O rádio estava ligado o dia inteiro, Asahi sabia que ele deveria ficar do lado dele por horas como de praxe, ele não havia ido para a guerra, mas de alguma forma, estava entranhado nela do seu jeito. Em sua mesa em uma das salas haviam vários papéis que ele podia analisar e algumas vezes enquanto o via trabalhar, adormecia na poltrona no canto da sala, enrolando num pequeno cobertor marrom. Se sentia um pouco culpado por ter tirado parte de quem ele era, ele gostava de fazer parte da guerra e de alguma forma, o havia afastado. Naquele dia havia se sentado no mesmo lugar, mas olhava para o teto da sala, e se perguntava se um dia poderia ver a luz do sol novamente. Haviam meses que não saía dali de dentro, ele não deixava, pela segurança de si e do bebê.
- ... Kazuma, podemos fazer uma pausa? - Disse, e já estava cansado de vê-lo trabalhar tanto. - Posso fazer um lanche pra você.
Sorriu meio de canto, andava meio desajeitado pela barriga crescida da gravidez, estava no oitavo mês, estava perto, e temia mesmo pelo que iria acontecer quando finalmente chegasse o dia do nascimento dele. Por um momento se levantou e guiou a mão sobre a barriga, mas abriu um pequeno sorriso em seguida.
- Ele... Está mexendo. Acho que ele também quer o papai.
- Hum?
Kazuma estava sentado na poltrona, numa das mãos tinha um papel e na outra também, um deles estava lendo e volta e meia alternava para o outro, constantemente. Havia murmurado sem muita atenção mas acabou ouvindo o restante e sorriu quando voltou o olhar para ele, deixando então os papéis de lado.
- Certo.
Disse e esticou a mão, tocou também sua barriga e não mais as cartas ou documentos. Asahi sorriu e caminhou até a cadeira dele, ficando a sua frente e abaixou-se, selando seus lábios.
- Você... Me parece infeliz aqui.
Kazuma deslizou a mão em seu ventre tão crescido. Negou em sua dúvida afirmativa.
- Estou infeliz, porque eu não sei quando isso vai acabar e todos os dias acordo pensando se teve fim. Quero que meu filho nasça e veja o mundo lá fora. Quero que meus avós não morram aqui dentro.
Uniu as sobrancelhas e deslizou a mão pelos cabelos dele, acariciando-o.
- ... Por que as pessoas insistem em guerrear o tempo todo desenfreadamente? Será que elas não percebem que isso só mata e não conserta nada?
- É, o ser humano é muito falho. - Kazuma sorriu, canteiro e não de fato feliz. - Mas logo vamos ter um novo hóspede em casa. Teremos alguma felicidade pelos corredores.
Disse e o acariciava com uma das mãos, já a outra, pendia ao lado da poltrona, acariciando o pequeno gato se esfregando na cadeira. Asahi sorriu e assentiu a ele.
- E bem, estamos seguros aqui, não? Então está tudo bem.
- Sim, estaremos bem aqui. Agora vamos lá, o lanchinho.
Asahi sorriu e assentiu, segurando a mão dele.
- O gatinho também vai ganhar lanchinho, uh?
- Vamos todos ter um lanche então.
Kazuma sorriu e se levantou, seguindo com ele até a cozinha. Tinham sorte no fim de tudo. Ao chegar na cozinha, Asahi primeiramente preparou o chá havia colocado também niikuman para cozinhar no vapor, mas separado, fez dois pequenos pequenos bowls com arroz e peixe, que levou para os avós dele na sala. Sempre se abaixava em frente a eles sentados como sinal de respeito, mas não conseguia mais se abaixar devido a barriga, então, entregou e em seguida, as xícaras de chá, voltando a cozinha, onde terminou os niikumans.
Kazuma o viu partir para servir os avós, aquela altura, os serviçais haviam se tornado seus amigos mais do que servintes, ele gostava de fazer alguma coisa durante o dia, e não privava, inclusive o permitia servir mesmo com sua barriga crescida, gostava que tivesse interação e se perguntava muitas vezes se ele se sentia feliz com sua nova vida fora da igreja, ainda que fosse enclausurado. Terminou os niikumans por ele, e ajeitou o necessário para que comessem. Asahi sorriu conforme viu os pequenos pãezinhos sobre a mesa, aproximou-se dele e o beijou no rosto, nos lábios em seguida.
- Fiz chá verde com limão.
- Hum, parece perfeitamente adstringente e saboroso. Vem.
Kazuma disse, indicando o assento. Asahi riu baixinho e sentou-se onde indicado.
- Você quer me dizer alguma coisa?
Kazuma indagou, não que estivesse desconfiado de alguma coisa. Pegou um dos pães e deu para ele. Asahi desviou o olhar a ele, unindo as sobrancelhas.
- Eh? Não. Por quê?
- Por nada, achei que talvez quisesse conversar sobre alguma coisa.
- Ah... Não, eu só... Queria sair pra ter um pouco de ar fresco, mas sei que você não vai deixar.
- É, não serei flexível sobre isso, por enquanto.
- ...Mas fazem dias que não vejo sol, ou as estrelas, ou neve...
- Eu sei, mas por hora você está sensível, se precisar de movimentação rápida, pode ter problemas. Espere um pouco, tudo bem?
Asahi assentiu, unindo as sobrancelhas a pegar um dos pãezinhos.
- ... Será que você pode pedir a um dos guardas que traga um pouquinho de cacau em pó?
- Não fique assim. Você entende que é mais seguro assim? Você mal consegue se abaixar. - Kazuma disse e assentiu. - Vou pedir que tragam.
- Eu sei, é que... Aqui é abafado, as vezes eu tenho falta de ar. E ele se mexe muito quando eu passo mal. - O menor disse num suspiro.
- Temos algumas entradas de ar estratégicas. Além disso, quando estiver passando mal me avise, vou usar um leque para abanar você. - Kazuma sorriu canteiro.
Asahi estreitou os olhos, porém riu baixinho.
- Seu chato.
Kazuma sorriu num riso entre os dentes.
- Estou falando sério.
- Hum, tá bem.
Asahi sorriu e aproximou a cadeira da dele, repousando a face em seu ombro.
- Sinto falta de te ver sem roupa.
- Então hoje eu dormirei nu.
- Tudo bem, vou adorar. - Riu.
- Sabe que sou bem pesado pra te tocar a essa altura.
- Eu sei... Mas eu posso olhar seu corpo e suspirar um pouco. - Asahi sorriu. - Posso tocar você com a boca.
- Eu posso fazer isso em você.
- Hum... Mas eu fico feio sem roupas. - O loiro disse e riu.
- Não fica.
Asahi sorriu e tocou a perna dele por baixo da pequena mesa.
- Então tudo bem.
Kazuma tocou sua mão, deslizou-a para cima e encaixou na parte mais volumosa do baixo ventre, deu uma apertada, mas fora breve.
- Coma.
Sentiu o volume de seu sexo abaixo da roupa, mordeu o lábio inferior, sentiu um pequeno calafrio na espinha.
- H-Hai...
Kazuma deu-lhe um sorrisinho. Asahi mordeu mais um pedacinho do pão, silencioso.
- Asahi-san, estava uma delícia. - Disse a avó dele a entrar.
- Ah... Estava? - O loiro sorriu. - Que bom que a senhora gostou.
- Tem sorte de ter um bom cozinheiro, filho. - Ela disse a Kazuma.
- É claro, eles tem ótimas qualidades. - Kazuma sorriu para ela e tocou-a em seu braço.
Asahi sorriu, meio tímido e a viu toca-lo no rosto com um certo carinho.
- Ah, me perdoe, a senhora quer um pouco mais de chá?
- Não precisa se levantar, filho, eu mesma pego, você passa o dia todo indo pra lá e pra cá, precisa descansar um pouco, você e o bebê.
- Parece até que não costumava passar dias dentro da igreja. - Kazuma disse, referindo-se a sua constante movimentação. - Vá se sentar vovó, eu levarei mais chá para vocês dois.
Asahi viu-a assentir e seguir para seu lugar novamente. Sorriu a ele.
- Ela é um amor.
- É muito gentil. Come seu pãozinho, rapaz. - Kazuma disse e tocou seus cabelos loiros. No fim se levantou e levou o chá para os pais. Quando voltou, tornou se sentar e comer mais dos pães com ele. - Vou te levar pra fazer exercícios daqui a pouco.
Asahi assentiu e mordeu o último pedaço do niikuman, sorrindo ao ouvi-lo voltar.
- Exercícios?
- É, para relaxar o corpo.
- Ah sim, sei. Ah... Estou animado. - Sorriu.
- Está, é? - Kazuma disse, não soube decifrar com que emoção havia dito.
Asahi assentiu e mordeu o lábio inferior. Kazuma negativou consigo mesmo e com um sorriso canteiro.
- Hum, talvez você possa puxar um pouquinho o meu cabelo ou morder o meu pescoço.
Asahi disse baixinho, somente para ele e mordeu o lábio inferior. Kazuma sorriu. Havia mesmo falado de exercícios, mas daria a ele o outro tipo de atividade que queria.
- Ou você está mesmo falando de exercícios? - Asahi disse a unir as sobrancelhas.
- Não. - Kazuma sorriu canteiro. - É isso mesmo que está pensando.
- Ah, graças a Deus.
Asahi disse, mas só então percebeu o que havia agradecido e sentiu a face se corar. Kazuma arqueou a sobrancelha, confuso.
- Certo, vamos.
Asahi sorriu e levantou-se, devagar, segurando a mão dele.
- Vamos!
Kazuma desvencilhou o toque da mão, o passou a frente do corpo e guiou pelos ombros até o quarto. Asahi sorriu no caminho, seguindo com ele ao local e ao entrar, se sentou na cama.
- Posso fazer em você primeiro?
- Hum, claro. Como negar o alimento para alguém faminto?
Kazuma seguiu até ele após fechar a porta, enquanto já desabotoava a calça e abaixava o zíper. Asahi sorriu e mordeu o lábio inferior, sabia que fazer aquilo excitava a si, por isso queria fazer antes, na cama, abriu a boca, esperando por ele. O maior parou em frente a ele, diferente do menor não se pôs na cama, daquele modo não exigia muito de seu corpo, era um simples estar sentado. Feito isso, afrouxou a calça e abaixou apenas o suficiente na altura dos quadris, não tirou a roupa íntima porém. Asahi segurou-o nos quadris, deslizando as mãos pela pele dele e sentiu os músculos de seu abdômen, se arrepiava só com o mínimo toque.
- Tira a camisa...
- Hum.
Kazuma murmurou com um sorrisinho e tirou a camisa. Sempre achava graça ao pensar da forma como ele havia mudado, como havia deixado de seu um garoto de igreja. Asahi observou o corpo dele e mordeu o lábio inferior, podia passar o dia todo olhando ele sem roupa, era como um momento de apreciação. Riu e o beijou no abdômen, mas segurou-o entre os dedos com uma das mãos, aproximou a língua de sua ponta, e o tocou, sutilmente. Kazuma sorriu, com a análise interna ao perceber como ele parecia querer olhar cada centímetro da própria pele. No fim fitou seus dedinhos correrem do abdome à roupa e descer o tecido até a altura da calça, onde ela já estava. Tocou com seus lábios quase sem qualquer devaneio e sentiu a pele eriçar no mesmo momento. Asahi fechou os olhos, embora quisesse manter eles abertos, queria vê-lo, há dias só o dia sem roupas quando tomava banho, vez ou outra, e gostava de passar vários minutos na porta do banheiro, sem que ele visse, é claro, ou pelo menos achava que ele não via a si. Devagar o colocou na boca, quase por inteiro, até onde suportava e ao retira-lo, o sugou em sua ponta.
- Hum...
Kazuma observou-se até onde ia em sua boca, podia sentir sua vibração vocal suave em cada grunhido que dava contra o sexo e aos poucos se tornava ainda mais firme em sua boca.
- Está gostoso, é?
Asahi assentiu ao ouvi-lo, empurrando-o para dentro da boca novamente e só retirar o lambeu.
- Eu gosto tanto de fazer isso...
- Gosta, hum? Me mostra o quanto você gosta, Asahi.
Asahi sorriu a ele e o sugou, firme, colocando-o novamente na boca, forçando onde conseguia na garganta e uniu as sobrancelhas, iniciando o vai e vem, já rápido.
- Não estou falando disso. - Kazuma disse, embora gostasse daquela demonstração. A voz soou um tanto pesada, guardada na garganta, já excitado o suficiente aquela altura. - Estou falando do seu corpo.
Asahi desviou o olhar a ele e sorriu, retirando-o da boca e tinha vergonha de expor a ele, ainda mais estando naquele ponto da gravidez, mas afastou-se pouco, apoiando as mãos atrás de si na cama, e o sexo estava marcado na roupa. Kazuma assistiu-o se curvar e então mostrar como sua roupa se ajustava ali embaixo, ele ficava excitado com facilidade. Sorriu canteiro e com a mão gesticulou por chamá-lo de volta, satisfeito. Asahi aproximou-se novamente, segurando-o entre os dedos e o afundou na boca mais uma vez, estava excitado não só pela gravidez, por ter mais sangue no corpo, estava porque gostava de fazer aquilo, gostava de chupar o outro. Kazuma moveu a pelve, insinuando o ritmo para ele, mas era cuidadoso, evitaria forçar sua garganta, ainda que ele mesmo fosse guloso sobre o quanto queria enfiar a si dentro dela. Ao retira-lo da boca por um breve momento, Asahi mordeu o lábio inferior a fita-lo.
- Geme pra mim...
Murmurou e novamente o enfiou na boca, sugando-o, firme e uma das mãos deslizou pelo abdômen dele, sentindo sua pele macia.
- Hum, então me faça gemer.
Kazuma disse e conseguia sentir a força que ele tomou em sua língua, sugando mais firme, talvez para cumprir o que lhe propôs. Ao fechar os olhos, deu foco em seu toque, apurando a sensação no baixo ventre. Asahi assentiu ao pedido dele, e fazia o que podia, o tocava com a boca, com a língua, e ao retira-lo da boca, devagar desceu para a região inferior de seu sexo, mas não foi muito além, não queria correr o risco de levar um soco. Logo voltou a colocá-lo na boca. Kazuma desviou o olhar para ele ao sair da ereção e se abaixar e lamber mais embaixo, podia ver que era um toque tímido mas que subiu bem rapidamente, sorriu canteiro, apenas para si mesmo e tocou seus cabelos por quais desceu a mão e tocou os fios da nuca, puxou-os com firmeza, mas não bruscamente. Cnforme o colocou na boca, Asahi sentiu os toques dele no cabelo, sabia o que viria e até se arrepiou antes, ansiava por aquele pequeno toque dolorido, qualquer que fosse, e recebeu exatamente o que queria. Gemeu, prazeroso contra o sexo dele e ao contrário do que ele pensava, a pele se arrepiou visivelmente, fazia um tempo que não o sentia ser firme consigo. Kazuma deslizou os dedos de sua nuca ao pescoço, roçando as unhas que não eram longas, mas tinham tamanho suficiente para encostar à pele. Esfregou-o no toque, causando um caminho ardido por onde o toque passou, mas novamente encontrou seus cabelos, puxando conforme subia até o topo da cabeça.
Asahi uniu as sobrancelhas, e o empurrava a fundo na boca conforme o sentia puxar os cabelos, sugando-o mais firme que antes, estava excitado, e teve até mesmo que apertar a si sobre a calça, dolorido, podia gozar só de sentir ele tocar a si daquela forma. Kazuma levou as mãos para seus cabelos, ambas. Segurou-o pouco atrás das orelhas, ainda enroscando seus fios espessos e loiros, com firmeza o moveu a direção de si, era brusco, mas no fundo ainda tinha algum cuidado. O loiro desviou o olhar a ele conforme havia puxando a si e ainda tinha as sobrancelhas unidas, os olhos castanhos fitavam diretamente o rosto dele enquanto ainda o enfiava na boca, e deixava-o fazer como sentia vontade.
- Não quer força, padre?
Kazuma indagou e sorriu, empurrou-se um pouco mais forte. Segurou-o na nuca com a mão direita com que deslizou até ela, a outra desceu em seu peito e por dentro da camisa tocou o mamilo, que estava mais sensível e sabia disso. Asahi assentiu, queria, e havia se acostumado a suga-lo daquela forma, mesmo que o sentisse tocar a garganta, tentava não respirar demais. Ao sentir o toque sutil no mamilo, estremeceu e gemeu contra o sexo dele.
- H-Hum...
- Você quer gozar, padre? Quer que eu faça isso com você?
Kazuma indagou e soava um tanto mais embargado, afetado pelo prazer, na proximidade do ápice. Asahi assentiu, sutilmente já que o tinha na boca e ao retira-lo, lambeu-o em sua ponta.
- Goza Kazuma... Goza na minha boca.
Disse e o sugou novamente, puxando-o para si pelos quadris.
- Vou gozar...
O maior sussurrou, embora não fosse a intenção, movia a pelve para ele como o puxou para si. Não era rápido, como sempre, tinha mais firmeza que agilidade. Asahi fechou os olhos para se concentrar nos movimentos, e enquanto o fazia, apertava o próprio sexo firmemente, na mesma intensidade com que o sugava em meio aos lábios. Kazuma moveu sua cabeça, insistindo no ritmo, aumentou-o somente quando perto, gradativamente e quando enfim chegou no auge, o puxou para si, permanecendo dentro e fundo em sua boca, e por consequência, deu o que ele queria, o gemido de prazer. Ao senti-lo gozar, Asahi manteve-se parado, sentindo o líquido a fundo na garganta e novamente, uniu as sobrancelhas, apertando-se firmemente na calça e teria sido somente isso, se não o tivesse ouvido gemer. O gemido arrepiou a pele novamente, de modo visível. Sentiu uma suave leveza no corpo e teve que se apertar ainda mais na calça, embora não tivesse tempo para fazer aquilo, o gemido deixou os lábios contra o sexo dele dentro da boca e fechou os olhos, sentindo o arrepio percorrer na espinha, em direção ao baixo ventre, havia gozado junto dele. Após o fim de seu ápice, o tirou da boca, lambendo-o para limpa-lo de seu próprio prazer e desviou o olhar a ele, o corpo estava pouco trêmulo, não sabia se ele havia reparado, mas certamente iria, a roupa estava úmida.
- ...
Ainda absorto no clímax, Kazuma não deixou de reparar no entanto que seus dedos tremiam e suas pernas também a medida que o fitava através do rosto que era o que vinha primeiro, tomando em sua boca o sexo, até que então o libertasse. Sorriu, um pouco lânguido, nas era certamente provocador.
- Uh, jovens... - Sussurrou, rouco, ainda extasiado.
Asahi sorriu meio de canto, envergonhado e negativou.
- Jovens não... Grávidos. - Riu e o beijou no abdômen. - F-Foi sem querer...
Kazuma riu, entre os dentes e então se abaixou, fitando-o agora com o rosto a altura do próprio.
- Então você se divertiu.
Asahi assentiu ao vê-lo se abaixar e mordeu o lábio inferior.
- Muito... Me dá um calafrio quando você abaixa assim pra me olhar, da a impressão que vai me interrogar. - Riu.
Kazuma sorriu, canteiro.
- É um rapaz cheio de fetiches, padre. - Levou as mãos até sua calça, despindo-o dela.
Asahi sorriu.
- Na verdade, o meu fetiche é você. - Asahi disse, meio tímido e o deixou retirar a calça. - Tudo em você, a ideia do que você faz quem você é... Me excita. Acho que tenho um problema, estou apaixonado pelo meu namorado. - Riu.
- Hum, gosta de militares, é? - Kazuma indagou e tirou também sua roupa íntima, suja pelo prazer recente que absorveu. - Estou mais para marido, não acha?
- Descobri que gosto por sua causa. - Asahi riu. - A farda, seu corpo nela... Não consigo nem descrever. - Disse enquanto ele tirava as próprias roupas e mordeu o lábio inferior a fita-lo. - S-Sim, mas... Nunca me pediu em casamento, então...
- Espero que seu fetiche seja sobre como eu estou com a farda e não qualquer um. - Kazuma disse e tocou seu peito, empurrou devagar até que ele se acomodasse na cama, para se deitar. - Hum, vamos nos casar quando essa guerra terminar.
Asahi sorriu.
- É claro que é só você. Eu desenvolvi isso por sua causa afinal. - Deitou-se e num sorriso o observou. - Nós vamos?
- Hum, talvez eu tenha só acordado seu pequeno monstrinho sexual. - Kazuma disse e assentiu. - Vamos.
Asahi riu e negativou.
- Não, não sinto atração por mais ninguém. Só você.- Disse a deslizar uma das mãos pelo corpo dele, sorriu novamente. - Combinado.
- Não vou perguntar se você quer porque nós vamos.
Kazuma disse e sorriu. Se abaixou e beijou sua coxa, deslizando até a virilha onde podia sentir seu cheiro de sexo. Asahi riu novamente e assentiu, tinha lágrimas nos olhos, mas não ia chorar, não podia.
- Vamos sim...
Disse e deslizou uma das mãos pelos cabelos dele, sutilmente.
Kazuma sorriu canteiro, vendo seus olhos cristalinos pela umidade, um tanto mais do que deveria, estava emocionado e se contendo, podia ver. Mordeu sua coxa, na parte interna, sem ferir porém, embora dolorido fosse. Asahi gemeu, dolorido ao senti-lo morder a si e mordeu o lábio inferior, com uma das mãos agarrou os cabelos dele e a outra agarrou o lençol da cama. O moreno sentiu seus dedos correrem no couro cabeludo, embora segurasse no comprimento, seu toque escapava sempre para a parte mais baixa, achava graça. Desceu pelas virilhas, delineando seu sexo, ainda o limpava, sentindo seu gosto, mordiscou seu membro, logo abaixo ao comprimento que aos poucos ia tornando mais firme. Asahi o tocava na nuca algumas vezes, mas não conseguia se manter ali, sentia a falta de seu cabelo na parte raspada, queria segura-lo nos cabelos e sempre acabava subindo. Não conseguiria levantar para vê-lo, embora quisesse, por isso apoiou-se nos cotovelos e ergueu pouco o corpo, mordendo o lábio inferior conforme o via e gemeu dolorido com a mordida, mas fora sutil.
- Vai machucar a coluna.
Kazuma disse ao vê-lo se mover e então olhar para si, arqueando-se para ter vista. Não se demorou ali, ao desviar, subiu com a mão em seu sexo, o enlaçou e então colocou na boca, o sugou com firmeza, fazendo o ritmo de vaivém devagar, não tanto, mas era forte, bem forte. Asahi riu baixinho e negativou, mas teve que soltar e se deitar novamente, era pesado para si ficar daquela forma. Gemeu, prazeroso conforme o sentiu colocar a si na boca e uniu as sobrancelhas.
- Ah! K-Kazuma...
- Hum?
Kazuma murmurou, mas não queria mesmo uma resposta, também estava com a boca ocupada para perguntar se estava gostoso. Sugou como se fosse absorve-lo. Asahi agarrou-se mais uma vez nos cabelos dele, estava sensível, por isso sentia o corpo ansiar por ele, droga, queria tanto senti-lo dentro, mas não podia. O moreno sentia suas pernas tremendo sob o toque de uma das mãos. Se encaminhou até o meio de suas nádegas, num agrado suave apenas massageou seu âmago. Ao sentir o toque, Asahi estremeceu, guiando uma das mãos aos lábios e mordeu o dedo médio, contendo os gemidos, mas não podia evitar de já querer gozar de novo, era horrível estar daquela forma, qualquer toque dele, por mais simples que fosse, já era suficiente para excitar a si. Kazuma formou um vaivém mais intenso com a boca, subindo e descendo a sorve-lo. Com o dedo com que o tocou entre as nádegas, massageou e entrou devagar. O loiro gemeu ao senti-lo adentrar o corpo e mordeu o lábio inferior, mantinha os olhos fechados já que não podia olhar para ele, e também, queria apreciar os toques.
- Ah...
Kazuma sabia que o traria logo à tona, se já havia chegado lá num simples sexo oral, ao penetra-lo com os dedos, seria mais rápido, ainda mais, agora tão sensível, mas continuaria, até que o deixasse satisfeito. Continuou com o ritmo bucal, enquanto o sugava com força, ainda o massageava com a língua dentro dela. Com o punho, continuou até que penetrasse todo o dedo e tocasse precisamente onde lhe dava prazer. Asahi encolheu-se conforme sentiu o toque no interior do corpo, era dolorido e gostoso, era uma combinação perfeita para si.
- Kazuma eu... - Inclinou o pescoço para trás a franzir o cenho e gozou novamente, não se importou de ser rápido porque não suportaria mais tempo. - Ah!
Kazuma moveu o dedo, duas, três vezes, embora mais estivesse por circula-lo do que entrar e sair. Sentia na boca o leve sabor de seu "ânimo", estava quase gozando e podia sentir na língua, foi assim que se desfez, quase tão logo quanto imaginou, talvez um tanto mais rápido, mas continuou chupando e movendo o punho até que tirasse todo seu prazer. Asahi gemeu, até um pouco manhoso conforme o sentia e mordeu o lábio inferior e estremeceu, as pernas trêmulas conforme ainda o sentia se mover em si, e sugar o sexo.
- Kazuma...
Quando no fim o moreno tirou todas suas gotinhas, por fim, soltou-o da boca, na verdade só então percebeu o quanto foi firme, ao sentir a sensação de ardor no céu da boca e na língua.
- Kimochi, padre?
Asahi gemeu novamente, pouco mais alto, embora ainda sutil para que não ouvissem lá fora. Ao desviar o olhar a ele, assentiu, mordendo o lábio inferior.
- Você é muito gostoso...
O maior riu, entre os dentes, achando graça da forma como soou masculino e despudorado falando aquilo, sem intenção, claro. Asahi sorriu a ele e sentiu a face se corar, fora sutil, ainda era um pouco envergonhado por dizer aquelas coisas.
- Eu... Eu te amo.
Quando saiu dele, Kazuma se levantou e ajeitou-se ao seu lado.
- Eu também..
Asahi sorriu e virou-se pouco para ele, como conseguiu, o observava, e ele era tão bonito, teve que suspirar, gostaria de estar bonito para ele também.
- Também te amo.
Kazuma completou, sendo mais preciso desta vez. Ele podia não saber, mas o achava bonito exatamente como estava. O loiro selou seus lábios, várias vezes e repousou a face perto dele, em seu peito. Kazuma cedeu o lugar para ele, abraçando-o com um dos braços ao redor do ombro e acabou de olhos fechados, ficando apenas no silêncio com ele. Silencioso, Asahi segurou a mão dele como tinha costume, guiando-a sobre a própria barriga, deixando-o sentir os movimentos suaves do bebê.
- Ah, tudo bem.
Setsuna sorriu ao cliente que saiu da porta de casa, acenando para ele. Podia ver ao longe o rapaz de cabelos negros e compridos, já o conhecia, era Masashi, havia sido aluno do próprio pai há anos atrás, sorriu para ele, porém, percebeu que não estava sozinho, e não era seu namorado o seu acompanhante, e sim, um garotinho, tinha cabelos compridos e negros como os dele e era tão bonito com seus traços afiados que causou um sorriso em si, mesmo despercebido, ele lembrava a si de alguém, só não sabia quem.
- Masashi, em que posso te ajudar hoje?
- Vem, camelinha.
Masashi chamou o filho, que as vezes ficava para trás, entretido com algo qualquer na rua dos comércios. Esticou-se para pegar sua mão, levando-o consigo até a casa do luteiro, que parecia sempre polido embora cheio de fagulhas de seus instrumentos, estava com a camisa sempre acinzentada em alguma parte, mas gostava da forma como aquilo fazia ele parecer apaixonado por sua profissão. O conhecera de vista há anos atrás, quando desenvolvia habilidades de música com seu pai, que diferente dele, apenas dava aulas de música e não criava suas próprias peças musicais, Setsuna havia ido mais além, talvez no intuito de alegrar seu pai.
- Setsuna. - Cumprimentou. - Vim lhe apresentar minha cria. - Brincou, embora não fosse completamente uma brincadeira. - Ele quer ter aulas de música, já dei alguma base para ele, mas nada melhor que um professor. Masami, se apresente a ele. - Disse e fitou o filho, que pareceu realmente curioso sobre a feição do rapaz em frente.
- Ah, ele é seu filho?
Setsuna disse num sorriso e abaixou-se, observando-o, e era bonito, realmente tinha traços de Masashi e Katsuragi, mas... Não era somente isso, seus olhos amarelos, mesmo tão amarelos lembravam algo.
- Boa tarde, você gostaria de aprender a tocar? Eu posso te ajudar a aprender. Como você se chama?
Masami olhava com curiosidade para o rapaz e podia ver, achava graça, achava adorável como ele parecia brilhar analisando seu novo professor.
- O que houve, Masami? Se apresente, você não costuma ser tímido. - Masashi disse ao filho que negativou para si embora olhasse o rapaz. - Gostou dele, não é? - Com a pergunta, somente então o filho olhou para si e balançou a cabeça, assentindo.
Setsuna desviou o olhar ao amigo conforme o ouviu falar com o menor, o nome... Masami... Uniu as sobrancelhas e analisou o rosto do pequeno, ele se parecia muito com o amigo que tinha quando era criança, e não havia notado... Na verdade havia se esquecido que ele era irmão de Masami.
- Masami...?
Disse a observar o outro, e se lembrava de recebê-lo em casa junto de seu irmão para aprender a tocar, ele era pequeno, mas tão esperto, e era mais próximo de si do que de outras pessoas, costumava estar sempre perto dele. Fitou o rosto do pequeno e embora atípico, deslizou os dedos por seu rosto a admirar seus traços, não tinha nenhuma malícia, é claro.
- ... Pois... Eu também acho você muito adorável... Rapazinho.
Disse num sorriso de canto e não queria falar a Masashi sobre aquilo.
- Nani?
Masashi indagou, percebendo a forma de olhar, sabia que Setsuna havia associado o pequenino ao irmão, era algo inegável, ainda que Masami tivesse dos traços de Katsuragi também em sua aparência, dando seu ar arisco, de criança sapeca.
- Eu sei que ele se parece.
Setsuna desviou o olhar a ele e tinha um nó na garganta.
- Me desculpe, eu... Tentei evitar. - Murmurou e sorriu meio de canto. - É que a semelhança é... Fantástica.
- É, eu sei.
O sorriso de Masashi foi tênue, mas não estava triste. Desde o nascimento do filho, falar sobre Masami não era tão difícil, sentia que o tinha novamente e que lhe daria a chance de um lar muito melhor, embora não tivesse a certeza, ainda se sentia assim.
- Fale com ele, Masami.
- Sou Masami, quero aprender a tocar todos os instrumentos que puder ensinar, por favor.
Setsuna ouviu-o falar consigo e sorriu meio de canto novamente, até as vozes eram semelhantes, quer dizer, havia suas diferenças para o antigo garoto, mas ele era com certeza parecido.
- ... Terei prazer em ensinar você, Masami.
- Hum.
Masami murmurou ele afirmativo enquanto estendia a mão para deliberadamente segurar a de Setsuna, sem recato, típico de uma criança, principalmente, Masami. Setsuna desviou o olhar ao pequeno e levou um tempo para entender, mas segurou sua mão e apertou-o em meio a própria, sorrindo.
- Ele não é muito tímido, gosta de tocar as pessoas, puxou a mãe.
Setsuna riu.
- Ah... Gosta é? Bem, você vai acompanhar a aula, Masashi?
- Por hoje eu quero ver como vai se sair, quero ver se esse rapazinho vai se comportar.
Masashi disse e sorriu ao pequenino que sorriu comprimindo os lábios, era sapeca, embora seu comportamento não fosse.
- Claro, será um prazer receber você.
Setsuna sorriu e conforme segurava a mãozinha do pequeno, levou-o consigo até o próprio ateliê, onde haviam os instrumentos. Era um grande cômodo na sala, e havia um sofá espaçoso e macio.
- Masashi, pode ficar a vontade.
- Obrigado, Setsuna.
Masashi disse e seguiu para se acomodar, após olhar para o filho, não disse nada, exceto por...
- Se divirta.
Sentou-se num canto reservado para isso, longe das cordas, da madeira e dos instrumentos em preparo, mas perto dos que estavam amostra, prontos para compra.
- Estão todos muito bonitos, Setsuna.
Setsuna desviou o olhar ao amigo e sorriu meio de canto. Obrigado. Vou pedir que a serviçal traga o chá pra você.
- Ainda... Come biscoitos de chocolate?
Disse num pequeno sorriso, sabia sobre a condição dele.
- Hum... Eu gosto dos de matcha, Katsuragi tentou assa-los por dias, então eu servi de cobaia, acabaram no meu gosto, mais que os de cacau. - Masashi disse, sorriu diante da pergunta que era quase curiosa da parte dele. - Eu gosto de gengibre.
- Hum, posso ver se ainda tem algum biscoito de gengibre do Kazuya. Matcha eu não tenho, mas tenho chá, pode ser, Masashi?
- Eu gostaria, por favor. Ah, verdade, talvez o Masami possa conhecer Kazuya.
- Kazuya não está hoje, infelizmente... Saiu com a mãe.
Setsuna disse já a chamar a serviçal e indicou que trouxesse os docinhos para o pequeno e seu pai.
- Mas ficarei feliz de apresentá-los outra hora!
- Ah, é uma pena. Mas se Masami se der bem com as aulas, poderá encontrar Kazuya na próxima.
- Vou dar bem sim, papai.
Setsuna riu baixinho e acariciou os cabelos do pequeno.
- Venha, vamos para a salinha. Você quer escolher um instrumento?
Masashi sorriu, percebia o agrado do filho para com seu novo professor.
- O que o sensei gostar.
Setsuna sorriu e acariciou os cabelos dele sutilmente, eram macios.
- Que tal piano?
- Hum.
Masashi murmurou afirmativo, e podia ver os olhinhos dele encarando seu novo professor. Achava graça.
- Certo. Ah, aqui dentro.
Setsuna disse num pequeno sorriso e indicou a sala ao lado, aberta para a que seu pai se sentava e havia um piano lá, era grande, pesado e indicou a ele que se sentasse no banco, até o ajudou segurando sua mão.
- Gosta dele?
- Gosto. - Masami disse ao segurar a mão dele e se sentar onde indicado, observando o instrumento e por vezes o rapaz. - Você é bonito como meu papai.
Setsuna desviou o olhar a ele, notando seu olhar carinhoso em direção ao próprio rosto e riu baixinho.
- Ah... Obrigado, pequeno. Você também é muito bonito.
Masami sorriu, pressionando os lábios, tinha aquele hábito, pois via um dos pais falando para seus diversos amigos que deveriam sorrir com a boca fechada. Setsuna sorriu contagiado.
- Vamos, essas são as teclas que você terá que tocar para fazer música. Toque algumas.
Masami esticou o dedinho e pressionou sem precisar de força para que a tecla pesada do piano tocasse a nota. Setsuna sorriu a ele conforme ele havia tocado a nota e indicou todas as notas do piano, uma a uma pedindo que ele tocasse para saber seu som. Colocou algumas folhas para ele sobre o piano e demonstrou as partituras, indicando como fazer a leitura delas.
- Consegue entender assim?
- Hum.
Masami murmurou afirmativo embora fosse evidente e afeição do filho para a aparência de seu novo professor.
- Masami, não encare tanto seu professor.
Setsuna desviou o olhar ao pequeno e em seguida ao amigo, sorrindo.
- Ah, não se preocupe.
Sorriu a voltar a atenção ao pequeno e notou a serviçal a adentrar o local com a bandeja de chá e biscoitos para o amigo, trazendo também alguns biscoitos ao pequenino.
- Esses são de gengibre.
O menor assentiu e de forma cortês aceitou um dos biscoito. Tragou o cheiro do condimento no assado, e ao morder, sentado onde estava, deliberadamente se encostou junto ao braço do professor. Gostava do cheiro dele, gostava de como se parecia e de alguma forma, sabia que ele provavelmente era para si, como papai e mamãe eram um para o outro. Setsuna desviou o olhar ao pequeno, confuso sobre como ele havia se juntado a si e sorriu meio tímido, não estava entendendo, mas acariciou suavemente os cabelos dele, como se fosse o próprio filho.
- Esta gostoso?
Masami assentiu enquanto comia devagar seu biscoito. Por um instante, curioso pegou a mão do rapaz, não disse nada, tinha a boca cheia de biscoito, mas segurou e fitou com curiosidade a ponta de seus dedos, sentindo a aspereza. Setsuna uniu as sobrancelhas conforme o sentiu segurar a própria mão, mas nada disse, o fitou curioso, era engraçado como ele parecia uma criança curiosa consigo.
- Quer saber como um humano se parece?
Masami negativou mas se pronunciou apenas quando desocupou a boca da mastigação.
- Seus dedos são ásperos.
O maior sorriu meio de canto.
- É porque eu toco muitas cordas, então tenho alguns calos nos dedos.
- É gostoso. - Masami sorriu e pegou outro biscoito.
- O biscoito? - Setsuna sorriu.
- Os dedos.
- ... Ah... - Setsuna sorriu meio de canto. - Ninguém costuma gostar disso.
- Deve ser gostoso pra coçar as costas. Que nem o papai faz, mas a mão do papai não é tão áspera, só que a da mamãe é menos ainda.
Setsuna riu baixinho.
- Pra... Coçar as costas é?
- É.
Masami sorriu e voltou a apertar mais uma tecla do piano. Aos poucos, foi admirando o professor enquanto fazia a aula, até terminar, pelo menos uma hora e meia mais tarde. Setsuna sorriu e negativou, ele era adorável mesmo, não tinha como fingir que não, e por um momento silencioso enquanto o deixava aprender as notas, lembrou-se do amigo quando era mais novo, era pouco mais velho que ele, poucos anos, como Masashi, gostava do sorriso dele, das mãos macias, e... Negativou, já havia crescido e ele não estava mais ali.
- Bem, terminamos. - Sorriu. - Masashi?
- Estou aqui, Setsuna. Já tomei todo o bule de chá. - Masashi disse a ele e se levantou quando via-os caminhando de volta a sala de exposições. - Gostou da aula, Masami?
- Gostei muito, papai. Quero vir amanhã novamente.
Setsuna sorriu e acariciou os cabelos do pequeno.
- Sempre que quiser, Masami.
- Verdade?
Masashi riu.
- Não dê ousadia, Setsuna, ele virá mesmo.
- Claro. - Setsuna riu. - Não me importo em recebe-lo, é uma criança fantástica.
- Quero aprender todos os instrumentos.
- Eu vou te ensinar. - Setsuna sorriu.
- Então tá bom. Vamos embora e deixar seu novo professor trabalhar. Qual horário será bom pra você, Setsuna?
- Hum, podem vir nesse mesmo horário, sei que a noite é o único horário que pode.
- Obrigado. Será perfeito. Vamos, Masami?
- Hum. Até amanhã, sensei.
- Até amanhã, pequeno. Ah, espere.
Setsuna disse e voltou para a sala anterior, pegou as partituras para entregar a ele e junto entregou o saquinho com os biscoitos.
- Pronto. Até amanhã.
Masashi viu o filho sorrir ao aceitar os regalos, tocou a mão de seu novo professor e sentiu a ponta de seus dedos antes de se afastar. Setsuna sorriu conforme sentiu o toque e acenou para ele, era como o próprio filho mesmo, uma graça.
- Papai, gostei muito do sensei. Ele cheira gostoso.
- Gostou, é? - Masashi riu. - Mas não pode morder ele, ele é um colega de infância do papai.
- Eu não acho o cheiro gostoso pra morder. Ou é?Disse o pequeno e parecia refletir consigo mesmo, Masashi lembrava-se que o irmão costumava gostar muito do amigo também. Sorriu, ao pensar sobre isso, embora no fundo se achasse um tolo.
Ao se voltar para dentro, Setsuna negativou consigo mesmo. Seguiu em direção ao próprio quarto e na gaveta vasculhou atrás de alguns documentos, dentro de uma pequena caixinha de madeira, haviam algumas fotos da infância, que teve que procurar, e os olhos percorreram cada uma delas até achar o que procurava. Ele estava ali, Masami, e era realmente parecido com o garoto. Negativou, não achava que aquilo fosse possível, mas deslizou os dedos pela foto, e sorriu consigo mesmo.
Um suspiro alto deixou os lábios de Hideaki conforme fechou a porta do quarto, Mizuki havia adormecido, e Hideki estava com ele no quarto, em seu berço. Desceu em direção a cozinha e buscou um pedaço de papel, que levou até o rosto, limpando as gotas de sangue que escorriam do supercílio, mas buscou uma taça de sangue que seria mais efetiva, só não esperava ver a outra ali, com suas roupas de dormir.
- Ophelia.
- Hideaki.
Ela falou baixo e deixou a cigarrilha de lado, apagando a piteira que dispôs no bolso interior da roupa de dormir. Notou o sangue em sua pele que já trabalhava em cicatrizar a ferida, embora ainda pudesse ver onde antes tinha um machucado.
- Hum, nesse horário eu imaginei que já tivesse se recolhido.
Dito, não questionou algo qualquer sobre seu machucado, mas buscou servir seu jantar tardio ou apenas uma dose do que seria seu remédio.
Hideaki sorriu meio de canto.
- É eu já estava indo dormir. Tive uma briga com o Mizuki... Mas nada demais. Disse e limpou desajeitadamente o rosto, sempre era assim, nunca tocava no outro, mas ele tinha seus surtos de ciúme.
- E você está acordada por quê?
- Bem, já está amanhecendo. Nossos hábitos ainda são um tanto diferentes. Me deixe ajudar você.
Ophelia disse e após entregar a bebida a ele, buscou um lenço macio com que tirou a sujidade de sua pele. Hideaki fez uma pequena careta conforme ela apertou o tecido na própria testa e uniu as sobrancelhas.
- É, tem razão... Eu esqueço que é humana, me desculpe.
- Mas vou ajustar o meu horário, quero estar disponível pra vocês.
- Não, não se preocupe. É até melhor que não cruze com a gente.
- Por quê? Gosto de vocês. Agradecerei sempre.
- É, mas as coisas estão ficando meio loucas ultimamente...
- Eu entendo. Espero que vocês se resolvam e você é um homem forte, não deixe isso acontecer.
Hideaki sorriu a ela meio de canto e negativou.
- Não posso tocar nele da mesma forma como ele me toca, Ophelia. Ele é mais velho do que eu alguns anos e isso faz toda a diferença.
- Não estou dizendo que faça o mesmo, jamais diria para agredir seu parceiro. Estou dizendo que deveria impedir que isso acontecesse. Não revidar. Mas diga, quer algo? Quer beber algo além do sangue, precisa de algo para comer?
- Negativou conforme a ouviu, sorriu meio de canto e se sentou próximo ao balcão, estava cansado, mas não queria voltar para o quarto. Posso me deitar no seu quarto?
- É claro. Fique a vontade, trocarei as roupas da cama.
- Não, não quero que as troque. - Hideaki disse e levantou-se. - Gostaria que me fizesse companhia, se não se importa.
- Hum? Tudo bem.
Ophelia disse, embora estivesse surpreso pelo pedido, não deixou isso transparecer.
- Se você não quiser não tem problema.
- Eu vou se você quiser.
- Eu quero. - Hideaki sorriu meio de canto. - Você é a única pessoa que me deixa feliz.
- Hum, é porque você é um rapaz muito reservado, devia encontrar boas amizades, mesmo que tenha o Mizuki, talvez possam encontrar alguns amigos e tirar toda a tensão de vocês.
- Amigos? Moramos no meio da floresta, Mizuki me tirou da cidade pra não ter contato com ninguém, não posso ter amigos.
- Bem, eu não posso tirar o problema de você, mas posso ajudá-lo a dormir.
Ophelia sorriu enquanto cruzava os braços em frente ao peito. Tinha uma ideia de que Hideaki se martirizava demais, ele se fazia mais impotente do que realmente o seria. Sabia que a diferença de idade era expressiva mais do que a idade humana, mas ele era um homem inteligente, exceto, quando o assunto era Mizuki. Hideaki assentiu e seguiu com ela para o quarto, silencioso e ao entrar, deitou-se deliberadamente em sua cama, esperando por ela.
- Eu tenho tido pesadelos, acho que se sair de lá, pode melhorar.
- Bem, gosta de carícias nos cabelos? É uma ótima técnica pra dormir.
- Gosto... Você faz?
- Bem, não se oferece chá se não tiver chá. - Sorriu.
Hideaki sorriu e estendeu uma das mãos, esparramando os cabelos negros sobre seu travesseiro. Ophelia seguiu até ele e, bem, deitou-se, na verdade se sentou com a coluna. Esperou por seu movimento, imaginando como ele poderia se acomodar. O maior se aproximou dela, mas ao contrário do que ela podia pensar ou esperar, virou-se de frente a ela.
- Deita, não precisa se sentar.
- Não quer deitar, hum, nas minhas pernas?
- Não, só quero me deitar com você.
- Não quer que o afague nos cabelos?
- Sim, você pode fazer isso deitada.
- Hum, tudo bem.
Ela disse e se deitou, não tinha ideia do porque ele queria que deitassem juntos mas o fez. Ao se acomodar se virou de modo que alcançou seus cabelos e os afagou sem delongas. Hideaki suspirou, estava de frente a ela e fechou os olhos, tinha um motivo para se deitar daquele jeito, queria só passar um tempo com ela, como se fosse um parceiro, sem que tivesse que brigar com ele. Suspirou e abriu os olhos, olhando pra ela, gostava dos olhos acinzentados dela. Ophelia retribuiu o olhar que ganhou e deu um sorriso de canto, era estranho ficar daquele jeito, era nada habitual, ele parecia muito diferente do que conhecera quando foi comprado dos antigos donos. Ergueu a mão e então tocou seus cabelos, os afagando suavemente.
- Ophelia... - Hideaki murmurou, olhava pra ela com um pequeno sorriso nos lábios, estava tímido por pedir o que queria pedir. Eu posso te pedir uma coisa?
- Sabe que sempre deve me pedir as coisas.
- Eu quero fazer amor com você.
- Ah?
Ela se surpreendeu e reagiu evidentemente a isso, pouco depois tentou abrandar a reação.
- Hum, eu, bem, se é o que quer.
Estava mesmo surpresa, não esperava um pedido daqueles vindo dele, embora imaginasse que havia sido comprada para isso, desde a primeira venda feita pelos pais, com a família anterior não havia dado certo por uma pequena razão, agradeceu por não ser como eles esperavam que fosse, mas Hideaki, ele sabia o porque da venda ser fácil. Hideaki sorriu conforme a ouviu, mas em seguida afrouxou o sorriso.
- Você pode recusar se quiser, eu não vou te machucar.
- Hum, é que isso foi repentino. E você diz fazer amor, soa um pouco íntimo. - Ela sorriu num risinho breve. - Mas... Nós podemos, eu, só que eu não fui utilizada antes na verdade. Então eu não sei muito bem como te dar prazer.
- Se você não se importar de ter sua primeira vez comigo, eu quero ter minha primeira vez com você também.
- Hum.
Ophelia assentiu embora tivesse deduzido que a primeira vez que ele falava era a primeira vez consigo e não primeira atividade sexual. Nunca teve grandes expectativas sobre o sexo afinal, era um homem no fim de tudo e não uma garotinha idealizando qualquer coisa, mas ele era um homem bonito, era um bom homem então uma opção agradável. Hideaki era um homem forte, mas que parecia muitas vezes um grande bebê. Ao se aproximar, Hideaki beijou o pescoço dela, ou dele, o tocou com leveza, queria deixar claro que não o estava obrigando, e que não o havia comprado para aquilo, que o que queria fazer era somente porque tinha carinho por ele. Ao se esconder em seu pescoço, suspirou, queria dizer, queria pedir, mas estava tão... Confuso se deveria.
- Eu... Você pode fazer algo pra mim?
- Se for morder me avise antes... Ou não, não sei o que dói menos.
Ophelia disse a medida em que sentia sua proximidade, seus beijos que pareciam até muito cautelosos e a pele estava eriçada pelo toque frio de seus lábios. Hideaki negativou.
- Não vou te morder. - Disse num pequeno sorriso contra sua pele. - Você pode... Fazer comigo como se eu fosse sua mulher?
Ophelia havia certamente estranhado aquela pergunta, a forma como falava, não imaginava Hideaki daquele modo, então estava conhecendo ele de uma maneira completamente diferente, mesmo que já estivesse com sua família há algum tempo.
- Quer que eu seja ativo?
- Isso. Você faria dessa forma?
- Sim.
Ophelia deslizou a mão de seus cabelos ao pescoço, acariciando-o sob a ponta dos dedos. Na verdade estava um pouco perdida, quer dizer, estava surpresa e ansiosa.
- Também será minha primeira vez, então podemos descobrir juntos.
Hideaki murmurou para ele e mordiscou seu pescoço, fora somente uma pequena fisgada, sentiu o gosto do sangue dela, e sentiu o sexo pulsar atrás da calça.
- Hum.
Ophelia murmurou, imaginando ainda que seria a primeira vez consigo e não de modo sexual geral. Sentiu o arranhão de seus dentes, mas não era nada além de ardido. Olhou para ele e seus olhos dourados e se aproximou, o beijou no queixo, não sabia se ele queria beijar de fato. Com a mão desceu até seu peito, ainda por cima da camisa. Hideaki sorriu a ela e deslizou a mão pelos cabelos dele, acariciando, sentindo os fios macios e compridos. Ergueu seu queixo com uma das mãos e selou seus lábios, uma, duas vezes e devagar empurrou a língua para a boca dela, queria beija-la, mas era cuidadoso com as presas, então o beijo era um pouco contido. Ophelia abriu a boca e deslizou a língua em seus lábios, o penetrou de forma mútua, beijando-o um pouco menos devagar do que o beijo dele, ainda assim teve cuidado. Deslizou a mão para baixo, subiu novamente ao sentir o espaço de seu quimono e o tocou na pele, no peito, no mamilo que sentiu endurecer suavemente na ponta dos dedos, mas desceu, desceu devagar conforme ia seguindo o beijo, de modo que aos poucos sentisse sua empolgação tal como a própria.
Hideaki fechou os olhos conforme a sentiu deslizar a mão para si, o toque dela era tão macio embora ela fosse uma empregada para si, mas afinal por que estava pensando no feminino? Sabia que não era a preferência dele. Ao cessar o beijo, desceu por seu rosto, o beijou na bochecha, pescoço, aspirou seu cheiro, pareciam flores de cerejeira, mas não mordeu, e suspirou conforme a sentiu tocar o próprio sexo, era a primeira vez empolgado com sexo realmente, estava ansioso. Ophelia deslizou os dedos para dentro da roupa íntima, tocando-o sem muitas delongas embora devagar, não estava tímido mas cauteloso sim. Sentiu que ele já tinha o início da ereção, já estava excitado, como se já estivesse bem preparado para transar. Envolveu ao redor dele e moveu a mão, massageando seu membro em vai e vem, correndo devagar por ele. Hideaki suspirou, mordendo o lábio inferior conforme o sentiu tocar a si, era tão gostoso sentir o toque quente da pele dele, tão quente que quase parecia derreter a si, aquele contraste de pele era muito bom, mas tinha que ter cuidado para tocá-lo, não queria machucá-lo com a força que tinha.
- Koji...
Murmurou, não costumava falar o nome dele, na verdade, nunca havia dito até então desde que ele havia contato para si. Ophelia já não era chamado assim há muito tempo, tanto que não soube dar atenção àquele nome quando dito. Imaginava que naquele momento o que ele queria era um homem mesmo, não algo com o que se parecia. Aos poucos se percebeu aconchegando nele, encaixando as pernas sob as dele, encostando a pelve contra seu quadril.
- Mizuki não vai descobrir isso...?
- Ele está dormindo... - Hideaki murmurou e segurou o rosto dele. - Quer que eu chame você de Ophelia?
- De quem você gosta?
Ele indagou em retruque à pergunta. Continuou a massagear seu corpo, correndo devagar por sua base.
- De você, independente do seu gênero, só não queria te tratar como todos sempre fizeram. Não me importo de te chamar de Ophelia se você quiser.
Hideaki murmurou e suspirou, mordendo o lábio inferior.
- Me chame como você preferir. - Ele sorriu. - Só não tenho o hábito de ouvir esse nome, faz um tempo. Me diz o que você quer. Como devo tocar você, hum?
Hideaki sorriu e tocou os cabelos dele, talvez não devesse falar daquela forma com ele, não sabia o que devia fazer.
- Eu... Quero que fique entre as minhas pernas.
- Quer que eu fique em cima de você?
- Sim... Venha.
- Você quer me tocar primeiro?
- Quer que eu te masturbe ou quer que eu te coloque na boca?
Ophelia sorriu, talvez deixando claro que ficou um pouco envergonhado pela pergunta, o que era uma surpresa já que não era normalmente tímida.
- Quero que faça o que tem vontade...
Hideaki sorriu e assentiu a ele, gostava de suas bochechas coradas, era humano, e tudo era adorável. O empurrou cuidadosamente para a cama e se colocou sobre seu corpo, beijou seu rosto, seu pescoço, seu peito, sugou um de seus mamilos e desceu para sua barriga, beijou e mordiscou com os dentes da frente, cuidadoso com as presas. Ophelia deitou-se, acomodando na cama. Afrouxou a roupa de dormir já desajeitada no corpo. Sentiu seus beijos, no peito, no abdomen, imaginava se para ele o que via fazia algum sentido. Gemeu, baixo. Hideaki suspirou contra sua pele, a viu se arrepiar, era todo muito gelado, imaginou se isso não iria incomoda-la, parecia com frio, ao mesmo tempo que não parecia. Era realmente estranho ver seu rosto tão feminino, mas de certa forma, se atraía por ela, ou ele, não sabia como preferia ser chamado, mas o achava lindo como era. Ao pega-lo entre os dedos, apenas soprou a respiração fria contra seu sexo, depois deslizou a língua, era um choque de temperatura, mas não quis ir aos poucos, o enfiou na boca e sugou sua ponta.
- Hum...
Ophelia grunhiu ao sentir a pele fria, sua língua úmida dentro da cavidade oral igualmente lubrificada por sua saliva gélida. Ergueu uma das pernas e roçou contra sua pele, em qualquer parte cujo toque alcançou em sua posição atual. Levou as mãos em seus cabelos escuros e correu com as unhas por seu couro cabeludo até chegar na nuca, o segurou pelo pescoço. Hideaki fechou os olhos, o sabor dele era tão bom, o sabor de sua pele. Podia sentir suas veias pulsando dentro da boca, e tinha que se conter para não morde-lo ali mesmo, era como ter algo bem gostoso na boca e não poder de fato provar completamente. Desviou o olhar a ele, os olhos amarelos acesos e o segurou em seus quadris com uma das mãos, sentiu-se pulsar excitado quando pensou em tê-lo dentro do corpo.
Ophelia manteve os olhos abertos ainda que eles estivessem franzidos, tentando fechar, tentando dar atenção apenas ao toque úmido de sua boca. Pressionou os dedos em seu pescoço e moveu a pelve suavemente, empurrando em sua boca. Já havia gozado, já havia sentido prazer antes, mas era apenas por si mesmo, com a própria mão e não com outra pessoa, mas não podia reclamar, tinha sorte de não ter terminado como um prostituto.
- Hide...
Não havia dado o apelido a ele, mas a menção de seu nome terminou antes que pudesse completa-lo. Hideaki gemeu contra seu sexo, deixando-o sentir a vibração da voz, queria que ele estivesse tão ereto quanto a si para que pudesse se sentar nele, mas também queria que ele gozasse em si, na própria boca.
Ophelia sentiu que não ia ter muito tempo com um toque como aquele, inexperiente, não seria tão fácil de se manter. Apertou seu pescoço, logo pela nuca e em seguida desceu pelas costas, tocou seus ombros e o afastou de si, pelo menos fez o gesto para tal, em seguida, se sentou na cama, tomou um tempo para tirar o yukata e se deixar nu, sentia muito calor mesmo que ele estivesse frio. De joelhos se levantou na cama e sugeriu a ele que se deitasse. Do ângulo como estava, por mais estranho que ele talvez pudesse achar, agora sim podia ver o corpo que tinha, não era feminino e estava bem ereto. Hideaki suspirou conforme o sentiu indicar para si que se afastasse, levantou-se e devagar se deitou com a cabeça no travesseiro, separando as pernas para dar espaço a ele, e estava tão duro quanto ele, em expectativa. Ophelia olhou para baixo e sorriu de canto. Abriu espaço em sua roupa para então olha-lo, observando seu peito com mais músculos do que o próprio. Tocou suas pernas aonde deslizou as mãos mas apenas uma delas foi até o meio de suas nádegas, o tocou, massageando em movimento circular.
- Assim que quer?
Hideaki teve um pequeno sobressalto conforme sentiu o toque, mas fora sutil, era exatamente assim que queria, por isso não reclamou.
- Sim...
Ophelia o massageou, com os dedos médio e indicador, circulando seu âmago, pressionando suavemente até que sentisse que ali aceitava o toque, era assim que deveria fazer imaginava, provavelmente doeria se não estivesse relaxado. Hideaki suspirou e mordeu o lábio inferior, agarrando-se ao lençol da cama com ambas as mãos, era estranho, mas queria conhecer a sensação, na verdade, sempre quisera ser o passivo, mas o próprio parceiro não dava passe para si. Enquanto o tocava, massageando seu corpo que parecia realmente receptivo para aquilo, Ophelia nem o havia penetrado mas o sentia relaxado, desse modo tocou a si mesmo, movendo devagar os dedos ao redor no corpo mas na verdade estava se apertando.
- Você já quer gozar?
Hideaki murmurou, sentia de alguma forma que ele estava tenso.
- Não, mas estou excitada o bastante. - Ophelia mordeu o lábio inferior e franziu suavemente o cenho. - Eu devo colocar primeiro os dedos?
Hideaki sorriu a ele e assentiu.
- Coloque um, depois o segundo, mexa até me sentir relaxar pra você... Eu estou apertado, nunca fiz isso antes.
- Hum... Mizuki não faz isso pra você? - Ele disse e bem, improvisou, levou o dedos na boca e sugou, deixando a saliva umedecer o toque, em seguida foi até onde o tocava antes e, sem muita demora, seguiu, tentando ir para dentro. - E tem certeza que quer ter sua primeira vez comigo?
- Mizuki não gosta de ser ativo. - Hideaki disse e mordeu o lábio inferior, esperava por ele. - Sim...
Ophelia moveu o punho e então correu o primeiro dedo para dentro, sentindo o aperto de seu corpo quente, sendo apertado, sendo envolvido por ele.
- Hum, mas... É quase um desperdício.
Disse, divagando na verdade, ao olhar para ele, era um homem muito bonito. Hideaki sorriu conforme o ouviu e gemeu, dolorido conforme a sentiu adentrar o corpo, não era uma sensação habitual, mas sabia que ficaria melhor, sabia que não estava quente como ele seria, então não sabia o que ele achava do próprio corpo.
- Pra ele não...
- Talvez possa pressionar mais. Se ele gosta de você como eu sei que gosta, vai te querer de todas as formas.
Ophelia disse e moveu o dedo, dando a primeira investida quando chegou até o fundo. Hideaki negativou num pequeno sorriso, as pessoas de fora não sabiam como era a relação dos dois, sempre viam a si como um grande vilão ou algo assim, mas não era, só era uma pessoa que queria carinho como qualquer outra, que queria um amor real, não um falso. Gostava de Mizuki, mas ele não era o akai ito, mas não dizia a ele, não queria magoá-lo. Fechou os olhos por um momento, concentrado em seu toque e gemeu, dolorido e prazeroso, mordendo o lábio inferior um pouco distraído e sentiu uma fisgada sutil. Ophelia observou seu dentinho afiado surgindo entre os lábios, afundando na pele sensível arrancando uma gotinha brilhante e vermelha, que ficou no lugar como um pingo d'água na janela após a chuva. Moveu novamente o pulso, imaginava se Mizuki não chegaria a qualquer momento, estava sendo injusto com ele, mas estava ali por causa de Hideaki, então faria o que ele precisasse, era grato. Aumentou um tanto do ritmo, quando ganhou mais espaço, penetrou o segundo. Hideaki uniu as sobrancelhas, se perguntava o mesmo que ele, já que estava dolorido, não sabia se Mizuki acordaria ao sentir os próprios sentimentos, mas ele tinha sono pesado, provavelmente não viria. Gemeu, baixo ainda, contido e mordeu o dedo médio, cravando as presas afiadas na pele.
- Hideaki... Quer isso?
Ophelia indagou, e embora ele estivesse com sua feição dolorida, ainda que lhe perguntasse, movia os dedos dentro dele sentindo os suaves espasmos de seu corpo.
- Eu sei que vai ficar... Melhor... Não se preocupe. - Hideaki murmurou, contraindo-se ao redor dele, mesmo sem intenção e deslizou uma das mãos em sua coxa onde podia alcançar. - Entre...
Ophelia levou as mãos até as dele, segurou ao recobri-las e deslizar suavemente para os quadris nádegas, a intercessão entre as partes, queria que ele ditasse seu ritmo, no entanto pegou uma delas e resolveu levar até a própria excitação. Hideaki deslizou as mãos pelo corpo dele como ele queria que sentisse, mas queria mesmo era toca-lo naquela parte específica onde apertou, sabia que ele estava excitado e queria logo, ou não teria tirado os dedos de si. O guiou até o corpo, sabia que doeria, mas ficaria bom logo, e só encaixar o sexo dele ali, o puxou pelos quadris, devagar e mordeu o lábio inferior, sufocando o gemido ao senti-lo entrar em si. Ophelia sentiu sua apalpada que retribuiu com um espasmo embora involuntário. Abaixou-se entre suas pernas, suas coxas e sentiu seu corpo frio aonde se encostou e diferente dele, estava quente, ainda mais pelo fluxo que corria ali com a excitação. Arqueou-se para ele, empurrando a pelve a seu encontro, aos poucos passou a penetra-lo.
- Hum...
O maior fechou os olhos, estava excitado, por isso estava um pouco mais fácil, mas ainda assim dolorido e por isso se agarrou aos quadris dele, mesmo sem intenção, cravando as unhas em sua pele.
- Ah!
- Uh...
Hideaki murmurou dolorido com suas unhas que eram bem afiadas embora não fossem pontiagudas como seus dentes. Levou uma das mãos até o braço dele aonde deslizou até chegar em sua mão no próprio quadril, não tirou de lá, apenas segurou sua mão. Ao se encaixar até o final, Ophelia sentia um calor insuportável, mesmo que ele fosse frio, estava ansiosa afinal, era a primeira atividade sexual, as pernas estavam suavemente bambas ainda que pudesse facilmente sustentar o peso do corpo.
- Hum... Tudo bem? Parece ansioso, consigo ouvir seu coração bater daqui. Hideaki murmurou num pequeno sorriso e deslizou a mão livre pelo peito dele, tocando seu tórax sem volume.
- Pare de dar atenção a ele. - Ophelia sorriu. De joelhos firmes entre suas coxas, no futon que compartilhavam, moveu a pelve, dando a primeira investida. - Ah... Hide... É a primeira vez, claro que estou ansioso. - Disse, como ele parecia preferir.
Hideaki sorriu e assentiu conforme ele disse, tentaria parar de prestar atenção, mas o som, para si era bem alto, e de certa forma, era confortável. Puxou-o para si conforme teve a primeira investida e gemeu dolorido, selou os lábios dele, uma, duas vezes.
- Pode fazer como quiser.
- Hum...
Ophelia murmurou contra seus lábios, sob seus beijos pequenos e breves. Esperou um tempo, e ele ia sentir, dentro de seu corpo estava quente e cheio de espasmos, tentando contar o ânimo que tinha ali. Se moveu no entanto, dando a primeira investida.
- Hum, você está tão quente, Ophelia. Isso é bom... Parece estar me queimando por dentro.
Hideaki murmurou e mordeu o lábio inferior, deslizando as mãos até os quadris dela, puxando-a para si.
- Isso é gostoso, hum?
Ophelia indagou e sentiu que o corpo o penetrava cada vez mais facilmente. Deslizava por ele e sabia que o líquido que sentia no corpo, frio, não era algum lubrificante. De seus dedos nos quadris, gostava daquele toque, gostava de ser puxado para o meio de suas pernas, de algum modo se excitava mais com aquilo, era como se ele quisesse o próprio corpo. Hideaki assentiu e puxou-a para si, selou seus lábios, era estranho, era muito íntimo, era tão gostoso, e nunca havia feito aquilo com outra pessoa além de Mizuki, sexo, é claro. Mas agora fazia com ela, e estava sempre atento apesar de não parecer, estava atento sobre as sensações do parceiro, mas parecia apagado em seu sono.
- Mais... Mais...
Ophelia ouviu soar ofegante contra os lábios que antes beijava, lambiscando vez outra desatento ao gesto, mais interessado no que sentiam embaixo, mas podia entender. Era gostoso, mesmo que ele estivesse frio, podia balancear aquela troca de temperatura pelo calor que sentia e passava para ele. Não era de fato tão rápido, mas se encaixava firme sempre que encontrava sua pele, se empurrando como se pudesse ir além do que já estava. Hideaki era vampiro, então o mais forte toque dele não era suficiente para si, queria mais, mais dele, mais forte, mais rápido, queria senti-lo completamente, queria ter ele inteiro, por isso, as mãos afundaram em seus quadris e o puxou com força contra si, com a força que queria sentir, mas ouviu um pequeno estalo de seus ossos ao bater contra si e uniu as sobrancelhas, afrouxando o toque.
- Hum...
Ophelia grunhiu ao ser puxado, e embora ouvisse o estalo, a altura se deu na pele, que parecia ter ganhado um belo tabefe. Ainda assim negativou, queria sentir tão forte quanto ele, porque era gostoso, então quanto mais prazer pudesse ganhar, mais queria fazer.
- Hideaki...
- Desculpe... - Hideaki murmurou e fechou os olhos, estava excitado, o sexo endurecido pulsava a cada vez que ele se empurrava contra si, ele sabia o ponto onde fazia as pernas tremerem. - Eu... Eu quero gozar...
- Quer? Quer que eu te faça gozar?
Ophelia indagou baixinho contra seus lábios que lambeu suavemente, vários lambiscos leves e com uma das mãos o tocou no sexo, sentiu sua ereção e gemeu baixinho ao apalpa-lo. Com o ritmo pélvico, igualmente o acariciou, subindo e descendo os dedos ao redor dele.
- Mas... Você não precisa segurar meu pau pra me fazer gozar...
Hideaki murmurou, contra os lábios dele num pequeno sorriso e mordeu o lábio inferior próprio, puxou-o novamente com força contra os próprios quadris.
- Eu sei, isso é porque eu gosto de tocar...
Ophelia retrucou e se moveu mais firme, como ele queria, gemeu em seus lábios encostados aos próprios. Hideaki sorriu novamente e assentiu, deslizou as mãos pelos cabelos dele, acariciando-os e deu uma leve puxada nos fios compridos, gostava deles.
- Hum... Mais... Eu vou...
- Gozar...
Ophelia murmurou e grunhiu diante da puxada nos cabelos. Deslizou os dedos ao redor dele, massageando devagar e firme desta vez, diferente da pelve, empurrando mais forte, aumentando o ritmo mesmo sem intenção. Hideaki uniu as sobrancelhas e assentiu, agarrando-se aos quadris dele e puxou-o com força para si, enterrando-o no corpo, e fora quando finalmente gozou, inclinando o pescoço para trás e fechando os olhos, mordeu o lábio inferior.
- Ah...
Ophelia o penetrou até o fundo, afundando-se nele como puxado, gemeu a cada investida, sempre que chegava nele, mas continha a voz, abafando-a, abaixando o tom e quando ele gozou, não pensou se devia fazer o mesmo, apenas fez, gozou com ele. O maior suspirou, ele aquecia a si por dentro como fogo, era muito gelado em comparação a ele e aquilo era tão gostoso. Mordeu o lábio inferior.
- Kimochi...
- Hum, Kimochi, Hideaki...
Ophelia murmurou e talvez um pouco empolgado pela sensação, lambiscava seus lábios, mordia, beijava, eufórico, embora soubesse se conter. Hideaki assentiu, estava da mesma forma, então tentava de certa forma um pouco inutilmente retribuir os toques dele.
- Podemos... Fazer isso mais vezes?
- Hum... Podemos. - Ophelia falou ainda contra seus lábios.
Hideaki sorriu e tocou os cabelos dele, queria ficar, mas Mizuki logo acordaria.
- Eu... Tenho que ir...
- Hum, tudo bem...
Ophelia murmurou e tocou o rosto dele, afagando seus cabelos nas laterais, mas percebeu que talvez estivesse "meloso" demais então apenas o beijou num selar pela última vez e saiu de seu corpo, tanto de dentro quanto de cima. Hideaki gostava do toque, não se importava de fosse ou não meloso, mas tinha que ir logo. Retribuiu o selo e levantou-se, buscando as roupas que antes usava e antes de sair, se voltou a ela e selou seus lábios uma última vez.
- Boa noite, Ophelia...
- Hum, boa noite, Hideaki...
Cedo, Orochimaru já estava de pé, havia arrumado o kimono deixado de lado na noite anterior e a espada estava presa na cintura, iria embora, mas primeiro, achou que seria interessante testar os poderes que tinha. Deixou de lado a espada e se concentrou no que poderia fazer, até que o corpo humano desaparecesse e desse lugar ao se uma cobra, que rastejou pela cama até alcança-lo e o lambeu em seu rosto.
- Hum... - Akuma murmurou, recobrando estado de alerta, despertando do sono. Ao abrir os olhos, observou o corpo esguio, a língua fina que estalava no rosto.
- Ora, que animalzinho lindo eu tenho aqui...
Orochimaru sibilou como uma cobra e enrolou-se ao corpo dele, abraçando-o naquela estranha forma, não apertou de fato.
- Eu gostei disso.
O maior disse e tocou sua cabeça fria, era grande, era uma cobra grande. Orochimaru roçou a cabeça ao rosto dele ao sentir a carícia e a língua novamente percorreu o rosto dele, os olhinhos afiados o fitavam de uma forma meiga, não era ameaçador.
- Você gostou da sua nova forma?
Akuma indagou enquanto acariciava seu corpo longo, havia de fato ficado bem daquele jeito, sentia-se dono de um bicho de estimação.
Achei confortável, posso me esticar muito, meus olhos enxergam melhor no escuro. Gostei de ser uma cobra. Você gosta de mim assim? - Orochimaru Pensou, já que não poderia falar com ele.
- Eu achei adorável, pode ficar assim mais vezes. - Akuma roçou as unhas em seu corpo longo e furtacor, acariciando sem ferir sua pele delicada. - Eu sempre te vi assim, acho que sempre foi sua essência no fim das contas.
Ah é? Eu gostei, obrigado. Posso caçar pra você agora, acho que eu também me alimento de carne, não é?
- Acho que vai ter que descobrir o que te dá fome. - O maior disse enquanto ainda o acariciava.
Hum, saímos pra caçar depois que eu matar o meu pai, agora tenho compromissos.
- Claro que tem. Talvez seja legal você dar um bote nele.
Num piscar de olhos, Orochimaru tomou a forma humana novamente e riu conforme o ouviu.
- Nah, eu vou lutar com ele. Talvez com um pouco de veneno na espada.
- Ah, mas ia ser legal ele ser asfixiado.
- Ia mesmo. Hum, mas e se ele levar os caras?
- Bem, se ele levar alguém não faz diferença a forma como você vai atacar ele.
- Bem, isso é verdade.
- Mas a mamãe estará lá.
- Hum, não sei se gosto muito dessa ideia.
- Por que não? Ele fica tão aflito, é tão excitante.
- Pra você, eu também fico aflito.
- Mas você sabe que sou eu, te farei ver diferente. Embora eu goste de te deixar aflito.
Orochimaru assentiu e uniu as sobrancelhas.
- ... Tá bem.
- Mas vou deixar que me veja, sei que gosta de apreciar.
- Você sim, minha mãe não.
- Eu sim? - Akuma sorriu.
- Sim, que eu gosto de... Enfim, vamos.
- De? De?
- De te olhar. Desgraça.
- Então olhe.
Akuma disse e ao se ajeitar, levantou-se desnudo e virou-se, dando uma "voltinha".
- Akuma, pare com isso.
- Por quê?
- Porque sim. - Orochimaru riu baixinho.
- Por quê?
- Porque você é bonito, não quero ficar constando isso.
- Devia querer, sou seu Akuminha agora.
- Hum, já era antes.
- Hum, era, é? Vamos, viajante.
Orochimaru sorriu meio de canto.
- Vamos. Esta pronto? Vá vestir um kimono.
- Claro.
Dito, Akuma não precisou de toda atividade até projetar o quimono bem ajustado ao corpo. Era todo preto e o obi de couro envolvia a cintura sem curvas.
- Couro, ah? É bonito. Tirou se algum animal?
- Cobra. - Akuma provocou.
- Eu reconheço pele de cobra, e isso não é.
- Ah, tem certeza?
- Tenho.
- E agora?
Akuma disse e ao deslizar o dedo pelo obi criou o mesmo aspecto furtacor de sua pele. Orochimaru arqueou uma das sobrancelhas.
- Não... Não faça isso.
- Por quê? - O maior sorriu. - Teme por seu courinho lindo?
- Claro. Vai arrancar minha pele?
- Se você for malvado comigo.
- Por que eu seria malvado com você? - Orochimaru disse e riu.
- Nunca se sabe como são os humanos.
- Eu não sou humano.
- É, não mais, mas fazem apenas algumas horas.
- Mas você já pode me respeitar mais por não ser humano, ora.
Akuma riu, entre os dentes.
- Eu respeitei desde o início. Só não na cama.
- Bem, na outra noite você foi bem mais intenso.
- Você pediu, amorzinho...
Orochimaru sorriu meio de canto.
- Eu pediria de novo.
- Pode pedir quando voltarmos, podemos usar o sangue do seu pai.
- Hum, certo. Vamos precisar almoçar também.
- Olha só, está todo positivo e habituado à situação, parece nem que tentou fatiar meu rosto.
Orochimaru estreitou os olhos a ele.
- Por que você não curou ainda?
- Está curado.
- Não está, você pode tirar a cicatriz.
Akuma sorriu.
- Não posso.
- Pode, você sempre fez isso.
- Sempre fiz aonde? Eu posso camuflar, mas ela continua aqui.
- ... Então eu vou te deixar assim pra sempre?
- É, apesar de tudo ainda tenho um corpo que existe, então marcas são marcas.
Orochimaru uniu as sobrancelhas.
- Mas tudo bem, eu te dei uma marca, é justo eu ter uma sua.
- Mas essa é bem no meio do rosto.
- O que? Não sou mais atraente pra você?
- Ah não, perdi o interesse por causa de uma marca que eu mesmo fiz.
- Eu posso esconder. Mas não vou, quero que me agrade toda vez que olhar pra ela.
Orochimaru estreitou os olhos ao ouvi-lo, mas se aproximou e tocou o rosto dele, acariciando-o. Akuma riu entre os dentes sentindo seu toque mais frio do que o habitual.
- Hum... Minha mão é fria agora, não é?
- Um pouco fria, mas não me incomoda.
- Hum, espero que não mesmo. Já você ser quente é muito atrativo pra mim agora.
- Ah, eu sei, vai querer se enfiar em locais quentes.
- Hum, não como você pensa certamente.
- Não pensei em nada que eu não pudesse fazer.
Orochimaru riu.
- Eu nunca fiz dessa forma, então.
- Que forma?
Akuma indagou, fingindo-se desentendo, afinal podia ler seus pensamentos.
- Eu nunca fui ativo.
O maior riu.
- É, eu sei. Nem mesmo mulheres no fim de tudo. Que homem desinteressado.
- Hum, eu não sou desinteressado, eu só... Me concentrei em outra coisa.
- Agora eu te dou interesse, eu sei. Fiz direitinho.
- Hum, você sim, mas não sei se eu seria um bom ativo.
- Mas eu não estou querendo te dar nada quente e úmido.
- Hum, não é? Parecia que você gostava de dar quando me conheceu.
- Por quê? Quer comer?
- Eu não disse isso.
- Se você quiser, posso deixar bem úmido, você sabe. - Akuma sorriu e lhe deu uma piscadela.
Orochimaru sentiu a face se corar e desviou o olhar.
- N-Não...
- Hum, a noite, agora vou estimular minha umidade vendo você brincar com seu papai.
- Que coisa horrível. - Disse e riu.
- Mais tarde você vai gostar...
- Hum, vai dar pra mim, é?
Akuma sorriu.
- Eu sei que vou terminar por cima.
- Hum, certamente. - Orochimaru disse e riu.
- Você gosta de dar e eu gosto que goste disso.
Akuma sorriu.
- Por quê? É fetiche?
- É, acho que sim. Você tem essa aparência toda masculina, mas é dócil e todo delicado.
- Hum, eu não sou delicado...
Orochimaru disse, mas sabia que havia herdado aquilo da própria mãe, mesmo manias que havia aprendido com ela como algo de culinária e costura, havia crescido como uma menina deveria. Quando criança até mesmo provava alguns vestidos que ela costurava para vender.
- Você é sim, eu gosto disso. Gosto do seu conflito.
O menor negativou, mas sorriu meio de canto. Se apronte, saímos em dez minutos.
- Estou pronto. Sempre pronto. Agora você se apronte, se recomponha, não fique pensando em vestidos.
- Eh? Sai da minha cabeça!
Akuma riu, travesso.
- Vamos, bonitão.
Orochimaru estreitou os olhos a ele, mas segurou seu braço, esperando que ele levasse a si para longe dali.
- Que segurada tímida. Pode abraçar.
Akuma disse e no fim, o envolveu, levando-o naquela viagem aflitiva para ele, talvez não tanto agora. Ao chegar, Orochimaru plantou os pés bem firmes no chão, estava tonto, mas tentava se situar um pouco melhor do que quando era humano.
- Hum... Eu vou ficar bem.
- Claro que vai, cobrinha.
Orochimaru riu e caminhou devagar, tentando se habituar com o ambiente, nem havia percebido, mas o rosto já havia voltado ao normal, as marcas se esconderam.
- Bem, eu vou me sentar na plateia.
Akuma disse e se acomodou num lugar qualquer, claro que ele não podia ver, mas esperava pelo homem com as formas de sua mãe. Orochimaru assentiu e na estrada se colocou em espera, em posição ereta e segurou a espada firmemente nos dedos, ainda que estivesse dentro da bainha.
- Acha que ele vai aparecer?
- Hum, quem sabe. Se é um homem como você diz ser, ele virá...
- Não sei se ele virá depois do ocorrido na hospedagem. É capaz que ele pense que eu estou amaldiçoado e carregando um fantasma.
- Olha... Acho que ele não estaria errado. - Akuma riu.
Orochimaru desviou o olhar a ele e riu.
- De fato.
- Só não sou bem um fantasma, mas...
- Poderia ser. Ficaria legal.
- Ah, você quer que eu seja um fantasma?
- Não, só estou brincando.
- Quer que eu vá atrás do seu pai? Tá enrolado.
Orochimaru riu.
- Que horas são?
- Hum, não sei. Deve ser o meio do dia.
- Ainda falta um tempo.
- Hum, que tal eu treinar você enquanto isso?
- Me treinar, é? E como vai fazer isso?
Akuma se levantou, desencostando de onde estava e tão logo tinha uma espada à mão.
- E então?
Orochimaru arqueou uma das sobrancelhas conforme o viu pegar a espada e riu baixinho.
- Você já lutou alguma vez?
- Bem, normalmente não preciso de espada. Vou na mão. Mas você é tão formal, vamos lá.
Orochimaru estreitou os olhos.
- Ah, adoraria lutar com você na mão agora que eu posso te morder e te sufocar.
- Então vem.
- Ah, é?
Orochimaru riu e soltou a bainha da espada, deixando-a cair no chão e esperou que ele fizesse o mesmo.
- Não pode controle de mente.
- Não vou.
Dito, Akuma deixou de lado a espada que na verdade logo deixou de estar ali. Parado, esperou por ele, esperou por sua investida. Orochimaru sorriu meio de canto e silencioso se concentrou nele, estava em posição de luta, esperando, podia ver seus pés firmes no chão e sua respiração nem existia, não estava preparado para enfrenta-lo, era bem mais fraco que ele. Suspirou, tomando ar para os pulmões e num segundo a serpente subiu pela perna dele, não era a si, eram ilusões que aprendeu só então que podia criar. Elas se agarraram firme as pernas dele e o apertaram. Akuma sentia deslizar pela perna, correndo firmemente ao longo dela, porém, era alguém que lidava com ilusões, as criava, sabia muito bem se controlar. Moveu-se, andando mesmo com suas crias ilusórias.
- Achei que queria vir no soco.
Disse e como ele, em suas pernas foi o primeiro ataque, mas não eram cobras, eram cordas que se moviam como seu animal rastejante, subindo aos quadris, seguindo para dentro de seu quimono. Orochimaru arqueou uma das sobrancelhas conforme sentiu as cordas firmes que enlaçaram a si.
- Eu quero treinar os meus poderes... Caralho, está apertado...
- É, então treine.
Akuma disse, embora tivesse intenções diferentes nos ataques. Passou as cordas por seu corpo, o apertando, no entanto, passou aos pulsos, os envolveu e quando os tomou, puxou-o pelas cordas para baixo, fazendo se ajoelhar. Orochimaru uniu as sobrancelhas conforme se ajoelhou em frente a ele.
- Você não acha que se ele vir isso vai ser no mínimo vergonhoso?
- Hum, ele não vai ver, posso sentir o cheiro dele, não está perto.
Dito e ao se aproximar, Akuma tocou seu rosto, ao deslizar os dedos em sua bochecha revelou as escamas camufladas em sua pele.
- Lindo.
Disse e deslizou os dedos dali até seu cabelo curto, trouxe-o perto do ventre, apenas a provoca-lo. Orochimaru ergueu a face a fita-lo conforme ele fazia a própria face tomar o tom esverdeado com as escamas que havia recebido de presente. Sorriu meio de canto, mas estreitou os olhos ao ficar tão perto dele.
- Vai tirar a roupa aqui no meio da estrada, é?
- Poderia, mas alguém iria ver você fazendo sexo oral na sua mãe.
Akuma sorriu e então o soltou, fosse das amarras quanto de seu cabelo. Orochimaru arqueou uma das sobrancelhas assim que ele soltou a si.
- Que nojo.
O maior riu, travesso e no fim se afastou.
- Recomponha-se, homem.
Orochimaru assentiu e se levantou, mas se jogou acima dele logo em seguida, segurando-o ao redor do pescoço. Akuma sorriu para si mesmo, sabia que ia levar um bote. Caiu com ele em seu breve ataque, no entanto, antes que pudesse colidir ao chão, dispersou de seu toque, por consequência o fez cair sozinho, se sentou aonde antes esperava por assistir seu desafio.
- Testando o solo?
Akuma desviou o olhar a ele e estreitou os olhos.
- Hey, isso não vale!
- Vale então você se pendurar no meu pescoço de costas? É mesmo uma cobrinha. Só deixo você no meu pescoço em forma animal.
Orochimaru estreitou os olhos.
- Era pra ir no soco, não pra usar habilidades especiais.
Disse mas se levantou, estalando o pescoço ferido.
- Você me atacou com a sua cobra de mentira, eu só escapei do seu ataque surpresa. - Akuma riu. - Venha, me deixe ver meu animalzinho...
Orochimaru caminhou até ele e ficou em frente a seu corpo.
- Hum?
Akuma sorriu, achando adorável que realmente tenha ido.
- Venha, quero te dar carinho. Se enrole no meu colo.
- Como cobra?
- Bom, se você quiser se enrolar como ser humano...
Orochimaru estreitou os olhos e logo tomou a forma de cobra novamente, rastejou até o corpo dele e se enrolou ao redor de seu pescoço, expôs a língua comprida e o lambeu no rosto. Akuma levou as mãos ao rosto, observando o animal, como quem achava a situação muito adorável, provocando-o é claro, embora achasse fofo mesmo. Deslizou a mão por seu corpo não pequeno, afagou sua cabeça achatada e larga.
- Eu acertei demais nisso.
Palhaço. Mas eu gostei de ser uma cobra, é útil.
- Aonde achou a utilidade?
Akuma indagou, dentro de sua cabeça mesmo, sem precisar falar. Deslizou os dedos logo abaixo de sua cabeça, no que seria seu pescoço talvez.
Hum, posso passar pelas pessoas sem ser visto, claro, se for muito bem camuflado, já que sou uma cobra de dois metros.
- É, eu bem ia dizer isso, difícil alguém não ver seu tamanho.
Orochimaru riu, mas fora somente na própria cabeça, já que não podia fazer isso como cobra e sibilou para ele, o lambendo no rosto novamente.
- Quem é a cobrinha do Akuma, quem é? - Provocou e riu, deslizou a mão por ele.
Orochimaru roçou o rosto a ele, mas tinha a pele um pouco pegajosa. O maior sorriu, percebendo que ele não se opôs à provocação, parecia até gostar. Continuou a carícia, correndo a mão por seu corpo extenso, mas gostava mesmo de afagar embaixo de sua cabeça, fazia-o erguer e mostrar o pescoço, como se incentivasse o carinho. Orochimaru havia até mesmo cochilado, por um bom tempo na verdade, quando acordou, estava deitado sobre o ombro dele, mas tomou a forma humana para de sentar ao lado dele, o sol estava se pondo, havia se passado tanto tempo assim?
- Pelo jeito, ele não vem.
Akuma percebeu em sua imobilidade que havia dormido, muito facilmente na verdade, era uma cobra afinal, aquilo seria mais fácil para ele. Ficou a esperar no entanto, não precisava dormir e duvidava que o homem fosse vir. Invadiu o sono dele, descobrindo o que sonhava. Algum tempo depois já estava acordado.
- Oi dorminhoca.
- Naquele dia não havia sonhado com nada específico, sonhara que havia subido numa árvore alta e conseguia ver tudo lá de cima, todo o mar de árvores até o monte fuji.
- Desculpe, eu cochilei.
- É, um longo cochilo. Mas tá bom, eu fiquei acompanhado de uma cobrinha fofa.
- Por que não me levou embora?
- Porque não queria que ele achasse que você não apareceu caso ele resolvesse vir.
- Cinco horas depois? O sol já está de pondo.
- Nunca se sabe como é a determinação de um homem.
- Ele é um covarde desgraçado, isso sim. Deve ter fugido para outra cidade.
- Eu encontro ele se você quiser.
- Não, vamos viajar até achar.
- Ah, pra que essa fadiga?
- Porque é divertido.
- Tá bem, quer viajar comigo, dormir comigo nas estalagens, comer comigo nos bares, jantar comigo na floresta.
- Hum, por que não? Me parece maravilhoso. - Orochimaru sorriu.
- Hum, então esse viajante já não é solitário.
O menor sorriu novamente.
- É... Parece que não.
Akuma sorriu, mostrando-lhe os dentes.
- ... Obrigado por me fazer companhia.
- Bem, somos quase casados, preciso estar por perto.
- Quase casados? Eu não me lembro de ter passado pelo namoro e o noivado.
- Não me interessa, é consequência. Noivado? Querido, temos um pacto.
- Hum, não, vai ter que se ajoelhar.
- Você se ajoelhou.
- Hum, quando eu estava amarrado, ah?
- Exatamente.
- Ah, não é a mesma coisa. - Orochimaru riu, mas tocou a mão dele, ele havia esperado por cinco horas, consigo, não havia abandonado a si, achou adorável. - Vamos pra casa.
- É sim, pra mim vale cada distração.
Dito, Akuma se levantou, o tomou da forma típica nos braços e fez sua odiosa viagem. Orochimaru riu e com ele seguiu para sua casa, novamente estava tonto, mas não tanto de fato, apenas teve que se apoiar nele por alguns minutos.
- Lar doce lar, cobrinha. - O maior disse, sustentando-o por perto.
- Você precisa me ensinar a fazer isso, se não eu não vou conseguir voltar pra casa.
- Hum, eu vou precisar estar com você. Ninguém chega aqui sem mim.
- Ah, entendi...
- Mas vou me certificar de providenciar algo pra você, pequeno Orochi.
Orochimaru sorriu meio de canto e deixou de lado a espada, não precisaria mais dela.
- O que vamos comer?
- Hum, está com fome de que, cobrinha? Quer ovos ou carne?
- Hum, ovos me parece bom.
- Certo, então vamos conseguir alguns. Você quer comer na vila?
- Na vila? Mas acabamos de chegar. Eu posso caçar algum.
- Eu não sei, você ainda é meio humano, não sei como vai se alimentar. Vá em frente, tem muito material de caça por aqui. - O maior sorriu.
Orochimaru sorriu meio de canto, mas assentiu, selou os lábios dele, rápido, preciso e num piscar de olhos estava rastejando para fora da casa. O riso soou num sopro nasal, Akuma achou graça do beijo de despedida, ou algo que se parecia com aquilo. No fim o viu cair pesado no chão e rastejar, realmente havia gostado daquilo.
- Traga um lanchinho pra mim também, pequeno Orochi.