Nowaki e Tadashi #48


- Hum. 

Tadashi fez uma pequena careta e logo se levantou, segurando-se no braço dele ao invés da mão, e não disse nada, mas estava com um pouco de medo de cair se ficasse tonto.
- Penduricalho, eu preciso ajeitar as coisas. Fique sentadinho enquanto pego. 
Disse o maior a acomoda-lo por um instante no assento. Arrumou o que fosse necessário e por fim, voltou a pega-lo de onde deixou. 
- Agora sim - Disse portando ele e todos os pertences. 
Tadashi riu baixinho e assentiu, sentando-se em sua cadeira e logo seguiu com ele para fora.
- Mc Donald's?
- Está com vontade de Mc Donald's? Ou quer que eu o leve pra jantar?
- Não quero ir a um restaurante... Eu quero só um hambúrguer mesmo. 
Disse o menor, não tinha vontade de comer comida, mas parte de si dizia que não queria ir num restaurante porque não gostava dos olhares.
- Hum, não gosta de comida. Adolescentes gostam de porcarias eu sei.
- Hai. - Riu baixinho. - Estou pensando... Em pintar o cabelo de preto.
- Você gosta dele preto? 
Nowaki indagou e seguia com ele, despediu-se dos demais no consultório enquanto seguia com o garoto para o estacionamento.
- Não realmente, mas acho que está na hora de crescer e as pessoas pararem de me olhar como se eu fosse seu filho.
- Com cabelo preto ou não, vai continuar com sua carinha de pirralho.
Tadashi uniu as sobrancelhas. 
- Pelo menos não vão achar que vou roubar as bolsas deles.
- Ninguém acha isso. Você é um adolescente, é normal usar piercings, cabelo diferente.
Disse o maior e abriu a porta do carro. Tadashi suspirou e adentrou o carro dele. 
- Se eu tivesse piercings já teria arrancado ou caído pela falta de cuidado.
Caído, eu suponho ou perdido por aí.
Tadashi rriu baixinho e assentiu. 
- Posso pedir batata frita?
- Só por hoje, precisa ter uma dieta melhor.
- Hai. - Sorriu. - E sorvete?
- Duvido muito que você vá aguentar.
- E... E tortinha de maçã? - Riu.
- Okay, vamos comprar a franquia do Mc Donald's.
O menor riu.
- Certo! 
Nowaki estacionou alguns minutos depois, passando no drive thru onde formulou o extenso pedido do garoto.
- Não precisa pedir tudo... Ah já foi. - Riu.
- Bem, se não quiser um come o outro. Assim não percebe que queria uma coisa ao invés das outra.
- Como é bom um namorado rico. - Riu. - Brincadeira.
- Ah, é? - Nowaki sorriu, canteiro.
- Estou parecendo seu pai.
- Eu sei, desculpe. - Riu.- Não estou repreendendo.
- Hai. Ah... Vamos ter que esperar?
Aqui é rápido. 
Disse o maior e após formular o pagamento do pedido avançou a fila e aceitou minuto mais tarde o que pedia ele. Tão logo deixando as embalagens quentes em seu colo e o sorvete que entregou à mão. 
- Aqui, vai ganhar um bom peso hoje.
Tadashi riu baixinho e aceitou o sorvete, lambendo-o e estendeu a ele, oferecendo. O maior negou e o viu saborear seu sorvete, estava em seu módulo infantil naquele dia? Pensou.
- Talvez eu devesse passar em você, ficaria gostoso no seu pau.
- Ficaria, é? Prefiro não estar com o pau gelado.
- Quero gelar seu pau.
- Não quero meu pau gelado.
Tadashi riu.
- Vou colocar o sorvete na sua bunda, o que acha?
- Não quero meu cu gelado. - Falou num riso.
- Ah, viu só, palhaço.
- Mas é diferente do pau. Será que você fica duro até com o sorvete nele?
- Depende.
- Depende?
Depende se vai ser rápido. Provavelmente se colocar e por na boca em seguida.
- Hum... Vamos ver?
- Deixe de fogo no rabo, Tadashi.
- Pra parar com ele preciso esfriar com alguma coisa.
- Vou colocar o sorvete na sua bunda.
O menor riu e negativou, abrindo o pacote e roubou uma das batatas. Nowaki alcançou seus cabelos, afagando sua nuca. A essa altura já dirigia para casa.
- Já teve algum desejo?
- Acho que só o hambúrguer. - Riu. - Estava com muita vontade.
- Hum, isso é bom. - Disse o maior ao voltar a mão ao volante. - Espero que não queira tijolos, terra, grama.
- Ah isso não. - Riu. - Mas... Esse sorvete e essa batata parecem uma delícia juntos.
Hum, já vi crianças fazendo. Experimente. 
- É?
- Vai, experimente.
Tadashi colocou uma das batatas no sorvete e logo na boca. 
- Estranho...
Nowaki fitou-o de soslaio, mas deu atenção logo após estacionar, alcançando o destino desejado, casa. Ao parar em frente a ela se voltou ao menor, provando do sorvete. Bom, não era assim um idoso, não tinha idade suficiente para ser pai dele, mas por um momento se sentiu um maldito irresponsável. Tadashi desviou o olhar a ele ao vê-lo provar do sorvete e sorriu, um sorrisinho animado.
- Eh?
O maior negativou diante da pergunta, e seria difícil dizer qualquer coisa ao invés de simplesmente engolir, porque estava sorrindo com tanto ânimo, que não diria simplesmente o quanto estava se sentindo um homem irresponsável por dormir com alguém de sua idade e ainda por cima engravida-lo. Sabia que não tinha qualquer tipo de doença como ter atração por crianças, sabia que podia dar a ele ou a seu filho um futuro melhor do que ele tinha até então, mas ainda assim, se sentia péssimo ao cair na real. 
- Está gostoso?
Tadashi observou-o e não entendia o que ele pensava, não pensava o mesmo, mesmo que o olhasse não conseguia achar aquilo errado, estava feliz. 
- Está sim. Quer batata?
- Iie. Vamos entrar e assim você come direito. 
Nowaki deu-lhe um breve tapa na coxa e então desembarcou do veículo, seguindo caminho a dentro. O menor assentiu e saiu com ele do carro, levando consigo o pacotinho do fast food.
O moreno pegou o suporte de bebidas e levou-as para dentro. Estava a se repreender, embora estivesse ciente por vezes de que estava sendo algo bom para ele. Após entrar, tragando daquela bebida gelada de morango que ele escolheu, subiu ao quarto consigo.
- Na cama? - Tadashi falou a ele e sorriu, enquanto subia com ele para o quarto.
- Não é lá que você quer, hum?
- Hai, quero sim. - Sorriu.
- Pronto, todinha sua. 
Disse o maior, indicando a cama a ele. Seguiu pelo quarto se ajeitando, despindo-se das roupas de trabalho. O menor assentiu num sorriso e primeiramente seguiu ao banheiro dele, onde limpou-se melhor do que haviam feito e voltando ao quarto, manteve-se com as roupas larguinhas, sentando-se na cama.
Nowaki deixou o banho para depois, como ele formulou uma limpeza suficiente para permanecer, embora diferente da dele. Após substituir as roupas, sentou-se à cama com ele, fitando-o enquanto comia e logo, pegou um lanche que pediu para si, acompanhando seu jantar.
Tadashi abriu o pacote, sentindo o cheiro gostoso da comida que não era muito boa para o corpo de toda forma, e experimentou o lanche, sorrindo a ele em seguida.
- Oishi.
O maior mordeu o lanche e assentiu por fim, era de fato gostoso.
- Faz um bom tempo que não como isso.
- É? Bem, eu também. - Sorriu. - Se bem que, as vezes, era o que podíamos pagar.
- E não pegou aversão ao gosto?
- Iie, tudo bem. - Sorriu. 
Nowaki mordiscou novamente o lanche e entregou a ele sua bebida de morango já não muito consistente. Tadashi aceitou o Milkshake e bebeu alguns goles, poucos, deixando-o de lado. 
- Quando vou poder fazer meu exame?
- Já está em tempo de fazer. Vou te levar na consulta essa semana.
O menor sorriu e assentiu. 
- Quero saber se é menino ou menina. 
- Vai querer descobrir antes de nascer então?
- Você não quer?
- Não me importo em saber. Perguntei porque as "mães" geralmente não querem saber
- Bem, eu não sou bem uma mãe... - Riu. - Tenho medo de tudo. Nunca achei que eu fosse engravidar...
- É, eu também nunca pensei em ser um pai.
- Jura? - O menor uniu as sobrancelhas. - Você parece do tipo que quer ter uma família.
- Pareço, é? - Nowaki indagou, risonho. - Por que?
- Não sei. Parece o tipo que... Teria um filho com a Megumi.
- Hum, não é por ter um relacionamento que as pessoas querem ter filhos. Eu nunca havia pensado sobre isso, foi repentino. Sempre achei que no dia que eu pensasse em ter filhos eu ia me sentir um velho. - Sorriu. - Você, como se sente sabendo que vai ter um filho?
Tadashi desviou o olhar a ele, a boca suja de queijo no cantinho, e lambeu, despreocupado.
- ... Bem, cheio?
O maior pegou o pedaço de papel dentro da embalagem de fast food, tirou do envelope e limpou sua boca. 
- Cheio? Não estou falando do corpo.
Tadashi riu baixinho e assentiu, não sabia o que dizer a ele, percebeu então que se quer estava pensando sobre o fato de estar esperando um filho, não achava que estava destruindo a própria vida ou qualquer coisa que ele pensava, na verdade, si mesmo havia destruído a própria vida. Desviou o olhar a ele com um sorriso de canto. 
- Bem, talvez possa ter sido um pouco irresponsável, quer dizer, talvez eu tenha sido muito irresponsável com tudo isso, mas... Eu não estou preocupado, além do medo da dor e de dar algo errado. Sei que você vai me ajudar a cuidar dele, e sei que gosta de mim, não moro mais na rua, o que já é um começo e não preciso ter medo de nada com você comigo.
Nowaki fitou o garoto e seu silêncio por um momento, reflexivo. No entanto, o ouviu quando então se fez a falar. No fim, embora como ele mesmo dizia, irresponsável, não teve como lhe dizer algo que fosse contrário a todo o restante. Podia ajuda-lo, estavam namorando, ainda que fosse estranho pensar que estava com um garoto considerado menor de idade. Tocou sua bochecha e a apertou. 
- Hai.
Tadashi sorriu a ele novamente ao senti-lo apertar a própria bochecha e desviou o olhar ao lanche, por um momento. 
- E também... Sei que vai ser um bom pai.
- Seremos bons pais.
- Hai... Eu espero ser... Eu não sei nada sobre isso, tenho medo de ser um idiota.
- Hum, você vai saber o que fazer na hora certa.
- Hai. - Sorriu. - Obrigado pelo lanche.
- Come tudo. Até a sobremesa, hump.
- Hai. - Riu e negativou. - Já acabei com o sorvete.
- Agora a torta de maçã.
- Ah... Hai.
- Não precisa se estiver cheio.
Tadashi riu e assentiu. 
- Preciso comer por dois, mas meu estômago ainda embrulha.

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