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junho 2020
Masashi se encostou no limiar da porta, de braços cruzados entre as mangas do quimono que usava, preto e vinho, olhava para ele em alguma distância, que parecia falar consigo mesmo enquanto mexia nos vasos de flores e pequenas ervas que gostava de plantar. Ele era do tipo que as pessoas julgavam mal encarado, humorado, mau uma porção de coisas, mas sabia o quão dócil ele havia se tornado com o tempo, sem perder sua firmeza, sabia o quanto ele era sensível por dentro e talvez isso fora o que sempre enxergou nele, mesmo antes de conhece-lo, por mais clichê que fosse compará-la a uma daquelas rosas que ele gostava, ele era como elas, lindas, luxuosas e delicadas embora facilmente pudesse ferir alguém e por Deus, o amava, verdadeiramente amava.
- Hum, talvez com mais algumas flores ficariam melhor. Masashi? - Katsuragi disse e virou-se em direção a ele. - Masashi? Você está me ouvindo? - Disse a arquear uma das sobrancelhas e sorriu meio de canto. - Esta distraído é? Estou falando com você, palhaço.
Dito, ajeitou uma mecha dos cabelos pretos atrás da orelha e o kimono, que agora era mais folgado na região da própria barriga.
O riso soou entre os dentes do menor e caminhou para ele, se aproximando, usou de seu mesmo gesto, colocando para trás uma mecha de seus cabelos espessos.
- Você quem sabe de flores, eu só concordo.
Katsuragi sorriu a ele e assentiu, selando seus lábios em seguida.
- Bem, eu acho que a casa está pronta, quer dizer, faltam alguns detalhes de decoração, mas... No geral está tudo pronto. A gente já pode se mudar pra cá.
- Quando você quiser. - Masashi disse e sorriu a ele, retribuindo seu selar com um novo.- Embora eu saiba que você provavelmente vai passar mais tempo lá do que aqui.
- Infelizmente, ainda tenho que cuidar dos garotos. Mas cuidaremos dele aqui.
- Eu sei disso. Sei que gosta de lá, também gosto na verdade.
Katsuragi sorriu meio de canto.
- Eu sempre gostei mais dessa casa. Gosto da ponte, das árvores, dos peixes no lago, mas... Eu já fui tão ruim aqui.
- Não importa, você teve seus motivos. A vida não era gentil com você. Mas... Agora você tem a oportunidade de melhorar aqui.
- Na verdade, houve um tempo em que eu não tinha porque ser um imbecil.
O maior disse num sorriso e assentiu, deslizando a mão pelos cabelos dele.
- Não? Bem, você era rude antes de ter vindo parar num bordel?
Katsuragi negativou.
- Eu era uma criança. - Sorriu a ele. - Mas um erro não justifica o outro.
- Certamente que não, mas, uma criança pode facilmente sofrer a influência do ambiente. As pessoas lidam de formas diferentes. Porém, agora você está bem.
Masashi tocou-o no topo de sua cabeça, embora não tivesse o hábito. Katsuragi assentiu e sorriu a ele, abraçando-o contra si.
- Agora eu tenho você
- É. - Masashi disse ao concordar e o abraçou, por um momento até se sentiu como se estivessem cálidos feito um abraço humano. - Pra cuidar de você e do bebê.
Katsuragi sorriu e assentiu novamente.
- ... Você está curioso se será uma menina ou um menino?
- Hum, um pouco talvez. Mas não tenho exatamente qualquer preferência. E você?
- Eu também não. Mas estive pensando. E quero chamá-lo de Masami.
Masashi o observou, surpreso por se lembrar do nome do próprio irmão, suspirou e sorriu.
- É um ótimo nome.
Katsuragi sorriu e deslizou os dedos pelas pétalas das flores.
- Então será Masami.
- Masami.
Masashi repetiu, como ele. Não sabia se ficava um tanto melancólico ou feliz. Katsuragi puxou-o para si novamente e beijou-o em seu rosto.
- O que você quer comer? Que tal irmos ao lago com alguns lanches?
- Hum, seria bom. Qual lanche você quer comer?
O menor indagou e o retribuiu, beijou sua testa porém.
- Hum, talvez um de queijo.
- Tofu, talvez onigiri de shiitake, ah?
- Hum... Oishi!
- É? - Masashi riu entre os dentes e assentiu. - Vou fazer pra você, mamãe.
Katsuragi sorriu.
- Isso parece sempre que você está me chamando de mamãe porque é meu filho. Tenho complexo.
- Não, e isso é quase nojento. - Masashi sorriu ao dizer. Torceu o nariz porém.
- É mesmo.
- Então vamos, tenho uma encomenda de bolinhos de arroz pra hoje.
- Hum, melhor entregar no horário, ou um bebê vai ficar bem chateado.
- É, papai e mamãe também querem bolinhos e molho de soja.
- Uhum.
♦
Com a colher côncava, Masashi pegou uma porção do arroz, com as mãos molhadas modelou em triângulos os pequenos onigiris após adicionar os cogumelos em recheio, bem, sabia fazer algumas coisas na cozinha, havia cuidado do irmão por algum tempo, suficiente para que se virassem. Estava um pouco pensativo embora inegavelmente feliz. Após trabalhar as unidades dos bolinhos de arroz, deixou alguns para os meninos do bordel e colocou os demais numa cesta, para o outro. Passeou pela cozinha, preparando tudo o que fazia parecer a tarde apetitosa e agradável. Ao descer as escadas, Katsuragi o viu na cozinha, preparava os bolinhos e sorriu para si mesmo conforme o viu ali, caminhando até alcança-lo e beijar seu rosto.
- Esta tudo bem?
Masashi virou-se, a tempo de ganhar o beijo na bochecha ao percebe-lo ali e colocou o tofu, o qual cortou em cubos.
- Sim, vai ser divertido.
Katsuragi assentiu e deslizou uma das mãos por seus cabelos.
- Esta pensativo por causa do Masami?
- Hum, talvez um pouco.
O menor disse, mas sorriu a ele conforme se virou para fita-lo.
- Não se preocupe, ele está melhor agora. - Disse num sorriso. - Sabe disso.
- Eu não sei.
Masashi disse, não acreditava muito nisso, talvez de uma forma egoísta, achava que estaria bem se estivesse consigo. Katsuragi uniu as sobrancelhas e deslizou uma das mãos pelos cabelos dele.
- Masashi, você fez o que pôde.
- Eu não quero ouvir isso, é sempre o consolo que as pessoas tem sobre uma situação. - O menor disse mas sorriu, não queria parecer grosseiro com ele. O tocou então em sua bochecha fria. - Mas obrigado por tentar.
- ... Eu não sei consolar ninguém, na verdade, minha especialidade sempre foi fazer o contrário. - Suspirou. - Eu gostaria de tê-lo ajudado... Mas provavelmente na época, eu ainda era um idiota.
Masashi negativou silencioso, não havia mesmo nada que pudessem fazer, mas achava uma afronta estar vivo aquela altura, se perguntava porque havia todo aquele privilégio e ele não. Mas quem sabe o desprivilegiado fosse na verdade a si e não ele.
- Tudo bem, eu estou bem, só gostaria de saber como ele estaria agora, o que estaria fazendo, se estaria se apaixonando pela primeira vez. - Sorriu ao pensar sobre isso.
Katsuragi assentiu e na verdade, não estava feliz por saber como ele se sentia. Abaixou a cabeça e observou a cesta, silencioso colocou a garrafa com chá.
- Parece confortável e apetitoso?
Masashi indagou ao se referir à cesto, tinha o hábito de desviar os assuntos para que conseguisse esquecer deles. Katsuragi assentiu e por fim seguiu até ele, o abraçou por trás e apertou-o no abraço.
- Ora, não fique melancólico.
O menor disse e deslizou as mãos em seus antebraços, acariciando-o.
- Você está. E eu não gosto de ver você assim...
- Eu estou bem, não estou melancólico. - Masashi disse, falsamente resmungando.
- Hum.
Katsuragi estreitou os olhos e tocou sua cintura, numa espécie de cócegas. Masashi encolheu-se sob o toque provocativo e virou-se rapidamente de frente para ele.
- Não, não...
Disse em retruque e descontou nele da mesma forma. Katsuragi riu e negativou, segurando as mãos dele.
- Olha o bebê!
- Ah, então ele vai sentir cócegas do papai também!
- Não!
O maior riu e fingiu morder suas duas mãos. Masashi puxou as mãos, como se fosse evitar as mordidas mas voltou a cutucar sua cintura. Katsuragi riu e negativou, puxando-o para si e deu uma suave mordidinha em seu pescoço, sem realmente machucar.
- Seu porcaria.
- Porcaria, é?
Masashi riu e por fim o abraçou, sentindo o mordisco no pescoço. Katsuragi sorriu a ele.
- Vem, traga a cestinha.
O menor pegou a cesta após fechar e adicionar também alguns doces.
- Então vamos, princesa.
- Vou pegar a toalha, colocamos na beira do lago.
- Tá bem.
Masashi disse e achava graça naquela atividade, ainda mais por ser um pedido dele, que se dizia tão grosseiro, era uma atividade quase ingênua, como a diversão de uma criança.
- Sabe que as vezes, eu fico imaginando se fôssemos amigos quando crianças. Consegue imaginar?
Katsuragi desviou o olhar a ele e riu baixinho, assentindo.
- Hai... Apesar de que, eu... Não tive infância.
- É, também não era criança quando eu era, mas estamos imaginando.
Katsuragi assentiu e sorriu a ele.
- Hum, podemos imaginar algumas coisas, eu até gosto.
- Talvez, como nos conheceríamos.
- Hum... Acho que talvez se morássemos na mesma vila, ou talvez, se minha mãe conhecesse a sua.
- Hum, você era provavelmente uma criança linda.
- Hum, não mais do que você.
- Muito mais, certamente.
- Hum, sei bobo. - Riu.
- Claro que sim.
Masashi colocou a cesta no braço e tao logo deixou a casa junto dele. Katsuragi sorriu ao menor, seguindo com ele para o lago, que não era longe, era logo na saída da casa, e seguiu pouco ao lado da ponte onde colocou a toalha.
- Venha, sente.
Ao chegar, o menor deixou a cesta de lado e se pôs a ajuda-lo com a toalha que esticada, logo se acomodou sobre. Deitou-se logo, espreguiçando-se. Katsuragi riu ao vê-lo se deitar e negativou, sentando-se com ele a observar o lago, parecia agradável, podia ver as carpas.
- Gosto daqui.
- É muito bonito aqui. Nosso bebê terá um ótimo lugar pra crescer.
O maior assentiu e sorriu a ele, deslizando uma das mãos por seus cabelos.
- Hum, você ainda não viu minha barriga não é? Sou meio chato com isso por me achar gordo, eu sei.
- Hum, vi uma vez quando você dormia. - Masashi sorriu, travesso.
- Ah é? Seu!
O menor riu, entre os dentes.
- Está bonita e lustrosa. - Brincou.
- Lustrosa? Ora!
- É, toda cuidada com olinho. - Riu.
- Hum... Deixe meus óleos de amêndoas em paz.
Katsuragi riu e levantou-se, deslizando uma das mãos pelo obi e desenlaçou-o, retirando-o e deixou-o cair no chão, ainda de costas a ele, abriu o kimono, deixando-o deslizar pelos ombros, e expor a ele o corpo que embora já tivesse idade, era firme como o de um garoto, claro, se cuidava muito bem para isso. Ao se virar, sutilmente, sorriu a ele, e ele podia ver a barriga crescida dos cinco meses de gestação. Ao assisti-lo mesmo ainda de costas, por um momento Masashi teve a impressão de que aquele gesto era impudico, como se seu corpo fosse vir a tona como o de uma garota, mas percebeu que ele não tinha seios, embora aquilo não fosse novidade. Observou sua barriguinha e sorriu, não sabia porque ele queria mostrar agora, mas imaginava que teria alguma razão, queria ser mimado? Pensou e o tocou, acariciou-o. Katsuragi sorriu ao sentir o toque sutil na pele e retirou a roupa íntima que usava, expondo as nádegas a ele, e riu conforme o fez, seguindo em direção ao lago e molhou os pés.
- Você vem?
- He-hey! Seu sem vergonha!
Masashi disse, ainda tinha a sensação de que alguém o veria por ali, ainda assim o admirou sem roupas. Katsuragi sorriu a ele.
- Estamos sozinhos, Masashi, a quilômetros de distância da vila.
- Hum... Vai nadar com as carpas então, ah?
- Vou sim. Você também vai.
- Hum, vou só admirar por hora. Vamos, faz charme.
Katsuragi riu baixinho e segurou os cabelos entre os dedos, enrolando-os em frente ao corpo e adentrou a água. Masashi ajeitou-se para observa-lo. Iria acompanha-lo mas ia assistir sua pequena apresentação por uns minutos.
- Vamos lanchar sem roupas depois?
- Mas é claro, que não.
O maior riu e mergulhou após dizer, voltando a superfície pouco depois e jogou os cabelos para trás.
- Ora, você ia gostar que eu sei.
- Ia, mas o bebê vai pegar um resfriado. - Katsuragi disse e claro, estava brincando.
- Ah, você não vai se resfriar...
- Eu não, o bebê.
- Nenhum dos bebês.
Katsuragi riu. Masashi se levantou pouco mais tarde, e bem, se despiu pra se juntar a ele, embora não estivesse muito confortável para isso. O maior desviou o olhar a ele conforme tirava suas roupas e sorriu, mordendo o lábio inferior.
- Uh, está animado em me ver?
- Sempre estou.
O maior sorriu, comprimindo levemente os lábios conforme seguia para ele, fingia-se acanhado.
- Ah é? Gosto assim.
- Claro que gosta, hentai.
Katsuragi riu e estendeu a mão a ele.
- Vem
Masashi pegou sua mão e o puxou para consigo, o abraçou logo, sentindo seu corpo nu, era agradável. O maior riu baixinho e abraçou-o, apertando-o contra o corpo.
- Hum, eu te amo.
- Eu também te amo.
Masashi disse e descansou o queixo em seu ombro, beijou seu pescoço. Katsuragi sorriu a ele e deslizou uma das mãos pelos cabelos dele.
- Não está gostoso aqui?
- Está, mas me sinto exposto. - Masashi mordiscou de leve seu pescoço.
- Se sente exposto nada, seu porcaria. - Katsuragi riu.
- Sinto sim. Nu, nuzinho.
Masashi riu, entre os dentes e mesmo contra sua pele onde o beijou e mordiscou de leve.
Katsuragi sorriu e desviou o olhar a ele, puxando seu rosto a observá-lo e caminhou até a beira do lago, sentando-se numa pedra que tinha mais ou menos a altura dele, talvez estivesse um pouco mais alto, pouca coisa, e separou as pernas a dar espaço a ele.
- Você é lindo.
Masashi caminhou devagar até ele, acomodou-se consigo junto a pedra que usou de assento e deslizou as mãos em suas coxas conforme se pôs entre elas.
- Hum, não vá se machucar. - Sussurrou. - Você que é.
Katsuragi riu baixinho e negativou.
- Não vou, é seguro.
- Se ralar sua pele eu vou ter que lamber pra curar. - Masashi sorriu ao dizer.
Katsuragi riu e assentiu.
- Ah, então acho que meu corpo todo está ralado.
- Hum, todo? Então, devo começar a lamber onde?
- Hum, que tal meu pescoço? - Sorriu.
Masashi se aproximou dele e lambiscou seu pescoço, devagar, mesmo que já o tivesse feito antes. Katsuragi suspirou e segurou os cabelos dele, enlaçando os dedos aos fios.
- Hum... Kimochi.
- Onde mais? - O menor indagou, mesmo junto de sua pele, o lambiscando.
- Hum, desce mais.
- Me diz onde, especificamente.
- No peito. - Katsuragi sorriu.
- Oh...
Masashi disse, achando o pedido excitante, imaginava que diria mais embaixo, mas gostava da ideia de não ser tão direto. Desceu lambeu sua pele no peitoral, logo ao mamilo, lambiscou, um após o outro. Katsuragi suspirou conforme sentiu o toque dele e massageou sua nuca, roçando as unhas compridas no local.
- Ah... Masashi...
- Kimochi?
O menor Iindagou ao soar junto de sua pele, roçando os lábios ao falar com ele e mordisco, puxando gentilmente. Katsuragi assentiu e mordeu o lábio inferior.
- Ah... Mais em baixo... Na barriga. - Sorriu.
- No meu bebê, hum?
Masashi indagou e ajoelhou-se, sentindo a água subir o nível na pele. Beijou sua barriguinha redonda, não muito generosa. Katsuragi sorriu a ele e assentiu, mordendo o lábio inferior.
- Hum, você quer me beijar em baixo também? Hum, está quase embaixo d'água.
- Acho que eu não preciso respirar.
Masashi disse mas beijou mais uma porção de vezes sua barriga.
Katsuragi sorriu e assentiu a ele, mordendo o lábio inferior.
- Hum, isso... Foi estranho porque... Ele chutou minha barriga, você sentiu?
- Você está emocionado, hum? Ele pode estar sentindo.
- Ah... Foi a primeira vez que ele fez isso.
- Ele sabe que o papai está por perto. Né, Masami...
Katsuragi sorriu a ele e deslizou uma das mãos por seu rosto, porém segurou a mão dele com a outra, guiando sobre a barriga com os suaves movimentos do bebê.
- ... Cortou o clima, mas... Esse é um clima muito bom também. - Sorriu.
- Hum, você volta rapidinho. - Masashi disse e acariciou sua barriga, sentindo a movimentação suave do bebe. - Oi oi, neném.
Katsuragi sorriu a ele e deslizou uma das mãos por seu rosto enquanto ele falava com o bebê. Masashi ergueu o olhar a ele e sorriu, acomodando o queixo sobre sua barriga, cuidadoso. Katsuragi deslizou a mão pelos cabelos dele, acariciando-o.
- Você vai ser um ótimo pai.
- E você também.
Katsuragi sorriu.
- Eu espero...
- Claro que vai, já está sendo.
Masashi disse e por fim desceu, beijou o contorno de sua barriguinha volumosa até o baixo ventre, bem, não deixaria seu clima quebrado. Katsuragi deslizou a mão pelos cabelos dele, acariciando-o, porém se surpreendeu conforme o sentiu descer pelo abdômen, sorriu a ele e mordeu o lábio inferior.
Shinya pegou a roupa íntima no chão a vesti-la, assim como a calça, mantendo-se de costas a ele enquanto o fazia e se quer ouviu os passos nos degraus da escada, somente quando já o tinha no quarto.
- Shin, eu deix.... Nossa senhora... Que isso?
- Toshiya!
Shinya disse, puxando as roupas sobre o corpo e desviou rapidamente o olhar ao outro, certificando-se de que havia escondido seu corpo do olhar do amigo.
- Sai! Como entra sem bater?
- Calma... - Toshiya riu. - Mas ué, transaram primeiro pra depois ir jantar? Não precisa nem jantar mais, Kyo.
- Toshiya! Sai!
Shinya ouviu-o rir, seguindo para fora do quarto, embora não soubesse se aquilo o incomodava de alguma forma e sentia as bochechas queimando quando foi até o armário e pegou a camisa preta para ele.
- E-Ele te viu?
Kyo voltou o olhar ao baterista, que parecia mais preocupado com o membro que colocava dentro da calça do que com seu próprio corpo desnudo.
- Acho que não.
Deu de ombros, embora o desagrado do maior ficasse evidente.
- ... Filho da puta. - Shinya falou e logo vestiu a camisa preta, soltinha, estendendo uma das mãos ao outro. - Vamos?
- Não é como se ele não tivesse pau, Shinya. Ou como se ele não transasse.
Kyo retrucou e se levantou, deu um sorrisinho canteiro diante do palavrão.
- É, mas ele quer ficar olhando o seu pau.
Shinya falou e logo cessou ao ver o sorriso dele, e aos poucos, sentia a face se corar até ficar quase roxo, havia dito duas coisas constrangedoras.
- Ah, ele disse isso pra você?
Kyo indagou com aquele mesmo ar risonho, embora não estivesse a rir.
- Não precisa dizer, é óbvio. E você... Você acha engraçado?
- Acho engraçado que seja tão obcecado com isso. Apenas vamos, estou com fome.
- Ficou com vontade do frango, diga. - Shinya riu.
- Quero carne vermelha. Você está louco pelo frango, hum?
- Ah, só um pouquinho.
- Vou te dar um frango inteiro, Shinya.
- Ai que horror.
O riso de Kyo morreu entre os lábios cerrados, sem ruído na verdade. Após substituir a roupa suja, colocou uma nova camisa e por fim seguiu com ele a deixar o quarto.
- Você podia ir sem camisa... Porque...
Shinya murmurou e sorriu, mordendo o lábio inferior.
- Mal quer que o Toshiya veja, imagine então sair na rua, hum?
- Hum, vou expor o que é meu. Vamos.
Shinya murmurou, adentrando o carro logo e colocou o cinto. Após adentrar o veículo, Kyo seguiu com ele o caminho até alcançar o restaurante qual optou. Era um típico restaurante japonês onde almofadas espessas no chão faziam-se de assentos, a mesa era baixa e sobre ela o espaço era generoso ainda que numa parte fosse ocupada pela pequena churrasqueira de pedra onde os próprios clientes faziam suas porções servidas. Ao entrar, levou o companheiro a uma das mesas e sentou-se com ele confortavelmente, como se estivesse a se aconchegar no chão da sala mesmo em casa. E embora fosse tradicional, não detinha uma aparência relaxada, tinha detalhes bonitos que traziam algum aconchego aos clientes. Shinya sorriu ao observar o local, aconchegante e bonito e só de pensar, sentir o cheirinho da camisa, salivava. Claro, não havia almoçado. Logo, se aconchegou junto dele numa das mesas e observou o cardápio. Talvez fosse pelo frio lá fora, que mesmo a fumaça dos pequenos churrascos em particular fazia com que o ambiente parecesse ainda mais acolhedor. Ao olhar o cardápio, Kyo optou por uma carne saborosa, vermelha, o frango assado que ele tanto queria e também um udon. Shinya sorriu de canto, e não sabia como haviam aquelas opções estranhas em um restaurante japonês, mas que bom que poderia comer junto do macarrão.
- Estava com tanta vontade que parecia aquela vontade que eu tive quando estava esperando o Hitomi.
Kyo sorriu a ele, não tinha certeza se era uma indireta porém não perguntou. Aceitou e experimentou o sunomono de entrada, sentindo o tempero oriental um pouco cítrico, gostava.
- Vai poder matar sua vontade.
Shinya sorriu meio de canto e assentiu, não era uma indireta de fato, tanto que nem a percebeu. Observou a entrada, nada apetitosa, não gostava de pepinos e preferiu o tofu que mergulhou no shoyu e levou aos lábios. Kyo não se demorou a receber a porção de yakiniku onde prontamente dispôs na pequena churrasqueira de mesa, logo após a seleção de temperos que preferiu. Shinya observou o frango, meio sem saber o que fazer, porém seguiu as indicações dele e do garçom para o preparo na pequena churrasqueira e sorriu.
- Que bonitinho.
Shinya observou o frango, servido já assado para si e sorriu, porém decepcionado por não poder usar os espetinhos como ele usava e riu baixinho, cortando um pedaço para si. Kyo dispôs os pequenos pedaços sobre a churrasqueira e deixou por um instante os hashis de lado, aceitando por fim o udon que partilhou com o baterista, experimentando o caldo agridoce. Shinya sorriu a observar o potinho na mão dele, e o macarrão entregue a si pelo hashi.
- Hum... Oishi!
Murmurou, observando o marido, marido... Uma palavra estranha de usar ainda e tão... Encantadora. Sorriu para si e mordeu o lábio inferior, já podendo sentir a face se corar ao cruzar o olhar com ele, e deu-se conta de que mesmo sendo marido dele, não sabia nada dele ainda, o que era meio excitante.
- Está tão quente assim?
Kyo indagou, notando o rubor em suas maçãs faciais logo após ingerir o macarrão espesso do udon e voltou a comer um deles, virando posteriormente os filetinhos de carne sobre a churrasqueira.
- Ah? Iie... É... - Shinya riu baixinho. - Só pensando.
- O que?
Kyo perguntou e deu-lhe o hashi, deixando a ele a oportunidade de mexer naquela pequena churrasqueira, visto que parecia se divertir olhando o aparelho. Shinya pegou o hashi, sorrindo ainda e virou a carne algumas vezes, e era de fato divertido, compraria uma pra fazer em casa.
- Estava ponderando que não sei nada sobre você mesmo que sejamos casados...
- É claro que sabe. - Kyo disse, num breve arqueio da sobrancelha. - Você acha que não.
- Não sei. Você... É misterioso demais. Não sei nada sobre seu passado, e bom, queria muito saber o que você pensa de vez em quando, sua mente parece que vai explodir.
- Não vai explodir se coloco as ideias para fora.
Shinya sorriu a ele.
- Já pensou algo ruim sobre mim?
- Não, algo como o que?
- Não sei...
- Sempre fomos amigos, não tenho porque pensar coisas ruins de você.
- Hum... Que tal se fizermos uma brincadeira?
- Que brincadeira?
- Vamos fazer... Perguntas estranhas um pro outro pra ver qual seria a resposta?
Shinya sorriu de canto, comendo mais um pedacinho de frango.
- Eu não tenho nenhuma pergunta estranha pra fazer, então... Provavelmente só teria de responder.
Kyo pegou um dos pequenos filetes de carne, tirando-o de cima da churrasqueira, dispondo num dos pratos. Shinya riu baixinho.
- Hum... São perguntas loucas, não precisa ser nada real, só brincadeira. Vamos lá, você... Subiria num palco pelado?
Kyo fitou o outro, franzindo o cenho com a pergunta.
- Se eu quisesse ser tirado dele, provavelmente.
Shinya riu.
- Bela resposta...
Kyo sorriu ante o "elogio" e levou a carne até a boca, pegando uma delas para servir a ele, dispondo fronte a seus fartos lábios. Shinya sorriu e aceitou a carne, mastigando o pedacinho com um sorriso nos lábios.
- Não vai me perguntar nada?
- Eu não sei o que perguntar. Prefere doces ou salgados?
- Ah isso não é uma pergunta louca. - Shinya riu. - Hum, doces. Você transaria comigo aqui agora?
Falou tranquilamente enquanto cortava o frango e logo desviou o olhar a ele, de rabo de olho, com um sorrisinho nos lábios e a face corada. Kyo arqueou a sobrancelha, e por um instante se voltava ao jantar mas ergueu o olhar a ele, e sua pergunta deveras incomum, algo o qual não parecia costumeiro a ele, talvez mesmo em casa nunca havia dito a palavra "transar" tão expostamente.
- Não, não tenho fetiche por estranhos me olhando. Você tem? - Disse, como a pergunta que teria que formular.Shinya arregalou os olhos suavemente e negativou algumas vezes.
- N-Não... Não... Eu não... Não disse isso.
- Se tudo o que queria era perguntar isso, poderia ter ido direto ao ponto.
- M-Mas não era isso que eu ia perguntar...
- Não precisa disfarçar, Shinya.
- Mas eu não... Por que eu... Eu...
- Hum?
Kyo indagou e pegou um pouco do caldo agridoce do udon. Shinya uniu as sobrancelhas, e provavelmente já estaria trocando de cor de tão vermelho.
- Eu só queria brincar, não... Tinha intenção de perguntar uma coisa dessas...
- Não tinha? - Kyo retrucou e entregou em seu potinho com frango um filete de carne vermelha, assada. - Então como a pergunta saiu da sua boca?
Completou e não tinha problema com aquela pergunta, mas queria implicar com o companheiro. Shinya negativou, mordendo o lábio inferior, e era óbvio que havia ficado envergonhado, por isso permaneceu em silêncio a finalizar a refeição.
- Vamos, Shin, como saiu? - Insistiu enquanto comia. Shinya uniu as sobrancelhas a desviar o olhar a ele, e a voz morreu na garganta, apertando no colo o tecido da roupa.
- E-Eu só... Perguntei... Por perguntar.
- Está desenvolvendo algum tipo de fetiche?
- Não... Nunca.
- Hum, usotsuki.- Iie!Kyo deu-lhe um sorriso canteiro.
- Está gostando da comida?
Shinya desviou o olhar ao próprio bowl e assentiu, desviando o olhar ao redor e esperava que ninguém tivesse ouvido, e teria pavor de fazer aquilo na frente de tanta gente, claro que fora só uma pergunta absurda da brincadeira.
- Não precisa ficar tão tímido, aproveite o passeio.
Shinya assentiu e sorriu de canto, pegando o pedacinho de carne deixado para si.
- Por que tem tanto ciume do Toshiya?
- Eh?
- É a continuação do seu jogo.
- Ah... - Shinya murmurou, desviando o olhar ao prato em seguida. - Ele sempre gostou de você.
- Só por isso?
- Por que mais seria? Toda vez que você aparece sem camisa em algum ensaio ele quase baba se ficar com a boca aberta, não quero ele perto de você.
- Se fosse assim teríamos alguns problemas com a fan base. Não há porque ter ciúme de algo que não dou atenção.
Shinya ergueu a face a observá-lo.
- ... Está falando que fica perto dele por fan service?
- Não, estou falando que se fosse assim, teríamos problema em ter ciúme de toda a fan base.
- É, mas os fãs não tem acesso a você.
- Você é o primeiro a pedir favores pro Toshiya quando precisa, você traz ele mais para a nossa vida do que eu. Além do fato do que eu disse logo no início, não é como se eu desse atenção para o Toshiya.
- Claro que eu peço favores a ele, é nosso amigo apesar de tudo, mas eu tenho ciúme.
- Então, ele é um amigo.
- ... Nunca olhou pra ele de forma estranha? Você já beijou ele.
- Já simulei um beijo com ele.
Shinya uniu as sobrancelhas.
- Não foi um beijo, nem toque houve.
- Certo.
- E por sinal, não estávamos juntos.
Shinya desviou o olhar a ele e assentiu.
- Por que não podemos dizer que somos casados?
- Porque isso diz respeito a nós e não aos outros. De todo modo, isso é por conta do assédio dos fãs, você mesmo deveria saber disso.
Shinya assentiu novamente, desgostoso, mas não havia como discutir com ele.
- ... Você já... Sentiu vontade de... Ser...
- O que?
Kyo indagou, sem saber sua continuação, ou melhor, até tinha alguma noção. Pegou uma das pequenas fatias de carne e colocou em seu potinho. Shinya observou o pedacinho de carne com um sorriso nos lábios e logo o levou a boca.
- ... Passivo?
- Não. Você estava querendo ser ativo?
Shinya desviou o olhar a ele e negativou.
- Não, não... Foi só uma curiosidade. Mas... Você deixaria?
- Não...
Kyo fitou-o meio torto, achando estranho pensar na ideia dele querendo aquele tipo de coisa.
- Vou comprar algo pra você se distrair com isso.
Shinya arregalou os olhos e negativou, abaixando a cabeça a sentir a face se corar novamente.
- Não... Eu só perguntei mesmo, não que eu queira...
- Sei.
Kyo disse, soando propositalmente incrédulo sobre sua resposta.
- Juro. - Shinya sorriu. - Tem alguma pergunta pra mim?
- Hum, já não consigo pensar em mais nada.
- Hum, vamos a algo mais estilo suas músicas. Se eu morresse... Não que isso seja possível porque te acho bem sensato, mas... - Shinya murmurou, pensativo a observar a mesa, tentando formular a pergunta. - Você faria uma sopa com os meus pedaços? - Riu baixo, desviando o olhar a ele.Kyo surpreendeu-se brevemente com a pergunta, mas sorriu de canto enquanto ainda comia.
- E dividiria no jantar com as crianças.
- ... Acho melhor eu não morrer então. - Shinya riu.
- Certamente que é.
Shinya riu e logo desviou o olhar a ele, o observando.
- Kyo...
Shinya murmurou num suspiro e parecia se dar conta de algo, mas só quis suspirar enquanto o observava mesmo.
- Me desculpe por fazer isso, sei que você não gosta, mas... Não consigo olhar pra você e não pensar nisso. Eu quero ficar pra sempre com você, quero todos os dias acordar do seu lado sabendo que você é só meu para o resto da minha vida. Queria poder ver você entrar pela porta da frente com a Kasumi nos braços pra sempre, enquanto carregam aquele saquinho de pão. - Riu baixinho. - Eu amo você.
Kyo ergueu o olhar e bem, deu um tempo no jantar para ouvi-lo. No entanto, aquele tipo de situação era um tanto desconfortável, não sabia como reagir a um "ataque" como aquele. Podia se sentir no geral, tão semelhante a ele, embora pequenos detalhes pudessem ser diferentes. Esticou a mão sobre a pequena mesa, alcançou seus dedos magrelos assim como seu corpo e tocou seus dígitos delicado, acariciando seu dorso.
- Eu também. - Disse, não no intuito de ser vago.
Shinya sentiu a mão em meio as dele, e de fato, havia desviado a atenção ao jantar, sabendo que ele certamente não responderia por se sentir desconfortável, mas ao sentir o toque, cessou tudo o que fazia e desviou o olhar a ele com um pequeno sorriso nos lábios e segurou a mão dele em meio a própria, apertando-a suavemente.
Ao se levantar, Orochimaru percebeu que ele ainda dormia, não o acordou, o deixou dormir, ele parecia muito cansado e a respiração era pesada. Havia saído para comprar algumas frutas, que não iria comer sozinho, sabia que ele não precisava de comida humana, mas achava uma pena que ele não pudesse comer. Ao voltar, deixou sobre a mesa a maçã e também mais dos pequenos motis, dessa vez, trouxe também tempurá com shisô. Quando Akuma acordou ele já não estava no quarto, mas sabia que não estava deixado ali, sabia que aonde ele estivesse, tinha intenção de voltar e parecia animado com alguma coisa, alguma novidade, talvez estivesse feliz com sua companhia noturna. Havia se permitido dormir naquela noite então podia aparecer uma pedra durante o sono. Ao se sentar na cama, viu-o cuidadosamente colocar as frutas e seu dejejum sobre a mesa pequena tal quanto o resto do quarto. Orochimaru desviou o olhar a ele e abriu um pequeno sorriso.
- Eu... Trouxe mais do doce que você comeu aquele dia. Trouxe frutas também.
- Você sabe que não preciso de alimentos. Mas se você pingar uma gotinha de sangue...
- Hum, posso fazer isso.
Orochimaru disse e sacou a espada, fez um pequeno corte no dedo e pingou sobre o doce, entregando a ele, mas sugou o dedo em seguida, que ainda escorria sangue.
- Ora, que furinho dramático.
Akuma disse a ele diante do gesto. Aceitou o doce, mas antes que ele partisse dali, claro, bloqueou seu caminho, travando seus passos. Da cama aonde estava se esticou, pegou sua mão e trouxe seu dedo para a boca, sugando em seu lugar.
- Acho que eu me empolguei um pouco cortando.
Orochimaru disse a ele e conforme parado, uniu as sobrancelhas, mas esticou a mão para ele e deixou-o sugar o sangue.
- ... É bom?
- Eu gosto, e você?
Akuma indagou e antes de solta-lo, deslizou a língua por seu dedo, ambíguo é claro.
- N-Não faça...
Orochimaru disse e fechou os olhos, tentando não olhar.
- Tem mãos bonitas, pequeno Orochi. - Akuma disse e mordiscou-o noutro dos dedos.
O outro gemeu ao sentir a pequena mordida.
- ... Co-Coma... Hoje vamos a Edo.
- Certo, não posso recusar um convite.
Akuma disse e o soltou, permitindo novamente que se movesse, só então comeu do doce. Orochimaru suspirou e voltou a mesa, escolhendo a maçã e mordeu. Em seu futon sem conforto, Akuma ficou, comendo aos poucos, agora fazia mais sentido come-lo. Tentou vasculhar o que em sua cabeça passava. Orochimaru não disse nada, mas se perguntava porque ele precisava do sangue se não era de fato um vampiro, como havia dito. Talvez apenas gostasse do próprio sangue. Olhou o dedo e notou que ainda sangrava, mesmo ele tendo sugado. No obi pegou um pequeno tecido, um retalho, e amarrou ao redor do dedo.
- Eu não sou um vampiro, mas posso sentir muito do seu sabor pelo sangue. A diferença é que não vou morrer sem ele. - Akuma revelou, tirando sua dúvida.
- Hum, e você está de novo dentro da minha cabeça. - Orochimaru disse numa repreensão.
- Isso acontece naturalmente. Posso ouvir mesmo sem tentar.
- Isso é horrível, e se eu tiver uma opinião ruim sobre você?
- Eu vou saber, mas não ouço tudo o tempo todo. Estou apenas concentrado em você.
- Entendi. Que bom que não tenho uma opinião ruim sobre você. - Disse num pequeno sorriso. - Você... Sabe então, sobre o dia em que eu fui...
- Ah, mas as vezes eu não me importo com opiniões ruins. Foi aonde?
Akuma indagou, fingindo-se desentendido.
- Nada. Em nenhum lugar. - Orochimaru disse num sorrisinho de canto.
- Lugar? Diga pra mim, Orochimaru.
- Não é nada demais.
Akuma sorriu, provocador, sabia bem do que estava falando.
- Sei que foi tentar me esquecer por aí.
- Hum? - O menor desviou o olhar a ele. - Não foi... Por sua culpa.
- Ah, não?
- Não... Bem, foi. Mas...
- Mas?
- Eu... Eu só queria ter prazer e não te chamar de novo.
- Mas queria comigo.
- ... Talvez.
- Claro que queria. Quis um vampiro, queria ser mordido.
Orochimaru suspirou.
- Você consegue ver tudo isso na minha cabeça?
- Consigo ver muito mais, pequeno Orochi.
O menor sentiu o rosto se corar suavemente e desviou o olhar.
- Não... Vasculhe.
- Não estou vasculhando. Mas eu sei que queria ter prazer comigo.
- ... - Orochimaru suspirou. - Achei que um vampiro faria da mesma forma.
- Ele não era eu.
- Eu percebi depois de um tempo. Ele não sabia mexer os quadris tão bem.
- E acha que teria sido bom se ele soubesse?
Orochimaru sorriu meio de canto.
- Provavelmente não.
Akuma sorriu canteiro.
- Convencido. Tire esse sorriso do rosto.
- Não sou convencido, você é quem está gostando do Kuminha.
- Kuminha? É um apelido fofo demais pra você.
Akuma riu, talvez fosse. Terminou o doce logo a seguir. Orochimaru sorriu meio de canto e mordeu o último pedaço da maçã.
- Vamos?
- Vamos, viajante.
Orochimaru riu baixinho e embalou o restante dos doces, levaria para ele, embora não dissesse nada. Akuma levantou-se, nu como estava, buscou as roupas que vestiu devagar. De canto, o menor o fitou enquanto se vestia e sorriu meio de canto, sutil, arrumando a espada na cintura.
- Pode olhar, não tenha vergonha.
Akuma disse enquanto ajustava o kimono, o que ainda dava vazão a ele para olhar na fenda aberta e frontal.
- ... - Orochimaru assentiu e o fitou mais diretamente, já que ele não se importava. - Você tem um corpo muito bonito.
- Pode usufruir quando precisar.
- Hum. - O menor assentiu e riu baixo, ajeitando o obi do próprio kimono. - Pronto?
Akuma terminou de se vestir, ajustou as roupas escuras. Podia ver que ele usava o quimono vermelho que lhe havia dado antes.
- Vamos lá.
- Vamos. - Orochimaru disse e ao sair do quarto, pagou por ele com a moça que trabalhava na pequena estalagem. Saiu com ele e espreguiçou-se, cansado. - Hum, o dia está bom hoje, gosto de dias nublados.
- Continua cansado? Não te dei um bom descanso hoje, samurai?
- Deu sim. Estou melhor.
- Que bom, eu vou sair por alguns dias depois dessa tarde, nos encontraremos em breve.
- Hum, como quiser...
♦
Um longo suspiro deixou os lábios de Orochimaru, estava de passagem pela vila e naquele dia, não havia visto ele desde cedo, julgou que ele pudesse ter ido atrás de comida, bem, o deixaria buscar. Ao seguir para uma barraca de comida, comprou um takoyaki, mas a moça da barraca olhava a si com uma cara estranha.
- Está tudo bem com a senhora?
- ... Vá embora, Youkai.
Orochimaru uniu as sobrancelhas.
- Youkai? A senhora está falando comigo?
- Sim, vá. Não precisa me pagar, só saia da minha loja.
Orochimaru arqueou uma das sobrancelhas, mas assentiu e seguindo para fora entendeu o que estava acontecendo.
- ... Você parece um carrapato, um vírus, uma doença difícil de se livrar, hein?
Falou para ele, e sabia que ele estava ali.
- Ora, não seja grosseiro, acabei de chegar, notei que sentia minha falta, então eu estou aqui. Mas... Parece que cheguei num momento ruim.
- Por sua culpa as senhorinhas acham que eu sou o demônio agora. Palhaço.
- Talvez você seja.
- Ah, sou? Onde você estava?
- Estava em minha casa, me alimentando.
- Na sua casa? Onde você mora?
- Há algum tempo daqui. Você quer ir lá?
Akuma indagou e sorriu, tipicamente lhe mostrando os dentes.
- Hum, não sei. Talvez eu nunca mais saia de lá se eu entrar, não acho seguro.
- Hum, então você quer ir.
Orochimaru sorriu meio de canto, já estavam com certa intimidade. Comeu uma bolinha do takoyaki e entregou o espetinho a ele.
- Você gosta de me alimentar feito humano, não é?
Akuma indagou mas aceitou o bolinho.
- Ué, é só não comer.
Orochimaru disse num pequeno sorriso.
- Mas você gosta.
- Gosto porque eu quero te mostrar coisas novas.
- Hum, isso soa gracioso. Me mostre coisas novas, Orochi-chan.
Orochimaru sorriu meio de canto.
- Hum, você é o único amigo que eu já tive, então.
- Ah, não seja tolo. Já teve, mas preferiu se afastar para ter uma conclusão no seu objetivo.
- Você está entrando na minha cabeça de novo?
- Não, mas eu já fiz isso antes.
- Seu maldito. Estava procurando alguma namorada, é?
- Não, você já foi bem solícito sobre sua opinião a respeito disso. - Akuma riu, entre os dentes.
- Ah, fui? - Orochimaru disse num pequeno sorriso e comeu mais um bolinho. - Quer outro?
- Claro, gosta mais dos homens, não quer nem um amigo, então namorada seria a última coisa que eu pensaria.
- Hum, de fato. - Orochimaru disse, iniciando a caminhada. - Não encontrei o que queria aqui, talvez na cidade vizinha.
- O que você quer encontrar, viajante? Sabe que eu posso achar pra você.
- Não, esse é um caminho meu, já te disse. Eu quero uma academia de esgrima, quero achar o samurai mais forte e lutar com ele.
- Ah...
Akuma disse, não diminuiria sua ambição, mas também não entendia a razão dela.
- Eu quero ficar forte, pra poder matar o meu pai.
- Eu sei, mas deveria ir direto ao que quer.
- Eu já tentei, mas ele é muito forte... Eu perderia de novo.
- O orgulho é algo cravado nos humanos.
- Não é orgulho. Se você soubesse de metade das coisas que ele fez...
- Eu sei, mas estou falando sobre querer fazer isso sozinho. Seu pai não fez isso sozinho.
- Na verdade, fez. Quando tentou me matar.
- Mas a força que ele ganhou para se tornar o que é hoje, certamente não foi sozinho.
- Como assim? - Orochimaru disse a unir as sobrancelhas.
- Ele não aprendeu as coisas sozinho. E também, um homem odioso, acha que existe pureza e esforço?
- Hum, eu sei que não, mas eu não sou ele.
- Tudo bem, eu entendo seu ponto.
Orochimaru suspirou.
- ... Me mostre sua casa, eu não tenho onde dormir essa noite mesmo.
- Ah, sempre terá onde dormir, só me pedir. - Akuma sorriu.
- Hum... Eu já dormi na floresta, não é tão ruim.
- Realmente, ainda mais se você não sentir frio. Vamos, vou leva-lo em minha casa.
Dito, Akuma se aproximou dele, o segurou por perto. Bem, não precisava se locomover, era uma criatura afinal, embora a viagem certamente fosse mais desagradável para a consciência dele do que a própria, uma vez que ao transporta-lo consigo lhe daria algum tempo desacordado, embora brevemente consciente. Ao pegá-lo, minuto depois já i depositava sobre o futon. Diferente do que poderia pensar, tinha uma casa habitável para um humano, era de aspecto tradicional, como um templo, ironicamente.
- Mas que porra que aconteceu? - Orochimaru disse, enjoado enquanto se deitava, e nem percebeu quando se deitara, estava tonto, muito tonto e teve que levar uma das mãos até a cabeça. - Você me bateu, porra?
- Não, apenas fizemos uma viagem, mas você é humano, então ela certamente não é uma boa viagem pra você. - Akuma riu, mostrando os dentes afiados.
- ... Que horror, eu vou vomitar... - Orochimaru disse a unir as sobrancelhas.
- Fique à vontade. - Akuma riu, entre os dentes já cerrados desta vez. - Mas aposto que adorou meu futon.
Orochimaru suspirou e só então notou o local onde estava.
- ... Por que está escuro aqui?
- Estamos numa região muito arborizada. Mas não está tão escuro, você só está se recuperando da viagem.
Akuma disse e risonho acendeu as lamparinas pela casa. Orochimaru piscou algumas vezes.
- Realmente não está... - Suspirou. - Estou melhor...
- Parece que a viagem é muito pra você.
Akuma provocou, mas sabia que de fato não seria uma viagem comum para um humano.
- Mas aqui é normalmente mais escuro, eu gosto assim.
- Hum, eu gosto de escuro também. Nossa, essa cama é macia.
- Eu disse que ia gostar.
Orochimaru sorriu a ele, de canto e se levantou, devagar.
- Eu estou sujo, não devia deitar na sua cama.
- É verdade, melhor ficar nu.
- Eu estou sujo nu também, palhaço.
- Mas está menos.
- Hum, isso é verdade. Tem algum rio aqui perto? Tenho que me banhar antes do anoitecer.
- Tem um lago logo na saída. Mas também tem um ofurô.
- Um ofurô... Na sua casa?
- Meu pequeno Orochimaru, eu sou imortal, individual, tenho que ocupar meu tempo quando não sinto fome.
- Hum, individual, mas me trouxe.
Orochimaru disse e riu, mas se levantou e deixou a espada de lado, ali podia fazer um pouco, ninguém iria tentar nada. - ... Posso me banhar lá?
- Por enquanto sou individual. Sim, você pode, mas eu vou ver.
- Imagino que você vá gostar da vista.
- É, também pretendo usufruir dela.
Orochimaru riu, estava deitado na cama dele antes, estava no quarto dele, sentiu vontade de toca-lo, mas não diria nada nem se aproximaria, era melhor não.
- Me leve.
- Oh, te levar? Não sabia que estávamos assim tão ousados.
Akuma brincou é claro, sabia como ele estava pedindo aquilo. No fim o pegou no colo, seguindo por levá-lo consigo até a acomodação de banho.
- Eh? Não... Não me pegue no colo, seu doido. - Orochimaru disse a se balançar, descendo do colo dele. - Eu quis dizer me levar até lá porque eu não sei onde é.
- Saiba que você viajou nos meus braços, querido. - Dito, tão logo Akuma o guiou até a casa. Achava estranho ter de seguir até lá sem que ele pudesse presumir aonde estava cada cômodo, afinal era diferente para si. - Vá em frente.
Orochimaru assentiu ao ouvi-lo e abriu o obi, deixando-o de lado, depois, abriu o kimono, retirando-o.
- Você... Vai ficar me olhando?
- Hum, acho que você quer companhia.
Dito, Akuma levou as mãos para as roupas que vestia, desenlaçou o obi, foi devagar embora pudesse se desfazer rapidamente da roupa.
- Por que você acha isso?
Orochimaru disse a fita-lo enquanto retirava o kimono, e por um momento pensou que não tiveram chance de se conhecer bem, foram só alguns encontros, e simplesmente transaram sem conversar, sem toques, sem nada. E embora soubesse que homens não gostavam de toques, que gostavam simplesmente de foder e pronto, sem delongas, não era assim. Queria beija-lo, embora soubesse que a boca dele era perigosa, queria toca-lo, queria trocar algum tipo de afeto com ele.
- Nunca diria.
- Porque eu aprendi sobre você, Orochi. Eu aprendi a ler seu corpo tão bem quanto posso ver a sua alma.
E Akuma não estava mentindo, embora pudesse com frequência ler seus pensamentos, e sabia que agora ele estava esperando por alguma coisa, gostava disso. Caminhou até ele após se despir, num minuto encheu a banheira redonda e de madeira, a água era quente o suficiente para ele suportar, embora gostasse de mais calor. E em sua menção de provar o toque do banho porém, o virou para si e então deu a ele o que queria descobrir, um beijo. Orochimaru sorriu meio de canto e negativou, sabia que estava indo para sua casa, sabia o que ele queria, sabia que iria virar o jantar, de uma forma ou de outra, mas ele não parecia querer machucar a si. Ao sentir o toque, arqueou uma das sobrancelhas como se estivesse surpreso, mas não estava, esperava pelo beijo, que retribuiu, deslizando as mãos pelas costas dele até seus quadris, onde repousou. Akuma empurrou a língua em sua boca e deslizou pelo espaço entre ela, tragou seu gosto, não sentia o sabor de seu jantar, nem do que quer que houvesse colocado nela, sentia o gosto dele, o sabor que sua alma provavelmente deveria ter, e gostava do que sentia. Deslizou copiosamente a mão por seu corpo, chegou porém um pouco mais embaixo, tocando suas nádegas e sentiu o momento em que ganhou a tensão de seu corpo. Um suspiro deixou os lábios de Orochimaru, contra os dele, havia sentido seu toque, e não era ruim. Tocou a cintura dele, sentindo sua pele macia, sentiu cada pequena parte da pele dele ali, e subiu novamente por suas costas, acariciando-o, sentindo-o, até cessar em algo estranho, parecia um machucado, uma cicatriz, não sabia exatamente, nunca havia notado, e afastou-se conforme o toque, fitando o rosto dele.
- ... O que é isso?
Akuma não havia dado atenção ao subir de suas mãos, não para a região o qual se levava, porque podia jurar que já havia dado às costas a ele, mas talvez não deixasse as marcas nas costas expostas.
- Hum, uma marca da nascença. - Disse e riu, baixinho.
- Isso não parece uma marca de nascença... É enorme, parecem duas cicatrizes.
- Que adorável, você acredita mesmo. São marcas do que eu não tenho mais, você deve imaginar. - Akuma sorriu canteiro, achando interessante que estivesse curioso sobre aquilo.
- Eram... Asas? - Orochimaru uniu as sobrancelhas.
- Eram sim. Não olhe assim, eu fico excitado.
Orochimaru estreitou os olhos ao ouvi-lo, mas negativou em seguida.
- Como elas eram?
Akuma sorriu canteiro, sabia que tinha uma pontada de piedade ali, não precisava disso no entanto, era curioso que sentisse algo a respeito.
- Como você acha que eram?
- Hum, imagino que elas eram pretas... Mas acho que elas eram brancas, não eram?
- Bem, não era algo muito sólido afinal. Mas eu acho que combinou muito mais sem elas, não acha?
- Hum... - Orochimaru sorriu meio de canto. - Acho que sim, mas... Doeu?
- Eu não lembro. - Akuma sorriu, canteiro, não como habitualmente. - Pode ser, mas foi há muito tempo.
Orochimaru uniu as sobrancelhas novamente.
- Hum...
Dito, o tocou dos ombros, virando-o de costas para si, foi calmo, observando as cicatrizes marcadas na pele, imaginava como as asas teriam sido, deveriam ser maravilhosas. Aproximou-se dele, devagar e o beijou em suas costas, sobre o local onde a cicatriz ficava. Akuma não tentou ler seus pensamentos naquele momento, sabia o que encontraria, era muito previsível. Virou-se sem impasse, não tinha medo, ainda mais com sua sensação de afabilidade. Sorriu num riso nasalado, soprado, sentindo o beijo nas costas, não sentia dor, não se lembrava dela. Orochimaru não tinha pena, era diferente disso. Apenas se sentia triste por ele, por ele ter perdido uma parte dele.
- Sinto muito.
Disse e o beijou em seu pescoço, tinham quase a mesma altura. Akuma sorriu, embora fosse mais para si mesmo, de costas para ele como estava. Poderia se surpreender por isso? Talvez devesse, mas não, era exatamente algo daquela pureza que existia nele que fazia querer estar por perto.
- Vai cuidar de mim e das minhas costas feridas, viajante?
Orochimaru suspirou e encostou a testa em seu ombro, mesmo que ele estivesse de costas, não sabia se deveria confiar nele, não sabia se poderia, se ele não tinha outra pessoa que estaria fazendo a mesma coisa que fazia consigo ali, mas percebeu que ele não tinha de fato um motivo, se ele quisesse matar a si, era só matar, era só tomar a própria alma, ele não precisava daquele joguinho. Sabia que se se sentia feliz perto dele, mesmo que houvessem se visto tão poucas vezes, queria conhecê-lo, queria saber mais.
- Eu fico.
Em sua cabeça, Akuma notou cada questão que abordou por si mesmo, sorriu canteiro ao pensar que aquela altura ele ainda imaginava que pretendia mata-lo. Talvez ainda tivesse algum pensamento maldoso, com ele, mas nada além das provocações ou quem sabe algumas travessuras, quem sabe fazê-lo estar por perto, mas isso não agora.
- Vai, hum? Hoje ou...?
- Fico com você. - Orochimaru disse num suspiro. - Você disse que queria um parceiro e eu estou sozinho, então... Por que não?
- Certo, então não pense que vai mudar de ideia, acabou de falar isso para mim e não um humano.
Akuma sorriu, sabia que estava sendo levado pelo momento, porém não tinha importância, sabia que ele gostava daquilo, gostava de estar consigo, gostava do sexo e mesmo daquela simples conversa. Orochimaru assentiu, sorrindo a ele, meio de canto e beijou-o na nuca novamente.
- Hum, você não vai me deixar em paz mesmo.
O riso soou entre os dentes de Akuma.
- É bem verdade.
- Então, se não pode vence-lo, junte-se a ele. - Riu.
- Bem, se eu souber que quer mesmo que eu vá, talvez eu possa sumir. - Akuma disse, mas claro que não faria isso.
Orochimaru desviou o olhar a ele e podia ver seu rosto de relance.
- Eu não quero.
Akuma sorriu e no fim se virou para ele, selou brevemente seus lábios, era um tipo de agrado para os humanos, sabia. No fim sugeriu a banheira para ele. Orochimaru retribuiu o selo dele e assentiu, acariciando seus cabelos negros, gostava deles. Entrou na água, era quente, mas não queimou a pele. Logo após ele, Akuma entrou também na água, para si estava apenas morna, ou melhor era quente, mas não tanto quanto poderia ser. Só então retribuiu seu carinho, tocando seus cabelos, descobrindo a textura deles. Orochimaru sorriu conforme sentiu o toque nos cabelos, não esperava pelo toque. Aproximou-se dele, devagar e o beijou em seu pescoço.
- Ah, hoje você está afim?
Akuma indagou ao sentir o beijo no pescoço, não era comum e não estava provocando nenhuma sensação em seu corpo.
- Hum, achei que eu tivesse aceitado ser seu parceiro, devo ficar longe de você?
- Ah é, acho que não filtrei a informação. Achei que disse que ficaria, mas que precisaria insistir mais pra ser parceiro.
- Ah, nesse caso eu posso fingir que não quero nada com você por um tempo, se você quiser. - Orochimaru disse num sorrisinho.
- Na... Eu não tenho dessas frescuras, não precisa enrolar. O que eu quero, eu quero.
Akuma levou o braço ao redor de seu corpo e o puxou para cima do próprio, era fácil move-lo ainda que fosse um homem forte. Orochimaru sorriu meio de canto e assentiu, sentava-se no colo dele, mas não era nada que já não quisesse, ou não teria beijado o pescoço dele, foi como pedir permissão, mas não sabia sobre a posição, não havia feito aquilo antes daquela forma, bem, não achava que seria difícil, talvez a água fosse pior. Abaixou-se na altura dele e selou seus lábios mais uma vez, moveu os quadris suavemente sobre o colo dele, sabia o que queria talvez pela primeira vez na vida em uma questão sexual.
- Hum, esse ânimo não sou eu quem está te dando.
Akuma disse e sorriu, mostrando-lhe os dentes pontiagudos. Sentiu sob suas nádegas roçar ao próprio corpo e não precisava de nada para ter uma ereção, era capaz de firmar o que ele queria simplesmente por querer isso, era capaz de dar a firmeza a ele também e foi o que fez, num breve instante.
- Hum... Eu sei que não.
Orochimaru disse e abaixou-se para beijar o pescoço dele, mas arregalou os olhos quando sentiu o corpo endurecer, talvez rápido demais, bem mais do que geralmente. Uniu as sobrancelhas e suspirou.
- N-Não faça isso...
- Por que não? Você quer isso. Só deixei você duro, não estou te excitando mais, mas posso fazer...
Disse e deu-lhe uma mostra da sensação, um breve lapso de excitação a mais. Orochimaru mordeu o lábio inferior conforme sentiu a sensação gostosa no baixo ventre, ele poderia fazer a si gozar sem nem encostar em si, mas gostava do contato, gostava do toque, não queria só sensações sem tato, até porque, sabia muito bem que poderia não dizer nada, mas dentro da cabeça, chegaria num ponto em que implicaria pra ele foder a si, naquelas palavras mesmo, mas claro, só na própria cabeça.
- ... O que mais você pode me fazer sentir?
- Muitas coisas. Coisas boas e ruins. Mas acho que você quer que eu faça isso com meu corpo. - Akuma sorriu canteiro. - Também posso deixar a penetração menos difícil já que você está com medo da água.
Orochimaru assentiu, ele sabia, pensava, e ele lia os pensamentos, maldito, talvez devesse manter a mente limpa.
- Eu quero...
Akuma sorriu, não pelo que dizia, mas o que pensava e bem como sugeriu, o fez sentir do calor dentro de seu corpo, assim como a umidade que não antes tinha. Orochimaru suspirou, podia sentir as sensações vividas, era estranho o que ele podia fazer consigo, imaginava o que ele podia fazer para machucar a si, se quisesse.
- Vai entrar?
- O que você acha?
Akuma indagou em retruque e segurou sua cintura sem curva, o ergueu suavemente e roçou no sexo. Orochimaru assentiu, era a expectativa que eriçava a pele, que causava aquela sensação de ansiedade. Mordeu o lábio inferior e se afastou do pescoço dele, o ajudou, segurando-o entre os dedos e o encaixou no corpo, deixando-o adentrar a si, e realmente não fora tão dolorido quando achou que seria, gemeu prazeroso, não dolorido.
- Ah...
Akuma arqueou brevemente uma das sobrancelhas ao sentir seu toque, sua tomada de iniciativa, não sabia o que se passava com ele e não estava buscando entender sua mudança de escolha, não queria saber daquela vez. Não se demorou a resvalar para dentro, correu para ele sem dificuldade, mesmo que fosse apertado, era com certeza mais fácil do que seria normalmente. Ao se sentar no colo dele, Orochimaru o tinha inteiramente dentro do corpo, sorriu só pensar sobre algo idiota.
- Esse é o seu tamanho mesmo ou você o deixou assim pra mim?
- Esse é meu tamanho. - O riso soou entre os dentes de Akuma. - Você quer maior?
- Não, é perfeito.
Orochimaru disse num pequeno sorriso, não que quisesse elogia-lo, é que queria especificar que parecia ter sido feito para si. Moveu-se, devagar e suspirou quando teve que se apoiar nas bordas da banheira.
- Ah...
- Ah, tem um tamanho ideal?
Akuma sorriu para ele, mas deixou de fazer a medida que se moveu, sentindo-se deslizar por ele.
- Tem.
Orochimaru disse, excitado como estava e fechou os olhos por um instante, era a primeira vez que apreciava aquilo sem ele estar no comando, sem ele se empurrar insistentemente e firme contra o corpo. Podia sentir, cada pequena parte dele entrar em si, podia sentir melhor. Suspirou e moveu-se, mais firme sobre ele, sentindo-o atingir onde gostava e estremeceu.
- E como deve ser um tamanho ideal?
Akuma indagou, evidentemente estava excitado como ele e o moreno, parecia animado com as rédeas sobre o corpo, podia lê-lo. Levou as mãos até sua cintura, o pegou através dela outra vez e ajudou a se mover, no entanto deu liberdade com o ritmo, queria ver o quanto ele queria tomar posse naquele dia, o quanto ele ia se deixar levar.
- Hum, um que não machuque. - Orochimaru disse num pequeno sorriso. - Quer dizer, não machuque muito porque em mim, tudo vai machucar.
Dito, moveu-se mais uma vez, firme como havia feito antes, se empurrava sobre o colo dele, e tinha que conter os gemidos que queriam deixar os lábios, sem controle.
- Ah, você é sensível, ah? Mas não parece que está machucado agora, acha que sou pequeno pra você?
Akuma retrucou, mas o estava provocando, sabia que no fim ele pensaria na resposta. Sob seu corpo se moveu, erguendo-se para ele com alguma firmeza assim como ele descia em direção a si.
- É claro que não estou, você me deixou molhado.
Orochimaru disse num pequeno sorriso, doía, mas não realmente como doeria em outra ocasião, aquela não era uma parte com lubrificação, mas assim era mais fácil. Suspirou e mordeu o lábio inferior, moveu-se assim como ele queria, subindo e descendo em seu colo.
- Ah...
- Te deixei molhado, ah?
Akuma indagou, provocando sobre seu modo de falar. Deslizou as mãos da cintura até as costas, tocou seus ombros, sua nuca e o puxou pra perto, mordiscou seu queixo, desceu ao pescoço e lambeu sua pele após arranha-lo com os dentes.
- Hum, talvez isso soe meio feminino demais. - Orochimaru disse e ao se aproximar, uniu as sobrancelhas, deixando escapar um gemido dolorido. - Ah... Isso dói, vai me deixar todo marcado.
- São só alguns arranhões, você é um samurai que tem medo de marcas? - Akuma indagou contra sua pele e lambeu até alcançar sua orelha.
- Marcas de batalha eu não tenho medo, mas de vários riscos de dentes de um demônio é esquisito. - Orochimaru disse e estremeceu ao sentir o toque.
- Hum, mas você já é o companheiro de um demônio, tem coisa mais estranha?
- Tem razão, pode machucar sim.
- Não é assim tão doloroso, são apenas arranhões. Além de que, você já provou como é sentir dor e prazer juntos.
- Estou fazendo isso agora. - Orochimaru disse num sorriso. - Como você gosta? Gosta de machucar seus parceiros?
- Hum, não acho que eu tenho um jeito específico, gosto de fazer você sentir prazer até que sinta que não aguente mais. Então isso inclui talvez sentir dor.
- Hum, entendi.
Orochimaru sorriu e apoiou-se mais firmemente nas bordas da banheira, moveu-se, e dessa vez agilizou os movimentos, subindo e descendo, rápido, forte. Teve que fechar os olhos e inclinar o pescoço para trás, gostava das sensações que tinha pelo corpo, gostava de como o corpo reagia a ele.
- E você, me diga como gosta, prefiro ouvir a ter que descobrir.
Akuma disse, referindo-se aos pensamentos dele, gostava de ameaça-lo sobre isso, embora preferisse ouvir o que ele tinha a dizer, queria saber dele sem ter tudo entregue, só não entendia exatamente o porquê, uma vez que era tão fácil buscar e viver seus momentos, talvez gostasse mesmo dele. Tomando sua cintura passou a move-lo novamente, ajudando seu intenso vaivém, não tinha dificuldade naquilo, portando o puxava com insistência, podia ouvir a agitação do ofurô conforme aos poucos ia cada vez mais facilmente para dentro de seu corpo úmido e não era pela água.
- Hum, eu gosto do jeito que estou fazendo, ora.
Orochimaru disse a ele, tinha as próprias curiosidades sobre sexo, mas não diria, tinha vergonha, e preferia guardar para si. Moveu os quadris, rebolando em seu colo, não que tivesse real intenção em rebolar, mas se esfregar ali era gostoso.
- Não acredito em você, sei que tem um jeito específico, foi o jeito que eu fiz, hum? Foi a forma como te ensinei a ter prazer com um homem, ah?
Akuma provocou e olhou para baixo, podia ver sua ereção mesmo imerso em água. Deslizou uma das mãos em sua coluna, pegou seus cabelos, rente à nuca aonde roçou as unhas e sentiu sua pele eriçar. Orochimaru sorriu meio de canto, assentiu, mas era evidente que tentava não pensar no que de fato ele queria saber. Ao sentir sua mão puxar os cabelos, uniu as sobrancelhas e mordeu o lábio inferior.
- Ah... Suas unhas são... Umas filhas da puta.
Akuma riu, entre os dentes à mostra, mas tornou tocar sua pele com as unhas, era apenas um roçar, o que lhe causava o arrepio na pele.
- Me deixe ver o que você quer descobrir, podemos fazer isso juntos.
- Pare de entrar na minha cabeça.
Orochimaru disse a estreitar os olhos e suspirou com suas unhas gostosas.
- Não estou nela, se estivesse não estaria dizendo pra me falar.
Akuma retrucou. Enfiou os dedos entre seus fios de cabelo, segurou suavemente e puxou com firmeza medida, enroscando-se nele. Embaixo de seu corpo, movia-se como podia, sem muito impasse, encontrava-se com ele, atingindo em estocadas que não eram rápidas mas era firme.
- Você sabe o que eu estou pensando, então você está.
Dito, Orochimaru gemeu pouco mais alto e contraiu-se ao redor dele, apertando-o, achava que seria gostoso pra ele, mas era dolorido para si já que ele entrava com força no corpo a cada vez que se empurrava.
- Mas eu não vi o que você quer descobrir, poderia, mas quero ouvir você...
Akuma disse e soou mais soprado da boca ao fim de frase, sentindo seu estímulo, seu breve agrado entre os espasmos de seu corpo. Com a mão esquerda, correu pelas costas e tocou sua nádega, apertou-a sentindo os dedos afundarem em seu corpo, mas ainda tinha algum cuidado. O maior negativou, não conseguiria dizer mesmo se quisesse.
- ... Você pode ver, eu não quero falar.
Disse, mas gemeu ao sentir o toque de seus dedos, apertando a si.
- Talvez eu possa te deixar tão excitado a ponto de falar pra mim.
Akuma disse e se enfiou em seu pescoço, tocou com os lábios, mordiscou-o com suavidade, subiu até a orelha e provocou o lóbulo, fez tudo leve, suficiente para lhe causar aflição. Orochimaru negativou e sentiu o arrepio percorrer o corpo, era aflitivo, mas gostoso e agarrou os cabelos dele, apertando os fios entre os dedos.
- N-Não...
Akuma tomava seus cabelos, puxou-os com força suficiente para encara-lo, encarar seus olhos castanhos e profundos. Embaixo dele se moveu novamente, não desviou olhar mesmo enquanto sentia seus apertos, seu interior profundo e quente, úmido. Ao se voltar para ele, Orochimaru uniu as sobrancelhas pelo puxão dolorido, fitando seu rosto de perto, ele era tão bonito, era uma observação que fazia sempre a si mesmo, e constava ainda mais durante o sexo e quando via seus dentes pontudos.
- Ah! Eu... Akuma...
Akuma sorriu, recebendo indiretamente seu elogio, lê-lo era quase inevitável, porque se concentrava nele, no que proveria a ele, no que ganharia com ele. Aqueceu seu corpo, numa parte específica na verdade e suavemente intensificou a sensibilidade de seu corpo no toque, fosse qual fosse, ao menor atrito da pele. Orochimaru negativou novamente, não queria que ele fizesse aquilo, não queria ficar tão sensível, era difícil até mesmo se manter sobre ele, com as mãos apoiadas agora em seus ombros.
- Não faz isso, eu vou gozar...
- Então me diz, me diz o que você quer descobrir comigo...
Akuma falou baixo enquanto ainda o encarava, expôs a língua e lambiscou seu queixo. Orochimaru uniu as sobrancelhas e negativou, não queria de verdade dizer, não queria, preferia que ele visse. Fechou os olhos, não olharia mais pra ele, e pensou, lembrou da situação, queria que ele visse, queria que ele fizesse como havia feito com a lembrança do pai naquele dia. Akuma soube já em sua mente que ele queria que vasculhasse, achava o rapaz estranhamente contraditório consigo mesmo, mas sabia que no fundo talvez esperasse por alguém em sua jornada, era adorável. Ao fazer parte dele, visualizou o que ele queria mostrar, no entanto, não deixou de se mover ou move-lo no colo, arrastando seu corpo num leve vaivém.
Orochimaru manteve os olhos fechados, podia sentir os movimentos dele, mas a lembrança se tornava vivida enquanto ele estava na própria cabeça, era como um filme, um filme que via com ele, e sabia que era como se ele estivesse lá. Era pequeno, tinha cerca de sete, oito anos quando havia ido para a cidade enviado pelo pai, ele havia pedido que cobrasse um valor de uma casa estranha no centro da cidade, que era muito bem escondida no meio das outras, silenciosa, até se estar dentro dela. Não conseguia entender como alguém enviava uma criança para cobrar um valor em dinheiro, mas só pensava nisso agora que era adulto, quando criança, tinha que obedecer em silêncio, ou apanharia. Ao entrar na casa, acompanhado de uma moça alta e morena, esperava fora de seu quarto, a casa tinha um cheiro estranho de perfume misturado a suor, não sabia bem que cheiro era aquele quando era criança. Enquanto a esperava, caminhou pelo corredor, podia ouvir sons estranhos vindo dos quartos, sabia que eram gemidos, mas pensou que alguém poderia estar passando mal, por isso havia ido até a porta daquele quarto especificamente e havia um garoto na cama, de cabelos negros e longos, era bonito, mas parecia jovem, talvez tivesse uns dezesseis anos. Ele não podia ver a si, estava escondido olhando por uma fresta, e podia ver em seu corpo a corda vermelha que o amarrava em nós, era bonito de alguma forma. Ele estava com outro homem, que parecia pouco mais velho do que ele, mas que também era bonito, assim havia pensado na época, e o homem o segurava pelo pulso, pelas amarras que havia feito com suas mãos juntas, apertava, e era isso que fazia o garoto gemer, claro, que além disso era o fato de que o rapaz estava entre suas pernas enquanto o segurava, e observava atentamente cada um dos movimentos dele, até que a mão subisse ao rosto do garoto e o acertasse num tapa, segurando-o em seu pescoço em seguida. Arregalou os olhos, não entendia, naquela época achava que ele poderia estar matando o garoto e havia notado que o rosto dele tinha marcas rosadas, certamente onde já havia apanhado antes da mão do homem sobre seu corpo. Havia sido pego ali, a moça segurou o próprio pulso e puxou a si para fora, era uma criança, não deveria ver isso. Aquela era a lembrança que queria que ele visse, mas na verdade, sem querer, a própria cabeça projetou uma cena um pouco mais tarde, ou talvez, ele mesmo estivesse vasculhando os próprios pensamentos e as lembranças. Estava no quarto, usava somente um Yukata depois do banho e de olhos fechados, no silêncio que estava do lado de fora, abriu o Yukata para ver o próprio corpo. Imaginou as cordas vermelhas trançadas, imaginou o aperto firme como o daquele rapaz, e tocou o sexo com uma das mãos, o apertando sutilmente. Tinha quatorze anos, começara a pensar que aquilo não era algo errado, que eles estavam sentindo prazer, sabia disso porque a mãe havia dito a si sobre aquilo quando chegou em casa e contou a ela o que viu. Só estavam sentindo prazer... Queria sentir também. O suspiro deixou os lábios, profundo e de olhos fechados, gemeu sem intenção e mordeu o lábio inferior, sufocando o gemido logo em seguida ao morder a manga do kimono que usava, estava endurecendo, mas fora chamado, e constrangido, abandonou o toque, arregalando os olhos. "Mamãe?" Conforme a palavra veio, só então acordou daquele sonho estranho que na verdade era uma vivida lembrança. Abaixou a cabeça, envergonhado e moveu os quadris, devagar.
Como uma peça de teatro, Akuma vivia vagarosamente sua lembrança, passando frente aos olhos como um telespectador. Havia sido muito claro, não precisou puxar muito de sua memória para reviver aquele momento, ele mesmo queria aquilo, queria mostrar aquilo.
- Oh... Você sempre foi muito submisso afinal, ah? Shibari... Eu posso fazer isso. Não entendo porque é tão tímido sobre pedir. Isso ficou na sua memória por algum tempo, ah? - Indagou e levou a mão até seu rosto, delineando seu queixo.
Orochimaru desviou o olhar a ele conforme o ouviu, sempre sentia uma dorzinha de cabeça depois daquilo. Sentiu as bochechas queimarem, mas não sabia que estavam coradas.
- ... Hum...
- Quer ser amarrado, pequeno Orochi?
Akuma indagou e ao erguer a mão, mostrou-a para ele em seu olhar que curiosamente se voltou para ela, certamente tentando entender o que era para se ver ali, ao apertar os dedos, formando o punho fechado e apertado, fez no moreno a sensação das amarras ao redor de seu corpo, passando pelos braços, coxas, peito, e a medida em que apertou os dedos, apertou também sua imaginária corda. Silencioso, Orochimaru o fitou enquanto expunha sua mão, gemeu em seguida, mais alto conforme sentiu as cordas apertando o corpo e podia vê-las, ainda que de alguma forma soubesse que não estavam lá. Uniu as sobrancelhas conforme desviou o olhar a ele em seguida, podia até mesmo ouvir o barulho da corda conforme apertada.
- Ah!
Daquele modo, Akuma o sustentou, mesmo ao abaixar a mão. Levou as mãos até seus quadris, manejou-o com facilidade agora tomando as rédeas do movimento como ele tentava fazer a pouco, não era tão rápido, mas não era devagar, era firme. Orochimaru agarrou-se na borda da banheira, pelo menos as mãos estavam soltas, por hora. Moveu-se novamente, firme contra ele e podia sentir o sexo pulsar no ventre, ah, era tão gostoso, e a sensação de estar preso, de não ter controle sobre si que tanto imaginava também.
- Eu vou...
- Era isso que você queria, ah?
Akuma indagou embora tivesse a resposta de seu corpo, não o estava tentando excitar, exceto pelo calor que antes o proveu, já não o afetava mais, cada espasmo dele pertencia a seu próprio prazer, suas próprias sensações.
- Então goze.
Disse, puxando-o com firmeza, sentando-o no colo com força e para sua infelicidade, também atou e imobilizou seus braços, atrás de seu corpo, colado as suas costas. Orochimaru assentiu e mordeu o lábio inferior, mas antes que pudesse voltar a se mover fora preso e perdeu um pouco do equilíbrio, mas manteve-se ali. Gemeu dolorido pelas amarras firmes no corpo e moveu os quadris, rebolando sobre ele, não iria aguentar, e de fato gozou, inclinando o pescoço para trás a deixar um gemido escapar dos lábios.
- Ah! Akuma...
A medida em que ia se aproximando do ápice, Akuma ia intensificando as sensações no corpo dele, bem como falou, queria faze-lo gozar até desfalecer, gostava de prover um prazer intenso. Levou a mão até sua nuca, segurou seus cabelos e puxou-os para trás, o fez pender porém ainda o sustentou no corpo, ainda o deixou ter algum apoio. Empurrou-se com força, estocou uma, duas vezes mais até então fazê-lo gozar e seguir seu ritmo, gozou nele, deixando sentir seu corpo aquecer com o que fluiu para ele. O gemido mais alto deixou os lábios de Orochimaru quando sentiu o puxão nos cabelos, sabia que o prazer que sentia não era só próprio porque era muito forte, mas era o que fazia as pernas tremerem de modo até um pouco descontrolado sobre ele e não tinha apoio, o apoio era ele, sentiu até a vista sutilmente embaçada, achou que estava passando mal, mas era apenas as sensações do corpo que eram intensas demais. Mordeu o lábio inferior e por fim sentiu-se aquecer com seu ápice, que inclusive era mais quente do que o próprio normalmente era.
- ... A-Akuma...
Akuma riu baixinho e entre os dentes, notando toda reação do moreno, estava se desfazendo no clímax, mas o segurava como estava, ainda que seu corpo trêmulo quisesse sair do lugar. Não deixou de aproveitar o próprio clímax porém, sentia a sensação do prazer formigar o corpo, e podia claro, intensificar como fazia com o dele, mas queria olhar pra ele enquanto se desfazia atordoado, portanto, daquele modo era suficiente.
- Isso é bom, ah?
Indagou, mais lânguido que habitual, em seguida liberou sua sensação de aperto, liberou as cordas imaginárias. Orochimaru assentiu e uniu as sobrancelhas, sentindo o corpo livre agora que não tinha mais o aperto das cordas. Olhou os pulsos por um momento e pôde ver as marcas ainda assim na pele, ainda que fossem imaginárias.
- É gostoso...
- É?
Akuma indagou, não esperando realmente uma resposta. Deslizou os dedos por sua nuca, sentindo seus cabelos curtos e por lá o trouxe para perto, lambiscou seus lábios. Orochimaru assentiu e suspirou, estava trêmulo, evidentemente, e sentia frio agora. Ao se aproximar, retribuiu o toque, lambeu a língua dele. Akuma deslizou a mão por suas costas, arranhando suave, superficialmente, sua pele. Continuou o beijo que vinha lânguido, ele ainda estava atordoado pelo prazer.
- Hum... Não me dê tanto prazer assim, ou eu morro.
Disse num pequeno riso em meio ao beijo.
- Hum, não eu não vou deixar isso acontecer. - Akuma sorriu como ele. - Só vai chegar perto.
- Hum, tá bem então, me salve. - Orochimaru riu. - Se acontecer...
- É claro, se é meu parceiro, será protegido.
Orochimaru sorriu e assentiu.
- Dormirei com você?
- Se não for ter medo da viagem até aqui.
- E quem disse que eu vou embora?
- Você não é um homem viajante?
- Hoje não... Posso ficar?
- Bem, foi pra ficar que eu trouxe você aqui.
Orochimaru sorriu meio de canto.
- Então, me mostre o que fazer de interessante.
- Eu não entendo muito do que pode ser interessante pra você, ou para muitos humanos, além do sexo e das bebidas. Você pode me mostrar.
- Hum... Entendi. Tudo bem. - Orochimaru disse e se afastou. - Você... Fez sexo pela primeira vez só quando foi... Expulso?
Akuma sorriu, mostrando-lhe os dentes.
- Hum. Experimentei muitas coisas apenas quando fui expulso. Como sexo, dor.
- Hum, coisas que os humanos fazem ou sentem. É verdade que você não sente amor?
- E quem disse isso a você?
- Todos dizem, demônios não podem amar.
- Assim como um anjo não deveria sucumbir aos desejos.
- Hum, você é louco por desistir do paraíso por causa de coisas humanas. - Disse num riso.
- Eu não desisti do paraíso, ele que desistiu de mim. - Akuma riu.
- Hum, mas desejou coisas humanas pra sair de lá, não foi?
- Não foi exatamente assim, não é como se eu tivesse desejado de propósito.
- Hum... Entendi. - Orochimaru sorriu meio de canto. - Bem, se o céu não quer você, eu também não quero o céu. - Deu de ombros.
- Ah é?
Akuma sorriu e apoiou o cotovelo sobre a beirada da banheira, tão logo o rosto sobre a palma da mão.
- Hum. - Assentiu. - Não parece ter nada de errado com você que não teria em mim, por exemplo. Claro que não sou um demônio, mas... Os desejos que você tem certamente são os mesmos que eu.
- Oh, pequeno Orochi gosta de mim, ah?
Orochimaru desviou o olhar a ele e uniu as sobrancelhas.
- Eu não disse isso.
- Praticamente disse sim.
- Não, eu só disse que se eles te expulsaram por você desejar as mesmas coisas que eu, então eu também não serei bem vindo lá.
- Não, você disse que se eles não me querem então você não os quer também.
Orochimaru desviou o olhar.
- Eu não sei o que eu disse, certamente devo ter dito errado...
- Ah, claro, foi isso sim.
Orochimaru fez um pequeno bico, sem intenção, é claro.
- Vamos sair...
- Acho que você ia se banhar, não? - Akuma indagou e tocou seus lábios com o dedo, breve.
- Ia... Mas a água está suja, posso... Usar o chuveiro? Nunca vi uma casa com tudo dentro assim.
- Use o que quiser, meu Orochimaru. Agora você pode usar.
Orochimaru sorriu meio de canto e levantou-se, estava frio, estremeceu ao pisar no chão de madeira. Seguiu ao chuveiro, que abriu e viu a pequena cascata de água cair sobre si, também era aquecida, de modo maravilhoso, teve que sorrir.
- Nossa...
Akuma se levantou logo após ele, deixando a banheira qual tão logo esvaziou, não precisava de muito empenho na atividade. Sorriu ao vê-lo, sabia o quanto estava aproveitando e o mais curioso era não estar ali por mordomias, aproveita-las era uma conseqüência.
- Isso tudo existe mesmo ou é como a corda? - Orochimaru desviou o olhar a ele.
- A casa existe. Alguns aspectos dela eu posso melhorar. - Akuma sorriu, canteiro.
- Entendi. - Disse num pequeno sorriso. - É estranho estar numa ilusão sua...
- Mas não estou falando da estrutura, estou dizendo da água quente por exemplo.
- Ah, entendi. Isso é bem incomum. Só temos água quente se aquecermos, então.
- Aproveite a água.
Akuma disse enquanto encarava-o em seu banho, podia ver sua pele agradecer pelo calor da água. Orochimaru assentiu e usou o sabonete que ele tinha ali para lavar o corpo, era outra coisa que não costumava ver com frequência, mas não disse nada.
- Bem, sou uma criatura eterna, preciso descobrir coisas novas.
Orochimaru riu.
- Eu não falei nada.
- E precisa?
- Não, você lê tudo que eu penso.
Disse num pequeno riso novamente. Após se lavar, buscou a toalha ali mesmo no banheiro, era macia, teve que sorrir por isso também.
- Posso fazer um chá pra você... Tem ervas aqui?
- Nem tudo. Mas você parece bem com isso afinal. - Akuma disse e assistiu seu banho até o final. Aproveitou e se vestiu tão logo, sugerindo com o dedo a direção da porta, logo, o lado de fora da casa. - Você pode procurar tudo o que precisa lá fora.
- Hum, entendi, então não tem em casa. - Ao ajeitar o kimono, Orochimaru seguiu para a porta. - Eu já volto.
- Não dentro de casa, mas se me disser o que quer eu posso conseguir, você sabe.
- Não, sem mágica, eu quero que prove as ervas de verdade. - Disse e sorriu meio de canto.
- Mágica? - Akuma riu. - Vá em frente.
- É, é como mágica, sei lá. Mas assim você não vai saber o gosto realmente, vai ser só ilusão sua.
- Você é adorável. Vamos, busque as ervas.
Orochimaru assentiu num pequeno sorriso e negativou, saindo de sua casa e pisou na grama, sentindo o cheiro de chuva, terra, iria chover, o céu estava escuro. Seguiu pela floresta, passando entre as árvores e olhava o chão, estava claro ainda, podia ver, não com tanta clareza como queria, mas conseguia. Pegou algumas ervas, chá verde, ele não conhecia, então iria mostrar. Apenas gostaria de ter um pouco de alguma fruta cítrica, gostava dos cítricos e coisas refrescantes, como o shisô. Ao voltar, fechou a porta atrás de si, mostrando as ervas a ele. Akuma seguiu alguns passos até o lado de fora, ficou ali, observando seu caminho tomar espaço de si, poderia ir até lá, mas ficou observando de onde estava. Na volta observou as folhas, já as conhecia embora não houvesse provado da bebida a partir dela.
- Já bebeu chá verde?
Orochimaru disse a ele enquanto seguia para a cozinha e buscou a chaleira, onde aqueceria a água.
- ... Ah, você não tem um fogão, ou um lugar pra acender o fogo?
- Conheço a erva, mas nunca bebi o chá dela. Aqui tem tudo o que deveria ter numa casa, Orochi-chan. Me preparei pra você, querido.
- Ah, ta bem...
Orochimaru disse a procurar o local onde poderia fazer o chá e acendeu o fogo, deixando-o aquecer a chaleira. Akuma o acompanhou, levando a chaleira que ele procurava até ele, feito isso deixou prosseguir o preparo. Se acomodou, sentando-se numa das almofadas ali, fitando-o aonde estava e sabia que de algum modo ele pareceu tímido com aquilo.
- Você não sente frio? Está um frio do inferno aqui. - Orochimaru disse, mas quando percebeu o que havia dito negativou. - Não, digo... O inferno não é frio...
- Eu sou bem quentinho, vem cá ficar quente.
Akuma disse e sorriu diante do comentário, tratou porém de deixar o calor no ambiente, até preferia afinal. Orochimaru aproximou-se dele e ajeitou-se junto de seu corpo.
- Não, não faça isso, não aqueça a sala, aqueça o meu corpo com o abraço.
- Hum, hoje estamos de bom humor.
Akuma disse e na sua proximidade, de fato o abraçou, aquecendo-o com o corpo que já normalmente cálido, talvez um pouco mais daquela forma.