Akihiko e Sanosuke #1
Aviso
Essa história foi descontinuada, ou seja, não temos previsão de novos capítulos, mas esse fato não prejudica nem deixa a história com mistérios não resolvidos, prometemos que ainda será uma boa leitura.
Essa história foi descontinuada, ou seja, não temos previsão de novos capítulos, mas esse fato não prejudica nem deixa a história com mistérios não resolvidos, prometemos que ainda será uma boa leitura.
- Ah, que droga!
O rapaz falou alto e segurou o pano contra a mão, fazendo um pouco de pressão, era a segunda queimadura que tinha com óleo quente só naquela semana, e estava estressado, o garoto que trabalhava ali havia sido mandado embora, e como estava com pouco pessoal, teve que trabalhar por um tempo na cozinha, largando o próprio serviço que era comandar o restaurante e cuidar da parte de contabilidade. Vez ou outra gostava também de fazer alguns doces, mas nada que pudesse ter um contato direto com fritadeiras e derivados, havia se formado e trabalhado demais naquele ramo para saber que não era aquilo que queria fazer. Sanosuke estava em seus trinta e nove anos, já não era mais um garotinho e não tinha mais tempo a perder, era solteiro, e se concentrava no trabalho, embora seus cabelos loiros acinzentados e curtos conquistassem alguns corações, mas nunca se interessava realmente por alguma mulher a ponto de constituir uma família.
- O garoto novo já chegou?
- Não senhor, vai chegar daqui há uns minutos provavelmente.
- Não me chame de senhor, Akane, por favor, pela décima vez. Vou fazer um curativo, assim que ele entrar, mande falar comigo nos fundos, por favor.
- Sim senhor. Digo... Sanosuke...
O garoto tão falado, estacionou numa vaga do restaurante, porém nada que fosse prejudicial aos clientes, observou o relógio no pulso, estava bem em cima da hora, mas feliz ao chegar. Quando enfim deixou o veículo, seguiu para dentro do restaurante, procurando por um dos funcionários e foi guiado prontamente ao chefe. Por sorte começaria num dia sem aula, era bom o suficiente para talvez ficar até mais tarde e se atualizar dentro daquela cozinha, o que constou ser muito bem estruturada. Era aprendiz, o primeiro emprego que tinha com seus vinte anos, novinho ainda, se comparado ao dono.
- Uh, aqui é legal. - Disse ao cozinheiro que dirigiu a si ao escritório. - Com licença.
Bateu contra a porta e observou o homem sentado dando atenção ao curativo. Sanosuke desviou o olhar à porta e moveu a cabeça em sinal positivo, avisando-o que poderia entrar, havia passado alguma pomada na mão e colocado uma faixa ao redor dela, antes que queimasse de novo o mesmo lugar, desastrado como era.
- Qual é o seu nome, garoto?
- Não se passa pomada em queimadura.
Disse Akihiko ao mais velho e então entrou na sala, observou seus cabelos curtos e louros acinzentados e por algum motivo, aquilo causou em si uma impressão de limpeza e frescor, mas claro que não diria no primeiro dia de serviço, mas gostou de observar sua nuca exposta. Sanosuke assentiu a respeito da pomada, agora já havia passado, não faria diferença.
- Akihiko.
Respondeu, embora não tivesse gostado do "garoto".
- Akihiko. Você vai poder começar a trabalhar agora?
- Sim, me falaram pra vir e começar hoje.
- Entendi, quantos anos tem mesmo?
- Tenho vinte.
- E faz o que na faculdade?
- Bem, eu estou tentando um estágio aqui, então...
- Ah, é verdade, estou muito ocupado esses dias, desculpe.
- Eu fiz a entrevista pra vaga de confeiteiro. Ou melhor, cuidar das sobremesas.
- Entendi, você não tem muita cara de quem quer fazer sobremesas.
- Ouço com frequência. - Akihito sorriu a ele, um pouco lânguido e Sanosuke retribuiu seu sorriso.
- Deve ouvir mesmo. Bem, seja bem vindo, se precisar de alguma coisa é só me chamar. Estamos fritando donuts.
- Sim, eu preciso. Ainda não sei como começar.
- Bem, vou te levar até a cozinha.
- Sim, se alguém puder me mostrar a cozinha e o cardápio de sobremesas, seria ótimo.
- Okay, venha comigo.
Sanosuke se levantou e deu passagem a ele para fora, só então reparando em sua aparência bonita, seus cabelos médios e castanhos e seus olhos cinzas, tão incomuns, mas não era de reparar em homens, então desviou o olhar.
- O uniforme de trabalho?
- Você tem uma doma?
- Eu devo usar a minha? Imaginei que tivesse alguma com os padrões do restaurante.
- Sim, porém mandamos fazer uma do seu tamanho, então pode usar a sua por essa semana, aqui usamos doma preta.
- Tudo bem.
Disse Akihiko e buscou na própria bolsa a doma, a mesma que usava durante as aulas. Tratou de esticar o tecido, tirando as pequenas marcas da dobra e vestiu-a por lá mesmo, antes que pudesse entrar na cozinha.
- Podemos ir quando quiser.
O loiro assentiu e deu passagem a ele para a cozinha, indicando onde eram as outras áreas de preparo e finalmente a confeitaria, mais ao fundo. Aqui tudo é dividido por áreas, espero que isso não te incomode. Tem uns três bolos pra fazer hoje e duas tortas, eu não comecei porque não tenho muitos ajudantes por aqui, então.
- Na faculdade temos setores separados também, acho inclusive muito melhor. Mas o que é difícil, fiquei feliz quando vi sua cozinha, não fui a muitos restaurantes onde a cozinha era devidamente separada.
- Eles não seguem tanto assim o plano de uma boa cozinha, principalmente aqui no Japão, onde é difícil achar restaurantes bons de comida ocidental. Mas que bom que gostou, já - Sim, já foi acertado os dias, horário e salário.
- Okay, acho que eu não sou mais necessário então. Bom trabalho.
- Os bolos que preciso começar o preparo já estão indicados na cozinha?
- Sim, as receitas estão sobre a mesa.
- Certo, obrigado. E, se precisar de ajuda nos pratos, eu posso auxiliar também.
- Pode deixar.
O moreno assentiu e fitou a cozinha, identificando a localização do que precisava, abrindo as geladeiras, observando prateleiras e gostava mesmo do cheiro que ficava ali, mas claro, havia o observado deixar o lugar, observando ainda seu pescoço e cabelos curtos e limpos. Ele era bonito, ainda que parecesse ter alguma idade, embora isso não fosse empecilho para nada. Bem, era o chefe, achava melhor não ficar olhando muito para ele, ou seria demitido, e não queria isso.
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