Izumi e Tsubaki #6


- Bom dia.
Tsubaki disse ao adentrar a cafeteria, há pouco iniciada a atividade. Fitou os demais funcionários enquanto posicionavam os assentos junto às mesas dos quais algumas já ocupadas. O cheiro de chá se misturava, mas não era ofuscado pelo aroma do café. A vitrine era aos poucos preenchida pelos doces e salgados frescos. E após passear visualmente pelo cômodo extenso logo notou o rapaz, que lustrava e arrumava as taças, mas cruzou o olhar com ele após dar uma breve conferida em seu uniforme, por sorte bem ajustado como havia dito a ele.
- Acostumado? - Disse aos poucos passos a mais que deu até chegar a ele.

Izumi ouviu o barulho da porta, e claro, observou o outro ali, sempre tão bonito e com ele veio um cheiro quase irresistível de perfume, que quase derrubou a si quando chegou perto. Notou suas roupas alinhadas a seu corpo, e desejou poder tocar o tecido macio que usava.
- B-Bom dia... Hai, eu estou pegando o jeito. 

- Aham, só quebrou uma taça hoje, está bom comparado aos outros dias. - Disse Jin.
- ... A-Ah... Desculpe.
O moreno fitou o rapaz e deu a ele um sorriso de canto, sabido da provocação para com o novato.
- É normal, nada que algumas horas extras não resolvam.

- Eu não ligo se o senhor quiser descontar do meu salário, eu acho justo.
Tsubaki voltou-se a ele em seguida e deu-lhe uma piscadela, revelando a brincadeira.
- Isso é normal, está só aprendendo.
Disse, levou as mãos aos cabelos do rapaz, e os afagou sem desalinhar os fios, que posteriormente acomodou atrás de sua orelha.
- Se quebrou, foi porque o Jin não ensinou direito.

Izumi observou-o se aproximar e quase estremeceu, parado no mesmo lugar e apreciou a carícia de seus dedos suaves, um toque sutil e sorriu a ele, meio de canto, queria aquele babador agora.
- Eh? Nem vem com essa!
- Fica esperto, Jinichi, se quebrar mais vou tirar do seu salário.
Disse o moreno, provocando o rapaz e deu-lhe um tapa no quadril, próximo ao traseiro, já habituado a interagir com o rapaz. O menor s
orriu a eles, com a brincadeira, porém uniu as sobrancelhas ao notar o tapa no outro, desviando o olhar.
- Calma, não fica com ciuminho.
- Falou comigo?
Tsubaki indagou sem entender o comentário, mas fitou o lourinho em seguida, por fim deu-lhe o mesmo toque no quadril, deduzindo que falava sobre ele.
- Hum, leve o pãozinho para o Hasui hoje.

Izumi sentiu o tapa e assustou-se, claro, não era acostumado e sentiu a face se corar quase completamente.
- H-Hai... Obrigado...

O moreno notou o leve rubor em seu rosto o que fez pensar se deveria ter brincado com ele ou não. Só não entendia como um homem já maduro poderia ser tímido, bem, era um garoto no fim de tudo.
- Já tomaram café? Miharu, faça pra mim, por favor. 

- Pra mim também, Mi-kun.
- Machiatos?
Disse o funcionário que já pré disponha as xícaras de espresso.
- Isso. O Izumi não gosta de café, faça a ele um chá com flor de lótus. Você vai gostar. - Tsubaki disse ao rapaz, pedindo por mostrar o chá enfeitado. - É um dos que mais saem.

O loiro sorriu ao ouvi-los, e manteve-se perto do outro, ele era lindo, não se cansava de olhar, e assentiu ao ouvi-lo, porém cessou em seguida.
- Ah, senhor, não quero incomodar.

- Você precisa conhecer os produtos aos poucos. Temos pouco movimento então aproveite agora. Vá, pegue.
Disse o maior e indicou o barista atrás do balcão, na execução do preparo de seu chá. Dispôs sobre o pires cristalino a xícara na igual transparência. O líquido rosado preencheu o recipiente e no fim foi decorado com uma pequena bola sem qualquer beleza, que aos poucos umedecida, no fim da xícara se abria formando a flor imersa.

O pequeno assentiu e pegou a xícara, e não tinha de fato quase nenhuma delicadeza, mas ao ver aquela flor, abriu um enorme sorriso nos lábios, e sentiu pena de beber o chá.
- Meu Deus, é tão linda...

Tsubaki sorriu ao concordar e vê-lo encarar a bebida.
- E o chá também é saboroso. As mulheres gostam muito desse.

- Eu imagino, é linda mesmo. - Izumi murmurou e assoprou suavemente a bebida, bebendo um pequeno gole e sorriu novamente. - Oishi!
- Enfim, estarei no escritório. Vocês podem tomar café enquanto não há um fluxo grande de clientes.
O maior disse após tomar posse da pequena xícara de café ao qual foi a bebericar para a própria sala. 

- Hai... Sim senhor. - O menor falou a ele e lhe deu um sorriso, observando-o enquanto se retirava. - Tenho... Que falar com ele.
- Tem é? - Disse Jin.Tsubaki adentrou a sala e encostou a porta. Caminhou à mesa onde ao dar atenção a alguma coisa por lá, encostou-se à mesa, sentando-se parcialmente sobre a escrivaninha, porém voltou-se a porta ao ouvir o ruído la fora.
- Está aberta.

Izumi adentrou o local, observando o outro ali sentado e abriu um pequeno sorriso tímido a se aproximar.
- Senhor, com licença... Eu... Atrapalho?

- Iie, estou enrolando com algo qualquer. Algum problema, Izumi?
- Iie. É que o Hasui mandou... Entregar ao senhor.
O menor murmurou e logo estendeu a pequena folha dobradinha a ele e continha o desenho do pequeno, dos três, sobre uma pilha de cupcakes.

Tsubaki deixou de lado o que mexia e aceitou o papel que desdobrou e perceber o desenho. Era um pouco mais que alguns palitinhos em forma de gente, junto dele de outros dois desenhados da mesma forma, e algumas bolinhas enformadas, cupcakes. Riu por fim, embora fosse sutilmente entre os dentes.
- Diga ao Jin pra fazer uma fornada de cupcakes e decorar um igual a esse, você pode levar junto do pão de batata.

Izumi sorriu novamente e assentiu, fazendo uma pequena reverência.
- O senhor é muito bom pra ele, eu... Como posso agradecer?

- Não me chamando de senhor seria um bom começo. Não sou um quarentão.
- Ah... Gomen, é que... É meu chefe. Q-Quantos anos tem?
- Quase 26.
- Vinte e seis? Nossa... O senhor é tão novo.
- Pareço mesmo um senhor, pela surpresa.
- Desculpe... - Riu baixinho. - Não parece, mas... É tão novo para ter uma confeitaria grande.
- É o que dizem.
Izumi sorriu.
- Eu... Não devia tomar o seu tempo, obrigado.

- Não toma. - Retrucou. - Peça o cupcake.
- Hai, eu vou pedir.
O loiro sorriu novamente, e parecia um bobo, sorrindo todo o tempo. Fez outra reverência e logo seguiu para fora, onde falaria com o outro rapaz na cozinha.

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