Masashi e Katsuragi #5


Masashi revirou-se no estranho conforto abaixo do corpo, mas mesmo embora macio, estava apertado. E sentia um estranho peso sobre as pernas. Ao tatear o local, sentiu um tecido leve, juntamente a um toque mais frio, sua pele. Abriu os olhos embaçados, nem sabia que horas eram. E notou então a presença de um acompanhante. Assustou-se inicialmente, no entanto recordou-se da presença do vampiro.

Katsuragi moveu-se suavemente sobre o sofá, despertando do sono junto do outro, e havia perdido a noção do horário, certamente os outros cortesões já haviam acordado e estavam se perguntando onde estava, mas não se deram ao trabalho de procurar já que estar longe era melhor para eles. Sorriu, suavemente, porém arregalou os olhos ao notar a presença dele, os olhos estavam num tom distante de vermelho, estava faminto, costumava se alimentar toda manha, e naquela fora diferente. Suspirou, mantendo o controle e deslizou uma das mãos pelos cabelos dele.
- Bom dia, querido.

O menor sentiu o toque atípico nos cabelos. O que causou um leve eriço na pele pela falta de costume. E fitou o rapaz, cujo seus olhos quase pareciam castanhos, como não os havia visto antes. 
- Tudo bem, hum? Dormiu bem?
- Sim... Mas está calor. E sua perna é pesada.
- Ah... - O maior disse a puxar a perna como ele havia pedido, tirando-a de cima dele.
- Você dormiu?
- Nem vi o tempo passar. Apesar de que... Você não é tão confortável quanto o meu caixão.
- Ah... É? Então vai dormir em cima dele.
O maior riu baixinho.
- Eu não durmo num caixão, bobo.

- Sei, Conde Drácula.
Katsuragi rosnou a ele a mostrar as presas. Masashi fitou-o de soslaio, como se o estranhasse.
- Cachorrinho?

- Ora, está corajoso hoje.
- Você me deu liberdade pra isso...
- Ah, eu dei?
- Deu.
- Quando?
- Hoje.
- Quando me deitei com você?
- E me deixou te puxar pro sofá, te beijar e pedir pra eu te abraçar.
- Hum, talvez seja verdade.
O menor sorriu a ele. 
- Vem me dar um beijo.
- Mas eu acordei agora.
- Ah, problemas mortais. Na mesa atrás de vocês tem balas nesse potinho.
Masashi virou-se, procurando as balas e escolheu uma delas, azul.
- Aniz.
- Gostosa. - O menor disse com a balinha na boca. - Quer a bala?
Katsuragi sorriu a ele e aproximou-se, segurando-o no queixo e selou-lhe os lábios.
Ao sentir o toque de seus lábios, superficialmente, Masashi levou a bala entre eles e tentou empurrá-la a dentro de sua boca. O maior sorriu a ele e aceitou a bala, puxando-o para si pela cintura e colou-o no corpo. Puxou os cabelos dele com a mão livre e aspirou o perfume que ele tinha no pescoço, tão gostoso, roçou as presas ali, arranhando a pele, mas não perfurou, pensou em fazê-lo e até pressionou suavemente, mas não o fez.
Masashi pendeu-se suavemente ao sentir a puxada, que mesmo assim não era forte. Encolheu sutilmente o pescoço ao sentir as pontinhas roçarem pela cútis e descer na pele, no entanto, soltar antes que causasse alguma fissura. 
- É melhor levantarmos... - Katsuragi murmurou.
- Sim... Não tivemos aulas.
- Acordamos tarde, deve ser quase dia. Droga.
O maior levantou-se rapidamente, ajeitando o quimono, que estranhamente estava sem o obi. Masashi o
bservou-o em seu movimento hábil e sentou-se no sofá, ainda o fitando sem comentar. E pegou outra balinha, já que a própria ficara com ele. O maior pegou sobre o sofá o obi, prendendo-o ao redor da cintura e suspirou.
- Vamos.

- Aonde?
- Treinar, ora.
- Mas é dia, isso não te incomoda?
- Um pouco, mas eu aguento.
- Isso tem a ver com a minha estréia na semana que vem?
Katsuragi pareceu pensativo por um momento, desviando o olhar ao garoto.
- Preciso treinar você pra isso, não pode chegar lá sem dote nenhum.
- Sou um prostituto, não uma gueisha, tenho meus dotes.
- É, mas precisará de muito mais para conquistar um rapaz, terá aula de dança, bons modos, aprenderá muita coisa.
- ... Você está com fome, não está?
- Estou, preciso me alimentar, não fiz isso hoje cedo.
Masashi percorreu o corpo dele com os olhos, era bonito, já havia constado isso, não cansava de olhar.
- Bem, então vamos subir. 

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