Kusagi, Shohei e Yukinori #1

Aviso
Essa história foi descontinuada, ou seja, não temos previsão de novos capítulos, mas esse fato não prejudica nem deixa a história com mistérios não resolvidos, prometemos que ainda será uma boa leitura. 



O rapaz buscou o celular no bolso, tirando o aparelho a fuçar pela agenda, encontrando alguns números de trabalho, outros de lazer, recentes ou mais antigos e encontrou o número que procurava, um antigo amigo do colegial, e que há algum tempo não falava. Ao selecionar o número, levou o celular a orelha, ouvindo chamar enquanto caminhava pela cidade, conhecendo o local com suas luzes brilhantes, por hora.

- Alô?
Respondeu o outro, atendendo a colocar o celular na orelha, apoiando-o no ombro já que estava com as mãos ocupadas, em uma delas segurava o cigarro e na outra a colher que mexia o molho do macarrão que fazia, ah, era para si mesmo, não precisava deixar de fumar pra fazer a comida.

- Sho_hei.
Disse, entre pausas, e não esperava ser reconhecido já que a ultima vez que o vira fora alguns bons meses atrás, um ano quem sabe, numa pequena comemoração de ex-alunos do colégio no qual estudaram.
- Espero que se lembre do seu querido amigo. 

Shohei ouviu em silencio a voz do telefone, unindo as sobrancelhas sem entender nada, jurou ter reconhecido aquela voz, mas não podia ser a dele, na verdade, não tinha nenhum querido amigo mais e só parou quando notou o cigarro quase queimar o dedo já que o segurava de modo torto.
- Ah! - Falou a afastar o telefone do ouvido e jogou o cigarro no cinzeiro próximo. - Quem fala?

- Kusagi. Realmente se esqueceu do seu melhor amigo. É como dizem, uma vez que se casam esquecem dos amigos.
Provocou, jogando com ele já que sequer sabia como andava sua vida ou se havia casado. 

- Ah! Kusagi, porra, você quem sumiu, disse que ia me ligar e nada. Bom, se bem que agora está ligando. - Falou a observar o molho e arqueou uma das sobrancelhas, não cozinhava muito bem e estava queimando, também pelo nervoso de falar com o amigo novamente, depois de tanto tempo. - Não estou casado, ora essa. 
- Chute, acertar seria lucro. - Sorriu, num riso sem altura demais. Notou uma loja que pareceu interessante, motivo de bons minutos de silêncio na linha, mas tão logo retomou. - Estou em Tóquio.  
- Hum, e quer um lugar pra ficar? - Falou e riu baixinho. - Pode ficar aqui, mas eu moro com um companheiro. 
- Por alguns dias, estou me achando nesse lugar. Devo conseguir um apartamento em breve e hotéis são cansativos. Companheiro? Amigo ou você é bicha mesmo?
- Sou gay, caralho, você já sabe. Bicha é a mãe. 
- Porra, sempre achei que fosse zoeira. - Riu, mas certamente o provocando já que não era mesmo uma novidade. - E aí, pode me dar um sofá pra ficar por umas noites? 
- Tem um sofá-cama, pode vir. Está aqui perto? Ainda lembra onde eu moro, certo? 
- Ainda está no mesmo lugar?  
- Ainda. Se vir logo vai ganhar o jantar, estou fazendo... Macarrão, eu acho. 
- Vou levar alguma coisa, ou tem certeza que o que fez é comestível? 
- Mais ou menos... A receita não explica direito...
- Vou levar alguma coisa.
Disse e se despediu desta forma. Comprou algo pelo caminho logo após passar pelo hotel e buscar as malas, deu endereço ao taxista que não teve dificuldade a chegar até o destino desejado visto que não era tão longe e ao parar em frente a sua casa o qual se lembrava e se mantinha do mesmo modo desde a ultima vez que estivera por lá, não era grande, afinal, seu salário não era assim tão bom para alugar ou comprar uma mansão, mas era bonita. Deixou as malas num canto e tocou o interfone.
- Sho!

Shohei largou o molho ali, meio esquisito como tinha costume e seguiu ao banheiro, retirando rapidamente as roupas para o banho, tinha uma boa garrafa de saque, poderia tomar com ele e se divertir um pouco já que o companheiro não estava em casa, e sim na aula. Saiu do banheiro, secando os cabelos brancos, repicados em cima e longos em baixo e ouviu o interfone tocar, sorriu consigo mesmo e correu, abrindo a porta mesmo a vestir somente a roupa intima, um short e a toalha sobre os ombros, observou o amigo, que não havia mudado quase nada desde a última vez que o vira, bonito como sempre com seus cabelos médios e negros e seus olhos cinzas.
- Entra, Coelhinho.

- Não corte o K do restante do nome. - Disse e sorriu ao colega, cumprimentando-o com um aperto de mão que estalou em encontro. - E aí, Sho. Trouxe alguma coisa comestível. Cadê seu cara? Deixa eu conhecer sua bicha. 
Shohei retribuiu o aperto de mão e riu baixinho, dando passagem a ele para dentro da casa.
- Não fale assim, seu puto. Ele está na escola. 

- Escola? Está pegando uma criança? Pervertido.
Retrucou e entregou a ele o jantar levara comida chinesa e com a inércia das mãos pegou a mala, levando-a para dentro. 

- Criança, ora. Ele tem dezoito anos. 
- É um colegial. - Retrucou e deixou a mala de lado, onde indicado por ele. Tirou o casaco que vestia e pendurou-o num canto propício. - Hum, tomou banho pra me encontrar.
Disse Kusagi e pegou um de seus cigarros, deixado sobre a mesa, levou o cilindro até os lábios e acendeu sem pedir permissão. O outro r
iu e seguiu junto dele pela sala, sentando-se no sofá a igualmente acender outro cigarro, ajeitando uma mecha dos cabelos atrás da orelha, expondo os piercings e o alargador que tinha ali.
- E daí que é um colegial? É de maior, não é crime.

- De maior? Maioridade no japão é aos 21 anos, Sho. Tenho certeza que você viveu aqui toda a sua vida e sabe disso. Mas vamos ver, se for interessante, vale a pena.
O moreno tragou o cigarro e sentou-se deliberadamente noutro de seus sofás, uma poltrona.  

- Hum, não seja insuportável. Ele tem uma bunda interessante. - E igualmente tragou o cigarro, deixando-o de lado. - Ah... - Levantou-se e buscou na cozinha a garrafa de saquê guardada que deixou sobre o móvel junto dos pequenos copos.
- Ah, tem uma bunda interessante? Quanto tempo faz que está com ele? - Indagou Kusagi e fitou o rapaz que sumiu por um instante em outro cômodo de sua casa, voltando logo após com um companheiro a mais, engarrafado. Sorriu a ele, e mais um trago deu em seu cigarro mentolado. Shohei serviu a dose de saquê para ambos e piscou a ele.
- Hum... Uns... Dois anos. 

- Ah, então pegou o menino de dezesseis anos. Disse que não estava casado.
Retrucou e aceitou a dose, agradeceu em silêncio e virou-a, deixando o copo vazio sobre a mesa de centro. 

- Não fale como se eu tivesse estuprado ele, ele consentiu. Depois.
Riu baixinho, virando a dose de saquê igualmente. 
Kusagi deu de ombros, esticou o braço sobre o encosto da poltrona e tragou mais uma vez o cigarro.
- Quero ver seu pedaço de carne, e claro, vou dar uma conferida na bunda, já que citou. 

Shohei sorriu e piscou a ele, mordendo o lábio inferior e puxou o pequeno piercing que tinha no centro, servindo mais uma dose de saque.
- Vai ver que delicia. 

- Então é você quem come?
Kusagi retrucou, despudorado e aceitou a segunda dose a bebê-la sem que o esperasse. A bituca do cigarro queimou sobre o cinzeiro de vidro acima da mesa e não demorou a buscar num dos bolsos o próprio maço de cigarros. Era óbvio que Shohei não era do tipo que falava daquele modo, nem que era o ativo, Kusagi se lembrava bem dele antes, embora relevasse aquele seu novo temperamento com humor. Shohei d
eu o último trago e o terceiro igualmente do saquê, assim como serviu a ele e assentiu.
- Aham.  

- Hum, achei que você era quem dava.  
- Ah, achou que eu era passivo? Vem cá que eu te mostro. 
- Sim, você tem cara de quem gosta de dar. - Disse com uma piscadela. - Não tenho interesse, pode ficar com a bunda incrível do seu garoto, e se quiser me deixar assistir, eu fico na plateia. 
- Hum, só ficar olhando não tem graça.
Falou a ele e bebeu mais uma dose do saquê, servindo outra em seguida. Kusagi 
Aceitou a dose, já sem saber o qual numerar e virou-a, juntamente a levar mais um dos cigarros até os lábios, o acendeu e deu um trago.
- O que, quer que eu participe? 

- Você quem disse. - Falou a ele e piscou, bebendo a última dose e como não havia comido nada, já estava meio tonto.
- Ah, sempre desconfiei. - Disse o moreno e no entanto voltou a direção visual à porta, notando a entrada do garoto através dela, o que deduziu ser seu companheiro. - Hum, oi.
Yuki, como costumavam chamar, era pequeno, pouco menor que Shohei, que era ainda menor que Kusagi, tinha cabelos loirinhos e curtos e olhos castanhos e dóceis, bem diferente da imagem que Kusagi esperava, mas bonito mesmo assim, realmente, ele sendo tão passivo daquela forma era o único meio do amigo conseguir ser ativo. Havia chego da escola com os cabelos desarrumados por causa da chuva e com a mochila sobre um dos ombros.
- Ahn... Oi, Sho?
- Yuki, esse é o Kusagi, um amigo meu do colegial.

- Ah, prazer. - Sorriu, meio tÍmido.
- Ah, então você gosta dos delicados. E eu sempre achei que você era afim de mim no colegial. - Brincou, provocando o rapazinho. 
Yuki uniu as sobrancelhas, sem entender e julgou ser alguma conversa entre eles, seguiu em direção a cozinha, despedindo-se numa pequena reverência e guardou algumas compras que carregava no armário.
- Ah, ele é uma gracinha, olha lá, olha lá.
Shohei falou baixo, referindo-se ao outro que dera as costas a si ao entrar na cozinha. Kusagi r
iu, notando-o desaparecer no outro cômodo.
- Aborreci ele? 

- Ah, não, ele é meio tímido. 
O moreno sorriu ao rapaz e voltou a buscar a dose de saquê, tomou e abandonou o copo curto vazio acima da mesa de centro, tragou novamente o cigarro e queimou o restante em seu cinzeiro.
- Coma.

E Shohei assentiu, desviando o olhar ao pequeno bowl sobre a mesa, pegou o próprio e experimentou a comida, gostosa.
- Hm, oishi! Yuki, está com fome?

- Ah... Hai.
Disse o pequeno da cozinha.

- Vem cá então.E assentindo, voltou para a sala, observando os dois sentados como bons amigos e sentou-se ao lado do namorado, meio envergonhado.
- Não quero atrapalhar. 

- Não estamos falando nada de mais. Só preciso de alguns dias de estadia. 
- Ah... Tudo bem, fique a vontade.
- Ele cozinha divinamente, já eu, sou uma negação. - Disse Shohei.
- Que exagero, Sho. - Respondeu Yuki, aceitando a comida que o outro havia estendido para si, na boca.
- Ah, que gracinha de casal!
Shohei riu, meio desconsertado.
 - Não seja pé no saco. 
 
- Me diga aonde eu posso dormir, não quero ver o doce entre vocês.  
- É aí mesmo, então fique confortável e aproveite. 
- Sho... Não é melhor ir pro quarto? - Disse Yuki.
- Ah, está me dizendo que vou dormir na poltrona? 
- Ou no sofá onde nós estamos, aqui no meio. - Riu, provocando-o.
- Me disse que tinha um sofá cama, não me enrole, quer que eu veja vocês se enchendo de açúcar? 
- Ele abre, animal.
Shohei falou a ele e entregou a comida ao pequeno, levantando-se e esperou que ele se levantasse, abrindo o sofá em seguida a expor ao outro.
- Sua cama. 

- Posso ir pra minha cama ou vocês pretender continuar com a lua de mel? 
- Isso é falta de uma namorada. Fique na sua cama a vontade, quer um gelzinho pra ajudar na massagem? - Piscou ao amigo. 
- Não preciso de namorada pra dar uma, Sho. - Piscou em retruque. - Só não gosto de assistir romance. Quero tomar um banho, rola? 
- O banheiro é logo ali. - Apontou. - Fique a vontade.
 O outro respondeu e puxou Yuki novamente para o sofá.

- Sei onde fica esse banheiro.
Kusagi se levantou e bebeu o ultimo gole do qual Shohei havia servido. Pegou um cigarro que levou consigo até o banheiro, para o banho, deixando as pombinhas na sala. Shohei m
anteve-se ali junto a ele, comendo vez ou outra um pouquinho da comida, beliscando os pedacinhos de carne e acabando, agarrou o namorado pela cintura, obviamente com segundas intenções.
- Hey, vamos pro quarto?

- Eh? Mas acabei de chegar...
- E daí? Sei que tomou banho na escola.
- Mas... Seu amigo vai dormir na sala, vamos fazer barulho...
- Não tem importância. Eu fecho sua boca. 
Yuki uniu as sobrancelhas e assentiu, levantando-se a segui-lo para o quarto e ao fechar a porta, deitou-se na cama, aconchegando-se à espera do outro. Shohei deitou-se sobre o corpo do pequeno na cama e obviamente estava alterado pela bebida, porque o agarrou pelos braços e beijou no pescoço, onde deu a mordida forte a deixar uma marca para o dia seguinte, para quem quisesse ver e ouviu o gemido alto que o pequeno havia deixado escapar, com suas sobrancelhas unidas e a expressão de dor.Kusagi deixou o banho logo após, vestiu-se com uma calça de tecido fino e solto e que tiraria ao se deitar, uma regata preta de algodão, e que umedeceu em pontos não secos pela toalha que usava a afagar os cabelos e secá-los parcialmente com o tecido. Da sala, o riso escapou ao ouvir o ruído vindo do quarto, um gemido manhoso e dolorido que certamente não era do amigo pela voz mais fina, acendeu outro cigarro, o décimo certamente e tirou a calça que usava, cobriu-se com o cobertor deixado pelo amigo acima do sofá e aproveitou o cigarro ao som dos ruídos do casal vindo do quarto.

Algum tempo depois, Shohei saiu do quarto e havia deixado o pequeno lá, não gostava muito de fumar na presença dele então saiu com o cigarro a acendê-lo do lado de fora e observou o rapaz ali no sofá, estava de roupa, embora fosse apenas a boxer e era óbvio que havia feito tudo aquilo com o garoto na cama por algum motivo oculto que não queria dizer, mas que mostrava sutilmente em seus movimentos e o jeito como tentava bancar o machão perto do outro. 

- Divertido aí? 
- Demais. Nunca havia ouvido um pornô em áudio. Foi bem estimulante.  
- Ah foi é? - Riu, tragando o cigarro e sentou-se na poltrona.
- Veio fumar aqui fora?
- Vim te dar boa noite.
- Hum, então me dá um beijinho.
Kusagi disse, brincando é claro, mas Shohei havia levado a sério. Havia sentido falta do amigo desde o colégio, o coração batia forte quando perto dele, tinha um sério problema em vê-lo daquela forma, sem roupas e tinha uma longa história para contar sobre ele. Ainda estava evidentemente afetado pela bebida, afinal, meio tonto e ao se levantar, debruçou-se sobre a cama do maior, alcançando-lhe os lábios, os quais selou, um selo sutil, que mesmo assim, o deixou sem palavras e levantando-se com um sorrisinho nos lábios, Shohei se voltou ao quarto.
- Boa noite. 


Compartilhe:

DEIXE UM COMENTÁRIO

    Blogger Comment

0 comentários:

Postar um comentário