Yuuki e Kazuto #86


Kazuto havia preparado espaguete, e misturado sangue na receita, ele gostava daquele modo, porém, ouviu o barulho da porta e voltou-se a ela, observando o filho adentrar o local, e não havia se atentado a retirar a coleira.
- Eh? Yuuto-Chan. Onde estava?
Yuuto sentiu o cheiro pela casa e com isso seguiu a busca da mãe na cozinha, era sempre essa a razão.
- Tadaima. Fui até a cafeteria, fiquei com vontade de tomar algo e observar o movimento. Ganhou um colar do meu pai, hum? Parece um cãozinho.
Kazuto sorriu ao ouvi-lo e assentiu.
- Hai, não é bonito? - Disse a indicar o colar.
- Hum, sim. - Yuuto sorriu a ele e não achava bem a definição de um colar bonito, sabia que era algo mais sexual. - Quer ajuda, mamãe?
- Ah, iie, logo vou servir o jantar, tome um banho pra ficar quentinho, hum? - Kazuto sorriu a ele e tocou o rosto do filho com uma das mãos, acariciando-o.
- Hum. Não preciso ficar quente, mamãe.
- Ah... Desculpe, é mania de humano.
- Sei que é idiota...
- Não, é costume. Ficar quente deve ser agradável.
Kazuto sorriu a observá-lo e assentiu.
- Quer experimentar o macarrão?
- Hai, já estou com fome e o cheiro parece ótimo.
Kazuto assentiu e sorriu a ele, colocando um pouquinho do macarrão num pequeno pratinho.
- Experimente.
Yuuto aceitou o prato, que era na verdade um pires, provou sentindo o sabor do molho impuro.
- Oishi. Está saboroso, mãe.
Sorriu a ele e sentiu o cheiro da comida saborosa pela casa se misturar com um odor característico, rapidamente se abaixou na cozinha, escondendo-se atrás do balcão, embora soubesse que era inútil.
- Hum, que bom que está gostoso. - Sorriu.
- TADAIMA! Eh? ... Hey priminho, não se esconda, eu consigo te ver.
Kazuto riu baixinho.
- Ikuta, não faça tanto barulho, Yuuki não gosta.
- Ah verdade... Desculpe ne.
- Quem é que gosta? - Yuuto disse e só então se levantou enquanto resmungava e lamentava para si mesmo.  - Veio encher a barriga?
- Ah, não aja como se eu só tivesse vindo jantar. Eu vim ver você, priminho.
Kazuto sorriu a ambos.
- Logo o jantar estará pronto.
- Ah... Ganhou uma coleira, tio?
- Ah, é. - Kazuto sorriu.
Yuuto voltou a observar o pequeno adorno do pai, se perguntava se usaria constantemente.
- Isso não se usa somente em momentos específicos, mãe?
Indagou e por fim voltou a pegar o pequeno pires, terminando a prova de macarrão. 
- Ah... Na verdade isso não tem fins sexuais se é o que vocês estão pensando.  - Falou num sorrisinho. - Apenas achei que seu pai ia gostar de me tratar como um bichinho.
- Hum... Mas por quê?
Kazuto uniu as sobrancelhas e desligou a panela.
- Todo mundo gosta de filhotes.
- Meus pais não são como os seus, eles fazem as coisas com sutileza.
- Ora, meus pais só são... Entregues. Meu pai principalmente. - Riu.
Kazuto riu baixinho e assentiu.
- Yuuki, venha comer!
- São despudorados. Por isso você é assim. - Disse Yuuto.
Aquele chamando não era exatamente a forma como gostava de ser requisitado, mas Yuuki sentia um cheiro e era por isso que estava indo. Viu no entanto o filho e também seu primo. 
- Ah, não fale assim dos meus pais!
- Yuuki. - Kazuto sorriu ao ver o outro na porta, dando a ele um pequeno pratinho com um pouco de macarrão igualmente. - Pra experimentar.
- Ah, oi tio.
- Ikuta.
Yuuki disse como um cumprimento em resposta, observou a porção qual ganhou e provou um dos fios. Não era seu pai afinal, aquele havia nascido com alguns traços que remetiam à sua mãe, embora ainda pudesse ver de Ikuma nele.
- Oishi? - Kazuto murmurou e sorriu a ele.
Yuuki assentiu ao menor e percebeu que ainda usava seu colar roubado.
- Hum, não vai tirar?
- Eh? Ah iie, eu gosto assim.
Kazuto sorriu a ele e seguiu para lhe dar um selo nos lábios.
- Kazuto-san parece feliz hoje.
Yuuki sentiu o toque nos lábios, o que não lhe era um hábito em frente aos outros, o fitou de olhos baixos ao que se afastou, evidentemente sem dizer nada lhe fez uma expressão indagativo.
- É porque ele descobriu sua nova identidade de espécie. - Yuuki respondeu ao sobrinho. 
- Ah... - Ikuta riu.
- Eh? Não... Eu só estou feliz ora.
- É mesmo a nova espécie. 
- Eu disse.
Kazuto cruzou os braços.
- E o que você é, tio?
- ... Um cachorro.
Yuuki apertou novamente seu narizinho achatado.
- Chame seus irmãos. - Disse ao filho que seguiu a chamar pelos irmãos. Seu primo o seguia. - Ele parece mais você do que os pais dele.
Kazuto sorriu ao senti-lo apertar o próprio nariz.
- Eh? Parece?
- É, indo atrás do Yuuto. Quero entender porque esses meninos são obcecados pelos meus filhos.
- Ah... - Kazuto riu. - Não sei, eles sempre fazem isso.



Kazuto estava na cozinha, na verdade, preparava o jantar como de praxe, gostava de cozinhar pra ele mesmo que estivesse impedido de usar o fogão. Algumas vezes, usava o microondas, mas comida congelada era simplesmente horrível. Num suspiro observou o livro de receitas, podia sentir o cheiro dele e da filha, embora não com exatidão, era um vampiro transformado e nada era muito exato para si. Ouviu os passos pela sala e pela cozinha, podia sentir o cheiro dele, e sorriu, virando-se para cumprimentá-lo quando por fim viu as rosas sobre a mesa e uniu as sobrancelhas, não era de feitio dele, não mesmo. Desviou o olhar ao maior, silencioso, tentando processar suas palavras e o viu se retirar, silencioso como a si. Desviou o olhar para as flores azuis, eram tão bonitas que fora obrigado a deixar o livro de lado e ergueu o buquê a observa-lo, era a primeira vez que ganhava flores. Sorriu, primeiro um pequeno sorriso e depois um maior, aspirando o aroma delas para si e cortou aquele embrulho todo, claro, atencioso, mantendo as pequenas flores que faziam conjunto com as rosas, junto delas. Colocou-o num vaso e deslizou os dedos devagar sobre as pétalas. 
- ... Obrigado, Yuuki. 
Falou, para si mesmo e sorriu novamente, não falaria sobre aquilo com ele.

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