Broken Hearts #34



Hideki... 
Yori murmurou conforme caminhou em direção a sala dele, estava manhoso, parecia um gatinho conforme se esfregou nele com o rosto, sabia que ele estava em sua mesa de trabalho, e parecia concentrado em algo que fazia, mas precisava falar com ele, e ele não parecia dar atenção a si.
- Hideki... Hideeeeki. - Disse e uniu as sobrancelhas, sentando-se em frente a ele em sua cadeira. - Eu quero morango.
Hideki havia escutado sua voz, e ia mesmo dar atenção ao chamado, mas estava brevemente atencioso a um detalhe do trabalho, que foi tirada a atenção por sua voz manhosa e arrastada. Ergueu a direção visual a ele e se virou para encara-lo. 
- Oi, eu vou buscar. 
Assentiu e se levantou como quem realmente precisava fazer algo muito sério.
Yori uniu as sobrancelhas conforme o viu se levantar e sorriu em seguida, seguindo com ele para fora, estava de pijama, era larguinho e fofo, estava frio lá fora, nevava, então gostava de ficar naquele jeito. 
- Vai ter que ir na cidade?
- Sim, morangos nessa época são difíceis de achar. Então, preciso procurá-los.
Hideki parou por um momento apenas para deixar de lado os caminhos que imaginava seguir para encontrar as frutas, para olha-lo, olhar sua roupa folgada como a de uma criança e quase podia imaginar ele daquele mesmo jeito, mesmo quando tivessem o filho. Yori uniu as sobrancelhas ao ver que ele olhava para si e sorriu meio tímido. 
- O que foi...?
Hideki sorriu canteiro. 
- Estou imaginando você com essa roupa segurando minha filha.
Yori sorriu novamente e negativou. 
- Ah, eu ia colocar uma roupa... É que eu... Acabei de acordar...
- Está bonito dessa forma. Eu gosto.
Yori desviou o olhar a ele e ajeitou os cabelos meio desajeitado. 
- Você traz morangos? E chantilly?
- Hum. Eu trago. Quer algo mais? Chocolate?
- Quero... Eu gosto do amargo.
- Hum. Eu já volto. 
Hideki tocou seu rosto e afagou sua bochecha rosada. Por fim partiu no veículo, até queria chamá-lo consigo, mas, não queria tira-lo de casa e voltaria logo, a menos que ficasse entretido demais pensando sobre o que levar para ele. Yori s
eguiu devagar até a cozinha onde encontrou Ophelia e sorriu a ela, sentando-se perto do balcão. 
- Bom dia Ophelia!
Ophelia sorriu para ele ao que ouvia sua saudação. Abaixou o livro que antes em frente aos olhos e então o fechou para deixar ao lado.
- Boa noite, Yoricchi. Você e a pequena querem se alimentar?
Yori sorriu conforme a ouviu e negativou. 
- Hideki foi buscar morangos... Eu estou com desejo. É que mais cedo eu senti cheiro de chocolate quente... Acho que você fez pra você... E me lembrou quando eu era criança, me parecia gostoso.
- Fiz para Hideaki, ele gosta de doces. Fiz chá de laranja com matcha, não quer?
- Hum... Não... Você... Se importa de fazer o chocolate pra mim também? Parece que eu estou com vontade de comer tudo no mundo.
- Claro que eu faço. Eu gosto de aquecer o sangue e derreter uma barrinha de chocolate nele. Gosta assim?
- Hum, parece gostoso, eu nunca tomei assim. - Yori sorriu.
- Verdade? Então vou fazer pra você. 
Ophelia disse enquanto passava a buscar todo o pouco necessário para aquilo. Uma caneca branca e longa, tornava a aparência da bebida ainda mais receptiva, gostava dela. Após servir a bebida, colocou um raminho de canela.
- Aqui. 
Entregou a ele e então se abaixou, olhou para ele por um momento, era um momento para ter o consentimento de tocar brevemente sua barriga, quando fez, deu apenas uma gentil batidinha, como quem afaga a cabeça de uma criança.
- Chocolate pra pequena também.
Yori sorriu a ela ao receber o chocolate e mordeu o lábio inferior, era fofo, mas conforme ela tocou a si, sentiu um movimento na barriga, era preguiçoso, mas parecia responder a ela. Levou a mão até a dela e segurou, deixando-a tocar a si e deslizar a mão pela própria barriga.
- Ela gosta de você.
Antes de tirar a mão, Ophelia sentiu seu toque morno, ainda era suavemente morno, era um vampiro tão jovem. Deslizou a mão aonde sentia o movimento brando. 
- Hm, eu também gosto dela. - Sorriu e acariciou.
Yori sorriu e acariciou a mão dela, era uma boa amiga, gostava dela. 
- Você vai tomar chocolate comigo?
- Eu prefiro o chá. Mas vou toma-lo com vocês.
Yori assentiu e esperou por ela enquanto sentia a temperatura morna do chocolate nos dedos, agora não podia mais deixar a mão esquentar na caneca. Ophelia serviu-se do chá e após fazê-lo se sentou com ele. Antes disso porém entregou alguns biscoitos a ele. 
- Como está se sentindo? Parece muito bem.
- Eu estou sim, só... Estou me sentindo muito grande. - Yori riu. - Parece que ela não vai nascer nunca. Disse a aceitar os biscoitos e mordeu um deles. - O Hideki está cada vez mais carinhoso, gosto quando ele deita a cabeça na minha barriga de manhã. É fofo.
Ophelia sorriu ao ouvi-lo e então assentiu, se lembrava daquele garoto infeliz e amedrontado no início, agora parecia reluzir.
- Acredito que ele está descobrindo como é ter alguém pra ele.
Yori assentiu num sorriso. 
- Ele parece diferente não parece? Quer dizer... Ele não parece mais tão ruim...
- Sim, Hideki aprendeu a demonstrar de forma gentil o que ele sente. Mas na verdade sempre foi apenas um garoto mimado.
Yori assentiu, estava um pouco triste ao pensar na infância dele, e naquele momento viu o rapaz adentrar a cozinha, quer dizer, era o pai dele, mas aparentava ter sua idade. 
- Ophelia, bom dia.
- Boa noite, Hideaki. - Dito, Ophelia se levantou de onde estava. - O que gostaria de comer?
Ele sorriu conforme a ouviu e piscou a ela. 
- Estou brincando, só brincando. Faz um sanduíche pra mim?
- Desculpe senhor, eu não entendi. 
Ophelia havia entendido bem, mas fez a legítima cara de paisagem, como quem realmente não entendia.
- Quer algo além do sanduíche? Algo que não quer falar na frente do Yori, talvez um chocolate? - Claro que o provocou, desentendida ainda.
- Hum, não, não quero mais seus chocolates Ophelia, já os comi muito.
Yori arqueou uma das sobrancelhas. 
- Eu estou perdendo alguma coisa?
- Eh? Estou falando da bebida, senhor. Porque os chocolates eu comia também. - Ophelia deu a ele um sorrisinho tão suave, era quase dócil mas tinha um toque provocador. - Não não, Hideaki as vezes fala coisas que ninguém entende, apenas isso, Yori. Por favor continue seu café.
Yori assentiu e bebeu pouco mais do chocolate. O outro sorriu e passou atrás de Ophelia, tocou suavemente sua cintura, de forma que o pequeno não pudesse ver. 
- Eu mesmo faço.
Ophelia sentiu o toque na cintura e claro, da mesma forma o retribuiu. 
- Tudo bem, Hideaki. Se quiser mais tarde te faço um chocolate. - Provocou.
Ele sorriu meio de canto e negativou, seguindo até a geladeira onde pegou a manteiga para o sanduíche. Quanto a si, olhou os dois sem entender, unindo as sobrancelhas. 
- O Hideki está demorando...
Ophelia riu baixinho e negou. 
- Ele acabou de sair, Yori. Provavelmente está procurando coisas que você vá gostar de comer.
- Hum, é que eu... - Yori murmurou e pressionou a barriga, não fora firme, fora até sutil, mas a caneca com o chocolate foi ao chão, se partindo. - Ophelia...
- Hum? Sente algum desconforto? 
Ophelia indagou sem se importar ou reagir à caneca, tiraria dali assim que verificasse o menor ao qual se dirigiu e tocou o topo da barriga. 
- Dói... - Yori murmurou e segurou a mão dela, firme. - Dói muito...
- O Hideki foi pra muito longe? O bebê vai nascer sem ele. - Disse Hideaki.
- Opa, será que alguém quer sair agora? - Ophelia indagou e no fundo esperava que não fosse realmente nascer, não àquela hora. - Se ela está vindo Hideki vai sentir e vira depressa. Vamos, vou te levar para a cama. Vocês já decidiram como será o parto? 
Tornou perguntar e com cuidado pegou suas pernas, suas costas e o ergueu no colo, levando-o para seu quarto. Yori d
esviou o olhar a ela, era estranho ser carregado daquela forma por uma mulher, mas estava com tanta dor que não se importava de fato. 
- Nós... O parto? Não, mas... Ela não pode nascer agora, eu estou de oito meses... Eu nem pensei sobre isso... Nós moramos no meio do nada, como vamos arrumar um médico?
- Eu posso ajudar você com isso garoto. Eu já fui médico.
- Como assim já foi? Quem é médico não deixa de ser...
Hideaki riu. 
- Eu sou muuuuito velho, Yori, eu já fiz muita coisa.
- Não mexa nele, Hideaki, Hideki não gostará disso, tenho certeza que chegará logo. 
Tal qual Ophelia disse, quase pôde ver o tornado que se aproximava, mas não era um desastre natural, era apenas Hideki. Yori a
garrou-se nela, mas teve um sobressalto quando ouviu a porta bater, era ele, e uniu as sobrancelhas conforme olhou em sua direção. 
- Hideki, é o bebê... Ela vai nascer...
Hideki entrou em casa apressado, já sabia que era hora mesmo sem que ele dissesse isso. Apenas assentiu ao que disse e se aproximou dele, sentou-se tocando seu ventre, sua barriga crescida e podia sentir a movimentação intensa. 
- Eu vou chamar o médico.
- Hideki, ele não vai chegar voando aqui, me deixe ajudar. - Disse Hideaki.
Yori uniu as sobrancelhas. 
- Está doendo muito...
Hideaki olhou para ele, um tanto aversivo ao detalhe, não esperava estar tão despreparado para aquele momento, até porque, faltavam alguns dias para a ocasião. No entanto olhou para o parceiro, deixaria ele decidir. 
- Ophelia, preciso de toalhas limpas. 
Hideaki disse conforme seguiu para a saída do quarto, fora até seu próprio quarto e trouxe uma pequena maleta, tinha alguns materiais que costumava usar, não para aquele tipo de coisa, mas sabia o que fazer, ou tentaria ao menos. 
- Tudo bem, eu vou... Te dar uma anestesia, acho que não é a ideal pra isso porque eu não estava esperando algo do tipo, mas... Vai ajudar, tudo bem?
- Tá bem... Só faz parar de doer...
Hideki não estava feliz com aquilo. Se perguntava de onde ele havia tirado aquelas coisas, por que as tinha, deduzia que nem fazia ideia de quem era ele afinal, ficou de mau humor. Ao se aproximar, Hideaki deu ao garoto a anestesia, era um pouco desajeitado embora firme no que fazia. Na bolsa tirou o bisturi. 
- Está um pouco melhor?
- Sim... Sim um pouco... 
- Eu vou cortar, Hideki, ajude ele, por favor.
- Tsc. 
Hideki resmungou, queria que ele apenas fizesse sem falar nada, que calasse a boca, odiava aquele comportamento como quem era uma pessoa muito suave. Resolveu, ao menos tentar, ignorar ele. Sentado ao lado de Yori, tocou seu rosto e desceu até a barriga, na altura do estômago. 
- Hiyori está vindo.
Yori desviou o olhar a ele, estava nervoso, muito na verdade, afobado e a respiração descompassada, mas ficou em silêncio conforme o ouviu, ele acalmava a si. Agarrou a mão dele, entrelaçando os dedos aos do outro e sufocou o gemido alto quando sentiu o primeiro corte, mesmo com a anestesia, não era suficiente, ainda estava dolorido, embora bem menos.
- Desculpe, Yori. Vai ser rápido.
Yori assentiu e desviou o olhar ao moreno, sorriu meio nervoso. 
- Ela vai... Te acordar de manhã hoje.
- Vai, e eu nem vou ficar puto como eu estou agora ouvindo o Hideaki falando.
Hideki disse ao moreno, sincero embora pudesse descontrair ele com isso. Hideaki
 desviou o olhar a seu filho e deu um pequeno sorriso. Em seguida, puxou o pequeno corpo, com cuidado para fora, estava um pouco assustado, nunca havia feito aquilo, mas, ela parecia estar bem, se movia devagar, mas estava acordada. Chamou Ophelia e entregou o pequeno corpo a ela. 
- Limpa ela.
As lágrimas deslizaram pelo rosto de Yori, estava feliz porque ela estava nascendo, e ainda era dia dos namorados, o que era adorável, era um presente. 
- Hideki... Quer cortar o cordão? - Disse Hideaki.
Hideki ficou ali, olhando o menor, notando as feições que ele fazia, não sentia a dor exatamente, mas sabia o nível com que ele a sentia, compartilhavam isso agora. Soube exatamente o momento em que ela saiu, embora não estivesse chorando. Ao olhar para o lado, viu Ophelia pegar a pequenina. Talvez até quisesse fazer isso, mas não deu atenção a ele, foi no entanto estender os braços para pegar a menina, mesmo sujinha. Hideaki sorriu meio de canto ao ser ignorado e cortou o cordão do bebê, antes que ele pudesse pegá-la no colo. Enquanto isso, ajudou o garoto, não costuraria, não precisava. 
- Ophelia, pode trazer sangue pra ele?
Ao pegar a menor, aconchegou seu corpo tão pequeno nos braços, Hideki se curvou, mostrando ela ao parceiro, quase não era capaz de imaginar que haviam criado aquele pequeno ser. Yori desviou o olhar a ele, podia ver o rostinho tão pequeno dela, era linda, ainda que estivesse suja, riu baixinho entre as lágrimas, o cheiro de sangue era intenso, mas não se importava. 
- Ela é linda... 
Disse, vendo os cabelinhos bem escuros dela, havia puxado os dele.
- É, se parece com você. 
Hideki disse e sorriu, havia sido um comentário sincero e não cortejador. Yori s
orriu ao ouvi-lo. 
- Claro que não, olha os cabelinhos pretos. 
Disse num pequeno sorriso e sentiu a vista embaçada, estava perdendo muito sangue e o filha começou a chorar nos braços dele, ela tinha o próprio sangue, por ser tão nova, provavelmente não sabia como controlar seus sentimentos, ou as sensações próprias que ela podia sentir.
- Ophelia! - Gritou Hideaki.
- Eu já trouxe, senhor! Yori, beba aqui, criança. 
Ophelia disse, não que o estivesse realmente chamando ele de criança, era modo de dizer, carinhoso até, abaixou-se ao lado dele, erguendo sua cabeça para ajudá-lo a se alimentar. Hideki ao lado parecia deslumbrado e ainda atento ao bebê e ao parceiro, acreditava que talvez estivesse prestes a explodir por não saber aonde dar atenção, quase riu ao pensar sobre isso. Yori a
ceitou o copo quando entregue a si, estava um pouco aéreo, então custou para tomar direito, mas sentiu a sensação estranha das feridas se fechando conforme golou a bebida. Conseguiu só então voltar a abrir os olhos completamente e fitar o outro e a filha em seus braços. 
- Eu estou bem... Tudo bem... 
- Hideki... Eu posso limpar o corpo dela? - Pediu Hideaki.
- Hum. 
Hideki murmurou, não queria de fato, mas estava preocupado com o parceiro então entregou o bebê à Ophelia e ela, se juntou a ele. Abaixou-se junto a Yori e tocou seus cabelos que quase pareciam suados. 
- Já passou, você foi muito bem.
Yori assentiu num pequeno sorriso e suspirou, agarrou a mão livre dele entrelaçou os dedos aos do outro, era o segundo copo de sangue que finalizava. 
- Ainda dói... Mas... Está melhor...
- Eu vou buscar mais. Você quer mais? Precisa de um humano inteiro?
- Eh? Não... Eu... Só mais um copo...
- Eu trago um humano se você quiser.
- Eu não vou conseguir tomar de um humano, só preciso de um pouco mais...
- Hum. 
Hideki murmurou em compreensão e se levantou, foi muito preciso na atividade, buscou o sangue e voltou, não sem antes dar uma olhada nela, na nova pessoinha da casa. Entregou por fim sua dose de sangue, uma bolsa inteira. 
- Tome tudo.
Yori assentiu e furou a bolsa com os caninos, sugando o sangue, e não demorou muito tempo para secar tudo. Desviou o olhar a ele num pequeno sorriso. 
- Onde ela está? Eu quero vê-la...
Hideki se levantou e buscou a menor, já limpa, embora com resquícios do sangue, ao tomar aquele pequeno ser nos braços, sabia que estava apaixonado pela segunda vez embora de forma diferente. Se abaixou para ele e mostrou a nova pessoinha da casa. Yori sorriu conforme viu a pequena, ele parecia feliz, podia sentir a sensação dele, era um conforto, parecia amor. 
- Você a ama? Eu sinto...
- É claro que eu a amo. - Hideki disse e sorriu para ele, beijou-o em sua testa e a beijou em seguida. - Obrigado, Yori.
Yori sorriu novamente e negativou, segurando a mão dela, era tão pequenininha, parecia tão frágil. 
- Posso segurar?
Hideki ajeitou-a e acomodou nos braços dispostos dele. Ao recebê-la, Yori teve a impressão de que ele não queria soltar, quase riu. Segurou o corpo pequeno dela e beijou-a em sua testa. 
- Oi Hiyori...
Hideki abaixou-se e foi onde ficou, ao lado dele na cama. Podia sentir as sensações dele também, podiam compartilhar aquilo. 
- Pode conhecê-la Ophelia.
Yori desviou o olhar a outra e sorriu, vendo-a se aproximar e fitar o rostinho pequeno da filha. 
- Ela é linda... Se parece com você quando era bebê.
Hideki sorriu canteiro, se lembrava pouco do fato de que ela havia criado a si desde a infância e agora faria parte da vida com a filha. 
- Você quer ser madrinha dela, Ophelia? Eu gostaria que fosse. - Disse Yori.
Ophelia sorriu para ele num risinho. Vampiros não tinham aquele hábito uma vez que os pais raramente morriam, então "batismo" não era um costume, mas assentiu para ele. 
- Claro, vou cuidar muito bem dela, como fiz com o pai.
Yori sorriu e beijou a pequena em seu rosto novamente, os olhinhos ainda estavam fechados, mas sabia que logo ela abriria, iria esperar. Viu Ophelia sair do quarto, agradeceu de certa forma, estava cansado e entregou o pequeno corpinho dela para o outro. 
- Dorme comigo um pouco...
- Eu vou cuidar dela, você pode descansar. - Hideki se deitou ao lado dele após toma-la nos braços. Deitou-a no peito e cobriu com a roupa de cama. - Eu vou esperar você melhorar pra banharmos ela.
Yori assentiu conforme o ouviu e o beijou em seu rosto, depois nos lábios e fechou os olhos, era somente um segundo, um minuto... Mas adormeceu.
Hideaki ficou ali, um pouco tímido sem saber o que fazer, não era bem vindo, sabia que não era parte da família, até pelo fato de não ter sido chamado para conhecer a pequena, merecia? Merecia, mas ainda assim era dolorido. Ao fechar a maleta, olhou uma última vez para a pequena e seu pai e seguiu para fora. 
Algum tempo depois, Yori abriu os olhos, estava descansado, ou um pouco melhor. Suspirou e procurou o outro pelo quarto, mas não achou, nem Ophelia.
- Hideki?
Ao ser chamado, Hideki voltou para o quarto, aquela altura já estava com a pequenina limpinha e vestida com uma roupa tão miúda, quase roupa de boneca, amarelinha. 
- Mamãe acordou.
- Ah, você não ia me esperar pra dar banho nela? 
Yori murmurou e uniu as sobrancelhas.
- Sim, mas você pegou no sono tão profundo, eu fiquei com pena de deixar ela suja e sem roupas. Já é de manhã.
- Ah... Eu dormi tanto assim? Desculpe...
- Acho que descansou o suficiente para que possa agora conhecer nosso bebê.
Hideki disse e se deitou, colocou a pequenina sobre o peito dele, deitado como estava. Yori sorriu a ele e estendeu os braços, recebendo-a consigo e era tão linda e também tão pequena. Segurou a pequena não dela com um dos dedos.
- Oi neném...
Hideki sorriu e se sentou com ele, observando-o junto a pequenina, estava feliz, ele também. Yori beijou o nariz pequeno dela, depois seu rostinho. 
- Eu queria ver os olhinhos dela...
- Ela vai fazer isso em breve. Mas já é linda como está.
- Sim, ela tem os seus cabelos, e eu acho isso adorável.
Hideki sorriu. 
- Posso ver nós dois, eu gosto disso.
Yori riu baixinho e desviou o olhar a ele. 
- Você... Pode por ela no berço aqui agora enquanto ela ainda é neném.
- Sim, eu vou trazer um para o quarto.
- Você é muito apegado a ela, eu acho fofo. E ela ficou linda com a roupinha.
- Hum, é claro, é parte de nós dois. E é minha.
Yori sorriu e tocou a mão dele. 
- Eu estou com fome... Será que a Ophelia faria algo pra mim?
- Se refere à comida humana?
- Sim...
- Vou dizer que faça. O que você tem vontade?
- Massa... Pode ser macarrão. - Yori riu baixinho. - Sei lá, me deu vontade.
- Hum, quer sair até algum lugar com o nosso bebê?
- Eu posso?
- Se você quiser, é claro. Está disposto?
- Eu acho que sim... 
Yori disse e tentou se levantar, ainda estava um pouco dolorido.
- Acho que posso pedir que entreguem alguma coisa.

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1 comentários:

  1. O nascimento foi a coisa mais fofa que eu já li em histórias originais. Fiquei imaginando essa mocinha fofinha com as bochechas bem gordinhas e os olhos fechados >< que momento!
    E pensar que o vovô era médico, quem diria né? E quem diria mais que ele esta tendo um lance com nossa diva, musa e agora madrinha, Ophelia.
    Quanto mais eu leio, mais eu fico emocionada com a evolução de cada um deles.
    Muito obrigada por mais este capítulo maravilhoso! 💜💜💜💜

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