Midnight Lovers #20 (+18)


Na segunda ida para o consultório, Kuro deixou seguir consigo o aprendiz, que certamente faria alguma companhia a seu gentil doutor, claro que reclamou não saber dos charmes que dava para o homem. Quando chegou, seguiu para a sala dele, onde silenciosamente se sentou durante seu sono. E havia falado com Katsuragi. 
Ao ouvir o barulho no quarto, Tsukasa piscou algumas vezes, estava escuro, era noite já, mas ele havia voltado e não pôde deixar de sorrir. Havia trocado o curativo do ombro, embora ele já estivesse vermelho pelo sangue novamente, e também o remédio que usavam.
- Kuro...
- Oi bonitão. - Kuro sussurrou ao vê-lo desperto. - Tentei não ser ruidoso.
- Não, eu estava te esperando. O que Katsuragi disse?
- Disse que depois conversará com você. Mandou lembranças. E eu trouxe isso. - Kuro disse, colocando os pequenos obentos acima do balcão. - Está frio, achei que ia gostar de tomar. - Disse, usando de suas mesmas palavras. 
Tsukasa assentiu.
- Hum, sei que tipo de conversa teremos. - Riu. - Eu pagarei bem pelo dias que o tomar. - Disse, desviou o olhar aos pequenos recipientes e sorriu. - ... Obrigado.
- Pague apenas a quantidade dele, a mim não precisa pagar.
- Preciso sim, perderá seus serviços.
- Não é necessário. Quero cuidar do meu amigo. - Kuro disse e tocou seu rosto.
- Amigo, ah? - Tsukasa disse num sorriso de canto.
- Como devo chamar? - Kuro indagou e sorriu como ele.
- Hum, você quer ser meu namorado?
- Ora, sabe que não posso namorar, sou um prostituto.
- Hum, ninguém vai saber e não vou exigir sua fidelidade. É só pra poder te chamar de namorado e não amigo, isso parece horrível.
- Então você quer fingir?
Kuro indagou, o que no fim parecia ser o seu pedido. Sentia como se o estivesse fazendo sofrer.
- Hum, basicamente. - Tsukasa riu.
- Tudo bem, embora isso pareça cruel. - Kuro dorriu, não realmente provido de graça. - Posso dar sopinha pra te aquecer, hum?
- É claro.
Tsukasa disse num sorriso, estava feliz de tê-lo consigo, estava realmente feliz, ele havia voltado mesmo. Kuro p
egou o pequeno pote, abriu a tampa após ajeita-lo no colo. Pegou a colher tipo concha, era funda embora pequena.
- O cheiro está gostoso, ah?
Indagou e olhou para ele, vendo seu rosto, parecia bem, mesmo que estivesse ferido. Tsukasa a
ssentiu num sorriso e abriu a boca, esperando pela sopa. Era gracioso como ele tinha traços firmes e masculinos, mas que ao abrir a boca, como já havia feito antes, esperando por algo, parecia uma criança esperando seu alimento. Kuro conteve o sorriso, encheu a colher com a sopa e então a deu para ele. Tsukasa aceitou a sopa, experimentando e sorriu em seguida.
- Hum... Você fez? Que delícia.
- Eu ganhei a ajuda de Masashi para fazer.
Kuro sorriu e encheu mais uma colher para então soprar e dar a ele a sopa.
- Hum, são bons cozinheiros. - Sorriu.
- Ele é bom, porque Katsuragi tem fetiche por vê-lo cozinhar, então ele gosta de passar tempo fazendo isso.
- Hum, que fetiche estranho.
Kuro riu, entre os dentes.
- Bem, fetiches são normalmente estranhos, senão, não seriam fetiches. Apreciar coisas incomuns. Você gosta de alguma coisa?
Tsukasa sorriu meio de canto e desviou o olhar a ele.
- Hum... Eu... Acho que não tenho nada estranho. Talvez eu goste um pouquinho de dor.
- Oh, verdade? Então está se deleitando agora.
Tsukasa riu.
- Não esse tipo de dor.
Kuro riu e então lhe deu mais alguma sopa, mas tomou dela também. Tsukasa aceitou a sopa e sorriu.
- Hum, ele arrancou um pedaço do meu ombro. Acho que vai ficar uma falha na tatuagem.
- Eu pensei sobre isso. É uma pena que marque, mas vai ter seu charme. Quando se é um homem bonito. Não vai me bater porque estou dando em cima de você, ah? - Provocou.
Tsukasa estreitou os olhos.
- Vem aqui que eu vou te dar uma surra.
- Claro.
Kuro disse e colocou o pote ao lado, no pequeno móvel. Se levantou e então passou cada braço a cada lado de seu corpo e o fitou de cima. Pelos ombros os cabelos se arrastaram até que caíssem em seu rosto. Aquela altura já usava um kimono menos chamativo, era preto, completamente.
- Então dê.
Disse e soou baixo, de onde estava, era perfeitamente audível embora sussurrasse. 
Ao vê-lo se ajeitar sobre si, Tsukasa fitou seu rosto bonito, seu tórax que aparecia no kimono suavemente aberto, quase gemeu inconscientemente, ele era lindo, ficava duro só de olhar pra ele. Ergueu uma das mãos, a oposta, que não estava com o ombro machucado e acertou o rosto dele, sem força. Kuro fitou o suave movimento de sua mão até que alcançasse o rosto, sorriu quando sentiu atingir a face com leveza. Virou-se para sua mão e pegou-a antes que ele a abaixasse, o beijou na palma da mão.
- Uh, que agressivo.
Tsukasa riu e tentou se erguer para selar os lábios dele, mas não conseguia, a costela doía de uma forma que irradiava. Kuro abaixou-se por ele, selando seus lábios e como já havia lhe dado um beijo firme, não se preocupou em deslizar suavemente a língua em sua boca machucada, delineando-a, mesmo que o toque ainda não fosse um hábito com ele. Tsukasa retribuiu o selo e suspirou contra os lábios dele, estava dolorido, mas não conseguia olhar pra ele normalmente, queria toca-lo.
- Você não faz ideia do quando eu quero fazer amor com você.
- Hum, se mandar, eu posso tocar mesmo com seus machucados. - Kuro disse e sorriu-lhe com os dentes a mostra.
Tsukasa sorriu meio de canto.
- Feche a porta.
Mesmo que não acreditasse que ele estava mesmo falando sério, Kuro se levantou e seguiu para a porta, não tinha como tranca-la, mas encostada e ouvia um falatório suave do lado de fora, era Mitsuru. Voltou para ele então. Tsukasa sorriu a ele ao vê-lo voltar.
- ... Acho que não consigo abrir as pernas pra você, mas aceito seus dedos.
- Ah, é? - Kuro disse, evidentemente, não espantado mas surpreso pelo pedido. - Vou adorar. - Disse ao se acomodar ao lado dele. - Que roupas está usando aí embaixo? - Indagou e ergueu seu lençol para então fitar suas peças.
Tsukasa sorriu ao ouvi-lo e mordeu o lábio inferior, mas gemeu dolorido.
- Só roupa íntima.
- Hum, o médico tirou sua roupa, ah?
Tsukasa indagou e se ajeitou a seu lado, sem que tocasse seu corpo onde ferido. Enfiou a mão sob o lençol e olhava para ele ainda que a mão estivesse trabalhando mais embaixo, tocando-o por cima da roupa íntima.
- Hum, deve ter tirado. - Tsukasa sorriu e suspirou conforme sentiu o toque. - Eu estava dormindo.
- Tadinho do meu Tsukasa, estava desacordado, estava?
Kuro indagou e deslizou a palma da mão acima do tecido, sentindo a fricção dele, massageando-o para ganhar sua rigidez. O maior i
nclinou o pescoço para trás e suspirou.
- Ah... Eu agradeço o agrado, mas não era só aí que eu queria os seus dedos.
- Meu querido, preciso começar em um lugar, não é? Ou você quer meu dedo direto no ponto?
Tsukasa riu.
- Queria só deixar claro, "meu querido".
- Eu sei o que você gosta.
Kuro sussurrou e deslizou para dentro de sua roupa, tocando seu sexo já levemente ereto. Correu por seu comprimento até o fim, alcançando onde ele queria ser tocado. Tsukasa s
uspirou e mordeu o lábio inferior, porém, a atenção se voltou para a enfermeira que adentrou o quarto, e observava a prancheta, então, não viu a mão dele abaixo do lençol. 
- Amai Tsukasa?
- Oh, Amai.
Kuro disse, fingindo-se sério, ele sabia que não. Moveu o punho, mesmo com a jovem enfermeira ali, sendo sutil no ritmo, mas empurrou o dedo para dentro. Tsukasa d
esviou o olhar a ele, rapidamente conforme ela havia adentrado o local, ainda assim ele não retirou a mão, e franziu o cenho.
- C-Cala a boca Kuro... - Resmungou, sabia que o nome era ridículo. - 
Sim, s-sou eu.
Disse e o sentiu empurrar o dedo para dentro de si, teve que engolir o gemido, e também a expressão dolorida. 
- Ah, desculpe, não sabia que estava acompanhado, eu vim dar sua medicação, sei que a dor está aumentando, então vou aplicar um remédio na veia, tudo bem?
- Eu... Não vou dormir, vou? 
- Ah, ele pode deixar você um pouco sonolento, mas vai demorar um tempo.
- Ah, tudo bem.
Tsukasa disse num suspiro e sentiu-a furar a veia, mordeu o lábio inferior, o outro, continuava em sua posição, do lado contrário a dela.
- Tem medo de agulhas, Amai-san?
Kuro indagou e moveu o dedo, sabia que o braço fazia um leve movimento, porém era cuidadoso e ambíguo, ela precisaria erguer o lençol para saber o que fazia de fato. Tsukasa s
uspirou e negativou ao ouvi-lo, estava bem, apenas esperou a finalização da aplicação do remédio, e agora ficaria novamente com a sonda. 
- Prontinho. Boa noite, Tsukasa-san.
- B-Boa noite.
- Não tenha medo, depois de um tempo você se a acostuma com a agulha, nem vai ter medo quando precisar de uma.
Disse Kuro e voltou empurrar a mão, agora em sua partida, com mais firmeza. Tsukasa m
ordeu o lábio inferior conforme o sentiu se empurrar para si e deu um sorrisinho de canto.
- Filho da puta...
- Ah, que agressivo. - Kuro disse e se curvou para ele. - Posso te beijar? - Disse diante de seus lábios feridos e fitava de perto, sentindo o gostinho salgado em sua boca, pela sopa ao lamber seu lábio inferior. 
Tsukasa sorriu e assentiu, selando os lábios dele conforme sentiu sua língua roçar em si.
- Hum... Pode.
- Hum, bem que você disse que gostava de um pouquinho de dor.
Disse e lambeu seus lábios, empurrou vagarosamente a língua em sua boca, massageando seus lábios conforme passou. Ao beija-lo, deu o mesmo ritmo do qual os dedos, devagar, mas firme. 
Conforme o sentiu empurrar a língua para si, Tsukasa gemeu, dolorido e prazeroso por seus movimentos, devagar ergueu a perna, deparando-a suavemente para dar espaço a ele, embora dolorido, conseguia fazer. Retribuiu o beijo dele, e queria toca-lo, mas não conseguia, um dos braços tinha o ombro machucado e o outro, tomava o remédio na veia, que de alguma forma, havia deixado a si um pouco tonto, como uma bebida.
- Hum...
Kuro deslizou a língua para ele, sentindo seu gostinho salgado. Quando desviou o beijou na bochecha e desceu ao pescoço, era firme, mas tinha gentileza sobre suas feridas. Penetrou mais rapidamente com os dedos, dois deles, massageando uma parte que conhecia bem dentro dele.
- Ah!
Tsukasa gemeu, pouco mais alto conforme o sentiu mover os dedos, na verdade, não havia percebido a altura e estremeceu em seguida, mordendo o lábio inferior ferido.
- Kuro...
- Sh...
Kuro murmurou ainda que quisesse mesmo ouvir sua voz rouca escapar da garganta, não queria porém trazer a enfermeira no quarto. Ainda assim, penetrou e forçou no mesmo lugar, massageando com insistência. Tsukasa u
niu as sobrancelhas conforme o sentiu se empurrar para si novamente.
- Ah, Kuro... Me fode.
M
urmurou, e na verdade, não tinha real noção do que falava naquele momento.
- Hum, parece gostoso.
Kuro disse ao ouvi-lo, e parecia gostoso sempre que o fazia soltar algumas resmungos dos quais se envergonharia mais tarde. Sorriu e desviou até sua orelha, lambiscou o lóbulo e mordiscou em seguida. Tsukasa g
emeu novamente, dessa vez mais baixo. Queria mais forte, queria mais rápido, na verdade, queria ele entre as próprias pernas.
- Kuro... Droga, queria tanto transar com você.
- É? Eu também quero muito você e hoje vou ter de ficar na mão.
Kuro disse e sentia que podia dar o que ele queria, mas, tinha seu próprio impasse. Vigorosamente massageou aquela parte dele. Tsukasa m
ordeu o lábio inferior mais uma vez, gemendo novamente dolorido.
- Eu... Ah...
- Vem, Tsukasa, pode gozar, não tenha medo de me sujar.
Kuro disse e com o dígito polegar massageava a parte frontal, onde alcançava com o toque. 
O maior franziu o cenho, assentindo e fechou o punho, sentindo a agulha incomodar na veia e finalmente gozou, inclinando o pescoço para trás, e teve um efeito melhor que o remédio, porque sentiu todo o corpo anestesiado.
- Ah...
Quando os espasmos do corpo dele se intensificaram, Kuro fez o mesmo com o punho, penetrando mais rapidamente, insistindo no ponto até então obriga-lo a se desfazer de prazer. 
- K-Kuro... - Tsukasa murmurou em meio ao gemido e fechou os olhos, inclinando suavemente o pescoço para trás. - Ah... Isso é tão, tão bom...
- Kimochi, ah?
Kuro beijou sua bochecha, seu pescoço e quando extraiu todo seu prazer, então saiu de dentro dele. Tsukasa a
ssentiu e suspirou, desviando o olhar a ele, e sorriu meio de canto.
- Isso foi... Tão gostoso...
- Eu queria poder tocar você...
- Não se preocupe comigo.
Kuro disse conforme se afastou, encostando-se na cadeira onde sentado, acomodando as costas ao se curvar para o assento e então tocou o obi, afrouxou o laço sem tirá-lo completamente, deu um espaço no kimono, mostrando para ele a ereção o qual se expôs, tirando-se da roupa. Tsukasa d
esviou o olhar a ele ao ouvi-lo e fitou seu corpo, ah, ele era tão bonito, podia endurecer novamente só de pensar em toca-lo.
- Hum, vai... Vai se masturbar do meu lado, hum?
Kuro não o respondeu com palavras mas com o que fazia. Deslizou os dedos para dentro da roupa íntima, empurrando-a um pouco mais para baixo com o dorso dos dedos embora já estivesse exposto. Livre, tomou-se no enlace dos dedos e moveu-os ao redor do sexo viril, passando a formular um vaivém que não era muito rápido e nem muito devagar. Olhava para ele, direta e despudoradamente. Tsukasa sorriu novamente, e mordeu o lábio machucado mais uma vez, era um filho da puta, deixaria a si duro de novo.
- ... Droga, Kuro.
- Me deixa apreciar você, com os olhos já que não posso com meu corpo.
Kuro apertou-se, firmando os dedos, que por consequência retribuía com espasmos dos quais não tinha intenção, era o próprio toque afinal. Mas sabia como fazer, era por isso que não ia demorar. Com a mão livre, deslizou um pouco abaixo do falo, massageou as glândulas sob a ereção, na verdade, se apertou, diferente dos dedos em continuo movimento de sobe e desce. Tsukasa o
 observava com atenção, silencioso e assentiu, o deixaria se tocar, mas teve que suspirar e até gemeu suave ao vê-lo fazer, era agradável a vista.
- Hum... Você é lindo.
- Você gosta?
Kuro indagou, quase num sopro de altura. Numa pausa breve, afrouxou o quimono mesmo acima, deixando expor o tronco e desse modo, tênues espasmos de prazer diante do ritmo que retomou. Continuava insinuando o toque, imaginando se àquela altura ele já deixava de ter receio sobre aquela parte, queria fazê-lo desejar aquilo. Tsukasa a
ssentiu, os olhos fixos no corpo dele, podia ver suas curvas do abdômen, cintura, peito, ele era tão bonito que não poderia descrever, se sentia eufórico em olhar para ele. E aquela parte específica de seu corpo, seu sexo, era estranho ainda olhar pra ele, mas de alguma forma o olhava com apetite, queria toca-lo, queria senti-lo, contrário de como costumava pensar antes, na verdade, até mesmo antes queria toca-lo, mas algo em si dizia que era errado.
- Hum... Quer colocar na minha boca machucada? - Riu.
Kuro sorriu, numa tênue e maliciosa curva no canto dos lábios. Sem responder continuou com o ritmo, na verdade o agilizou e se expôs para ele, justamente porque sabia que estava perto e dessa forma, o peito subia e descia mais rapidamente, tal como o ventre tensionava os músculos, num espasmo de prazer quando então atingiu o ápice, movendo habilmente os dedos, já sujos pelo prazer. E da garganta soou um rouco protesto de voz que abafou ao morder a bochecha por dentro da boca, e ainda que as sobrancelhas formassem um arco tenso com rugas temporárias entre elas, evidentemente, era de prazer. Tsukasa suspirou ao observa-lo, podia sentir até mesmo o próprio peito a respirar pesado, já estava duro de novo, e dolorido, e o pior, não podia se apertar, não conseguia mover o ombro. Parecia uma maldição. Mordeu o lábio inferior, sem se importar com a dor e fitou cada pequeno músculo do corpo dele, fitou seu sexo ao atingir o ápice, e imaginou-o fazendo aquilo dentro de si, ah, e parecia tão gostoso, droga, maldição!
- ... Kimochi?
Murmurou, novamente só se dando conta de que havia fechado com força a mão quando sentiu a agulha dolorida na veia.
- Kimochi 
Kuro disse, embora sem qualquer toque da voz, era apenas o movimento dos lábios. Deslizou os dedos pelo sexo, limpando-se do prazer na pele, e embora não estivesse mais tão viril, também não havia amolecido completamente. Tsukasa s
uspirou mais uma vez, pesado.
- Me dê a mão.
- Por quê? Está com sede? - Kuro indagou e estendeu a mão para ele.
Tsukasa assentiu e mordeu o lábio inferior.
- Vem.
- Não, não faça isso...
Kuro sorriu canteiro e tomou a mão de volta, limpando-se com os lenços descartáveis deixados na sala, as mãos e o sexo. 
Tsukasa uniu as sobrancelhas.
- Por quê?
- Senão quando for me chupar, vai ficar com receio de me deixar gozar na sua boca, então, vou esperar você querer meu garoto.
- Hum, claro que não. E eu já chupei você, você já gozou na minha boca.
- Então você está com apetite pelo gostinho do meu "amor", é? - Kuro indagou e sorriu, tentando distrair sua atenção de seus possíveis desconfortos, embora o que lhe causava sexualmente, era outra história. - Então, quando tiver alta. Eu trouxe isso. - Disse, mostrando a pequena a mala ao lado, logo após se limpar completamente e claro, voltar a se esconder no kimono. - E assim, vou te dar mais disso.
- Na verdade, queria colocar alguma parte de você dentro do meu corpo. - Tsukasa disse num pequeno riso e desviou o olhar a pequena mala, unindo as sobrancelhas. - O que é isso?
- Não vou morar na sua casa por uns dias?
- Hum, são suas roupas?
- Sim, algumas coisas minhas.
- Se você quiser eu posso deixar elas e ir só com meu corpo, assim vivo nu em sua casa.
Tsukasa sorriu meio de canto.
- Hum, e só tem roupas?
- Não. - Kuro sorriu, canteiro.
Tsukasa riu baixo ao ouvi-lo.
- Imaginei, seu pervertido.
- Mas tenho meu shampoo, sabão de banho e algumas coisas mais.
O maior estreitou os olhos. Kuro sorriu.
- Por quê? Você está pensando em perversões? Seu pequeno tarado, está machucado.
- Eu sei que estou machucado, mas uma costela quebrada a mais, a menos, tanto faz
Não é assim, tem que ficar bem, forte e imponente quando chegar no bordel. Mas pode se derreter em minha cama.
Tsukasa sorriu meio de canto.
- Hum, tudo bem então.
Kuro sorriu a ele e enfiou a mão embaixo do lençol, dando uma conferida e uma ajeitada em sua roupa.
- Vou fazer bem mais gostoso quando você ficar bem.
Tsukasa sorriu e mordeu o lábio mais uma vez.
- Me deixou duro de novo, palhaço.
Disse, porém a atenção fora desviada em direção a porta e fitou o médico que adentrou o local, estava um pouco tonto.
- Amai-san? Está tudo bem?
- Por favor, doutor, me chame de Tsukasa.
- Claro. Estou tomando conta do turno da noite, se precisar de alguma coisa, pode chamar uma das enfermeiras, parece que está tudo okay. O rapaz é seu filho?
- Ele é meu namorado.
Tsukasa disse, e não fazia ideia do que estava dizendo de fato, talvez efeito do remédio.
- Ah...
Kuro arqueou a sobrancelha, confuso pela indagação, não sabia se aquilo havia sido uma tentativa de importunar o moreno, mas diante da resposta, ergueu a mão e acariciou o rosto dele, sua orelha, podia ver seus olhos diminutos.
- Ah, papai, está medicado, não é papai?
Brincou, mas estava na verdade provocando o médico e ele também, o doutor r
iu e negativou. 
- Ah entendi, a enfermeira deve ter dado morfina a ele. - Riu. - Bem, estarei no plantão se precisarem de alguma coisa.
Kuro assentiu e agradeceu. Virou-se para o moreno quando enfim se deu a saída do médico e sorriu.
- Hum, gostei do médico, ele me deu algumas ideias.
- Hum... - Tsukasa sorriu. - Espero que não vá ver o médico quando eu dormir, eu mato você. - Disse, não realmente sério sobre matar. - Ah... Caralho, meu corpo está leve.
- Vou vê-lo sim, pra ele ser bonzinho com você. - Kuro provocou mas apertou sua bochecha como a de uma criança. - Curta a brisa, papai.
- Não, fique aqui. - O maior disse a estreitar os olhos.
Kuro riu, aquele era o momento em que adoraria bolar perguntas idiotas, mas não estava criativo.
- Você pediu pra serviçal cuidar das crianças enquanto estamos fora?
- Que crianças? Você está doido?
- Ora, nossos filhos.
- Escute, eu estou tonto, não louco.
- Tsukasa...
- Nossos bebês, Kuromi e Tsubaki.
Tsukasa riu e negativou.
- São nomes bonitos, vou anotar para os nossos futuros bebês.
Kuro riu, num sorriso entre os dentes na verdade e assentiu no fim, vendo que ainda não podia provocar alguns risos para si mesmo.
- São, hum?
- São. Tem bom gosto.
- Tenho uma imaginação aflorada.
Kuro sorriu canteiro. Na verdade tinha até o mesmo para dar à Asami, e desta vez seriam Kuromi e Azumi. Tsukasa s
orriu e assentiu, suspirando pesado, embora dolorido. Kuro olhou para ele, machucado como estava, analisou suas razões e elas sempre faziam ter pena dele, não gostava disso, não gostava de sentir pena, porque ele não precisava disso. Ao se abaixar, interrompeu seus olhos franzidos antes que se fechassem.
- Tsukasa, quando você perceber que não precisa ser fóbico sobre você mesmo, então nós vamos nos conhecer melhor, vou te levar pra um encontro. O que acha?Tsukasa a
briu os olhos, devagar, fitando o rosto dele e sorriu, assentindo.
- Certo...
- Porque então vou te chamar como um cara que pode dar em cima de você sem apanhar. - Brincou. 
Tsukasa riu.
- Eu nunca bateria em você.
- Se eu for um cretino, deve bater.
O maior sorriu.
- Não bateria, nem se fosse um cretino. - Disse, um pouco tonto ainda, talvez pudesse pensar coisas desconexas, mas era verdadeiro aquilo. - Nem se me abandonar ou me machucar... Eu nunca te machucaria.
- Não deve pensar assim. - Kuro disse e afagou seus cabelos, logo atrás a orelha.
Tsukasa negativou, desviou o olhar a ele e repousou a face em sua mão.
- Você é o que eu tenho de mais precioso, Kuro. Não devo pensar de forma nem que seja mínima diferente disso.
- Você também é precioso pra mim. Mas eu devia punir você, por entrar em meu coração sem sequer pedir licença...
Tsukasa sorriu ao ouvi-lo, meio de canto.
- Hum, não precisa mentir pra mim.
- Não estou mentindo. Talvez eu tenha um pouco de dificuldade em falar sem parecer falso, um amigo costuma me dizer isso.
O maior desviou o olhar a ele, abrindo os olhos completamente.
- Gosta mesmo de mim?
- Gosto, muito.
Tsukasa sorriu, não podia toca-lo, embora quisesse.
- Mas há alguém que eu tenho medo de magoar por conta disso.
O maior uniu as sobrancelhas ao ouvi-lo, porém desviou o olhar em seguida, sabia quem era.
- Asami.
- Hum. - Kuro murmurou afirmativo, foi sincero. - Mas não vou deixá-lo.
- É por isso que não quer ir embora comigo?
- Existem muitos fatores.
Kuro não iria dizer quais eram, embora ele certamente fosse perguntar. Não queria dizer o quanto se sentia diminuto, para ele e mesmo para Asami, não havia tido nada além de uma vida no bordel. Tinha dinheiro o bastante, mas era por trabalhar com aquilo, que era a única coisa que sabia fazer até então. Não pôde protegê-lo sequer de uma briga, ele e nem Asami. Não deixaria Asami, exceto se longe, ele estivesse mais feliz, mas não deixaria Tsukasa, porque aprendera a desejar alguém e sentir que deveria brigar para tê-lo, mas sabia que no fim, carecia de muitas coisas. 
Tsukasa o observou após um momento silencioso, era uma das poucas vezes em que podia ver na expressão dele, algo real, não a máscara que ele geralmente usava. Ele estava triste, parecia triste de alguma forma, e sabia que era ciumento, sabia que era carrancudo e egoísta, mas naquele momento, não conseguiu simplesmente brigar com ele, ou exigir algo dele, sabia que também era muito insignificante ainda para pedir aquilo.
- ... Eu vou esperar. Quando estiver pronto pra ir comigo, estarei te esperando.
- Obrigado.
Kuro falou baixo e deixou claro que estava grato pela resposta simples que ganhara. 
O maior o observou, silencioso ainda e assentiu com a cabeça, aconchegando-se na cama, e não disse nada mais.
- Durma um pouco, bonitão. Eu vou ficar com você.
Tsukasa assentiu e sorriu de canto.
- Tem um cobertor no pé da cama, use.
- Pode deixar, papai.
Kuro disse e talvez estivesse sem sono. Ficou ali algumas horas, olhando para ele, droga, estava um pouco melancólico pelo assunto, mas aos poucos tentou se distrair até então cair em sono.

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