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janeiro 2021
Etsuo estava dormindo, e uniu as sobrancelhas, parecia um sonho ruim a quem pudesse ver a si, estava na cama, sozinho e parecia uma imensidão naquele edredom pesado. Os cabelos caíam sobre a face, não usava camisa, somente a calça do pijama, e resmungava, virando de um lado pro outro.
- ... Ritsu... Ritsu não... Não Ritsu, não... Não me odeie... - Dizia, baixinho, e até mesmo havia sentido uma lágrima escorrer pela face, mesmo de olhos bem fechados. - ... Hum... Onii-chan...
Ritsu acordou deveras incomodado pelos murmúrios, na verdade pela sensação aflita. Sentou-se na cama franzindo os olhos, mal humorado até perceber o que era e de onde vinha. Levantou e seguiu para o quarto do lado, entrou e observou o moreno. Gentilmente limpou seus olhos e de algum modo tomou o espaço a seu lado na cama, deitou-se e beijou sua testa ao acolher seu rosto levemente choroso entre os braços. Etsuo encolheu-se ainda mais conforme sentiu o abraço dele, porém não acordou, somente estremeceu a agarra-lo, ainda chorava.
- Ritsu... Não... Ritsu!
- Hey hey, bebêzão. - Ritsu disse, sonolento o apertou no abraço, queria desperta-lo o suficiente.
Etsuo uniu as sobrancelhas e abriu os olhos num sobressalto.
- ...? Onii-chan? Ritsu? - Etsuo disse, constando ser ele e só então o abraçou, forte. - Ritsu, não vá embora!
- Eu não vou embora, nii-chan. - Ritsu disse ao afagar seus cabelos, imaginando ser seu sonho ruim.
Etsuo estremeceu e assentiu, limpando o rosto com a manga da blusa.
- ... Sinto muito...
- Está tendo um sonho ruim.
- Ah... Então você não vai embora?
- Pra onde eu iria?
- Eu não sei... Eu...
- Não seja bobo.
- ... Eu não estava pensando direito.
- Você sempre faz isso. - Ritsu riu baixo e sonolento.
Etsuo assentiu, um pouco choroso ainda.
- ... Eu não queria pensar essas coisas...
- Então pare, baka.
- Hai... Sinto muito, pode... Pode voltar a dormir.
- Iie, vou estar aqui até você adormecer e depois eu posso dormir.
- ... Hai, hai... - Etsuo disse e suspirou, agarrado a ele.
- Parece até que virou um bebê. - Ritsu beijou sua testa.
- Desculpe dono... Eu... Tenho medo que aconteça algo com você.
- O que podia acontecer, já aconteceu. Está tudo bem, inu.
Etsuo assentiu e selou os lábios dele, várias vezes. Ritsu retribuiu cada um de seus beijos.
- Gostosinho.
Etsuo sorriu, limpando o rosto novamente.
- ... Quer fazer amor comigo?
- Eh? - O loiro disse, desprevenido. - Se você quiser...
- Não, eu quero que me diga que quer...
Etsuo disse e suspirou, estava pronto para ele, na verdade o corpo estava quente, embora fosse gelado, queria simplesmente sentar sobre o corpo dele.
- É claro que eu quero, sempre quero.
O moreno suspirou e assentiu, aconchegou-se junto do corpo do irmão, e sabia que ele estava cansado, por isso não o atacou como queria, talvez fosse suficiente ouvi-lo dizer que queria a si.
- Vem... Como você quer?
Ritsu indagou e ao abrir os olhos, ainda estranhava como podia vê-lo no escuro. Etsuo sorriu e negativou, acariciando os cabelos dele.
- Descanse. Tudo bem.
- Não, você sabe que eu quero isso. Você vai me despertar, não é?
- Você quer mesmo fazer? Eu posso sentar em você.
- Do jeito que você quiser. - Ritsu sorriu, de aspecto sonolento mas mordiscou o lábio inferior.
Etsuo sorriu e assentiu a ele, levantando-se e retirou a calça e a roupa íntima.
- Tira sua roupa...
- Não vai fazer isso por mim?
- Ah, você quer que eu tire sua roupa? Seu folgadinho.
- Hum, mas não é excitante assim?
- É sim. - Etsuo sorriu e puxou a roupa dele, retirando sua calça por suas pernas. - Hum, melhor?
- Me diz você, estou melhor? - Ritsu indagou ao se ajeitar na cama, acomodar-se para ele.
Etsuo sorriu e assentiu, ajeitando-se sobre o corpo dele e sentou-se em seu sexo, claro, sem deixá-lo penetrar a si e devagar se moveu, roçando-o ao corpo. Ritsu levou as mãos as pernas do irmão, se moveu contra ele como ele para si, se esfregando nele. Subiu porém a deslizar em suas costas e encontrar seus ombros, o trouxe para si e selou seus lábios algumas vezes, passou ao rosto e ao pescoço. Etsuo abaixou-se conforme puxado e sorriu ao irmão, selando-lhe os lábios e estremeceu conforme o sentiu se mover junto de si, estava com vontade, ele poderia ver pelo próprio sexo que já tinha um sutil volume. Ritsu subiu devagar até sua orelha e mordiscou levemente o lóbulo. Sentia no ventre sua leve ereção e depois de correr por suas costas, tocou suas nádegas mas não seu âmago. Etsuo sorriu a ele, de modo sutil e beijou-o igualmente em seu rosto.
- Posso?
- Todo seu.
O maior assentiu e segurou-o entre os dedos, guiando-o entre as nádegas e por fim o fez se encaixar em si. Devagar, abaixou-se e o deixou adentrar o corpo, mesmo sem proteção e sem o lubrificante. Foi difícil, mas tentou conter os gemidos. Ritsu sentiu-se tocado por ele, colocado entre suas nádegas e suspirou com expectativa. Impasse sentiu no entanto conforme seu corpo demasiado apertado. Fechou os olhos, sentindo-se difícil de entrar.
- Nii-chan... - Suspirou.
Etsuo uniu as sobrancelhas e gemeu, prazeroso, porém dolorido.
- ... Porra... - Murmurou e enfim o sentiu inteiro no corpo, pôde descansar.
- Você está guloso...
Ritsu disse uma vez ao sentir inteiramente dentro, com dificuldade por seus apertos e pelo cheiro, sabia que havia se machucado. Etsuo sorriu a ele meio de canto.
- Tudo bem, não se preocupe...
Disse e devagar, se moveu, apoiando-se na cama conforme movia os quadris, um pouco hesitante, já que estava dolorido. Ritsu pegou-o pelos quadris e o parou no lugar. Contraiu os músculos, dando alguns espasmos dentro dele e sorriu.
- Espere. Está muito apertado.
O maior uniu as sobrancelhas e riu baixinho.
- Quer o lubrificante?
- Iie. - Ritsu disse, embora não estivesse realmente dolorido, estava mais por ele, sabia que estava doendo.
O moreno assentiu, podia sentir o corpo ardido, estava mesmo doendo, mas não disse nada. Segurou as mãos dele, apertando-as e entrelaçou os dedos aos dele, tomando apoio ali para se mover sobre o corpo do irmão. O loiro segurou suas mãos, dando apoio a ele, passou a se mover levemente abaixo de seu corpo, da forma que podia com seu peso, suficiente também para não incomodar seu corpo dolorido. Etsuo estremeceu conforme sentiu seus movimentos e sorriu ao irmão, movia-se devagar, tentando se acostumar com os movimentos, era dolorido, mas gostoso, então não reclamou.
- Ah...
Por suas mãos apoiadas, Ritsu o puxou, trouxe-o para perto e o beijou enfim. Apoiou-se nos pés onde se acomodou para mover, deu ritmo suave, embora continuo. Etsuo retribuiu o beijo do irmão, empurrando a língua para sua boca e suspirou só então, se sentia melhor agora, mais seguro de que ele de fato não iria deixar a si, estava feliz. Ao segura-lo com firmeza, o menor beijava-o e o penetrava no mesmo suave ritmo, ainda que fosse firme e podia aquela altura sentir seu alívio, sorriu ao pensar sobre aquilo. Etsuo deslizou a mão pelos cabelos dele, acariciando-o enquanto ainda se movia, e segurava a mão dele com a mão livre.
- Ritsu... Motto, kimochi...
A mão solta de Ritsu usou para segurar sua nuca, enquanto sentia-o próximo e falava contra os lábios. Mexia-se aumentando aos poucos a força tal como o ritmo. Etsuo suspirou contra os lábios dele e virou-se, deitando-se na cama e puxou o irmão para si, sobre o corpo. Separou as pernas, deixando o espaço livre para ele. Num rápido movimento, logo Ritsu se pôs entre suas pernas, acomodou-se quanto se moveu e sorriu ao olha-lo de cima.
- Hum, tão submisso, onii-chan.
- Hum... - Etsuo sorriu. - Quer que eu fique de quatro, mestre?
Murmurou com as sobrancelhas unidas e deslizou as mãos pelas próprias coxas, visivelmente, deixando-o ver a si segurar as pernas no alto.
- Hum, não agora. Agora eu quero que continue segurando as pernas. - Ritsu sorriu, achando graça, gostava de como ele parecia entregue.
Etsuo assentiu e mordeu o lábio inferior, esperando por ele. O loiro afastou-se pouco suficiente para criar maior distância a medida em que passou a penetra-lo, desse modo deu ritmo menos rápido, era mais forte porém. O moreno gemeu novamente ao senti-lo adentrar a si e mordeu o lábio inferior, inclinando o pescoço para trás e agarrava as próprias pernas firmemente. Tendo espaço, como ele segurou suas pernas, Ritsu tateou sentindo sua pele fria e macia onde apertou os dígitos e seguiu para as nádegas.
- Kimochi?
Etsuo assentiu e desviou o olhar a ele.
- Motto... Mas... Eu queria sentia você me tocar na sala, onii-chan, em cima da mesa do professor, quando não tiver ninguém na sala...
- Ah, é? Hentai.
Ritsu sussurrou-lhe audível o suficiente. Ao erguer a mão, ainda tinha medo de morder a si mesmo, mas fingiu não ter, mordiscou suavemente a mão e então respingou na palma que levou até a ereção do moreno, o acariciou, o sujou.
- Você não quer?
Etsuo murmurou e sorriu, mordendo o lábio inferior.
- Quero que brinque comigo, leve nossos brinquedinhos, vai ser divertido.
Falava, porém fora interrompido pelo cheiro forte do sangue dele, que levou o sorriso que tinha no rosto, substituindo por dois olhos atentos e brilhantes. Suspirou conforme o sentiu tocar o próprio sexo e gemeu prazeroso, estranhando o modo como ele havia se machucado sem rodeios, humanos transformados recentemente talvez pudessem ser mais medrosos.
- Por que brinquedos?
Ritsu indagou enquanto lambia a boca, como um gato após a refeição, tirou pouco do que tinha do sangue e pôde sentir o próprio gosto, era um tanto aflitivo. Enluvou seu sexo, passando a acaricia-lo, podia sentir que ganhava maior rigidez sob o estímulo complementar. Etsuo uniu as sobrancelhas.
- Por que eu... Sempre quis fazer isso na escola. Me excita imaginar você de uniforme. - Murmurou, ainda atento ao cheiro de seu sangue e estremecia a cada toque sutil. - ... Quero gozar.
Ritsu sorriu a ele, não tinha certeza sobre, mas talvez fosse pelo sangue.
- De repente, onii-chan?
Etsuo assentiu e mordeu o lábio inferior.
- De repente você enfiou a mão com sangue no meu pau.
- Oh, tão sensível. Eu não deixo você gozar, inu.
Etsuo uniu as sobrancelhas.
- Deixa sim...
- Não deixo não.
Ritsu sorriu, achando graça no pedido. Continuou a se mover e a acaricia-lo. Etsuo riu baixinho e agarrou-se a ele.
- Mas vai me machucar.
- Não vai machucar. Sei que você é um bom menino e pode segurar.
Etsuo assentiu e agarrou-se aos ombros dele, apertando-o. O loiro vigorosamente passou a estimular o moreno, encarando sua ereção entre os dedos e tentava parecer sexy ao olha-lo ou algo como isso. Não deixou de se mover porém. O moreno observou o irmão, via seus olhos bonitos, afiados e sentia uma agonia leve pelo corpo, já se sentia perto do ápice há um tempo, mas era tão gostoso que não teve problema em se segurar.
- Kimochi, inu?
Ritsu perguntou, sem deixar de mover mas desviou a direção visual a seu rosto, esperando sua resposta. Etsuo assentiu, puxando-o para si, sentindo-o atingir o local que gostava no corpo.
- Ah, mestre...
- Mestre está judiando de você, hum? - Ritsu indagou e se moveu como ele indiretamente pediu, o penetrou com firmeza, onde ele gostava.
Etsuo assentiu e encolheu-se ao senti-lo se mover, guiando uma das mãos ao próprio sexo e apertou-o entre os dedos.
- Hum, tentando se conter?
Ritsu indagou ao vê-lo se enlaçar, só apalpar. Abaixou-se para ele, deixando altura suficiente para que ele pudesse tocar a si mesmo, o beijou, penetrando a língua em sua boca, devagar. Etsuo assentiu e retribuiu o beijo, com a suave expressão dolorida na face, mas segurou como pode.
- Itai, onii-chan? - Indagou lambiscando seus lábios.
- Hai... Por favor, me deixa gozar mestre...
- Você pode, se continuar olhando pra mim mesmo quando gozar.
- ... Eu vou... Deixa...
- Vai, mostra pra mim.
O loiro disse e intensificou o ritmo, tentando dar maior estímulo para conseguir seu ápice e intensifica-lo embora não fosse necessário aquela altura. Etsuo assentiu e uniu as sobrancelhas, não aguentava mais e enquanto olhava o irmão, atingiu o ápice, tentava não fechar os olhos, mas o prazer que havia sentido fez a si semicerrar eles. Ritsu sorriu, encarando sua tentativa de olhar a si e também aproveitar seu prazer. Tão logo, permitiu-se gozar com ele, embora soubesse que dentro dele não era a melhor alternativa.
- Ah... Nii-chan.
Etsuo agarrou-se ao irmão, apertando-o junto a si e gemeu, prazeroso, até inclinou o pescoço para trás. Gemeu com ele, embora fosse mais como um sopro. O beijou no pescoço, lambiscando a pele e somente o deixou quando ambos satisfeitos. O moreno deslizou a mão pelos cabelos do irmão, acariciando-o e sorriu a ele.
- Kimochi.
- Kimochi, inu.
Ritsu dizia enquanto percebia que não precisava compassar a respiração. Etsuo latiu baixinho, suave apenas numa brincadeira com ele.
- Vai brincar comigo amanhã?
- Hum, vou pensar no seu caso. - O menor sorriu a ele.
- Hum, mas eu sou um cãozinho tão bom.
- Mas eu sou um dono exigente.
- Hum... Que medo. Ta bem.
Ritsu riu baixinho e mordiscou sua bochecha sem ferir.
- Se sente melhor agora?
- Sinto. - Etsuo sorriu. - Obrigado.
- Pode me pedir sempre.
- Deve ser um sacrifício enorme.
- É, mas eu posso me sacrificar um pouco por você.
Etsuo riu.
- Sei.
- Só um pouco.
- Uhum, muito difícil ainda mais agora que é um vampiro.
- É, eu fico muito cansado.
- Uhum, claro.
- Porque parece que nunca é suficiente. Isso é ruim, sabe? - Ritsu sorriu.
Etsuo desviou o olhar a ele e sorriu meio de canto.
- Uma hora essa sensação vai passar. Esperamos.
- Hum, nunca vai passar.
- Você é recente.
- Mas sempre vou querer mais de você, inu.
Etsuo desviou o olhar a ele e sorriu.
- Você é maravilhoso.
- Você é. - Ritsu beijou sua mandíbula.
O maior negativou e beijou-o no rosto.
- Vamos dormir agora, hum? Ou você precisa tomar o remédio? Tem Ritsuzinhos em você.
- Só amanhã. - Etsuo riu. - Mas mamãe me deu uma cartela de um remédio, tenho que tomar todo dia.
- Hum, como um anticoncepcional.
- É, isso mesmo.
- Hum, então agora descanse e amanhã tem mais.
- Hai, oyasumi onii-chan.
- Oyasumi. - Ritsu beijou sua testa e o acomodou consigo.
- General!
Disse um dos soldados, que havia adentrado o esconderijo, e fazia isso pelo menos duas vezes por semana, além de buscar Kazuma para ajudar a trazer suprimentos. Naquelas saídas dele, sempre tinha a impressão de que ele iria tomar outro rumo e não voltar mais, por isso, ficava sempre aflito.
- ... Hoje não é dia de suprimentos, é?
- Não senhor, eu apenas vim trazer as correspondências, entregaram em sua casa, senhor, e essas duas são do comandante pedindo auxílio em algumas decisões. Vou aguardar lá fora se tiver alguma resposta.
Ao dizer, o rapaz entregou ao moreno duas cartas, uma delas, com o nome dele e uma delas, endereçada para Asahi, não sabia, então preferiu voltar para o quarto para dar privacidade ao outro.
Kazuma aceitou os papéis, alguns com sinais amarrotados, mostravam o nervosismo de quem as segurava, era uma carta de guerra e odiava deixar os companheiros de briga em desamparo, portanto, mesmo dali, sempre faria o máximo para ajudar e se precisasse, sairia por algumas horas. Respondeu cada questão e devolveu ao soltado, indicava sempre a Asahi que lhe desse alguma bênção mesmo que já não fosse o padre de uma igreja e os soldados sempre partiam dali parecendo mais crentes por isso, achava graça. Após a ida do rapaz, voltou-se ao louro e entregou a ele o que continha seu nome.
Mesmo no quarto, ao ouvir o chamado do outro, Asahi levantou-se, seguindo para a sala onde desajeitado, abençoou os soldados que se curvavam diante a si, sabia que eles precisavam disso naquele momento, um deles até havia segurado a própria mão, o que causou um suave rubor nas bochechas. Após, virou-se em frente a ele e fitou a carta.
- Ah... O que é isso?
- Papel. - Kazuma disse, provocador por um minuto. - É da igreja, para você.
Asahi estreitou os olhos.
- Não me diga? - Riu. - ... Da igreja? Mas... Será que eles querem que eu volte?
- Em tempos assim.
- Eu não voltaria de toda forma. - Asahi disse, decidido e observou o próprio nome escrito na carta, sabia exatamente de quem era, o que preocupou a si um pouco. - Você me dá licença por alguns minutos?
- Claro. À vontade.
Asahi assentiu e seguiu com a carta até o próprio quarto, sentando-se na cama que era própria e dele, devagar abriu o envelope, cuidadoso e fitou as cartas, eram duas páginas, um pouco amassadas, um pouco borradas não sabia descrever, parecia que quem havia escrito, estava um pouco confuso sobre como apresentar os fatos, ou sobre escrever aquilo ou não, em alguns locais, haviam riscos em linhas inteiras. Uniu as sobrancelhas, sem entender, mas preferiu começar a ler antes de tirar alguma conclusão.
"Meu querido Asahi,
Seu que existem pontas soltas até hoje em tudo que ensinei a você, e sei que devido a isso você sofreu muito na sua vida e na sua infância por ser tão diferente das outras crianças, por ser tão diferente das outras pessoas, por essa razão eu estou escrevendo essa carta, também porque sei que pode ser a última oportunidade que eu terei de falar diretamente com você, espero que mesmo no meio desse caos, ela possa chegar até suas mãos. Primeiramente, espero que não me julgue mal, até ler tudo que eu tenho a dizer a você...
Há muitos anos, enquanto eu ainda era um padre jovem na igreja, recebíamos nossa cota normal de pessoas que vinham assistir a missa, sempre fomos uma vila pequena, você sabe. Uma vez, um rapaz veio diretamente até mim pedir a minha benção. Como eu era jovem, decidi dar a ele a benção e acompanhá-lo em suas confissões, porque via nele além de tudo, um amigo. Depois disso, em todas as missas, ele estava presente, com seu sorriso branco, seus cabelos loiros e seus olhos azuis como duas piscinas, ele era de fora, os garotos faziam piada dele por causa de seus cabelos, mas eu os achava muito bonitos, como sempre achei os seus. Passávamos cada vez mais tempo juntos, era agradável estar ao lado dele, até que um dia ele veio a uma festa noturna na igreja, e acabamos nos aproximando, mais do que eu gostaria que tivesse acontecido... Na manhã seguinte, fingimos que nada havia acontecido, eu fiquei envergonhado pela minha posição como padre, e ele por ter feito aquilo com outro rapaz, ninguém poderia saber, era um segredo que guardamos a sete chaves, e pouco nos olhamos após aquilo ter acontecido. Minha cabeça era bagunçada por ter quebrado meus votos, ele por não ser mais virgem como seus pais queriam que fosse ao se casar, ainda assim, ninguém ficou sabendo.
Alguns meses depois, ele voltou para a igreja, eu já não o via mais com tanta frequência então fiquei surpreso porque ele me procurou numa tarde e me levou até a torre, lá ele me disse algo que ia mudar a minha vida pra sempre, e eu nunca imaginei que um ato tão inconsequente pudesse acabar naquilo... Ele estava esperando um filho. Eu vi o rosto dele, as lágrimas em seus olhos pareciam um oceano, eu não sabia o que fazer, nós... Nós não sabíamos o que fazer. Ele se acolheu na igreja porque os próprios pais dele não o quiseram mais em casa após descobrir o que ele havia feito, ele trabalhava ajudando no orfanato onde ele mesmo ficou porque ele tinha só dezessete anos, e eu, não muito diferente com meus vinte e dois, não podia oferecer a ele muita coisa. Eu o acompanhei durante toda a gravidez, até que o próprio orfanato disse que não o aceitaria mais ali em seu último mês, porque não teriam como mantê-lo ali. Eu não sabia o que fazer, tive que levá-lo comigo para a igreja, rezando todos os dias para que nenhum sacerdote descobrisse a estada dele ali, ele ficava trancado em meu quarto, olhava somente pela janela o dia todo, mesmo que fosse entediante, decidiríamos depois o que faríamos. Eu pensava em largar tudo e seguir com ele, iríamos para um lugar onde ele pudesse ver o mar, ele me dizia que queria conhecê-lo.
Numa noite chuvosa, enquanto eu tentava dormir, ele segurou o meu braço, reclamando de dor, e eu sabia o que seria, ele nem precisou terminar de falar. Lembro que me levantei tão rápido que vi tudo escurecer por um momento. Eu o levei comigo para fora da igreja, ele não poderia ter o bebê ali, se ouvissem, eu tinha certeza que tentariam matar o bebê, se não matassem nós dois. Eu fui obrigado a sair com ele na chuva, e eu fui em todas as parteiras que eu conhecia na vila, todas, eu bati em todas as portas, nenhuma delas quis nos receber, ninguém quis abrir a porta. Eu tinha ele nos braços, ele apertava minha roupa e reclamava baixinho, eu me lembro dos cabelos dele molhados, e eu não podia fazer absolutamente nada, estava completamente impotente, me lembro de nunca sentir tanto desespero na minha vida. Por saber que ele não era uma mulher, ele não podia ter um parto normal, em nenhuma ocasião, eu sabia que o bebê iria morrer, mas eu tinha que confortá-lo de alguma forma, então, eu me sentei com ele num banco abrigado da chuva e o apertei em meus braços, eu disse pra ele que tudo ia ficar bem mesmo sem saber se realmente iria, eu rezei por longos minutos pedindo um milagre, lembro-me de ter dito que se eu ainda fosse aceitável aos olhos de Deus que eu pudesse ver aquela criança viva. Foi aí que eu vi, no meio da névoa, uma pessoa parada perto da última casa da rua, era uma velha amiga, enfermeira, que gesticulava pra mim. Era difícil vê-la porque ela estava muito longe, mas eu me lembro de ter levantado e corrido em direção a ela sem pensar em mais nada.
Quando eu entrei, ela o guiou até a cama, ela era solteira, então ninguém saberia que estivemos ali, ela ainda me disse, timidamente que estava me ajudando somente porque éramos muito amigos, e que ninguém poderia saber sobre aquilo. Eu assenti. Ele estava com febre, muita febre, lembro que o rosto dele parecia uma brasa porque eu o toquei pra limpar a água da chuva. Ela o examinava enquanto eu cuidava dele, ele era calmo, e de alguma forma, o olhar dele me dizia que ele sabia que estava tudo bem, ele me acalmava mais do que o contrário, mesmo sabendo que ele estava numa situação ruim. Eu podia ver a expressão da enfermeira. Ela sabia que não estava nada bem como eu pensava que estava, eu podia ver pelo cenho franzido dela. Foi aí que ela ergueu o rosto e mesmo sem sair dali disse, olhando nos meus olhos: "Você tem alguns minutos apenas, ou o bebê irá morrer, ou os dois vão, vocês precisam decidir". A verdade é que ela era enfermeira, ela não tinha equipamento necessário no quartinho dela para salvar a vida dele, nem se quisesse muito.
Naquele momento, eu despenquei, eu senti toda a minha vida perder completamente o sentido, eu não podia olhar pra ele e pensar em perdê-lo, eu não podia imaginar aquela situação, mas antes de perceber, ele já segurava a minha mão, e ele sorria pra mim, eu me lembrei de como o sorriso dele era lindo. "Não posso deixar você morrer", eu lembro que eu disse apenas isso pra ele, e ele me respondeu "não podemos deixar ele morrer". Ele me pediu desculpas, e a única coisa que me perguntou é se iria doer, ela disse que não, e eu me senti como se não pudesse fazer nenhuma escolha ali. Ele me disse "me prometa que vai cuidar bem dele, nunca o deixe sozinho, e ele será seu pequeno raio de sol".
Eu segurei a mão dele, até ele não ter mais forças para segurar a minha, e depois, eu recebi um pequeno bebê nos braços, que tinha os cabelos loirinhos como os dele, foi então que eu entendi porque ele seria um raio de sol. Ele não tinha os olhos dele, tinha olhos castanhos, esverdeados, como os meus, eu soube assim que ele abriu os olhos naquela mesma noite, soube também que ele seria Asahi.
Eu não pude assumir ser pai dele. Tampouco pude dar a ele uma família, como todas as outras crianças tiveram, eu tive que fingir que ele havia sido de outra pessoa, embora no fundo soubesse que ele era meu, meu e de Akihiko. Ele havia nascido com uma doença rara, e eu sabia que não podia sentir nenhuma dor física, eu tive que cuidar dele melhor do que eu pensava que teria, mas ele não me decepcionou em nada quando cresceu. Quando eu olho pra ele, ainda me lembro de sua mãe, ele tinha o mesmo sorriso, e eu espero que sempre tenha.
Asahi, eu sinto muito por tudo que fiz a você. Sinto ter renegado você quando precisava de mim, sinto ter mentido, sinto por não poder assumir a você tudo que escrevi nessa carta. Soube que os americanos estão invadindo nossa cidade, então, provavelmente quando receber essa carta eu já não estarei mais aqui, mas pelo menos agora você sabe. Eu te amo, meu raio de sol."
Conforme lia, primeiro havia se tornado curioso sobre o modo como ele falava consigo, depois de ter simplesmente mandado a si pro inferno, porém conforme a leitura, conseguia entender o que ele havia passado para ser aversivo àquele tipo de relação. As sobrancelhas se uniram, podia sentir as lágrimas nos olhos e o aperto no peito, que se intensificou ainda mais ao ler o desenrolar da história, as lágrimas já caiam sobre as páginas mal escritas e por sorte, não danificaram nada. Mordia o lábio inferior, insistentemente, ansioso enquanto lia, simplesmente não acreditava no que havia lido, e de alguma forma, faltava ar para si. Kazuma sentou-se tipicamente ao lado do rádio, de braços cruzados e olhos fechados imaginava tudo o que acontecia e esperava por Asahi, noutro quarto.
Após um tempo, tentando processar tudo que havia lido, Asahi levantou-se, os passos meio difíceis ainda, as pernas tremiam e seguiu até ele no outro quarto, não sabia, mas estava pálido, como se o sangue tivesse esquecido de percorrer o rosto, segurava as folhas firmemente entre os dedos.
- ... Kazuma...
Tentou chamar, mas a voz saiu baixa, teve que caminhar, devagar até alcançar o outro quarto e parou em frente a porta, silencioso ainda. Kazuma ouviu o farfalho, denunciando a proximidade de alguém, abriu os olhos fechados até então, concentrado no rádio. Viu o rapaz ao lado, parecia aflito.
- O que houve? Venha cá.
Asahi assentiu e seguiu até ele, devagar, parecia tropeçar nos próprios pés e estendeu a carta para ele, sentando-se a seu lado. Kazuma estendeu a mão a ele, mas pegou sua mão e não a carta, o ajudou a vir e então se sentar. Ao se sentar, Asahi desviou o olhar a ele e negativou.
- Ele era mesmo o meu pai...
Kazuma o observou, um pouco confuso e pegou a carta, faria a leitura. Asahi estava inquieto, não poderia contar a ele a história exata, então preferia que ele lesse por si só, naquele tempo, permaneceu silencioso. Quando Kazuma enfim terminou a história, observou o menor. Bem, ainda que fosse uma leitura melancólica, não entenderia o homem, porque ainda que houvesse sofrido no passado, devia dar a seu filho o que ele não pode ter e não partilhar de seu sofrimento, não desejar o mesmo a ele, mas não diria nada a Asahi.
- Quer que eu mande alguém busca-lo?
Asahi permaneceu um momento a observá-lo, sem saber o que dizer, e por fim puxou-o para si, abraçando-o e repousou a face em seu ombro, só assim pode chorar, embora silencioso, não queria alarmar ninguém do lado de fora. Kazuma o tomou no toque dos braços, retribuindo seu abraço. O beijou no pescoço.
- Você quer, Asahi? Talvez eles ainda estejam contendo a situação na região. Talvez você possa dar alguma felicidade a esse homem amargurado.
Asahi uniu as sobrancelhas.
- ... Ele não vai deixar a igreja. Ele só abandonou na outra guerra porque obrigaram ele a ir, ele nunca teria ido.
- Mas agora ele tem coisas a dizer a você.
Asahi assentiu, unindo as sobrancelhas.
- ... Minha mãe, na verdade era um rapaz...
- Eu li na carta. - Kazuma assentiu ao que ele dizia. - Eu vou pedir que verifiquem a área, se sou capaz de traze-lo aqui.
Asahi assentiu novamente, e ainda estava abalado, repousando a face sobre o ombro dele.
- ... Não acredito disso.
- Eu não acredito que ele é seu pai. - Kazuma disse, também pensando sobre a carta. Afagou os cabelos medianos do menor. - Sinto muito por sua mãe.
- ... Minha vida inteira, eu achei que tinham me jogado na porta da igreja... Achei que ninguém iria me querer nunca, me senti rejeitado de várias formas, e hoje ele me manda isso como se... Bem tudo bem, desculpe por você se sentir um pedaço de lixo.
- Você não precisa se afetar pelos erros de seus pais. - Kazuma disse e tocou seu cabelo louro. - Ou melhor, seu pai.
Asahi assentiu ao ouvi-lo e uniu as sobrancelhas.
- ... Obrigado, Kazuma...
- Vamos, venha se deitar, vou pedir que alguém vasculhe a região.
Asahi assentiu e ajeitou-se na cama ao lado dele, usava roupas leves então não seria tão ruim para dormir.
- ... Não consigo imaginar... O que ele passou... Minha mãe. Ter um bebê, saber que ele iria morrer e ter que escolher entre os dois, eu... Ele teve a coragem que eu nunca teria.
- Eles não tiveram uma vida fácil, mas ainda questionaria o comportamento de seu pai. Não farei a meu filho o que meu pai fez de mau a mim, mas entendo que pensamentos são diferentes e a sanidade também.
Asahi assentiu, unindo as sobrancelhas.
- ... Estou com medo, Kazuma. Estou com medo por estar grávido trancado aqui... Sem nenhum médico...
- Cuidarei de você. Ele estava perdido.
- ... Promete? - Asahi disse a entrelaçar os dedos aos dele. - Não quero ficar sem você...
- Eu não vou deixar nada acontecer a você. Nem a ele.
- ... Eu te amo. Muito. Sinto muito dizer isso, sei que você não gosta de muitas demonstrações de afeto.
- Eu também te amo. - Kazuma disse e acariciou seu rosto frio.
Asahi sorriu, repousando a face sobre a mão dele, sentindo sua mão quentinha, e lembrava-se da igreja, de quando o viu pela primeira vez, de quando o beijou pela primeira vez.
- Logo vai chegar o inverno... Vai ser bom ter suas mãos pra me aquecer a noite.
- É o que elas sempre fazem, hum? Algumas partes um pouco mais que as outras.
- Uhum. - Asahi riu baixinho. - Vai me aquecer toda noite?
- Já fiz o contrário?
- Não, mas eu gosto de lembrar que tenho o meu herói.
Asahi disse e deslizou uma das mãos pelo braço dele, acariciando-o, gostava de sentir seus músculos.
- Não sou um herói... - Kazuma disse, achando o apelido constrangedor mas sentiu sua carícia e lhe deu um sorriso canteiro.
- É sim. Você venceu uma guerra, me salvou várias vezes... É o meu herói.
Kazuma negativou e lhe deu um tapa na bunda.
- Está quente agora?
Disse e por fim se levantou, o levou para a cama onde o deixou. Só então seguiu ao pedido tratando com o soldado o pedido para a área da igreja, sabia que iria demorar um pouco, mas era o que podia fazer. Asahi riu e assentiu, mordendo o lábio inferior e na cama permaneceu, cobrindo-se e deixou-o sair, esperando que ele voltasse para dormir.
Imerso em água, Masashi escondeu-se entre os fios flutuantes dos cabelos ao se abaixar, tocou seu sexo e o massageou inicialmente com a mão, imaginando se ele sentiria o estímulo estando embaixo d'água. Katsuragi suspirou conforme sentiu seu toque e agarrou os fios de cabelo dele, um pouco embaraçados pela água e gemeu baixinho deixo ao toque.
- Hum...
Masashi chegou perto dele, mordiscou sua coxa macia na parte interna enquanto o acariciava com a mão. Katsuragi sorriu, mas por um momento parecia desconfortável que ele estivesse embaixo d'água, como antes era um humano, e ele também, certamente também haveria algum incomodo nele.
- ... Masashi... Não está ruim?
Masashi quase não ouvia além de murmúrios, era estranho, quase se sentia sufocado no início, mas se adaptou aos poucos com o fato de que não sentia falta do oxigênio. Só então seguiu a seu sexo e tentou lamber como prometido, embora não tivesse certamente se aquilo era bem sentido. Katsuragi uniu as sobrancelhas conforme não viu nenhum movimento dele, e embaixo da água realmente não podia sentir seus toques, era agoniante de alguma forma, por isso puxou seu rosto.
- ... Que horror, era pra parecer sexy, mas senti como se você estivesse se afogando.
Masashi subiu à superfície e riu enquanto piscava para afastar a água.
- Ora...
- Eu me levanto, mas não fique embaixo da água se não eu tenho que te fazer uma respiração boca a boca.
- Eu não preciso respirar, baka. Mas se quiser levantar, vai poder ver enquanto eu uso minha boca em você.
- Hum, melhor. - Katsuragi sorriu e levantou-se. - Vem...
Masashi ajeitou-se o suficiente para estar a altura de seu ventre. O beijou na virilha e ergueu o olhar a ele, na verdade o olhou como na primeira vez que esteve com ele. Katsuragi sorriu e deslizou a mão pelos cabelos dele, mais uma vez.
- Venha, meu menino.
- Você gosta de me chamar assim, hum?
Masashi indagou e deslizou a língua por sua pelve, deslizando a delinear a região púbica, até descer e ser mais direito sobre ela. Katsuragi riu baixinho.
- É porque você é mesmo o meu menino. - Murmurou e mordeu o lábio inferior.
- Não sou seu homem? - Masashi sorriu-lhe com os dentes, o que os deixavam expostos na sua zona íntima, embora não fosse propositalmente ameaçador.
- Hum, então é meu homem. - Katsuragi sorriu e puxou os cabelos dele, sem força. - Não deixe as presas perto do meu pau, já falamos sobre isso.
- Falamos?
Masashi disse ao gemer fechar um dos olhos sob a puxada delicada. Mas sorriu, consequentemente tinha os dentes novamente a mostra.
- Falamos... Oolha... - Katsuragi disse a estreitar os olhos.
- Nani? - Masashi riu, achando graça. - Uma lasquinha.
- Nem uma lasquinha, ora.
- Hum, tá bem.
O menor disse falsamente infeliz, mas investiu para ele, tocando novamente seu sexo, sem os dentes, certamente. Katsuragi sorriu e deslizou os dedos pelo couro cabeludo dele, fechando os olhos conforme sentiu o toque de lábios.
- Ah...
Masashi levou a mão por suas coxas, pressionando-o de leve. O alcançou no sexo e segurou rente ao ventre enquanto passava a suga-lo por toda extensão, se perguntava se ele gostava daquilo. Katsuragi mordeu o lábio inferior e a mão deslizou pelo ombro dele, agarrando-o ali, apertando firmemente enquanto sentia seus toques, se perguntasse se gostava, e como gostava, podia sentir o corpo inteiro se arrepiar, ainda mais porque estava grávido é extremamente sensível. O menor deixou-o após tirá-lo da boca, lambiscar a região sob sua ereção e sugar a pele maleável antes de abaixar mais entre suas pernas, pela frente, no que alcançava o início de suas nádegas, dando a ele a ideia da língua noutra parte, mas voltou a subir para a ereção, voltou-a para dentro da boca. E na verdade achava aquele toque muito curioso, eram das únicas vezes que percebia que ele era era mesmo um homem, uma vez que tinha um genital masculino funcionando na própria boca. Katsuragi suspirou conforme sentiu o toque dele e até mesmo deu espaço para que ele pudesse prosseguir com o toque em outra parte, sorriu a ele, malicioso conforme o viu fazer, gostava de todo o tipo de prazer que ele pudesse prover para si.
- Hum... C-Chega, ou eu vou gozar na sua boca, e quero gozar com você dentro.
- Vai, debruçar, na pedra? - Masashi indagou entre pausas, a cada lambida que lhe deu após tirar da boca.
- Vou fazer como você quiser, me quer de costas?
- Não, quero que você me diga como quer. Não sei se quero meu filho amarrotado na pedra.
Katsuragi riu e assentiu.
- Hum, mas você vai ter problemas pra ficar entre as minhas pernas, eu me ajeito de costas mesmo.
- Que tal você simplesmente se sentar próximo a beira? Saia dessa pedra, hum? Vamos fazer embaixo d'água. - Masashi sorriu.
- Hum, então ta bom. - Katsuragi sorriu a ele e levantou-se, selando-lhe os lábios e deslizou uma das mãos pelo corpo dele, até alcançar seu sexo, o apertou entre os dedos. - Hum, estamos animados.
Masashi o ajudou quando se levantou e o levou pela água até onde fosse não muito profundo, mas não tão raso.
- É, estamos muito animado. - Disse ao puxa-lo consigo e sentir seu corpo com o próprio.
Katsuragi riu baixinho e beijou-o em seu rosto.
- Fico no seu colo?
- Apenas faça como quiser, não pergunte tanto.
Katsuragi uniu as sobrancelhas e assentiu, guiando ambos os braços ao redor do pescoço dele e puxou-o para si, colocou-se no colo dele e guiou as pernas ao redor de sua cintura.
- Muito melhor. - Masashi disse e o pegou, sustentando sem dificuldades, recebendo ajuda da água, era leve como pluma. - Hum, então encaixadinho...
O menor assentiu e o lambeu em seus lábios.
- Encaixadinho. Vai ser difícil pra você entrar aqui embaixo, mas vai ser gostoso.
- Hum, não vai, seu corpo é bonzinho pra mim.
Masashi sorriu a ele e levou as mãos por seu corpo, acariciando as costas até às nádegas e tocou o meio entre elas, seu âmago. Katsuragi sorriu e assentiu a ele, roçando as presas em seus lábios conforme lhe deu um selo.
- Hum... Faz um tempo uh? Como está sua expectativa?
- Não faz tanto assim, não poderia lidar com isso.
O menor sorriu e lambiscou seus dentinhos. Pressionou os dedos entre suas nádegas e devagar, entrou com um deles.
- Ah, eu sei, você ainda é um adolescente, e eu gosto muito disso.
Katsuragi disse num sorriso novamente e gemeu conforme o sentiu adentrar o corpo, prazeroso.
- Ecchi.
Masashi disse e sorriu, mas sabia que seria sempre visto como um garoto, bem, não era algo importante, se ele gostava daquilo.
- Você tem fetiche, hum?
Por um momento se perguntou se ele via seu antigo amante como um garoto ou ele parecia homem para si. Moveu o dedo, passando a massagear as paredes de sua intimidade.
- Hum? Com idade? Não, apesar de achar excitante, gosto de saber que você é bem mais novo que eu, e ainda assim quis a mim e não alguém da sua idade.
Katsuragi disse num sorriso e beijou-o no pescoço, deixando mais um gemido escapar conforme o sentiu se mover.
- Hum, isso é fetiche. Vou por quimono escolar pra você algum dia.
- Hum... Coloque, por favor, e me chame de sensei.
Masashi riu, divertindo-se.
- Claro, Sensei. - Masashi disse e pressionou os dedos mais firmemente.
Katsuragi sorriu e mordeu o lábio inferior a conter o gemido.
- Hum, gosta disso, hentai.
O menor empunhou mais firmemente o dedo para ele e tão logo estava a penetra-lo com maior frequência, dando ritmo.
- Claro que eu gosto, gosto da ideia de ser seu professor, eu teria gostado. Devia ter estudado medicina.
Katsuragi riu e agarrou-se aos ombros dele, apertando-o e suspirou.
- Hum, seria interessante ter aula de anatomia com você.
- Ah é? Eu posso te ensinar um pouco depois.
- Hum, já estou aprendendo, sensei. Estou descobrindo o que é essa parte aqui.
Masashi disse, sugerindo sua intimidade, sua entrada, onde continuava a empurrar o dedo até uni-lo com um segundo. Katsuragi sorriu a ele e beijou-o no rosto, deixando escapar outro gemido baixinho, pouco dolorido dessa vez.
- Quer que o descubra com algo mais, Katsuragi?
- Uhum. - Masashi murmurou e dessa vez, mordiscou a orelha dele, sem usar as presas. - Quero sentir seu pau.
- Quer que eu use meu pau pra examinar você? - O riso soou quase malicioso, entre os dentes do menor.
- Claro que eu quero. Bem fundo e bem forte. - Katsuragi disse num sorriso.
- Examinar com força? Talvez não seja uma boa opção, sensei. - Masashi disse e empurrou mais fortemente os dedos dentro dele.
Katsuragi gemeu, prazeroso e mordeu o lábio inferior.
- Ah! Isso...
- Uh, parece que encontrei o que você gosta. - O menor disse, como se tocar ali fosse uma novidade, mas já bem o conhecia.
Katsuragi estremeceu e rosnou a ele a expor as presas, mas é claro que não era maldoso, era mais uma expressão de prazer.
- Isso é tão bom...
- Hum, está gostoso, não é?
Masashi disse ao ouvi-lo rosnar, achava fofo e o ouviu confirmar o que já expressava. O penetrou novamente, com mais força, naquela mesma parte.
- Ah! Pare... Vem, entra... Por favor... - Katsuragi disse a suspirar, cravando as unhas na pele dele.
- Ah, não, talvez devesse rosnar um pouco mais para mim.
O menor disse e continuou a tocar, sem muito empenho precisar uma vez que seu corpo sensível pela gravidez, aceitava de bom grado cada toque. Katsuragi uniu as sobrancelhas, e novamente rosnou a ele, baixinho dessa vez.
- Kimochi? Parece um gatinho. - Masashi sorriu e lambiscou sua orelha, sabia que era sensível.
Katsuragi riu baixinho e assentiu.
- Hai... Kimochi... Eu... Quero gozar...
- Goza.
Masashi disse, junto a sua audição. Embora tivesse pena da sujeira para as carpas do lago, queria dar prazer a ele. Katsuragi mordeu o lábio inferior.
- Droga, eu não devia fazer isso aqui.
Riu e apertou o ombro dele, porém, acabou por atingir o ápice, e gemeu, prazeroso.
- Vai dar de comer aos peixes.
O menor sussurrou a provoca-lo, porém continuou com o movimento até trazer seu ápice a tona, somente então interrompeu, suavizando para não deixa-lo sensível.
- Hm...
Katsuragi encolheu-se nos braços dele conforme sentiu a sensação tão gostosa pelo corpo e fechou os olhos por poucos momentos.
- Vem... Masashi...
Ao sustenta-lo no colo, enquanto ainda sensibilizado, mesmo na sua onda de prazer, Masashi se ajeitou para ele e então o penetrou, entrou devagar.
- Ah! - Katsuragi gemeu conforme o sentiu se empurrar pra dentro e agarrou-se nele firmemente. - Masashi!
O menor moveu-se tão logo quanto entrou, passando a investir o vaivém em sequência vigorosa e podia se sentir entrando fácil. Perto de seu pescoço, Katsuragi aspirou seu aroma, era gostoso, podia sentir o corpo se arrepiar conforme ele se movia contra si.
- Ah... Kimochi?
- Gosta do meu cheiro?
Masashi indagou ouvindo tomar ar a seus pulmões que não precisavam dele. Ao perguntar soou um tanto pesado, mas continuou a puxa-lo, segurando vigorosamente por suas nádegas. Katsuragi assentiu e roçou os lábios em sua pele.
- Me faz querer te tomar. - Disse a deslizar as mãos pelas costas dele, acariciando-o. - Você é tão gostoso... Ah...
- Você pode, mas seja gentil. - Masashi brincou ao dizer, embora não fosse um pedido mentiroso.
Katsuragi assentiu e sorriu a ele, lambendo sua pele como se a preparasse para então cravar as presas, fora firme e rápido, não queria prolongar aquilo fazendo devagar e sugou-o para si, goleando de seu sangue, morno e gostoso, não alimentava, mas era uma delícia, para si e para o pequeno. Masashi gemeu, suave e rouco, sentindo seus dentes doloridos se aprofundarem, mas causava uma estranha sensação de satisfação. Continuou a se mover, mas acabou por retribuir ele, o mordeu e o bebeu como ele a si. Katsuragi uniu as sobrancelhas conforme o sentiu morder a si e gemeu contra sua pele, dolorido igualmente, e também, prazeroso, a troca de sangue com ele era algo intenso de se sentir, e por mais estranho que pudesse parecer naquela situação, podia sentir alguém responder aquilo também. Sorriu meio de canto.
Masashi podia sentir fluir para ele, como ele para si e desse modo, intensificar tanto o que ele como a si sentiam, sentia o próprio e o prazer dele e vice versa. Gemeu junto de sua pele e embora fosse firme, tinha cuidado com o ritmo, ainda que quisesse muito ser mais intenso. Num último suspiro, Katsuragi retirou as presas da carne dele, lambendo o local para estancar o sangue e lambeu igualmente a bochecha dele num sorriso.
- Kimochi...
Masashi parou quando ele fez isso, pressionou com os lábios sua pele ferida, cessou o fluxo do sangue ao lambiscar e somente então se voltou para ele. Katsuragi sorriu ao outro, podia sentir tudo que ele sentia, e era gostoso, sabia que ele estava gostando.
- Esta gostoso aí dentro, hum?
- Você sabe disso. - Masashi disse, um tanto soprado. - Está gostoso aí também, hum?
Katsuragi sorriu e assentiu.
- Você também sabe. Mas eu gosto quando você diz.
- Hum, eu também quero que diga.
Masashi sorriu-lhe com os dentes, mas tão logo ocupou a boca em beija-lo, sentir do próprio gosto e dar o dele para ele. Katsuragi sorriu e retribuiu o beijo dele, podia sentir o sangue dançar entre as línguas, era o gosto dele, e ele tinha o próprio, estremeceu conforme sentiu a sensação prazerosa no corpo.
- Hum...
Tal qual o ritmo pélvico, era o ritmo da boca, da língua de Masashi, com que o beijava e intensificava a medida em que o prazer também subia, trazendo a proximidade do clímax. Katsuragi gemeu, prazeroso e mordeu o lábio inferior, dele, num sorrisinho com a fisgada que sabia que ele teria sentido.
- Quero gozar de novo, e sei que você também.
- É porque... Suportar o que você me causa já é difícil suficiente, agora tenho que sentir prazer por nós dois. - Masashi sussurrou contra seus lábios e sorriu, lambiscou seu lábio superior e intensificou o ritmo.
Katsuragi sorriu a ele e assentiu.
- Eu estou sentindo por três, tenho sangue de três pessoas no meu corpo, pense.
- Goze.
O menor sussurrou a ele, contra sua pele e continuou a se mover, na verdade, intensificou o ritmo. Katsuragi assentiu e abaixou a cabeça, mordeu o ombro dele, mas fora leve e por fim acabou por gozar mais uma vez, mesmo sem avisa-lo, não havia tido tempo. Masashi mal havia terminado de incentivar o moreno quando sentiu seus espasmos, sua voz, denunciou o ápice ao sentir prazer e transmitir para si, por consequência, tão logo gozou com ele, enquanto como ele descansava a face junto de seu pescoço. Katsuragi mordeu o próprio lábio inferior dessa vez, e era tão gostoso que fora obrigado a estremecer, ainda agarrado a ele.
- Masashi... Ah...
- Katsu... - Masashi murmurou, para ele, segurando com a firmeza que ele pedia.
Katsuragi suspirou e podia sentir as pequenas gotas escorrerem pelos lábios, havia mordido o inferior.
- Hum... Droga, adoro isso.
- Eu adoro você. - Masashi selou seus lábios, tirando suas gotas.
Katsuragi sorriu e selou os lábios dele.
- Eu também, meu homem. - Disse, mudando a frase agora e roçou o rosto ao dele.
- Não precisa falar diferente, eu sei que vou tem cem anos e você vai me chamar de menino.
Katsuragi sorriu.
- Não vou.
- Vai sim, eu não me importo. - Masashi sorriu a ele e lambiscou seu queixo. - Kimochi.
- Kimochi.
Shinya havia levantado cedo, o outro não estava em casa, havia saído para resolver algo referente a galeria ou algo semelhante, ele tinha muitas coisas pra fazer, então como iria exigir que ele ficasse em casa? Não o fazia. Agora com as crianças crescidas, não precisava mais cuidar delas e ficar como um louco pela casa atrás da pequena que batia no piano enquanto o menor pulava pela escada, fora uma época difícil, mas divertida ao mesmo tempo. O sofá era confortável, mas preferiu fazer um bolo, estava animado para cozinhar, decorar alguma coisa, ele iria gostar. Separou os ingredientes, o preparo não fora demorado e com o bico de confeitar fez alguns detalhes sobre a massa. O bolo foi para a geladeira e lavou toda a louça antes de resolver voltar para o sofá, segurou as baquetas na mão, eram novas e pretas, gostava delas e girou algumas vezes entre os dedos, talvez devesse praticar um pouco, já que a casa parecia muito silenciosa, e não tinha mais o que fazer para preencher o tempo. No andar de cima, e na sala fechada, isolada sentou-se na bateria, tocando com as mãos os tambores, e de fato, estava ensaiando demais ultimamente, não parava de tocar, mas somente porque queria ficar cada vez melhor, e estava tocando em muitos lugares, então, tinha que ensaiar mais coisas além das músicas da própria banda. Iniciou o ensaio a seguir as músicas que lembrava e que certamente estariam no próximo show, também ensaiou algumas outras músicas e cessou por um tempo a deixar as baquetas de lado, mas somente porque sentiu um estranho aperto no peito, que depois descobriu ser no baixo ventre. Levantou-se, apoiando-se na parede e suspirou, tentando descansar um pouco, talvez estivesse se esforçando demais, mas talvez fosse melhor se sentar um pouco, fora por isso que voltou ao banco da bateria, porém cessou antes de tocá-lo ao ver as pequenas gotas de sangue pelo chão e haviam sujado o casaco branco que usava, por sorte, não a calça preta. Arregalou os olhos, claro que havia ficado assustado e sem muita alternativa saiu da sala e seguiu escada abaixo, devagar, degrau por degrau, mesmo ainda a sentir as gotas de sangue que caíam sobre o chão, limparia quando voltasse. O marido não estava em casa, mas o filho sim, e embora ele não tivesse carteira, talvez pudesse falar com ele, já que sabia dirigir.
- H-Hitomi...
Murmurou ao abrir a porta do quarto e viu o filho deitado, em sua cama, viu o maior sentado, não estavam juntos, pareciam somente conversar, mas não havia visto o amigo chegar, e naquele momento não estranhou, estava meio agitado devido ao susto.
- Toshi... Você pode... Me levar no hospital?
Toshiya retirou o cachecol que usava, dando um pequeno sorriso ao outro, e havia acabado de acordar, por isso conversavam. Por sorte, assim que o outro entrou desistiu do que fazia, já que iria inclinar-se para se deitar com ele, e automaticamente os olhos se voltaram ao casaco branco que ele usava, manchado.
- ... Shin o que aconteceu? - Levantou-se. - ... Está doendo?
- Hai... Me ajude.
- Eu vou... Eu vou ligar pro Kyo.
- Não, não... Não quero incomodar, por favor, me leve, eu só... Só deve ter sido algo relacionado a bateria, não deve ser nada demais.
- Nada demais? Shin, você está sangrando!
- Toshi... Sem exagero.
- T-Ta bem... Você vem Hiito?
Hitomi já havia se ajeitado pela cama a dar espaço ao moreno quando ouviu ruir na porta, por sorte nada falavam que fosse comprometedor porque pelo silêncio do pai, não teria sido despercebido. Voltou a atenção a ele, notando sua roupa clara manchada. Se fosse uma mulher, teria pensado algo, mas como homem... Não sabia o que pensar.
- É claro que vou, você está machucado.
- Hai, vou tirar o carro, ajude o Shin.
Shinya assentiu ao ver o amigo sair, e parecia abalado, assustado talvez, não queria assustar ninguém, por isso preferiu não pedir uma ambulância. Estendeu a mão ao filho, que já havia se levantado.
- Quer trocar de roupa?
Hitomi levantou-se num pulo. Por sorte estava vestido, usava calça escura e preferiu ir daquele modo mesmo. Negativou e tomou um casaco, trajando-o enquanto apoiava o pai.
- Você já tentou tirar a roupa e ver o que pode ser?
Indagou e ele e pegou um casaco maior ao pai, suficiente para esconder a peça manchada.
- I-Iie, eu... Estava tocando bateria quando a dor começou, eu só levantei e desci, está doendo bastante...
Shinya murmurou, e embora parecesse calmo, de fato doía, mas adotara aquele modo calmo de agir devido ao marido, que se irritava facilmente com alvoroço. Segurou a mão do filho, e apertou-a entre os dedos.
- Desculpe.
- Então... Vamos rápido.
Hitomi disse e se sentia um pouco desconfortável em fazer aquilo mas pegou o pai nos braços, passando um deles em suas costas e outro abaixo de seus joelhos, subindo com ele até o andar superior e levou para o carro.
- Não é nada grave. Não deve ser apêndice, pode ser... Bem, não é grave. Vai comigo atrás? Prefere ir sentado ou deitado?
Shinya segurou-se ao filho, e claro, tinha vergonha, era desconfortável como ele mesmo havia descrito, mas ele era cuidadoso, e achava uma gracinha.
- ... N-Não fale, melhor... Não falar. - Riu baixinho, indicando a frase cortada por ele. - V-Vou sentado, não tem problema... Ah...
- Vamos gente. - Toshiya falou a estacionar o veículo em frente a casa. - Shin, está tudo bem?
- H-Hai...
- Na frente?
Hitomi indagou novamente, na resposta incompleta, por fim o colocou no banco traseiro do veículo e entrou junto ao pai. Shinya sentiu o banco abaixo de si, dolorido e inclinou o pescoço para trás, apoiando a mão sobre o abdômen a observar o filho.
- Eu ia escolher o de trás mesmo. - Sorriu, meio de canto, não queria apavorá-lo.
- Não é melhor deitar?
Hitomi indagou a ele, dando espaço conforme se sentaram juntos. Por fim pegou o celular e mandou uma mensagem ao pai, indicando qual seria o endereço do hospital.
- Iie, estou bem. - Shinya falou e inclinou o pescoço para trás, suspirando. - ... O que está fazendo?
- Ai caralho... - Toshiya falou ao ver o engarrafamento, quase absurdo em uma das ruas e desviou meio bruscamente, adentrando um atalho. - Desculpem.
- Caralho Toshiya, é pra me levar pro hospital, não pra uma corrida.
- Porra, anda fazendo muitas barbas por aí?
Hitomi indagou a ele, provocando é claro. Negativou à pergunta do pai, disfarçando não ser nada de mais, sabia que ficaria feliz em receber a visita do pai inesperadamente. Não teve resposta na mensagem, mas sabia que havia visto. Shinya riu baixinho, apesar de dolorido.
- Ai gente, parem de ser tão maus comigo, eu odeio dirigir em situações de emergência.
Toshiya disse e por fim estacionou em frente ao hospital, saindo do carro para ajudar o outro com o amigo. Hitomi deu um sorriso meio canteiro, mais pela colocação da situação na frase. Ao estacionarem, podia ver ser atendido por um enfermeiro, levando até o veículo a cadeira de rodas onde o pai fora acomodado. Seguiu com ele e deu um apertinho em seu ombro, indicando que tudo ficaria bem, pensava. Shinya suspirou, sendo guiado a cadeira de rodas e pela enfermeira seguiu ao quarto, claro, tentou não chamar muita atenção, mas o outro com sua altura gigantesca e roupas pretas não parecia muito discreto. Desviou o olhar ao filho e deslizou uma das mãos pela dele, retribuindo seu gesto sutil.
- Podemos ir com ele? Eh? Mas como vamos saber se vai ficar tudo bem?
- Por favor, aguardem aqui fora, logo vamos dar noticias, primeiro precisamos trocar as roupas dele e analisar o ocorrido, ele ficará meio desconfortável na presença de vocês.
- Esperamos em frente a porta, mãe.
Hitomi disse a ele, dada a proibição de entrada ao quarto onde ele logo desapareceu. Não demorou mais que quinze minutos da entrada no hospital e podia ver o pai pelo corredor, direção a ambos.
Kyo tomou o celular do bolso enquanto observava a organização da galeria. Estava movimentava com a arrumação, produtos para lá e cá, ainda assim sabia estar atendo ao aparelho, evitando problemas com a correria da banda ou mesmo de casa. Notou a mensagem do filho e no entanto voltou o celular ao bolso. Deixou avisada a saída, sob responsabilidade do encarregado e seguiu ao veículo, posteriormente ao endereço indicado. Não tinha certeza do motivo, não foi informado. Também não havia visto qualquer reação do baterista que pudesse leva-lo ao hospital, imaginava algum acidente em casa, nada que fosse de longo prazo. Teria tomado informação, mas não queria falar com ninguém, por sorte havia visto o caçula pelo corredor e seguiu até lá, junto ao filho e o baixista.
- O que houve?
Disse, e embora estivesse preocupado sobre a situação, podia soar tranquilo.
- Oi Kyo. E-Eu não sei, estávamos conversando e o Shin apareceu pedindo pra trazer ele pra cá, então... Nos assustamos porque ele estava com a roupa suja de sangue e não parecia ter se machucado, parece que ele estava com dor no abdômen, ou algo parecido. Quase entrei em pânico.
Kyo cruzou os braços sobre o peito enquanto fitava o baixista que viera antes do filho a dizer. Claro que franziu o cenho, naturalmente, embora dessa vez analisasse a situação. Suspirou por fim, imaginava se não era talvez algum tipo de gravidez ou coisa assim.
- E aí, faz quanto tempo?
- Faz uns quinze minutos, acho que levaram ele pra fazer alguns exames. Espero que... - Desviou o olhar ao sobrinho e logo ao amigo em seguida. - Bem, você sabe. Espero que não seja nada sério.
- Hai...
Shinya falou ao filho e fora levado para o interior do quarto, onde teve que trocar as roupas e passar por alguns exames, alguns meio constrangedores até resolverem fazer exames mais a fundo após perceberem que não era nenhum machucado ou corte. Tirou até sangue, e fora acomodado na cama do quarto, com as roupas de hospital e alguns cobertores.
- Eu quero ir embora...
- Eu sei, mas não se preocupe, o doutor logo virá falar com você sobre o resultado dos exames, vou deixar seus parentes entrarem, tudo bem?
- Hai, obrigado.
- Com licença. - Disse a enfermeira a sair ao corredor. - Vocês já podem entrar, ele está esperando.
- Eu vou primeiro. Já eu chamo vocês.
Disse aos outros dois, e tocou o ombro do filho como o pedido, não viu, mas ele assentiu a concordar. Adentrou a sala e notou o companheiro lá, já acomodado, parecia bem e deu-lhe um sorriso singelo, canteiro.
- Cachoeirinha.
Shinya suspirou e ajeitou os cabelos, queria parecer apresentável ao filho e o amigo, porém quem havia entrado era o outro, e uniu as sobrancelhas, sem entender o porque, mas claro, fora o filho que ligou. Abriu um pequeno sorriso, e por um momento esqueceu-se de tudo ao vê-lo sorrir, claro, não sentia mais dor, fora medicado.
- Kyo... O Hitomi te ligou?
- Passou uma mensagem. - Kyo disse e por fim tocou seus cabelos ao chegar a seu lado. - Está com dor?
Shinya sentiu o pequeno arrepio pelo corpo ao vê-lo se aproximar e certamente ele podia notar uma mudança nos batimentos cardíacos pelo monitor, claro, não era acostumado com algum tipo de carinho da parte dele, quer dizer, recebia as vezes, mas nunca se acostumava, embora fosse muito bom. Encostou a face sobre a mão dele, sutilmente ao sentir o toque e negativou.
- Já passou... Me deram remédio. Eu... Não queria te atrapalhar...
- Não funciona assim.
Kyo disse e por um instante voltou a atenção ao monitor, visto que as batidas ressoadas em breves "pis" havia aumentado em frequência, nada que houvesse dado demasiada atenção e tornou olhar para ele.
- Já falaram o que houve?
- I-Iie...
Shinya disse ao vê-lo desviar o olhar ao monitor e uniu as sobrancelhas, envergonhado, era casado há vinte anos, e mesmo assim, o coração ainda batia forte quando o via.
- O médico vai vir falar com a gente.
- Cadê o médico, porra? - Kyo falou, mas nada demasiado alto.
- Calma. -Shinya riu baixinho e segurou a mão dele. - Obrigado por vir.
Kyo pensou em perguntar se sentia algo que parecesse gravidez, porém preferiu não fazê-lo, imaginava que o teria angustiado com a possibilidade. Shinya suspirou e nem pensava sobre isso, fazia tanto tempo que nem sabia o que era gravidez, quase dezoito anos desde o último filho, sinceramente, achou que não pudesse mais engravidar.
- ... Espero que... Que não seja... Que eu não tenha perdido um bebê.
Kyo fitou-o na verdade um pouco surpreso pelo comentário, inesperado.
- Sentiu algum sintoma? - Retrucou por fim, dada iniciativa por parte dele mesmo.
Shinya negativou, unindo as sobrancelhas a observá-lo e apertou sua mão em meio a própria.
- Claro, algumas tonturas, mas... Nada que pareça com a da Kasumi ou Hitomi, então... Eu não sei.
- Hum. Tontura é porque tem trabalhado demais e se alimenta mal, eu suponho. Cadê a porra do médico...
- Eu tenho me alimentado bem... Ao menos eu acho.
Shinya murmurou e logo ouviu o barulho da porta e o doutor que adentrara a sala com a enfermeira, que havia ficado meio atrás, e claro, nenhum dos amigos haviam entrado, mas o amigo estava quase em desespero do lado de fora.
- Desculpem a demora, eu tive que esperar o resultado do exame e analisar. Como está se sentindo?
- Bem, eu... Estou melhor, sem dor.
- Entendi. Bem, aparentemente, você não tem nenhum problema, nenhum machucado ou corte evidente, por isso, como sabe, tivemos que fazer o exame e só então entendemos o que está de fato acontecendo.
Shinya assentiu, e estava quase estrangulando o médico, queria ouvir logo qual era o problema.
- Por favor, me diz que não tenho câncer ou alguma doença horrível.
- Não, claro que não, sua saúde está boa, embora você tenha alguns sinais de anemia, você precisa se alimentar melhor, ainda mais agora. Você está esperando um bebê, aparentemente deve ser algo em torno de dois ou três meses, porém, não temos noticias muito boas a respeito, por sorte você não teve um aborto, mas, segundo sua ficha, você é baterista e tem feito muito mais esforço do que seu corpo suporta, tem se alimentado mal, e suas atividades são muito cansativas, então, pelo menos por um tempo, você precisará ficar em repouso, caso contrário, isso terá um risco grande ao bebê.
- ... Então... Eu estou grávido mesmo? Ele está bem? - Shinya murmurou e já sentia o nó na garganta. - Eu machuquei ele?
- Ele parece bem agora, não se preocupe ou se culpe por isso, aparentemente você não sabia. Precisa se alimentar melhor e se cuidar, senhor Niimura, é importante, pra você e ele agora.
- ... Mas temos turnê, você... Você confirmou que sairíamos em turnê, eu não posso... Parar de tocar.
- Bem, eu recomendo repouso por hora, caso haja alguma atividade física de muito esforço, sabe dos riscos para com o bebê, então pedimos que o senhor tenha cuidado. Vamos deixá-los a sós, meus parabéns, e vou lhe receitar alguns remédios para dor caso a tenha, você já pode ir, vou pedir que a enfermeira o prepare e a cadeira de rodas. Com licença.
Kyo observou o médico e como habitual, cruzou os braços enquanto o esperava dizer, embora fosse cheio de delongas, esperou-o falar. Quando mencionei gravidez, quase já havia imaginado que aquilo era relacionado. Embora não tivesse sintomas, qual outro motivo seria? Fitou-o de soslaio, tentando notar que tipo de expressão havia estampado ao saber que teriam outro filho, naquela idade, embora não fossem velhos, não era uma idade que imaginaria ter outro filho. Shinya saiu o médico deixar a sala e permaneceu alguns segundos fitando a parede, confuso, porém as mãos sobre o abdômen já antes de saber, acariciaram sutilmente o local, com um pequeno sorriso nos lábios e logo desviou o olhar a ele. Kyo fitou-o no igual silêncio, sem saber sobre como reagir. Claro que não estava infeliz com a notícia, mas realmente estava surpreso com o fato.
- Uau.
O maior sorriu meio de canto, e tinha a face corada ao ouvi-lo.
- Achei... Que eu não pudesse mais ter filhos...
- Ora, por que não teria? Tem cinquenta anos e eu não sei? - Kyo indagou e por fim tornou afagar seus cabelos. - Parabéns.
Shinya riu baixinho e negativou, voltando a segurar a mão dele e beijou-a.
- Idem, papai.
Kyo sorriu a ele, escondendo os olhos já naturalmente pequenos e que diminuíam no sorriso. Shinya observou seu sorriso, e teve vontade de apertá-lo e nunca mais soltar, era tão lindo, que não saberia descrever. Sorriu e apertou a mão dele, tentando se conter.
- ... Eu te amo tanto.
- Eu também... Mas já sabe, achou que estava comendo bem, vai tomar algumas vitaminas.
- Hai, eu vou. Me perdoe... Está... Está preparado pra ter outra Kasumi indo comprar pão com você, te acordando de manhã? - Shinya riu baixinho.
Kyo riu entre os dentes.
- É claro que sim.
O maior sorriu, observando aquele sorrisinho gostoso dele e puxou-o para si, sutilmente, selando-lhe os lábios.* Você é lindo, desculpe, não consigo evitar. Shinya riu.
- Acho... Acho melhor avisar o Hitomi e o Toshi antes que eles morram.
Kyo abaixou-se conforme puxado e selou seus lábios como pedido.
- Tsc. - Resmungou, não dando bola ao elogio mas assentiu ao pedido. - Uhum, mas já estamos de saída de qualquer forma.
- Hai. Se eu pudesse, ficaria aqui com você o dia todo te vendo sorrir.
Shinya murmurou e sorriu a ele, e de fato, estava feliz de poder vê-lo feliz, imaginava o quão chateado ele ficaria se tivesse acontecido algo ruim ao bebê, por algum motivo, não costumava pensar nele como alguém preocupado, mas numa situação assim, sabia que ele iria se chatear. Após vestir as roupas com a ajuda dele, e claro, sem movimentos bruscos fora colocado novamente na cadeira e o casaco branco, levava consigo, dobrado sobre o colo, vestia o maior, dado pelo filho e ao sair, observou-o ali, parados na porta, o baixista quase tendo um ataque, e julgou ser por isso que segurava a mão do filho.
- O que houve? Você está bem? Me diz que não é nada grave, por favor.
- Eu estou bem. -Shinya sorriu. - O Hitomi vai ter um irmãozinho.
Hitomi fitou a silhueta dos pais a sair da sala médica, pela feição do pai sentado em cadeira de rodas, não parecia ser nada ruim. Tinha segurada a própria mão pelo baixista, recente namorado, e mesmo na presença dos dois, não pareceu se importar em soltar, deduziu que apenas havia mudado a expressão, como se aquilo fosse uma preocupação e não um namoro com o filho de seus amigos e quase seu filho por consideração, que talvez fosse assim como os pais costumavam ver. Kyo ajudou-o com as vestes e por fim o pôs na cadeira de rodas, levando-o consigo após despedir-se do médico num agradecimento. Nem se deu conta das mãos dadas e não dava muita importância na verdade. Deu um sorriso meio de canto ao perceber a expressão engraçada do baixista diante da notícia.
- Oh... Parabéns, mãe. - Hitomi disse e podia perceber a euforia contida no pai ao anunciar.
- Um irmãozinho? Eu vou ter outro sobrinho? Eu vou... Eu vou ter outro sobrinho?! Ai meu Deus, que bom! É menina ou menino? Deixa pra lá, vou comprar roupinhas amarelas.
- T-Toshi... Olha o barulho.
Shinya falou, achando graça do ânimo dele e sentiu a face se corar, assentindo ao filho e segurou uma das mãos dele, apertando-a em meio as próprias.
- Obrigado, meu amor.
Hitomi riu e acariciou a mão no pai enquanto fitava o companheiro.
- Quem vê parece que você é quem vai ter um filho, oji-san.
- Ai, por Deus. - Riu. - Hum, ter um bebê não seria ruim. O que acha, Hiito? Acha que... Alguém... Ia querer ter um bebê comigo?
Shinya sorriu a ambos e mordeu o lábio inferior.
- Você não ia largar essa criança nunca mais, do jeito que é Toshi.
Por um instante, Hitomi o fitou quase estupefato com a pergunta, imaginando que a havia dispersado sem querer.
- E eu vou saber? - Disse, dando uma cotovelada em seu braço, descontraidamente é claro, sem repreendê-lo.
- Não consigo imaginar você tendo um bebê, Toshimasa. - Disse Kyo.
Toshiya riu, é claro que sabia que ele se sentiria desconfortável, brincaria com ele depois.
- Poxa... Parem de fazer bullying comigo.
- Onde ele foi parar? Já faz uma semana.
Orochimaru disse e suspirou, não tinha notícias dele já havia um tempo, mas tudo bem, ele sempre voltava. Naquele dia estava em uma pequena vila onde havia ouvido rumores sobre o homem que procurava, havia levado consigo a espada, sabia que se o encontrasse, resolveria os problemas que tinha com ele de uma vez por todas, mas talvez, encontrá-lo naquele dia ali, naquela hospedagem não fosse de fato o que esperava que ocorresse.
- ... Hey! Você não se lembra de mim, não é? Seu desgraçado.
- Uh? Ah, se não é o meu filho bastardo.
- Bastardo? Você sabe muito bem que eu não sou bastardo, seu desgraçado. Eu vim buscar a sua cabeça, quero desafiar você pra uma luta.
- Me desafiar? Garoto, você não conseguiria nem sonhar em tocar em mim. Você é fraco.
- Quer apostar? Amanhã, às seis da tarde, na estrada principal.
Ele riu.
- Vá pra casa, Orochimaru, para a sua mãe. Ah, é verdade, eu matei a sua mãe.
Cerrou os dentes, tinha ódio de como ele falava com toda aquela naturalidade e sacou a espada da bainha, empunhando-a contra o pescoço dele.
- Repita o que você disse! Repita!
Ele se aproximou de si, deixando a espada tocar sua pele.
- Eu matei a sua mãe. Vai me matar aqui, no meio da estalagem? Você vai preso garoto, sabe disso, não sabe?
Orochimaru estreitou os olhos e pressionou a espada contra a garganta dele, suficiente para lhe causar um corte, queria mata-lo ali e agora, mas tinha lágrimas nos olhos ao se lembrar da mãe, ele tinha razão, era fraco. Ao abaixar a espada, sentiu o rosto arder com o tapa que recebeu.
- Você sabe por que eu não matei você?! Porque eu achei que você pudesse ser alguma coisa melhor do que esse pedaço de luxo inútil que você era quando era criança, garoto! E olha só o que você virou! Um espadachim falido.
Akuma havia sumido por um tempo, mas nunca deixou de estar por perto, estava se nutrindo do espírito doce daquele cara, mas precisava se alimentar, precisava caçar, umas idas no bar, nuns quartos de estalagem, estava cheio o suficiente por algum tempo, mas agora tinha fome de outra coisa e ele estava com raiva suficiente. Sorriu, alguns metros atrás dele, enquanto via seus olhos intensos e furiosos, aquela conversa ridícula, não por parte dele é claro. Atrás da figura daquele homem que dizia ser tão temido, parecia apenas um mero humano, como qualquer outro, diferente dele. Não disse uma palavra sequer, mas ele podia ver a si, atrás do homem que lhe deu a vida. Se aproximou, soprou o pescoço, tocou seus cabelos, mas não não seria capaz de ver, apenas Orochimaru o era. Orochimaru estava de olhos estreitos, mas relaxou quando o viu atrás do homem, ele estava tocando a ele, e pensava se ele não poderia vê-lo. O homem se arrepiou, virando-se brevemente.
- Não fiquem tão perto de mim! Eu posso acabar com ele sozinho!
- Senhor, não tocamos o senhor...
Akuma riu, verdadeiramente travesso. Tocou-o em sua nádega. No fim, projetou uma imagem que lhe poderia ser dolorosa, mas era um demônio no fim de tudo. Era uma mulher agora, a mulher que lhe dera a vida, sua mãe. Só então saiu de trás do homem e o deixou ver a si.
- Oi, querido.
Orochimaru podia ver o rosto dele enquanto ele se modificava e arregalou os olhos conforme via em seu rosto a imagem da própria mãe, teve que se afastar, passos para trás, abaixando a espada.
- ...
- Eh?! Mas que porra é essa? Quem é você?!
- Ora, sou sua mulher. Quer dizer, sou a mulher que você acha que matou. - Akuma sorriu para ele. - Oi meu amor. - Disse ao outro, tocou seu rosto aflito.
Orochimaru estava apático, e ao sentir o toque, assustou-se num sobressalto, sabia que era ele, porque a mão era quente como brasa.
- Você não é a Sayuri. Eu me certifiquei de que ela estivesse bem morta antes de sair daquela casa. - Disse ele, sacando a espada da bainha.
- Você não sabe de nada, homem tolo. Não sabe sequer quem é a mulher com quem se casou. Guarde sua espada, não vai querer lutar comigo, meu filho acabará com você.
- Seu filho não passa de um moleque mimado. Eu atravessaria sua cabeça antes que ele sacasse a espada da bainha.
- Tente.
Akuma disse e se pôs a frente do homem. Orochimaru parecia travado, sabia a que se devia, mas claro que lhe deu alguma agilidade para agir e defender a si com o manejo de sua espada, não controlada por ele mesmo, mas o pôs à frente, contendo a espada de seu pai antes que pudesse investir contra si. Não ia atacar seu pai, sabia que ele queria aquele mérito, mas também não permitia ser tocado. Orochimaru assistia aos dois, e os pés estavam cravados no chão, a própria mãe havia morrido quando era criança, e não acreditava que a estava vendo no rosto dele naquele momento e também não acreditava que ele estava tomando a imagem dela da própria cabeça, ou da cabeça do próprio pai. Ele, é claro investiu contra Akuma, sabia que ele o faria, era o tipo de homem que achava que ninguém era melhor do que ele, mas não conseguiu ver se quer os próprios movimentos, havia saído do chão com uma leveza ímpar, certamente porque ele queria que agisse daquela forma e o som das espadas que se chocaram fez com que voltasse à consciência.
- Seu maldito!
- Não é possível... - Ele disse. - Você não tinha como sair de lá com essa velocidade. Que merda é você?!
- Ele é meu filho. Por sorte, puxou a mãe e não você seu pedaço de lixo. Do contrário seria de fato um espadachim falido. Tudo o que você fez ou é, eu permiti, Yato. Eu te ajudei, mas você é um homem ingrato, que não honrou a família que conquistou, merece morrer miseravelmente, mas não farei isso e não permitirei que qualquer outro homem faça senão o meu filho.
Os olhos de Orochimaru estavam estreitos, não queria que ele ajudasse a si, mas naquele momento, sabia que se não tivesse a ajuda dele, seria massacrado. É claro que o homem sabia que não era a própria mãe, ou se fosse, havia voltado do túmulo, um espírito. Ele caminhou para trás, assim como seus homens, amedrontados, haviam se dado conta de que aquilo não era algo natural.
- ... Você foi mexer onde não devia, não é, Orochimaru? Isso não é a sua mãe, é um fantasma, uma assombração. O que você fez?
Orochimaru manteve os olhos nele, fixamente enquanto os pés tomavam distância, queria acerta-lo ali mesmo, mas ele havia corrido para a saída.
- Amanhã na estrada! Esteja lá!
Akuma apenas sorriu, um sorriso largo e perverso é claro. O deixou ir, não sem antes provocar um amolecimento em suas pernas, tornando sua corrida trêmula, como um cão amedrontado.
Conforme o viu sair, Orochimaru desviou o olhar a ele, atrás de si.
- Onde você esteve toda a semana?
- Estive me alimentando.
Akuma disse e quando ele se virou, já era o que ele costumava ver. Orochimaru suspirou, pelo menos não teria que lidar com a imagem ou a voz dela.
- ... Não faça isso de novo. Com ela.
- Hum, foi tão divertido!
- Divertido, é? Pra você, só se for.
- Ah, foi muito legal. - Akuma deu de ombros, havia de fato se divertido. - Vai me dizer que não foi legal ver ele todo confuso?
- Foi. - Orochimaru disse e riu. - Embora eu quisesse mesmo arrancar a cabeça dele aqui.
- Você vai. Eu estou até excitado com a sua raiva.
- Eh? - Orochimaru disse e arqueou uma das sobrancelhas, o comentário havia sido repentino. Viu uma moça se aproximar de si, devagar. - Senhor... Eu preciso pedir que saia... Estão assustando os hóspedes.
Akuma riu diante do comentário dela e sorriu para a mulher.
- Venha querido, vou te levar pra um lugar melhor pra dormir, aqui só tem panos em ripas.
Orochimaru assentiu conforme o ouviu e seguiu com ele para fora, não era a primeira vez que era expulso de algum lugar, então.
- Aonde vamos conter minha excitação? No meio do mato ou na minha casa?
Orochimaru desviou o olhar a ele.
- Você quer mesmo transar comigo? Não dá, eu preciso de um banho.
- Eu quero. Raiva me excita e você está transbordando. Não me importo com banho, não sou humano, vamos.
- ... - O menor uniu as sobrancelhas, mas assentiu por fim. - Sua casa.
- Então vamos.
Dito, Akuma se aproximou dele e o tomou próximo do corpo, o levou naquela viagem para si atordoante. Ao chegar, Orochimaru estava totalmente enjoado, odiava aquela maldita viagem, mas estava se acostumando.
- ... Porra...
- Relaxe, meu viajante solitário. - Akuma disse e levou as mãos em suas roupas sujas, desenlaçando o obi. Podia sentir seu corpo suavemente trêmulo, nervoso.
- Uh, que delícia.
Orochimaru suspirou e assentiu a ele, mas ainda estava puto, então naturalmente tremia de raiva, e estava frio, suava frio na verdade, era um medo misturado com a raiva. Suspirou conforme o sentia tirar as próprias roupas e fechou os olhos.
- A-Akuma...
- Fale, minha cobrinha.
Akuma disse e despiu sua roupa, jogando-a num canto qualquer pelo chão, com firmeza o levou para o futon, jogou e embora fosse rápido, tinha leveza. Ao se deitar, Orochimaru levou um tempo para que a mente se organizasse e pudesse fita-lo direito. Guiou as mãos ao redor do pescoço dele, e só então percebeu estar sem roupas.
- Nossa... Quão rápido você é pra fazer isso?
- Posso ser muito. Mas vou ser bem rápido aonde você gosta. Hoje vou oficializar nossa relação.
- Hum? - Orochimaru disse conforme o ouviu e riu meio de canto. - Você vai casar comigo, é isso?
- Você vai descobrir.
Akuma sorriu e em frente a ele, desenlaçou o obi, despiu-se cheio de charme é claro. Ao se fazer nu, deixou o quimono aos pés e partiu para o futon junto a ele. Orochimaru fitou o corpo dele conforme ele se despia, ele era tão bonito, não tinha vergonha de pensar nisso sempre.
- Seu corpo... Não tem nenhum defeito.
- Então deixe de enrolar e aproveite ele, eu sei que você gosta. Venha me chupar.
- Eh?! Não... Não sei fazer isso.
- Tudo tem uma primeira vez.
Orochimaru Uniu as sobrancelhas e estremeceu, sentia um arrepio percorrer o corpo em pensar em fazer isso, era confrontar muito a própria sexualidade, mas sabia que era gay, tinha certeza.
- ... E se você não gostar?
- Eu vou gostar. Quem não gosta de um buraco quente e úmido?
Akuma riu, travesso.
- Hum, mas pra isso você tem outra parte minha.
Orochimaru disse, mas levantou-se pra se ajeitar e ajoelhou-se, empurrando-o para a cama.
- Oh, é uma bela resposta. - Akuma disse e se sentou, sorriu a ele já entre as próprias pernas. - Quero as duas partes.
- Eu dou as duas pra você. Mas tenha paciência.
Orochimaru disse num pequeno suspiro e o segurou em meio aos dedos, estava puto pelo que havia acontecido, mas feliz que ele havia ajudado a si, então queria recompensa-lo. Abaixou-se e enfiou-o na boca, até onde conseguia, nem fez preliminar alguma, não era habituado, então foi direto ao ponto.
- Eu tenho muita paciência, pequeno Orochi.
Akuma disse ao sentir seu toque, era incerto mas bem disposto, achou fofo. Imergiu em sua boca sem delongas, sentiu seus dentes mas não se importou com eles, até gostava. Ele era quente, mas certamente não tanto quanto a si. Orochimaru podia senti-lo quente dentro da boca, bem quente, aquela era uma parte naturalmente quente, mas se surpreendeu com a temperatura, era como uma comida muito tempo no fogo, mas não era desagradável. Ao retira-lo da boca, sugou-o em sua ponta, e gostou do sabor dele, estranhamente.
- Hum...
- Hum, está gostando da sua refeição?
Akuma indagou e sorriu, sabia o que estava pensando, sabia que estava gostando. Daquela vez não o estava excitando, mas sabia que ele estava excitado. Levou os dedos entre seus cabelos, deslizando as unhas em sua nuca, desceu ao pescoço aonde firmemente o segurou.
Orochimaru desviou o olhar, não precisava falar com ele, podia só pensar. "Você sabe que sim, tem um gosto bom. Mas queria ele em outro lugar". Percebeu naquele momento, que por pensamentos se sentia mais confortável, mais desinibido com ele porque não tinha vergonha de falar, falar era um problema, e corou ao pensar nisso.
- Oh, estamos começando um novo tipo de comunicação? - Akuma riu entre os dentes. - Tem um gosto bom, ah? Seu pervertido. Gosta do sabor do meu pau, hum... - Empurrou-o para si, mais vigoroso.
Orochimaru riu baixinho conforme o ouviu, de canto, não podia de fato porque estava no vai e vem a colocá-lo e tirá-lo da boca. "Hum, eu sei que você não se importa em ler os meus pensamentos, então só assim pra falar com você enquanto eu estou com a boca ocupada. Está tão duro só por me ver nervoso?"
- Hum, está tão sincero hoje, seria a raiva de seu pai? Ou apenas sentiu tanto a minha falta?
Akuma retrucou e deslizou a mão de sua nuca até as costas, alcançou como podia, sua nádega e deslizou o dedo médio entre elas, sentiu a parte mais íntima de seu corpo. Orochimaru suspirou e abaixou a cabeça, não queria olhar pra ele, estava envergonhado e sugou-o, firme em sua ponta, mas o tirou da boca num sobressalto ao sentir o toque.
- N-Não...
- Não? Por que não?
Akuma indagou e com a mão livre tornou puxa-lo em direção ao sexo, mesmo que não precisasse de fato usar a mão para trazê-lo. Orochimaru negativou e colocou-o na boca novamente, havia somente se assustado, não havia nada demais e o colocou até onde alcançava da boca novamente.
- Você queria me por aqui dentro antes, agora está resmungando, é? - Akuma deslizou o dedo, delineando sua intimidade. - Devo ir?
"Sim... Mete logo o dedo já que você quer mesmo." Orochimaru fechou os olhos, evitando o contato visual e suspirou, voltando a enfia-lo na boca conforme retirou.
- Hum, está ousado hoje. Você quer meu dedo ou quer sentar em mim?
"Eu quero sentar." O menor pensou, e sentiu um arrepio percorrer o corpo, ao mesmo tempo, perguntou-se se iria doer.
- Hum, quanta ousadia, espadachim. Venha, use sua raiva nos quadris, eu quero tanto isso....
Ao retira-lo da boca, Orochimaru o lambeu, esperava ter sido bom o suficiente e ao empurra-lo para a cama, sentou-se sobre ele, na altura de seus quadris, sentiu os fios negros se dispersarem pelo rosto, bagunçados.
- Você foi bem, gosto da forma como ficou realmente satisfeito em me chupar.
Akuma sorriu, sabia que ele havia gostado da experiência. Se deitou de bom grado, embora preferisse se sentar, levou as mãos em suas coxas e deslizou pressionando-as sob os dedos até sua pelve. Encarou-o e sorriu a medida em que o fez se sentir úmido numa parte específica de seu corpo, úmido e quente.
- Ah!
Orochimaru gemeu conforme o sentiu dar a si aquela sensação, era sempre estranho, se sentia como uma mulher conforme ficava úmido daquela forma, pensou por um momento como seria ser uma, mas negativou.
- Você quer que eu sente?
- Você quer que eu transforme você em uma mulher? - Akuma indagou, intruso em seus pensamentos de forma habitual e que ele já conhecia. - Eu quero que você se sente. - Ao dizer, claro que fez com que seu corpo se movesse involuntariamente para baixo, mas não o penetrou, aquela parte deixaria ele fazer por si mesmo.
- Não.
Orochimaru disse, rapidamente o respondendo e mordeu o lábio inferior ao sentir o corpo dele contra as nádegas, teve que se levantar novamente e segura-lo entre os dedos, guiando-o para dentro de si e se sentou devagar, sentindo cada centímetro dele adentrar o corpo, gemeu, prazeroso, não doía, embora estivesse apertado, quando ele fazia aquilo consigo, quando ajudava a lubrificar a si, era mais fácil. Akuma sentiu beirar e deslizar em seu âmago morno e escorregadio. Penetrou as paredes estreitas de seu corpo, correndo para dentro em seu abraço firme, ele tinha um tamanho bom, era como estar moldado para si e aquilo não era proposital, não havia feito aquilo em seu corpo. Um sopro deixou os lábios, como um protesto de prazer. Orochimaru sorriu a ele, mas quando o ouvia gemer ou um suspiro como aquele, sempre se perguntava se ele estava realmente sentindo prazer consigo ou se apenas estava aumentando suas sensações. Se perguntava de era de fato bom naquilo. Se moveu, devagar, o deixando sair e entrar em si novamente, era a primeira vez que ficava por cima, mas as pernas ainda suavemente tremulas pela raiva de antes se apoiaram na cama, os joelhos, e era um pouco desajeitado, mas tentava imitar as mulheres que já havia visto fazer aquilo, parecia bom, quando se movia, era gostoso, então achou que para ele também seria. Akuma podia ler as preocupações que pairavam em seus pensamentos, achava graça que se perguntasse sobre sua performance sexual, achava graça que aquela altura ele já houvesse aceitado aquilo tão bem a ponto de querer uma troca mutua de prazer. Sorriu e ao se sentar, esticou-se, lambeu seu queixo, tocou seus cabelos medianos e enroscou seus fios rebeldes nos dedos.
- Eu gosto do seu corpo, viajante.
- Gosta? Não me chame assim... Me chame pelo meu nome.
O menor murmurou e fechou os olhos, não queria olhar pra ele, na verdade queria, mas estava envergonhado por estar sobre seu corpo. Aproximou-se e repousou a cabeça em seu ombro, beijou o pescoço dele algumas vezes e moveu suavemente os quadris, rebolando sobre ele.
- Obrigado por me ajudar.
- Hum, Orochimaru.
Akuma sussurrou, soou provocativo. Pendeu o pescoço, sentindo seus beijos quase tímidos ou apenas distraídos, tentando não pensar sobre o que faziam.
- Foi um prazer. - Disse, havia de fato se divertido muito, talvez até provocasse aquele homem mais vezes, com ele ou não.
Orochimaru fechou os olhos, mordendo o lábio inferior conforme o ouviu dizer o próprio nome, gostava de ouvir e ergueu-se, se empurrando contra ele, firme, sentindo-o entrar inteiro no corpo.
- Ah...
- Rebola, pequeno Orochi, use sua raiva. Xingue, pragueje, quero ouvir, quero sua raiva, me dê.
Orochimaru uniu as sobrancelhas, não gostava de ser chamado daquela forma porque era como a mãe chamava a si. Naquele momento estava tentando se aclamar, mas se ele queria que ficasse puto, bem, ficaria. Estreitou os olhos e apoiou as mãos nos ombros dele, empurrando-se firme contra seu corpo e a respiração passou a descompassar aos poucos.
- Seu filho da puta!
- Hum, é um bom começo.
Akuma disse e sorriu para ele, levou as mãos a delinear seu corpo, sentindo sua cintura, correndo até os quadris e sua nádega firme, deu a ele um tapa firme, tentando arrancar mais de suas palavras. Orochimaru sentiu a pele arder com o tapa e mordeu o lábio inferior, não costumava apanhar, então isso realmente irritava a si um pouco. Agarrou-se aos cabelos dele, firmemente entre os dedos e ainda se empurrava sobre ele como se tivesse algum comando sobre a situação, nem sabia que não tinha. Akuma pendeu o pescoço para trás e erguera o queixo sob os lábios sorridentes. Com a mão esquerda, de sua nádega subiu ao rosto.
- Diga. - Dito, deslizou as unhas em sua bochecha mas lhe desferiu um tapa.
Ao sentir o tapa, Orochimaru estreitou os olhos e puxou os cabelos dele.
- Caralho, Akuma!
O riso soou travesso.
- Vamos, xingue. Sinta raiva.
- Por que quer tanto que eu fique com raiva, seu maldito? Eu vou é te dar uma porrada, isso sim.
- Porque eu vivo disso. Então dê.
- Você não vive da minha raiva, você mata humanos pra isso.
Orochimaru disse e o apertou nos ombros com ambas as mãos, firme, fechando os olhos conforme o sentia tocar a si bem onde gostava.
- Aquele filho da puta... Acha que sabe mais do que eu.
- Mas a sua é a mais saborosa pra mim. - Akuma retrucou, sentindo seu calor subir por dentro, aquela era a sua ira, suas lembranças de seu pai. - Ele é um homem egocêntrico, a vontade de se provar é muito maior do que o amor ao filho e a esposa.
- Ele sempre foi esse babaca, sempre! Eu queria poder abrir a cabeça dele!
Orochimaru disse e conforme falava se empurrava com mais força sobre o corpo dele, agarrando-o nos cabelos, no ombro, onde podia e as unhas machucavam sua pele.
- Você pode fazer isso, mas eu quero provoca-lo antes.
Akuma disse, queria antes atormentar o homem. Ao descer novamente as mãos por suas nádegas, segurou com força, queimou sua pele nos dedos cálidos e o puxou vigorosamente, quase doloso, causou-lhe dor a fim de obter mais de sua raiva, mas também, lhe deu algum prazer, sabia juntar suas sensações.
- Ah!
O menor gemeu ao sentir a dor da queimadura e a maior atingiu a pele dele num tapa, contra seu rosto, mas não fora firme de fato, tivera algum cuidado.
- Isso dói, caralho!
Akuma arqueou a sobrancelha, sentindo no rosto seu tapa desferido, sorriu, mas não proveu graça, estava o provocando.
- Que foi? Eu nem te machuquei.
Orochimaru disse num pequeno sorriso, havia sido como o tapa que ele havia dado em si antes.
- Você sabe, é? Já me conhece bem, Orochi.
Com os dedos em sua pelve, Akuma o puxou para baixo, penetrou-o com força novamente, e aos poucos criou ritmo nas investidas, se encontrando com ele como ele consigo em seus movimentos.
- Ah! - Akuma gemeu, inclinando o pescoço para trás conforme sentiu as investidas dele, eram doloridas, mas gostosas. - Droga... Eu adoro transar com você...
Disse, mais para si mesmo do que pra ele, estava excitado e por um momento achou que havia apenas pensado, mas falou sem querer.
- Eu também gosto de transar com você. Gosto muito.
Akuma disse sincero e mordiscou seu pescoço, arrancou algumas gotas de sangue. O levou para o futon, se fez entre suas pernas e tomou maior firmeza, maior ritmo. Ao se deitar, Orochimaru separou as pernas para ele, dando espaço para que se acomodasse novamente dentro de si. Suspirou e mordeu o lábio inferior.
- Ah... Vem... Vem Akuma...
- Fale mais.
Akuma disse, sobre ele, entre suas pernas. Segurou suas coxas firmes e intensificou o calor entre suas nádegas, seu lubrificante, aonde corria facilmente para dentro e para fora.
- Vou te fazer gozar.
Falou e na última palavra formulada na frase, sensibilizou cada parte de seu corpo, deixando-o sensível ao toque. Ao sentir o calor percorrer o corpo, Orochimaru agarrou-se ao lençol da cama, firme, mas não aguentou e acabou por se segurar nele, em suas costas, puxando-o para si, estava tão excitado, era tão bom, tão gostoso.
- ... Me fode Akuma! Me fode! Ah! Mais... Mais forte, mais forte...
Akuma deu a ele o que pediu, podia fazer, podia partir seus quadris ao meio e ainda assim dar prazer a ele, podia mudar sua percepção de prazer, mas gostava de conhecer o que ele realmente conhecia. Quando ele enfim se aproximou do ápice, aquela era a hora. Abaixou, o mordeu, penetrou seu pescoço enquanto amaldiçoava seu corpo humano, envenenou seu corpo, matou o que tinha de sua humanidade e seria doloroso, mas o queria, não deixaria aquilo ser passageiro. Orochimaru podia sentir os movimentos firmes dele, onde gostava no corpo, e não conseguia suportar mais, iria gozar, estava muito perto e gemeu, prazeroso conforme sentiu a sensação gostosa invadir o corpo, mas junto dela sentiu suas presas como as de um vampiro penetrarem a carne, e aquela sim era uma dor excruciante, não somente de suas presas, mas também a sensação de ardência que percorreu a mordida e correu para o corpo, doía tanto, era tão forte que não conseguia se quer respirar direito, podia sentir o coração parar aos poucos, e todo o tecido da pele parecia doer, como se algo ruim corresse as veias, era como uma transformação para um vampiro, mas estava consciente, estava extremamente consciente de tudo, e gritou, agarrando-se ao corpo dele, não iria aguentar, não conseguia aguentar, estava perdendo a consciência.
- ... Akuma... Que... Porra você... Isso dói...
Disse conforme ia fechando os olhos, soltando-o até que as mãos caíssem sobre as costas dele, havia desmaiado.
- Oh... Eu devia ter terminado antes, fiquei na mão.
Akuma disse, quando enfim o moreno desfaleceu, ele não podia ver mas sua pele tinha um tom cintilante e esverdeado, suas bochechas estavam escamosas, havia de fato conseguido o que queria. Saiu de dentro dele, daria algum tempo para seu corpo novo.