Suzuko e Miyuki #2


Suzuko deixou o laboratório, e caminhou precisamente ao veículo estacionado em frente ao edifício. Entrou no carro sedan e preto, e por um minuto deixou de acender o cigarro diante do cheiro agradável e frutado que tinha dentro dele, para não preenchê-lo com a nicotina. Ao dar partida notou a menina conhecida, usava uma saia leve e de cor bege, ou creme, tinha cor de sorvete. O sapatinho estilo oxford sobre uma meia suavemente rendada em torno dos tornozelos e um casaco de linho. Por Deus, devia modelar para revistas daquelas meninas de harajuku, só esperava mesmo que não passasse a se bronzear e usar batons rosas foscos sobre a pele cor de bronze, alaranjada. Buzinou, dando um breve toque a chamá-la.
- Hey, mocinha.

Miyuki assustou-se ao ouvir a buzina do carro e até deixou a bolsa cair, não se dera conta de que era a professora, pensou que seria raptada e levada embora. Suspirou ao perceber que era ela e pegou a bolsa novamente, ajeitando-a sobre o ombro.
- Sensei. O que faz aqui?

- Que isso... - A maior disse para si mesma ao vê-la se assustar, e o riso não passou de um risco na garganta, que cobriu com o dorso da mão a curva dos lábios. - Vou pro colégio agora. Está indo pra lá?
- Hai... Mas preciso me trocar primeiro.
- Tá bom. Estava saindo pra onde então?
- Estava indo tirar fotos.
- Indo ou voltando das fotos?
- Voltando. - A menor riu.
- Acabou de dizer que estava indo. - Provocou-a.
- Eu me enrolei.
- Se não for demorar pode se trocar e eu te dou uma carona.
- Iie... Eu me troco na escola, ou no carro, é rapidinho.
- Você é mesmo confusa, não é? Acabou de dizer que ia se trocar.
- Eu estou com o uniforme na bolsa.
- Tudo bem, então entre.
A menor assentiu e adentrou o carro, colocando o cinto em seguida. Suzuko abriu a porta por dentro e deixou-a entrar. Fitou-a, notando um pouco mais de perto suas roupas.
- Bonitas roupas. Estava modelando de boneca?

- Ah, geralmente é esse modelo que eu uso. - Sorriu.
- Entendi. Gyaru ou lolita? Não sei muito bem.
- Hime Gyaru. - A menor sorriu.
- Hum, entendi. É legal.
- Não gosta...?
- Não em mim, certamente, mas lhe cai bem.
Suzuko disse, enquanto já passava a dirigir, seguindo caminho ao colégio. Miyuki r
iu baixinho e assentiu, retirando o uniforme do colégio da bolsa.
- Se for se trocar deve ir para o banco de trás, vão ver você.
- Ah, hai.
Miyuki murmurou e soltou o cinto, seguindo em banco de trás, meio desajeitada, mas conseguiu se espremer e puxou a saia que usava, após saber estar bem escondida, colocando a do uniforme no lugar.
Suzuko fitou-a no reflexo do espelho frontal e até sorriu a ela, achando graça da proporção em tamanho que conseguiu ao se encolher, visto que não era tão pequenina, mas não era muito alta. O suficiente para ser modelo, talvez. E também não era tão miúda, tinha seios, tinha formas, que uma modelo normalmente não deveria ter.
- Bem, é gyaru, vai saber. - Disse, mais para si mesmo que para ela.

- Eh?
Miyuki falou a ela ao ouvir algo, mas não sabia ao certo o que fora e trocou os sapatos, meias e por último a blusa, expondo o sutiã branquinho de renda a ser logo coberto pela camisa de botões.

- Pronto, cuidado ao vir aqui pra frente.
- Hai.
A menor falou a ela e fechou a bolsa, voltando para a frente do carro e voltou a colocar o cinto.

- Ainda acho essa roupa de escola bem exposta. Os garotinhos devem ficar bem felizes em vir para aula.
- Ah, para sensei.
- É verdade. - A mais velha riu.
- Vai dar aula pra gente hoje??
- Vou sim, mas não é a primeira aula.
A menor deu um sorrisinho e assentiu, ainda ajeitando algumas coisas na bolsa e olhou-se no espelho, talvez fosse melhor corrigir um pouco da maquiagem para que não ficasse pesada ao ir para a sala. Suzuko desviou o olhar a ele, notando suas pernas expostas e os seios com volume que quase escapavam em sua camisa devido a um dos botões abertos.
- ... Está com um botão aberto, na blusa.
- Eh? - Disse a menor e desviou o olhar, notando o detalhe dito pela outra e deu um sorrisinho. - Ah, desculpe, sensei. - Disse a fechar.
- Não precisa me pedir desculpas, se eu não avisasse algum menino ia ver.
- Ah, hai.
- Chegamos.
A maior estacionou o carro e por fim destravou a porta.
- Obrigada pela carona.
- De nada... Mas veja se não aceita carona de estranhos, hum?
- Você não é estranha, sensei.
- Ah, não?
- Não, ora, você é minha professora.
- Mas só nos falamos uma vez. E se eu fosse um homem?
- Mas não é, se fosse um homem eu não iria pegar carona mesmo.
- Hum, eu também posso morder, sabia?
A menor riu baixinho.
- Não seja boba, sensei. Te vejo na aula!
- Ta bem, até logo.
A maior sorriu ao sair do carro, fitando a loirinha que seguia para dentro da escola e novamente percorreu seu uniforme curto, negativando para si mesma com sua reação aos comentários, esperava realmente que ela não se metesse em apuros com aquelas caronas futuramente.

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