Sagara e Azaiichi #14


Ao se levantar, Azaiichi não o viu no quarto, espreguiçou-se, fitando sua cama vazia, sentiu seu cheiro gostoso nos lençóis, no travesseiro, queria que ele estivesse ali, mas só então, se deu conta de que ainda estava na casa dele, e sorriu consigo mesmo. Ele estaria por ali em algum lugar. Ao se levantar, seguiu para a cozinha, procurando-o e não o encontrou, mas na sala, ouviu risadas. Não viu ninguém no sofá, mas viu os cabelos vermelhos de alguém, deduziu que fosse seu guitarrista e aproximou-se devagar, afinal ainda estava só com a camisa dele e roupa íntima. 
- Saga? 
Falou baixo e viu ele e o amigo sentados no carpete, e conforme falou com ele, viu o rapaz esconder algo no bolso, não sabia o que era, mas havia visto os olhos vermelhos dele.
- Opa, bom dia garoto. Você está pegando crianças agora, Saga?
- Vai se foder, como se você não pegasse suas meninas depois do show. 
Disse Saga em retruque à provocação, embora o outro músico já conhecesse o garoto. Deslizou os dedos indicador e polegar ao redor das narinas, apenas certificando de que estava tudo bem. 
- Dormiu bastante, hum?
Azaiichi assentiu conforme o ouviu e aproximou-se mesmo vestido como estava, o fitou no chão e uniu as sobrancelhas. 
- O que estavam fazendo?
- Estávamos conversando, logo ele vai embora. Você quer sair pra comer?
- Nossa, olha lá, me expulsando. Você é bem bonitinho, garoto, cadê o resto das suas roupas?
Azaiichi desviou o olhar ao corpo, quase despido e puxou pouco a camisa dele, mas caminhou e se sentou atrás do vocalista. 
- Quero.
- Não esquenta, Azaiichi, essa daí prefere dar do que comer. - Saga disse no breve desconforto do garoto, aquela altura estavam mesmo agitados. - Então se vista e nós vamos.
O menor assentiu e aproximou-se dele, selou seus lábios demorado antes de se levantar novamente. 
- Hum... Tô vendo sua bunda daqui, Aza-chan.
- Pare com isso, seu merda. - Saga disse, resmungando ao amigo de trabalho.
- Ta com ciúme é?
Azaiichi riu baixinho e no quarto, retirou a camisa dele, vestindo um short curto e a blusa comprida como tinha costume e no pé os sapatos brancos, com um salto não tem exagerado. 
- Saga-kun. - Disse parando atrás dele. - Estou pronto. 
- Ainda estou vendo a sua bunda.
- Só respeite o garoto. Se quisesse mostrar a bunda pra você, estaria saindo da sua cama. Mas claro, você certamente ia querer sentar no colo dele.
- Eu hein. Desse tamanho aí eu não pego não.
- Ora, você nem viu o meu tamanho de verdade. Altura não é documento. 
Azaiichi disse a estreitar os olhos.
- Viu só? Eu disse que ele prefere sentar...
- Vocês vão ficar me zoando agora, é?
- Tá, tá. Vamos lá tomar café no meio do dia.
Azaiichi sorriu e segurou a mão dele, e embora os olhos dele estivessem vermelhos, não tinha os típicos efeitos da droga que fumava geralmente, estava agitado. 
- Bom, eu vou indo Saga, valeu pela conversa, a gente se vê depois, e... Fala sobre o dinheiro. Tchau Aza-chan.
- Tchau... - O menor disse conforme o viu sair e desviou o olhar a ele. - ... O que você usou?
- Valeu, Izaya. Pega aí. 
Saga disse e pegou o dinheiro do bolso da calça jeans que estava usando, jogou para ele, não tinha certeza do quanto tinha para pagar, mas aquilo devia ser suficiente. Por fim seguiu com ele para fora, o amigo pegou sua moto e a si, tomou o próprio veículo. 
- Não precisa saber disso, Azaiichi.
Ao entrar com ele no carro, o menor uniu as sobrancelhas, estava um pouco irritado. 
- Saga, você está usando drogas? Não quero que você use.
O riso soou entre os dentes do maior. 
- Tudo bem, não se preocupe.
- Me preocupo sim, você dormiu hoje? Não vi você na cama.
- Eu dormi sim, por três ou quatro horas. Mas costumo ter um sono ruim antes das seis da manhã.
Azaiichi uniu as sobrancelhas. 
- Você não dorme bem porque fica usando essas porcarias. Você usou cocaína, não foi?
- Não é por isso. É Azaiichi, estava usando cocaína e então?
O menor estreitou os olhos. 
- Eu não acredito que estava fazendo isso!
- Você acabou de dizer que eu estava. - Saga riu, entre os dentes.
Azaiichi cruzou os braços, evidentemente puto com o que ele havia feito.
- O que foi, Azaiichi? Tenho quase 30 anos, não sou mais uma criança.
- Eu não quero que você faça isso, você está se matando.
- Bem, vamos todos morrer um dia...
- É, mas eu não quero que você morra mais rápido, eu quero passar a vida com você.
Saga virou-se brevemente, mas sorriu canteiro. Era uma criança, era muito mais jovem ainda, tinha dez anos a mais que ele. Tocou sua perna, acariciando sua coxa. 
- Eu vou ficar bem.
- ... - Azaiichi uniu as sobrancelhas. - Promete pra mim que não vai usar de novo.
- Azaiichi, não vou prometer nada. Tenho shows pra fazer, isso tira minha exaustão.
O menor assentiu conforme o ouviu e silencioso fitou o vidro da frente do carro, sentiu as lágrimas nos olhos.
- Não chore. - Saga apalpou sua coxa, tentando conforta-lo.
Azaiichi assentiu, mas já chorava e limpou o rosto com ambas as mãos, pensava nele tendo que fazer aquilo pra não se esgotar, queria ajudar, mas não havia um jeito.
- Vai ficar tudo bem. Eu não uso nada em excesso.
- Eu não quero ficar sem você... - Murmurou, ainda cobrindo o rosto.
- Ora, não seja bobo. 
Saga disse e então estacionou o carro, parando em frente ao local onde o levara para tomar café. Se virou e olhou o menor, era tão novo, não gostava de ferir seus sentimentos, sabia que eram puros e ingênuos. Azaiichi negativou, estava magoado, evidentemente e uniu as sobrancelhas. 
- ...
- Eu vou tomar cuidado, ah?
O menor assentiu, descobrindo o rosto e limpou as lágrimas com a manga da blusa.
- É, vou me cuidar e você vai cuidar de mim mesmo, não é? - Saga disse, sabia como xavecar o garoto.
Azaiichi assentiu novamente e desviou o olhar a ele, não estava convencido ainda, mas assentiu. 
- Onde você guardou a droga?
- Não guardei, eu já usei o que ia usar.
- É verdade mesmo?
- É verdade.
- Hum... Tudo bem então.
Saga sorriu canteiro, tipicamente preguiçoso, embora apenas fosse visualmente assim, estava bem atento como efeito. 
- Vamos? Tem um lanche gostoso e um café bom também. Bolos...
- Hum, tudo bem... Só por causa disso você vai me pagar um bolo de morango.
- Hum, o brownie é mais gostoso.
- Hum, brownie... Pode ser brownie...
- Quente e com sorvete.
- Hum... Eu perdoo você, mas só por hoje.
- É, sua barriguinha vai me perdoar.
- Hum... Só porque tem brownie e sorvete.
- É, brownie e sorvete. Venha. 
Saga disse e por fim desembarcou, alarmou o carro após a saída dele e seguiu consigo até a cafeteria, podia sentir o cheiro doce e do café ao entrar. Azaiichi assentiu e saiu com ele, seguindo pela cafeteria com o cheiro gostoso, sentou-se numa das mesas, a fundo. 
- Boa tarde, o que vocês gostariam? 
- Brownie e sorvete.
Saga sentou-se se acomodando com ele que pediu precisamente o que queria. 
- Café, duplo.
- E chá gelado de pêssego. - O menor disse num pequeno sorriso. - Você não vai comer?
- Hum, eu quero pão chinês. 
O maior disse, comeria para acompanhar seu desjejum, podia ficar sem fome por algum tempo no entanto. Azaiichi sorriu novamente e desviou o olhar a ele, limpando as lágrimas restantes dos olhos.
- Agora sim. 
O maior disse e alcançou seu rosto corado, pôde notar sua maquiagem suave. Azaiichi sorriu a ele, meio de canto e repousou a face sobre a mão dele.
- Avisou sua mãe da sua pequena viagem? 
Saga disse e afagou sua bochecha morna. No fim agradeceu ao café e seus pedidos rápidos.
- Hai, ela ligou ontem, eu disse que estava viajando. Claro que ela ficou meio preocupada achando que eu estava com um estuprador. 
Disse e riu baixinho, bebendo um pouco do chá.
- Hum, e as aulas? Vai que eu sou mesmo.
- Eu retomo depois, não vou ficar de recuperação, minhas notas são boas. Ah é? - O menor sorriu. - E por que até agora não me amarrou na cama? Eu facilito pra você.
Saga sorriu, canteiro e tipicamente tênue demais. 
- Facilita mesmo. Você é puro demais, criança.
- Puro? Não acho não.
- É, é ingênuo deixar alguém que mal conhece te levar a qualquer lugar. Não deixe qualquer um fazer isso.
- Eu não deixo, você não é qualquer um.
Saga negativou, mais para si mesmo, não era bem assim que funcionava, mas sabia que ele era uma pessoa teimosa.
- Ou você está me levando para o meio do nada pra me trancar num lugar e me matar?
- Pode ser isso também. 
Saga disse e tragou o café, sorriu canteiro e lhe deu uma piscadela por cima da xícara em frente a boca.
- Hum... Eu aceito, você é muito sexy.
O maior riu, num riso entre os dentes, era mesmo uma criança ingênua, era irritante e ainda adorável. Azaiichi sorriu meio de canto e bebeu do chá, cortando um pequeno pedaço do brownie
- Hum... Olha o cheirinho de chocolate, não quer?
- Claro que eu quero.
O menor riu e pegou mais um pedaço do doce, levando aos lábios dele. 
- Você é tão lindo... Droga.
Saga abriu a boca e esperou pelo bolo, não tinha realmente um hábito, pelo menos não se estivesse sóbrio. Azaiichi deu o bolo a ele, junto de um pouco de sorvete e sorriu, vendo sua boca suja com o doce ao abaixar a colher e quis lamber, mas não podia. O maior olhou para ele, atencioso a alguma parte, imaginou que estava sujo, mas após inferior o bolo, deu um sorrisinho sem limpar o lugar. 
- O que?
Azaiichi sorriu e aproximou-se, sem se importar com o lugar, por cima da mesa e lambeu o lábio dele, limpando o pedacinho do sorvete. Não que se importasse em ser visto por lá, Saga morava num lugar onde não havia informação para a imprensa, mas ele ainda era um garoto de escola, e evidentemente. 
- Hey hey, pirralho. - Disse e esfregou sua cabeça, fazendo-o se sentar em seguida. - Vou acabar preso.
Azaiichi riu baixinho e negativou.
- Vai nada, não tem nenhum policial aqui.
- Mas tem pessoas, pessoas que tem olhos, bocas.
- Hum, tá bom. - Fez bico.
- Coma seu docinho de conciliação. 
Saga disse e afagou seus cabelos, desalinhando-os. Azaiichi assentiu e comeu mais um pedaço do brownie
- Come seu pãozinho de usuário de drogas.
- Pff... - Saga rsmungou, risonho porém. - Vou comer.
Azaiichi riu. 
- Depois vamos fazer o que?
- Hum, você quer fazer o que?
- Hum, além de sentar em você? - O menor sorriu.
- É, além disso. - Saga disse e sorriu, canteiro. Queria dar a ele algo além do sexo, embora inegavelmente aceitasse aquela parte. - Quer ir até a praia?
- Até a praia? - O menor sorriu. - Eu quero sim.
- Hum, vou ter que comprar uma boia pra você?
- De flamingo.
- Donut.
- Donut é mais legal. - Azaiichi riu.
- Certamente. - O maior disse e pegou o pão, mordeu, também acompanhou com o café. - Meu pão de briga.
- Hum, e tem gostinho de briga, é?
- Depende, se eu jogar ele na sua cara agora, provavelmente vai ficar.
Azaiichi riu e negativou. 
- Não jogue ele na minha cara.
- Então vou deixar com gosto de pão chinês mesmo.
- Isso deixa. Se não eu vou ser obrigado a lamber sua cara aqui no meio da cafeteria, e você seria preso hein.
Saga riu, entre os dentes. 
- Eu diria que você está me assediando.
- Estou nada, eu entrei com você.
- Eu falo que você é um fã que eu gentilmente concordei em tomar um café.
Azaiichi estreitou os olhos. 
- Não me obrigue a te acusar de sequestro hein?
- Não estou te prendendo, poderia correr se fosse sequestro.
- Que absurdo.
Saga riu novamente. 
- É absurdo mesmo.
O menor riu e tomou o restante do sorvete. 
- Hum, hum, uma delícia esse brownie.
- É gostoso de madrugada. Eles ficam abertos até às seis da manhã.
- Hum, temos que vir!
- Vamos vir sim.

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