernas e puxou-o até si, levando uma das pernas ao redor da cintura dele, mesmo sem se livrar do salto que usava, rindo baixinho e malicioso.
- Assim, hum? -Beijou-se o pescoço algumas vezes.
Daisuke seguiu o caminho a chegar logo até ele. Ao enlace de sua perna na cintura levou a mão sob a coxa alheia e apertou-a entre dedos.
- Assim mesmo.
A direita e livre levou ao meio de suas pernas e com toques sutis dos dedos sobre o membro logo desceu ao âmago ponto entre suas nádegas, acariciando o pequeno orifício, porém voltou-se a peça de roupa e desceu o zíper da calça, abrindo-a a expor o sexo apenas o suficiente. De coxa deslizou o braço ao torno de teus quadris e puxou-o a frente, roçando a excitação bem exposta contra sua região tão íntima, e indelicado, traçou movimentos rápidos a penetrá-lo sem delongas. Antes que pudesse surgir um gemido maior do outro, tapou-lhe a boca com um beijo.
O menor arrepiou-se sutilmente ao senti-lo acariciar o intimo com o dedo, os olhos se fixaram na imagem do vampiro a abrir a calça e mordeu o lábio inferior.
- Vem cá...
Sentiu a mão dele sobre a própria cintura e ajeitou-se, apoiando-se com uma das mãos atrás de si na mesa enquanto levou a outra ao ombro do maior, apoiando-se no local. Arregalou os olhos ao senti-lo adentrar o corpo daquela maneira, sentindo o intimo arder e antes que pudesse gemer os lábios dele se colaram aos próprios, mordeu-lhe o lábio inferior com pouca força e gemeu baixo, apertando-lhe o ombro com força para logo retribuir o beijo, apreciando os lábios dele.
- Hum...
O vampiro grunhiu ante a mordida que recebeu e riu-se baixinho logo após o afrouxar dos dentes alheios. Afundou a língua em sua boca, tendo-se retribuído no beijo ligeiro, enquanto os quadris sem demorar trabalhavam frenéticos e suave gemia ao encontro de seus lábios.
Misaki levou uma das mãos até os cabelos dele, acariciando-os e os puxou com certa força, rindo baixo, descontando a dor que sentiu nele, brincando apenas, já que sabia que ele não sentiria dor. Cessou o beijo logo, beijando-lhe o queixo e desceu até o pescoço do maior, beijando-o algumas vezes e lhe mordeu a pele, gemendo baixinho contra a mesma.
Daisuke afastou-se do outro, sutil arqueou-se de modo que via-se penetrá-lo e dava-lhe mesma vista do colo. Ágil, aos poucos assistia a tênue camada de brilho adornar o sexo endurecido.
O menor desviou o olhar ao local assim como o outro, mordendo o lábio inferior e suspirava, contendo os gemidos, mordendo o lábio inferior algumas vezes. Desviou o olhar ao outro, abrindo um sorriso malicioso nos lábios.
Um meio sorriso adornou os lábios do cainita, que tornou proximidade do alheio e lhe puxou o inferior entre os dentes frontais e roçou a língua no delinear de sua boca. Aos poucos traçou caminho ao pescoço em beijos breves e nos mamilos já a tocá-los com a língua os acariciando e mordia-os sem força, enquanto sem vacilo continuava os movimentos que causavam os suspiros pesados.
Misaki inclinou o pescoço para trás dando espaço ao outro e suspirava, fechando os olhos e apreciava as investidas. Ajeitou-se sobre a mesa, deitando-se no local e o chamou com um dos dedos, puxando-o pela camisa que usava a se debruçar sobre si e lhe selou os lábios.
- Secretária, você bem que podia comprar uma lingerie bem atraente pra me visitar essa noite, não é mesmo? - Daisuke indagou baixo a se voltar a direção do alheio e sorriu. Com cinta-liga, usar teus saltos enquanto transamos, ah?! - Tornou perguntar e numa investida com força maior, acabou por exclamar o fim da frase. - Tem um rosto e corpo maravilhoso, então deveria aproveitar enquanto meu filho está bem pequeno nessa barriguinha.
O menor gemeu baixo com a investida do outro.
- Pode deixar, vou com uma roupa bem bonita. - Murmurou e piscou ao outro. - Mas vai ter que me dar o emprego depois, porque certamente eu vou ser demitido depois dessa. - Riu, fechando os olhos e levou uma das mãos até os lábios, mordendo o dedo médio. - Mais forte... Hum...
- Não, se eu gozar vai ficar evidente que fizemos amor, o cheiro.
O maior dera continuidade por minutos mais e enfim rompeu, retirando-se do rapaz e um suspiro pesado abandonou. Ajeitava as roupas enquanto afastava-se do outro e via-o deitado sobre a mesa com pernas abertas. Misaki mordeu o lábio inferior, sentando-se sobre o local e o observou.
- Por que parou? Vem cá...
Daisuke acomodou-se entre suas pernas deslizou as mãos sob coxas ao caminho das costas.
- Vou gozar. - Sussurrou.
- Goza... - O menor murmurou, selando-lhe os lábios.
- Não, a senhorita precisa do emprego.
Misaki suspirou, levando uma das mãos aos cabelos dele e acariciou os mesmos.
- Certo... Droga.