Masashi e Katsuragi #34


Masashi se encostou no limiar da porta, de braços cruzados entre as mangas do quimono que usava, preto e vinho, olhava para ele em alguma distância, que parecia falar consigo mesmo enquanto mexia nos vasos de flores e pequenas ervas que gostava de plantar. Ele era do tipo que as pessoas julgavam mal encarado, humorado, mau uma porção de coisas, mas sabia o quão dócil ele havia se tornado com o tempo, sem perder sua firmeza, sabia o quanto ele era sensível por dentro e talvez isso fora o que sempre enxergou nele, mesmo antes de conhece-lo, por mais clichê que fosse compará-la a uma daquelas rosas que ele gostava, ele era como elas, lindas, luxuosas e delicadas embora facilmente pudesse ferir alguém e por Deus, o amava, verdadeiramente amava. 
- Hum, talvez com mais algumas flores ficariam melhor. Masashi? - Katsuragi disse e virou-se em direção a ele. - Masashi? Você está me ouvindo? - Disse a arquear uma das sobrancelhas e sorriu meio de canto. - Esta distraído é? Estou falando com você, palhaço. 
Dito, ajeitou uma mecha dos cabelos pretos atrás da orelha e o kimono, que agora era mais folgado na região da própria barriga.
O riso soou entre os dentes do menor e caminhou para ele, se aproximando, usou de seu mesmo gesto, colocando para trás uma mecha de seus cabelos espessos. 
- Você quem sabe de flores, eu só concordo.
Katsuragi sorriu a ele e assentiu, selando seus lábios em seguida. 
- Bem, eu acho que a casa está pronta, quer dizer, faltam alguns detalhes de decoração, mas... No geral está tudo pronto. A gente já pode se mudar pra cá.
- Quando você quiser. - Masashi disse e sorriu a ele, retribuindo seu selar com um novo.- Embora eu saiba que você provavelmente vai passar mais tempo lá do que aqui.
- Infelizmente, ainda tenho que cuidar dos garotos. Mas cuidaremos dele aqui.
- Eu sei disso. Sei que gosta de lá, também gosto na verdade.
Katsuragi sorriu meio de canto.
- Eu sempre gostei mais dessa casa. Gosto da ponte, das árvores, dos peixes no lago, mas... Eu já fui tão ruim aqui.
- Não importa, você teve seus motivos. A vida não era gentil com você. Mas... Agora você tem a oportunidade de melhorar aqui.
- Na verdade, houve um tempo em que eu não tinha porque ser um imbecil. 
O maior disse num sorriso e assentiu, deslizando a mão pelos cabelos dele.
- Não? Bem, você era rude antes de ter vindo parar num bordel?
Katsuragi negativou. 
- Eu era uma criança. - Sorriu a ele. - Mas um erro não justifica o outro.
- Certamente que não, mas, uma criança pode facilmente sofrer a influência do ambiente. As pessoas lidam de formas diferentes. Porém, agora você está bem.
Masashi tocou-o no topo de sua cabeça, embora não tivesse o hábito. Katsuragi assentiu e sorriu a ele, abraçando-o contra si.
- Agora eu tenho você
- É. - Masashi disse ao concordar e o abraçou, por um momento até se sentiu como se estivessem cálidos feito um abraço humano. - Pra cuidar de você e do bebê.
Katsuragi sorriu e assentiu novamente. 
- ... Você está curioso se será uma menina ou um menino?
- Hum, um pouco talvez. Mas não tenho exatamente qualquer preferência. E você?
- Eu também não. Mas estive pensando. E quero chamá-lo de Masami.
Masashi o observou, surpreso por se lembrar do nome do próprio irmão, suspirou e sorriu. 
- É um ótimo nome.
Katsuragi sorriu e deslizou os dedos pelas pétalas das flores. 
- Então será Masami.
- Masami. 
Masashi repetiu, como ele. Não sabia se ficava um tanto melancólico ou feliz. Katsuragi puxou-o para si novamente e beijou-o em seu rosto.
- O que você quer comer? Que tal irmos ao lago com alguns lanches?
- Hum, seria bom. Qual lanche você quer comer? 
O menor indagou e o retribuiu, beijou sua testa porém.
- Hum, talvez um de queijo.
- Tofu, talvez onigiri de shiitake, ah?
- Hum... Oishi!
- É? - Masashi riu entre os dentes e assentiu. - Vou fazer pra você, mamãe.
Katsuragi sorriu. 
- Isso parece sempre que você está me chamando de mamãe porque é meu filho. Tenho complexo.
- Não, e isso é quase nojento. - Masashi sorriu ao dizer. Torceu o nariz porém.
- É mesmo.
- Então vamos, tenho uma encomenda de bolinhos de arroz pra hoje.
- Hum, melhor entregar no horário, ou um bebê vai ficar bem chateado.
- É, papai e mamãe também querem bolinhos e molho de soja.
- Uhum.


Com a colher côncava, Masashi pegou uma porção do arroz, com as mãos molhadas modelou em triângulos os pequenos onigiris após adicionar os cogumelos em recheio, bem, sabia fazer algumas coisas na cozinha, havia cuidado do irmão por algum tempo, suficiente para que se virassem. Estava um pouco pensativo embora inegavelmente feliz. Após trabalhar as unidades dos bolinhos de arroz, deixou alguns para os meninos do bordel e colocou os demais numa cesta, para o outro. Passeou pela cozinha, preparando tudo o que fazia parecer a tarde apetitosa e agradável. Ao descer as escadas, Katsuragi o viu na cozinha, preparava os bolinhos e sorriu para si mesmo conforme o viu ali, caminhando até alcança-lo e beijar seu rosto. 
- Esta tudo bem?
Masashi virou-se, a tempo de ganhar o beijo na bochecha ao percebe-lo ali e colocou o tofu, o qual cortou em cubos.
- Sim, vai ser divertido.
Katsuragi assentiu e deslizou uma das mãos por seus cabelos. 
- Esta pensativo por causa do Masami?
- Hum, talvez um pouco. 
O menor disse, mas sorriu a ele conforme se virou para fita-lo.
- Não se preocupe, ele está melhor agora. - Disse num sorriso. - Sabe disso.
- Eu não sei.
Masashi disse, não acreditava muito nisso, talvez de uma forma egoísta, achava que estaria bem se estivesse consigo. Katsuragi uniu as sobrancelhas e deslizou uma das mãos pelos cabelos dele.
- Masashi, você fez o que pôde.
- Eu não quero ouvir isso, é sempre o consolo que as pessoas tem sobre uma situação. - O menor disse mas sorriu, não queria parecer grosseiro com ele. O tocou então em sua bochecha fria. - Mas obrigado por tentar.
- ... Eu não sei consolar ninguém, na verdade, minha especialidade sempre foi fazer o contrário. - Suspirou. - Eu gostaria de tê-lo ajudado... Mas provavelmente na época, eu ainda era um idiota.
Masashi negativou silencioso, não havia mesmo nada que pudessem fazer, mas achava uma afronta estar vivo aquela altura, se perguntava porque havia todo aquele privilégio e ele não. Mas quem sabe o desprivilegiado fosse na verdade a si e não ele. 
- Tudo bem, eu estou bem, só gostaria de saber como ele estaria agora, o que estaria fazendo, se estaria se apaixonando pela primeira vez. - Sorriu ao pensar sobre isso. 
Katsuragi assentiu e na verdade, não estava feliz por saber como ele se sentia. Abaixou a cabeça e observou a cesta, silencioso colocou a garrafa com chá.
- Parece confortável e apetitoso? 
Masashi indagou ao se referir à cesto, tinha o hábito de desviar os assuntos para que conseguisse esquecer deles. Katsuragi assentiu e por fim seguiu até ele, o abraçou por trás e apertou-o no abraço.
- Ora, não fique melancólico. 
O menor disse e deslizou as mãos em seus antebraços, acariciando-o. 
- Você está. E eu não gosto de ver você assim...
- Eu estou bem, não estou melancólico. - Masashi disse, falsamente resmungando.
- Hum. 
Katsuragi estreitou os olhos e tocou sua cintura, numa espécie de cócegas. Masashi encolheu-se sob o toque provocativo e virou-se rapidamente de frente para ele. 
- Não, não... 
Disse em retruque e descontou nele da mesma forma. Katsuragi riu e negativou, segurando as mãos dele.
- Olha o bebê!
- Ah, então ele vai sentir cócegas do papai também!
- Não! 
O maior riu e fingiu morder suas duas mãos. Masashi puxou as mãos, como se fosse evitar as mordidas mas voltou a cutucar sua cintura. Katsuragi riu e negativou, puxando-o para si e deu uma suave mordidinha em seu pescoço, sem realmente machucar. 
- Seu porcaria.
- Porcaria, é? 
Masashi riu e por fim o abraçou, sentindo o mordisco no pescoço. Katsuragi sorriu a ele. 
- Vem, traga a cestinha.
O menor pegou a cesta após fechar e adicionar também alguns doces.
- Então vamos, princesa.
- Vou pegar a toalha, colocamos na beira do lago.
- Tá bem. 
Masashi disse e achava graça naquela atividade, ainda mais por ser um pedido dele, que se dizia tão grosseiro, era uma atividade quase ingênua, como a diversão de uma criança. 
- Sabe que as vezes, eu fico imaginando se fôssemos amigos quando crianças. Consegue imaginar?
Katsuragi desviou o olhar a ele e riu baixinho, assentindo.
- Hai... Apesar de que, eu... Não tive infância.
- É, também não era criança quando eu era, mas estamos imaginando.
Katsuragi assentiu e sorriu a ele. 
- Hum, podemos imaginar algumas coisas, eu até gosto.
- Talvez, como nos conheceríamos.
- Hum... Acho que talvez se morássemos na mesma vila, ou talvez, se minha mãe conhecesse a sua.
- Hum, você era provavelmente uma criança linda.
- Hum, não mais do que você.
- Muito mais, certamente.
- Hum, sei bobo. - Riu.
- Claro que sim. 
Masashi colocou a cesta no braço e tao logo deixou a casa junto dele. Katsuragi sorriu ao menor, seguindo com ele para o lago, que não era longe, era logo na saída da casa, e seguiu pouco ao lado da ponte onde colocou a toalha. 
- Venha, sente.
Ao chegar, o menor deixou a cesta de lado e se pôs a ajuda-lo com a toalha que esticada, logo se acomodou sobre. Deitou-se logo, espreguiçando-se. Katsuragi riu ao vê-lo se deitar e negativou, sentando-se com ele a observar o lago, parecia agradável, podia ver as carpas. 
- Gosto daqui.
- É muito bonito aqui. Nosso bebê terá um ótimo lugar pra crescer.
O maior assentiu e sorriu a ele, deslizando uma das mãos por seus cabelos. 
- Hum, você ainda não viu minha barriga não é? Sou meio chato com isso por me achar gordo, eu sei.
- Hum, vi uma vez quando você dormia. - Masashi sorriu, travesso.
- Ah é? Seu!
O menor riu, entre os dentes. 
- Está bonita e lustrosa. - Brincou.
- Lustrosa? Ora!
- É, toda cuidada com olinho. - Riu.
- Hum... Deixe meus óleos de amêndoas em paz. 
Katsuragi riu e levantou-se, deslizando uma das mãos pelo obi e desenlaçou-o, retirando-o e deixou-o cair no chão, ainda de costas a ele, abriu o kimono, deixando-o deslizar pelos ombros, e expor a ele o corpo que embora já tivesse idade, era firme como o de um garoto, claro, se cuidava muito bem para isso. Ao se virar, sutilmente, sorriu a ele, e ele podia ver a barriga crescida dos cinco meses de gestação. Ao assisti-lo mesmo ainda de costas, por um momento Masashi teve a impressão de que aquele gesto era impudico, como se seu corpo fosse vir a tona como o de uma garota, mas percebeu que ele não tinha seios, embora aquilo não fosse novidade. Observou sua barriguinha e sorriu, não sabia porque ele queria mostrar agora, mas imaginava que teria alguma razão, queria ser mimado? Pensou e o tocou, acariciou-o. Katsuragi sorriu ao sentir o toque sutil na pele e retirou a roupa íntima que usava, expondo as nádegas a ele, e riu conforme o fez, seguindo em direção ao lago e molhou os pés.
- Você vem?
- He-hey! Seu sem vergonha! 
Masashi disse, ainda tinha a sensação de que alguém o veria por ali, ainda assim o admirou sem roupas. Katsuragi sorriu a ele. 
- Estamos sozinhos, Masashi, a quilômetros de distância da vila.
- Hum... Vai nadar com as carpas então, ah?
- Vou sim. Você também vai.
- Hum, vou só admirar por hora. Vamos, faz charme.
Katsuragi riu baixinho e segurou os cabelos entre os dedos, enrolando-os em frente ao corpo e adentrou a água. Masashi ajeitou-se para observa-lo. Iria acompanha-lo mas ia assistir sua pequena apresentação por uns minutos. 
- Vamos lanchar sem roupas depois?
- Mas é claro, que não.
O maior riu e mergulhou após dizer, voltando a superfície pouco depois e jogou os cabelos para trás.
- Ora, você ia gostar que eu sei.
- Ia, mas o bebê vai pegar um resfriado. - Katsuragi disse e claro, estava brincando.
- Ah, você não vai se resfriar...
- Eu não, o bebê.
- Nenhum dos bebês.
Katsuragi riu. Masashi se levantou pouco mais tarde, e bem, se despiu pra se juntar a ele, embora não estivesse muito confortável para isso. O maior desviou o olhar a ele conforme tirava suas roupas e sorriu, mordendo o lábio inferior. 
- Uh, está animado em me ver?
- Sempre estou. 
O maior sorriu, comprimindo levemente os lábios conforme seguia para ele, fingia-se acanhado. 
- Ah é? Gosto assim.
- Claro que gosta, hentai.
Katsuragi riu e estendeu a mão a ele. 
- Vem
Masashi pegou sua mão e o puxou para consigo, o abraçou logo, sentindo seu corpo nu, era agradável. O maior riu baixinho e abraçou-o, apertando-o contra o corpo. 
- Hum, eu te amo.
- Eu também te amo. 
Masashi disse e descansou o queixo em seu ombro, beijou seu pescoço. Katsuragi sorriu a ele e deslizou uma das mãos pelos cabelos dele.
- Não está gostoso aqui?
- Está, mas me sinto exposto. - Masashi mordiscou de leve seu pescoço.
- Se sente exposto nada, seu porcaria. - Katsuragi riu.
- Sinto sim. Nu, nuzinho. 
Masashi riu, entre os dentes e mesmo contra sua pele onde o beijou e mordiscou de leve. 
Katsuragi sorriu e desviou o olhar a ele, puxando seu rosto a observá-lo e caminhou até a beira do lago, sentando-se numa pedra que tinha mais ou menos a altura dele, talvez estivesse um pouco mais alto, pouca coisa, e separou as pernas a dar espaço a ele. 
- Você é lindo. 
Masashi caminhou devagar até ele, acomodou-se consigo junto a pedra que usou de assento e deslizou as mãos em suas coxas conforme se pôs entre elas. 
- Hum, não vá se machucar. - Sussurrou. - Você que é.
Katsuragi riu baixinho e negativou.
- Não vou, é seguro.
- Se ralar sua pele eu vou ter que lamber pra curar. - Masashi sorriu ao dizer. 
Katsuragi riu e assentiu. 
- Ah, então acho que meu corpo todo está ralado.
- Hum, todo? Então, devo começar a lamber onde?
- Hum, que tal meu pescoço? - Sorriu.
Masashi se aproximou dele e lambiscou seu pescoço, devagar, mesmo que já o tivesse feito antes. Katsuragi suspirou e segurou os cabelos dele, enlaçando os dedos aos fios. 
- Hum... Kimochi.
- Onde mais? - O menor indagou, mesmo junto de sua pele, o lambiscando. 
- Hum, desce mais.
- Me diz onde, especificamente.
- No peito. - Katsuragi sorriu.
- Oh... 
Masashi disse, achando o pedido excitante, imaginava que diria mais embaixo, mas gostava da ideia de não ser tão direto. Desceu lambeu sua pele no peitoral, logo ao mamilo, lambiscou, um após o outro. Katsuragi suspirou conforme sentiu o toque dele e massageou sua nuca, roçando as unhas compridas no local. 
- Ah... Masashi...
- Kimochi
O menor Iindagou ao soar junto de sua pele, roçando os lábios ao falar com ele e mordisco, puxando gentilmente. Katsuragi assentiu e mordeu o lábio inferior. 
- Ah... Mais em baixo... Na barriga. - Sorriu.
- No meu bebê, hum? 
Masashi indagou e ajoelhou-se, sentindo a água subir o nível na pele. Beijou sua barriguinha redonda, não muito generosa. Katsuragi sorriu a ele e assentiu, mordendo o lábio inferior. 
- Hum, você quer me beijar em baixo também? Hum, está quase embaixo d'água.
- Acho que eu não preciso respirar. 
Masashi disse mas beijou mais uma porção de vezes sua barriga.
Katsuragi sorriu e assentiu a ele, mordendo o lábio inferior. 
- Hum, isso... Foi estranho porque... Ele chutou minha barriga, você sentiu?
- Você está emocionado, hum? Ele pode estar sentindo.
- Ah... Foi a primeira vez que ele fez isso.
- Ele sabe que o papai está por perto. Né, Masami...
Katsuragi sorriu a ele e deslizou uma das mãos por seu rosto, porém segurou a mão dele com a outra, guiando sobre a barriga com os suaves movimentos do bebê.
- ... Cortou o clima, mas... Esse é um clima muito bom também. - Sorriu.
- Hum, você volta rapidinho. - Masashi disse e acariciou sua barriga, sentindo a movimentação suave do bebe. - Oi oi, neném.
Katsuragi sorriu a ele e deslizou uma das mãos por seu rosto enquanto ele falava com o bebê. Masashi ergueu o olhar a ele e sorriu, acomodando o queixo sobre sua barriga, cuidadoso. Katsuragi deslizou a mão pelos cabelos dele, acariciando-o. 
- Você vai ser um ótimo pai.
- E você também.
Katsuragi sorriu. 
- Eu espero...
- Claro que vai, já está sendo. 
Masashi disse e por fim desceu, beijou o contorno de sua barriguinha volumosa até o baixo ventre, bem, não deixaria seu clima quebrado. Katsuragi deslizou a mão pelos cabelos dele, acariciando-o, porém se surpreendeu conforme o sentiu descer pelo abdômen, sorriu a ele e mordeu o lábio inferior.

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