Miyako e Sayuki #2


Sayuki chegou ao local, já escuro pela noite que chegava, meio fria e parou em frente a escola, ao lado de uma das cerejeiras bonitas que as vezes derrubavam algumas flores sobre o próprio cabelo, desviando o olhar ao celular a notar que chegara pouco adiantada. O vestido preto cobria o corpo até a altura das coxas e como sempre, usava o salto alto da mesma cor, gostava do modo como parecia maior com eles. Encostou-se no tronco da árvore e suspirou, observando a rua já sem muito movimento e sem muitas pessoas que por ali passavam, porém notou os dois rapazes de cabelo loiro que caminhavam próximos a si, passando pelo local onde se mantinha encostada, cumprimentou-os por educação apenas e recebeu o mesmo junto do olhar de um deles, e podia jurar que havia visto os olhos brilhantes, porém julgou ser apenas uma lente de contato e riu consigo mesma, aguardando a outra.

- Logo ali.
Dizia Miya em indicação, quando já via a figura feminina, trajada por vestes pretas em contraste de sua cútis branca e chegou a rir consigo pela escolha, fosse ingênua, dela. Trajava uma calça preta de tecido solto, assim como as vestes superiores, uma regata cinza claro, embaixo de um casaco aberto de linho, na igual cor cinza, porém num tom diferente e com pequenos detalhes, as correntes compridas pretas e uma prateada singela no pescoço, completou com um ankle boot igualmente preto. Visto que estacionado o veículo, abriu a porta do carro, e mesmo dentro dele já sorriu a ela.
- Sensei.

Sayuki observou o carro que parou em frente e aproximou-se do mesmo, levando um tempo para notar que era ela quem estava lá dentro e retribuir seu sorriso.
- Boa noite, Miya.
- Entra.
A loira adentrou o veiculo no banco de trás junto dela, já que um de seus amigos estava no banco da frente, o banco do carona até estava desocupado, mas não ia se sentar ao lado de quem não conhecia. Logo, a beijou no rosto.

- Você está muito bonita.
- Obrigada, sensei. - Disse após o leve estalo mútuo no cumprimento com beijo no rosto. - Você que está, vai acabar saindo de lá sem mim.
Sayuki riu.
- Ah não... Duvido que algum rapaz se interessaria.

- Hum, é claro que vai. Sensei fala parece até que nunca namorou.
- Não quero arranjar um namorado.
- Mas beijar de vez em quando é bom, Sensei.
- Já tenho alguém que faz isso por mim. Uma menina na escola que me da um selinho e corre.
- Uh te..
Miya deu início a frase, que interrompeu conforme a conclusão de seu comentário. Como de costume, inclinou vagarosamente a cabeça ao lado e lhe sorriu junto a um risinho divertido, Sayuki sorriu a ela, achava aquela expressão fofa.

- Não é?
- Mas não te beijou, selinho não é beijo é um cumprimento francês.
E riu novamente, baixinho.

- Sei. 
- Mas se quiser pode beijar.
Sayuki arqueou uma das sobrancelhas, nem tinha tanta intimidade assim com ela para aquelas brincadeiras, mas ela parecia interessada.

- Ah, pode?
- É claro.
- Então me beije, Miya.
Miya sorriu, ora, era mesmo um convite? Gostava dela, mas não esperava que ela fosse corresponder a algo, talvez estivesse apenas brincando, mas se era isso mesmo, se divertiria com ela sem problemas, apenas por uma noite, certo? Investiu com proximidade na direção da loira, cujo na pouca distância quase sentia o oxigênio deixado por suas narinas, mordeu o lábio inferior, visto que ainda assim sorria com pequena mostra dos dentes bem alinhados que prendiam a região.
- Hum..
Sayuki sorriu com a proximidade, l
evando uma das mãos à face dela, sentindo a pele macia, acariciou-a e lhe selou os lábios, não estava na escola, não era mais própria aluna, e bem, era bonita, parecia um garotinho bem arrumado mas com perfume feminino. A morena ponderou sobre a brincadeira, ou o que julgou ser, porém riu num sopro nasal quase inaudível conforme sentiu o carinho que recebeu no rosto, tal como o suave toque de seus lábios que colaram à pele ante o adorno de um brilho labial que cheirava a menta. Uma das mãos lhe pousou sob a bela e firme coxa, ao lado, não que fosse um toque ousado e tornou encaixar os lábios aos seus conforme pendera a face, e encarou seus olhos que cinzentos, possuíam quase a mesma cor dos próprios e escondeu-os atrás de pálpebras delineadas de preto, quando prosseguiu no gesto e roçou a língua em seus lábios, penetrando-lhe a boca de forma invasiva.
A loira deslizou a mão pela face dela, continuando a carícia, alcançando os cabelos e os acariciou igualmente, investindo assim como ela no toque de lábios e retribuiu os movimentos com a língua, explorando a boca da outra, agindo de forma pouco desajeitada, afinal, fazia um certo tempo que não beijava ninguém e não devia, não ela, não ali, mas já estava fazendo, então não adiantava mais voltar atrás. Chegou a hesitar com o toque na coxa, porém continuou com os toques ao perceber que ela não iria mover a mão, e era tudo brincadeira mesmo, não tinha porque se preocupar. Miya sentiu o resvalo mútuo de sua língua, na retribuição da investida, o qual anteriormente lânguido pelo inicio, mas compassou com firmeza, tal como o selinho superficial que lhe dera antes, mas desta vez com a língua e passeou-a em sua boca, sentindo o gosto fresco no hálito e conforme amenizou o ritmo que mesmo não ligeiro antes, apenas roçou a língua à sua como numa leve lambida que voltou em seu macio lábio inferior. Sayuki abriu um pequeno sorriso entre o toque e a mão foi até o ombro dela, apertando-o sutilmente a sentir o forte arrepio pelo corpo, estranho, e excitante, aproximando-se mais da outra no banco e investia no beijo mais intenso, mesmo sem perceber, o que era perigoso.
Na menção do término do beijo, a morena logo se pôs a outra vez retribuí-la, visto que em proximidade e toque no ombro e a mão em sua coxa deslizou pela lateral, no quadril e segurou-a na cintura, sentindo a intensidade gradativa com que era retribuída, e poderia sorrir em bom grado pelo gesto, se a boca não estivesse tão ocupada e suspirou, enquanto a voz interrompia o clima compartilhado, denunciando ainda a presença da terceira pessoa, o amigo dela ao volante. Sayuki abriu os olhos a ouvir ao voz do rapaz, voltando a si a saber onde estava e com quem e afastou-se a cessar o beijo, um tênue estalo viera dos lábios conforme o repentino aparte e abrindo um pequeno sorriso tímido, encolheu-se no banco espaçoso do carro.
- Desculpe.
Miya a observou, encarando-a sem se voltar ao motorista e riu minuto depois.
- Ah, não se encolha assim, fica tão fofa que me faz querer de novo.

A loira riu, meio envergonhada, como uma criança que fora pega fazendo alguma travessura.
- Não fale assim...

- Miya, sua amiga está vindo.
Comentou o motorista em alerta, e como feito antes à outra, Miya abriu a porta do carro, encarando a colega de classe que cumprimentou dali mesmo numa breve piscadela.
- Outra bonitona.
Miya brincou, retrucando ligeiramente o olhar à enfermeira do colégio, pareceu surpresa sem demonstrar, mesmo que já imaginasse que ela chamaria outra pessoa. Sayuki o
bservou a garota e sorriu a ela, mesmo que recebesse o sutil olhar de desprezo da mesma, não esperava receber um olhar melhor. Suspirou e encostando-se no banco, aguardando o caminho feito, sabia que era uma professora e não uma aluna, as vezes gostaria de voltar no tempo e apreciar melhor a escola, nunca havia ido a uma festa como aquela.
- Como vocês estão quietas.
Falou a morena minutos depois, não criando oportunidade de resposta quando já o carro estacionado, observando a fachada iluminada do salão e o fluxo de conhecidos e desconhecidos transitando até a entrada onde a música já se ouvia abafada. Só então Sayuki percebeu que não era uma festa para pessoas da escola, certamente era algo do trabalho dela, já que haviam tantas modelos ali que chegavam e dar um sentimento ruim de insatisfação própria.
- Ah, já chegamos.

A loira sorriu e assentiu, saindo do carro a espera das outras garotas e do rapaz no volante.
- Eu não conheço ninguém...

- Ela também não, sensei. A maioria aqui são conhecidos de alguém e também desconhecidos de muitos.
Dizia Miya ao sair do carro e caminhar com os demais até a entrada, passando objetivamente por ali após a identificação, observando o ambiente que se tornou um pouco mais escuro que a noite lá fora. Sayuki observou curiosa, 
notando que a maioria das pessoas que ali estavam eram muito bem vestidas, além de já serem modelos, uniu as sobrancelhas e riu baixinho em seguida.
- Acho que eu não estou meio deslocada. Todos aqui são muito bonitos.

Miya aproximou-se conforme notou-a sibilar, afim de ouvir em meio a música e negativou. Voltando-se a sua audição.
- Sensei está muito bonita assim, poderia ser uma modelo também.

- Verdade? - Falou em tom alto e sorriu a ela.
A outra assentiu e lhe deu uma piscadela.
- Vão dançar, hm? 

- Eh? - Falou alto, ensurdecendo pelo volume alto da música.
- Vão lá dançar. Vocês ficaram quietas. Ou prefere beber alguma coisa? - Disse Miya.
- Acho que... Prefiro beber.
- Hai, então vamos lá no barzinho enquanto isso.
Miya pegou a mão de ambas as acompanhantes, mesmo sem perguntar o que a outra queria, seguindo meio ao fluxo de pessoas até o barzinho com menos volume de convidados e sentou-se, tal como indicou a elas. Sayuki observou a garota que andava junto de ambas e estreitou os olhos um pequeno tempo, porém cessou quando notou que estava sentindo ciúme da outra, aquela pontadinha chata no peito que incomodava, o que não era normal, ué, um beijo e já estava assim?

- O que você quer, sensei?
Indagou a outra, e o mesmo fizera a acompanhante desnecessária, suspirou a compartilhar o ar pesado, conforme a outra não olhava sequer a professora, imaginava se elas tinham alguma rixa entre si.

- Qualquer coisa que tenha vodka. - Respondeu a loira.
- Hum, gosta de bebida forte, é? - Indagou-a antes de formular algum pedido.
- Não muito, mas acho bom nas circunstancias.
Não parecia, mas era óbvio que se referia a dor de cabeça que certamente teria dividindo-a com outra pessoa.

- Bloody mary então?
- Pode ser. - Sorriu.
Miya se voltou à colega de classe que optou por um coquetel de frutas batizado. À outra o drink rubro, bloody mary junto a um black russian a si mesma e uma porção de frutas fatiadas como acompanhamento. Sayuki sorriu ao barman, que direcionou o olhar a si e permaneceu sentada a esperar a bebida, esperando que Miya não tivesse visto essa sutil troca de olhares que para si não significava nada de mais, mas ela notou, e aproximou-se, tornando a dizer-lhe contra a orelha.
- Eu disse que iam olhar.

- Foi só o barman. - Respondeu a loira a sentir as bochechas vermelhas aos poucos.
- Mas é alguém. Que não seja eu, é claro. Com ele somos dois.
- Não fale assim. 
- Por que?
- Porque eu fico com vergonha.
A morena riu, o que foi inaudível visto que a música adornava o ambiente, piscou à loira e lhe entregou a bebida conforme a chegada, tal como fez a outra que franzira as pálpebras a si.
- Já vi que vou ficar de lado.
- Não vai, Mei. Estamos conversando, você quem parece não querer falar nada.
E pegou a própria bebida, sorvendo um gole do único álcool que tomaria na noite.

- Não se preocupe, logo eu deixo vocês conversarem. - Disse Sayuki, visivelmente incomodada a entrar na conversa.
- Ah, deixa é? Vai fazer o que por aí?
- Vou dançar, ora. 
- Hum, quero ver.
- Eh?
- Quero ver você dançando. Sensei parece tão recatada, mesmo que goste de usar roupas curtas.
Sayuki riu.
- Vai ver.

- Por que usa roupas curtas, Sensei?
- Eu gosto... Não acha que ficam bonitas?
Sim, mas é provocante, e na escola existem muitos garotinhos, sabe?
- Eu sei, dez vieram me procurar hoje.
- Hum, e você gosta disso, ah?
- Não me acho bonita, como pode ver.
- Isso quer dizer que gosta?
- Não gosto de tantas pessoas em cima de mim.
- Mas você é gatinha, sensei.
Miya sorriu com o apelido e voltou-se brevemente a outra, que bebia, e vez ou outra alternava seu olhar pelo lugar ou para a companhia que tinha, mas mesmo com duas pessoas se sentia entediada.

- Dançar?
Indagou a uma, e depois à outra. A loira a
ssentiu e bebeu o restante da bebida de uma só vez.- Espero que seja forte para bebidas, sensei.
Disse a menor conforme a viu matar a bebida, após mais um gole final, deixou a própria no balcão do barzinho e assim fez a morena, seguindo o mesmo caminho até a zona de dança. Sayuki r
iu sutilmente e levantou-se, seguindo junto delas até o local, notando os vários olhares que os rapazes tinham em si, porém, ignorou, não tinha interesse. Miya acomodou-se junto as demais no espaço que obteve, claro onde o foco foram ambas fronte a si, sabida do desgosto da colega de classe e riu ao ponderar sobre o ciúme enquanto negativava consigo mesma e observou-as, ignorando qualquer olhar torto, dançou conforme o ritmo da música, sendo acompanhada por elas, que tentavam aproveitar a noite apesar de tudo.
- Quer dançar comigo?
A voz veio de trás da outra, da loira, um rapaz, que estendeu a mão à ela. Sayuki nem pensou para segurá-la, claro que não queria dançar com ninguém, mas queria distancia da acompanhante chata da outra e talvez, fazer um ciuminho.

- Vou deixar você com a Mei antes que ela me bata.
Miya estava perdida em meio à música, os cabelos bagunçados em frente a sua face bonita e sorriso aparente em seus lábios, porém erguera a face a observar a loura conforme cessou seus movimentos e pôde notar o rapaz a seu lado, fitou-a e assentiu, deu-lhe uma piscadela como despedida, a recuperaria depois.
- Se forem sair, me avise.
Completou e voltou-se à morena, agora, dançando em sua frente enquanto a loira seguiu ao outro lado, dançando com o rapaz.

- Hum, então a sensei gosta de homens.
Comentou a acompanhante conforme a saída, falando em tom alto afim de que fosse audível.
- Isso é óbvio. - Respondeu Miya a sorrir.

Sayuki dançava com movimento suaves, seu corpo bonito, marcado no vestido seguindo de um lado para o outro no salão com a música eletrônica, sentiu o rapaz se aproximar de si e abraçar a própria cintura, uniu as sobrancelhas e o afastou sutilmente, abrindo um pequeno sorriso tímido, não gostava muito de ser tocada, isso se devia a um fato em específico.
- Achei que acabariam tendo um casinho naquela enfermaria.
A acompanhante dela fingiu resmungar junto de um torcer leve de lábios e sorriu, talvez fosse o primeiro da noite.
- Ah, como é ciumenta. Só porque eu disse que era uma amiga nova.

A loira suspirou, não estava de fato se divertindo com o rapaz, porém, preferia deixar a outra junto da garota com quem conversava o problema era que ele era insitente demais e queria tocar a si de qualquer maneira. Despediu-se do garoto com alguma desculpa qualquer, quando na verdade era o fato dele estar sendo tão insolente em seus toques desnecessários e seguiu em direção ao bar, pedindo outra bebida.
- É porque acabaria me deixando de lado, ainda que a sensei é atraente.
- Ah, então eu deveria achar que só porque faz uma amiga nova vai se atrair por ela como se fosse um macho, é?
- Não quis dizer isso. - Resmungou Mei.
- Você vive indo na enfermaria, quase não fica mais na sala no intervalo.
Ditou ela e levou os braços passados a volta do pescoço de Miya, sob os ombros e segurou seus cabelos na região da nuca. A outra diria que a havia conhecido no dia anterior, se tivesse chance.

Sayuki levou o copo aos lábios a beber alguns goles da bebida amarga que fez arder a garganta e desviou o olhar pelo local, distraidamente, pensando se deveria voltar para a pista quem sabe, porém fitou ambas juntas e estreitou os olhos, por algum motivo, não gostava de saber que a outra estava acompanhada, e isso havia se iniciado depois daquele beijo, porque antes disso, não tinha um real interesse nela.
Miya pendeu o pescoço para trás, num pequeno sorriso.
- Está parecendo namorada e não amiga, que isso, Mei?

Bem, era melhor não ficar sozinha, certo? Já que ela aparentemente não queria nada consigo e preferia a companhia da outra, Sayuki se levantou, mantendo-se com uma visão boa a observar ambas sutilmente e novamente chamou o garoto, sorrindo a ele de modo sutil e logo sentiu o abraço ao redor do corpo novamente, era desnecessário, um idiota, mas faria ciúme na morena daquele modo.
- Ah, não iria querer estragar nossa amizade.
Dizia a acompanhante, Miya buscou visualmente encontrar a outra, já que notara sua falta no lugar anterior, até entrar em campo de visão e observou-a junto ao rapaz, num enlace com liberdade em sua cintura. Deu um sorrisinho, não que achasse engraçado.
- Não com algo assim... Mas não vejo nenhum mal em .. beijos. - Falou Mei.

Sayuki manteve-se a observá-las de rabo de olho e aproximando-se do outro, repousou a face em seu ombro. Miya suspirou e quase chegou a negativar, porém se voltou a morena, ponderando melhor o dito.
- O que? Quer pegar sua melhor amiga, é?
Viu-a rir, já que não pôde ouvi-la. A loira s
orriu ao rapaz ao vê-lo pedir por um beijo, mesmo silencioso e virou a face, escondendo-a em seu pescoço, só mais um pouco e ela certamente iria intervir, parecia bem interessada em si no dia anterior, tinha que falar alguma coisa.
- Hum. - Murmurou em afirmação. - Mas não vou pedir pra namorar, eu só quero... Experimentar.
Mei disse e a outra arqueou levemente uma das sobrancelhas, mordendo o lábio junto a um riso.
Ela não estava olhando, inferno! E o suspiro soou alto
 a voltar a dançar e roçava o corpo sutilmente ao do rapaz numa alternativa a se livrar do maldito beijo que ele tanto queria.
- Então, vamos? Estamos numa ocasião propícia.
Dizia ela e impunha-se pouco a frente, encarando a amiga bem próxima da face.
- Ah, e acha que vai conseguir olhar pra mim amanhã, uh?
Miya indagou-a, espaçando o assunto numa distração e voltou-se a loura, encarando sua dança ousada junto ao rapaz.
Sayuki s
orriu ao garoto e virou-se de costas a roçar o corpo ao dele novamente, desviando sutilmente o olhar a outra, satisfeita com o olhar dela em si, finalmente.
A morena t
ornou a suspirar e encarou a outra, investiu a sua frente na menção de lhe prover do pedido, mas não fez e sorriu.
- Iie.
Riu baixinho e viu-a torcer novamente os lábios.
- Ah, Miya... Não vou estragar nada.
Miya negativou e pousou as mãos em sua cintura, seguindo agora o ritmo mais vagaroso da música.
A loira já estava irritada, muito e virando fronte ao rapaz, lhe deu um beijo na face como última opção, ou iria embora.

- Quer beber alguma coisa? Não gosto de dançar nessas músicas meio termo.
Disse à acompanhante e viu-a hesitar porém concordar, talvez a deixasse chateada por não beijá-la nem retribuir seus sentimentos, mas tinha outra coisa em vista.
- Eu vou procurar o agente, eu te encontro no bar e não demoro.
- Hum... Ok. Vou sentar onde estávamos antes. - Disse Mei.

A morena seguiu pela multidão de pessoas que ainda dançavam a música, pisou no primeiro degrau em direção às salas da agência porém hesitou e regrediu o passo, cruzando o caminho novamente onde não estivesse no campo de visão da morena no bar. Sob seu ombro aparente tocou-a e apertou de leve chamando a atenção, se fez próximo afim de lhe dizer contra o ouvido, interrompendo sua dança incômoda.
- Sensei, já que é enfermeira pode me dar assistência um instante?

Sayuki ouviu a voz da outra tão perto de si, junto do aperto no ombro e uniu as sobrancelhas, não viu qundo a outra havia saído da pista de dança, um deslize, claro, virando-se a observá-la, assentiu, como quem nunca tivera intenção nenhuma de provocar ciúme nela, despedindo-se do garoto com um aceno apenas.
- O que houve?

Miya segurou-a no pulso, seguindo novamente o caminho na direção do duplo degrau até o corredor onde seguia antes, na área sem movimento e acomodou-a na parede, vez outra tendo alguma vista de sua face conforme a luz do globo na pista de dança atingia o lugar pouco iluminado. Sayuki seguiu junto dela, mesmo sem entender e tomou cuidado para não tropeçar entre as pessoas na pista, adentrando o local estreito e encostou-se, observando-a.
- Estou com um leve desconforto, dói um pouco também.

 - Eh? Aonde?
Seu pulso ainda segurado elevou na altura do peito onde descansou por um instante sua palma da mão.
- Aqui. - Em seguida prosseguiu com ela aos lábios onde roçou seus dedos. - E aqui.

Sayuki uniu as sobrancelhas e sorriu em seguida.
- Estava com ciume?

- Acho que sim. E você está sorrindo por isso, ah?
- Não, é que é fofo.
E continuou agindo como quem não queria nada.

- É fofo, é? Que maldosa. Sensei, não vai tirar minha dor?
- Hum... E o que precisa pra curar essa dor?
- Você é a enfermeira.
- Hum...
O loira sorriu a ela e aproximou-se a lhe selar os lábios algumas vezes.

- Dos lábios está quase saindo... - Miya sussurrou contra o toque superficial que recebeu e tornou levar sua mão contra o peito. - Mas aqui ainda não, sensei.
A maior franziu o cenho mais uma vez a observá-la e encolheu-se sutilmente, envergonhada.
- Ah... Não sei o que fazer.

- Tem que tirar meu desconforto, Sensei.
Miya tornou lhe selar os lábios, separando-os devagar, impôs-se contra ela, dando atrito contra seu corpo. Conhecia todos os tipos de primeiros socorros para dor no peito, mas era óbvio o suficiente que não era uma dor aparente que ela sentia, ainda que não fosse muito entendida de namoros.
- Meu corpo não é igual o dele, não tenho nada que você possa sentir firmeza contra seu corpo, mas estou de roupa, então você pode ficar perto e fingir enquanto me deixa saborear essa boquinha gostosa.

Sayuki sentiu o selo nos lábios e gemeu baixinho, com o corpo dela contra o próprio e esperou que ela não se esfregasse muito contra si ou teria uma reação estranha.
- E-Eu... Eu não ligo pra isso, Miya. Gosto de você, e não precisa ter... Um... Bem, não precisa ser um homem para que eu goste de você.

- Você não gosta de mulher, sensei. Ah, mas esqueça, quero essa boca.- É que eu... Miya investiu na conclusão precisa do comentário e penetrou-lhe os lábios, firme e tão preciso quanto o comentário eram os dedos que agora estavam lhe segurando os cabelos na nuca da mesma forma. Sayuki fechou os olhos, mesmo interrompida e deslizou ambas as mãos por suas costas num afago. Miya sugou vagarosamente a língua dela e fez um leve vaivém antes de soltá-la e tornar lhe penetrar a boca, dando término ao beijo ao lhe sugar o lábio inferior e mordê-lo com força, porém meticulosa. A loira suspirou pesado, apreciando os lábios tão macios da garota a frente, porém foi interrompido pelo rapaz que chamou o próprio nome, o mesmo com quem estava antes, e não podia ser numa hora melhor, não é? O idiota. Sabia exatamente o que ele queria consigo, mas não teria.- Ah, desculpe... 
Miya voltou-se à figura conforme a presença do demais, observou-o igualmente silenciosa e voltou-se outra vez a loura, observando-a enquanto o rapaz tratava de se retirar dali.
- Vou rosnar pra ele, Sensei.

- Não ligo pra ele.
- Mas gostou bastante de se roçar nele, hum..?
A menor murmurou, já abafando a voz, enquanto os beijos provia em sua cútis, vagarosamente caminhando do maxilar ao pescoço.
- Queria que me desse atenção, ao invés de dar à sua amiga sem graça.
Sayuki murmurou e ergueu a face, deixando o local livre aos beijos dela.

- Você quem quis sair, Sensei. Disse que me deixaria com ela.
A morena sugou a pele, lânguido a não deixar marcas e ambas as mãos voltou em sua cintura, apertando-a.
- Mas não sabia que ia se agarrar com ela.
Murmurou a loira e deslizava ainda as mãos pelas costas dela, acariciando-a.

- Eu não a agarrei.
A outra subiu a roçar os lábios até sua orelha, mordiscando o lóbulo. Deslizou as mãos a seus quadris, e com os dedos discretos, contornou a curva tênue de suas nádegas, pela lateral. 
Sayuki sentiu as caricias e suspirou mais uma vez, fechando os olhos por um pequeno tempo, porém, permaneceu atenta a qualquer movimento mais intimo dela, tinha um pequeno problema, que não queria expor, ah, se ela soubesse da história toda... Vagarosamente, Miya caminhou às nádegas, e apertou-as de levinho. Arfou suave e contornou sua orelha com a ponta da língua o que fez a loira se arrepiar, logo, se encaminhou novamente até a boca, passeou por seus cantos, enroscando a língua a dela e sentia o gesto mútuo até enfim dar o aparte. Sugou-a, mordiscou outra vez seu lábio e o contornou no fim do beijo.
- Hum... Que remédio ótimo pra dor, sensei.

Sayuki sorriu em meio ao beijo.
- Kimochi

- Sugoi kimochi, sensei.
- Hai. - Sorriu.
- Vamos pro barzinho, hum?
- Ah... Hai. - Suspirou. - Eu... Eu só vou no banheiro.
- Mei deve estar no bar uma hora inteira, eu disse que ia falar com o agente. Hm, se quiser eu te acompanho.
- Não... Não é necessario.
- Mas alguém vai acabar te prendendo.
- Ah, não vai não. - Riu e Miya retribuiu o risinho.
- Pelo visto prefere ir sozinha... Ok, vou te esperar lá.
- E-Eu volto logo.
Sayuki seguiu para fora do local, caminhando até o banheiro e perdeu as contas de quantas vezes teve que pedir licença e procurar por placas para encontrar o local, obviamente, cheio de pessoas sob efeito do álcool. Já no banheiro feminino, observou as garotas ali paradas, se maquiando em frente ao espelho, e realmente, não entendia porque usavam tanta maquiagem, tanto é que nem desviou o olhar ao espelho, se enfiou logo em uma cabine e encostando-se na parede fina feita de madeira, suspirou pesadamente, desviando o olhar ao baixo ventre e negativou consigo, mordendo o lábio inferior.
- Droga...

Ajeitando as roupas, meio desconfortáveis devido ao feito, preferiu sair do banheiro, já que havia uma garota meio louca do lado de fora batendo insistentemente na porta o que estava deixando a si desconfortável e abriu, dando passagem a ela que reclamava mesmo depois de aberta. Suspirou, concentrado demais no que sentia para ligar e tentou seguir o caminho de volta para a pista, que parecia quase impossível devido ao fluxo, observou-a ali, sentada com a outra que tomava outro coquetel de frutas e iria embora, mas tinha que avisar a ela, ou não, não, não podia deixar ela preocupada. Suspirou novamente, irritada por ter que voltar e seguindo em direção a ela, a cutucou no ombro e abaixou-se a murmurar em sua orelha.
- Miya, vou embora, desculpe, te vejo amanhã no intervalo, ta bem?
O beijo estalou na bochecha da outra, mesmo com sua companhia que nem pareceu ver o que acontecera e Sayuki seguiu quase num pulo para fora do local, se viraria para voltar para casa, e enquanto isso a outra se virou, tentando achá-la visualmente já que nem tivera tempo de se despedir, ela era confusa mesmo, não sabia se tinha ido embora devido ao que haviam feito, talvez tivesse consciência de que não devia fazer isso com uma aluna, ou talvez sentisse alguma dor? Desconforto? Não sabia, mas bem, não tinha seu telefone, teria que esperar o dia seguinte. 

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