Yuuki e Kazuto #77 (+18)


A luz do quarto era baixa, e era a única coisa perceptível quando Yuuki abriu os olhos, o quarto era outro, não o que tinha costume de estar, nada ali parecia muito usual, as coisas haviam sido colocadas de forma estranha sobre os móveis, como se algum terremoto as tivesse derrubado. As paredes eram vermelhas, assim como o chão e até as luzes, o quarto todo o era e tinha pouca ou nenhuma decoração. Estava em seu quarto de brincar, como Kazuto podia chamar, ou no quarto vermelho, não importava o nome. Suas mãos, estavam presas por uma longa corrente, assim como as pernas, o menor não podia correr o risco dele se soltar, e também não seria idiota se prendê-lo com meras algemas comuns que ele poderia quebrar, as de aço sabia que ele teria uma dificuldade tremenda para fazer, e como sabia disso, era o mistério, afinal, não sabia nada muito particular dele, mas afinal, não é de se esperar que todos saibam tudo sobre uma pessoa num sonho ou delírio? Era o que ocorria. Suas roupas haviam sido arrancadas, estava nu, aliás, apenas com a roupa íntima e o silêncio percorria o local como se não houvesse mais ninguém na casa. Encarou com os olhos dourados a todo o ambiente do quarto. Estava seminu. E embora os braços e pernas estivessem afastados e atados pela cama pelas espessas correntes de aço, não parecia esboçar na fisionomia alguma importância por tal. Sentia o cheiro do garoto há alguma distância, considerável, mas não em demasia.
Kazuto manteve-se a uma distância segura a observá-lo e quando por fim deu-se por satisfeito aproximou-se em alguns passos, saindo do canto escuro do quarto, onde a pouca luz mostrou a própria face e o sorriso malicioso no canto dos lábios, por onde a língua deslizou, devagar.
- Confortável?
- Estou. 
Yuuki disse ao garoto, ao expor uma aparência temporária não muito usual. Sorria de modo que desejou fazê-lo chorar, e não ver aquela irritante expressão em seu rosto. 
- Mas você não vai ficar muito quando eu sair daqui.
- Se você sair daí. 
Kazuto murmurou ainda com o sorriso nos lábios e aproximou-se da cama, os olhos percorrendo toda a extensão de seu corpo, e ao contrário dele, estava vestido ainda.
- Eu vou sair. 
Disse o maior, e seria preciso de muito mais esforço para ser convencido do contrário, tamanha convicção esboçada no sorriso afirmativo, e não duvidava da própria força, justamente porque era de si que falava. 
- E a primeira coisa que vou fazer é te fazer chorar. Prefiro sua tristeza a sua felicidade prepotente.
- Ora, eu posso ser prepotente, mas não há nada melhor do que ver você acorrentado pra mim dessa forma. - Kazuto sorriu novamente, expondo as presas. - Você me criou e eu nunca tive a chance de olhar você de perto, de sentir você como eu queria, só tinha que ouvir você me dar ordens. 
Uniu as sobrancelhas por um momento a observá-lo, de modo fixo e guiou uma das mãos até a face, cobrindo-a e negativou em seguida, a dor de cabeça fora momentânea e irritante, porém ao seguir a expressão havia se amenizado e tinha as sobrancelhas unidas como de costume, até o corpo parecia ter encolhido.
- Y-Yuuki... Eu não quis... Ah... 
Gemeu dolorido mais uma vez e afastou-se um pequeno passo, novamente guiando a mão sobre a face e o riso aos poucos tomou o quarto, como se fosse duas pessoas num corpo só, e uma delas queria se divertir com ele.
Yuuki observou sua briga interna consigo mesmo, e desejou ter um cigarro ou ao menos uma taça de vinho para contemplar aquele show. Sentia vontade de rir, e não era costumeiro achar graça em algo qualquer. Sua feição distorcida pela ambígua personalidade era o que parecia patético, e estava irritado, internamente talvez, mas quem sabe estivesse refletido num humor sem costume. 
- Não sei qual parte é mais irritante. A que ri ou a que chora.  
Disse e desenhava nos lábios de forma precisa, um sorriso cujo os dentes alongados também era expostos.
- Hum, aposto que o garotinho fofo gostaria de estar aqui pra ver esse sorriso, ele vê um a cada dois anos. Você só sorri quando te irritam, quando é algo bom pra você, é irrelevante presentear com sorrisos, não é? 
Uma das mãos de Kazuto deslizou pelo corpo, puxando a camisa que usava, retirando-a e deixou-a no chão, expondo o corpo pequeno que de alguma forma parecia realmente diferente agindo daquele modo, lo em seguida, retirou a calça.
- Sua risada é o mais irritante. No restante, não vai me dar nada que eu já não tenha naturalmente. Vou transar, Oh... Que grande problema.
- Ora, certamente não o é, mas eu certamente vou fazer melhor do que aquela porcaria com a qual você transa. - Kazuto murmurou e sentiu a pancada na cabeça novamente, a qual moveu para tentar se livrar da sensação desconfortável e novamente tomou as feições do garoto. - Yuuki... Me ajude. - Murmurou e como da última vez, não durara e voltara a ser o de antes.
- Não seja estúpido, está tentando sabotar a si mesmo. Continuo transando com o mesmo corpo e pernas que não vão ser mais flexíveis só porque você acha que não é você mesmo.
- Hum... - Kazuto sorriu. - Está com raiva de mim por ter te prendido? Porque eu quero que fique. 
Murmurou e por último retirou a roupa intima que usava, deitando-se sobre a cama, sobre ele e na altura do ventre, deslizou a língua por seu membro, sobre a roupa intima.
- Oishi.
- Não estou com raiva por estar preso. - Yuuki disse com um leve e torto sorriso. - Estou irritado com seu tom desagradável.
- Meu tom desagradável, hum? - O menor riu baixo e mordeu o lábio inferior. - Você é uma delicia, tenho vontade de te comer inteiro.
Yuuki fitou sua agora, inteira nudez. Sua exposição nua e excitada com evidência, seu sorriso desagradável e talvez antes reprimido. Mas não se importava, transaria para o benefício dele, e mais ainda para o próprio. No entanto, seria solto quando quisesse fazer isso, certamente arrancaria suas cordas vocais, evitando seu timbre risonho. Kazuto sorriu e abaixou a cabeça, não esperaria que ele dissesse algo, puxou sua roupa intima e colocou-o na boca rapidamente, sugando-o. Num tênue espasmo, Yuuki moveu as mãos, puxando suavemente os punhos, sem realmente ser visível. Sentiu a cavidade úmida em torno do sexo e tomá-lo como se buscasse algo realmente desejoso. Kazuto afastou-se por um pequeno tempo e sorriu a ele, mordendo o lábio inferior.
- Pode gemer, eu deixo.
- Não vou gemer por uma boquinha. Vai precisar de mais. 
Yuuki disse ao garoto após o toque de seus lábios, e que tinham uma quentura atípica e humana, mas cessado até então e voltou a mover o punho, não o puxando mas sim se movido pela cama. Kazuto sorriu novamente e assentiu a ele, colocando-o na boca mais uma vez e o sugou com vontade, fechando os olhos para apreciar o toque.
- Kimochi...
- Já está voltando a seu eu ferido, ah? 
Yuuki indagou diante da suavidade com que falou, diferentemente da postura anterior. E era inegável a sensação desconfortavelmente prazerosa no sexo.
- Quer que eu sente aqui? Eu achei que seria divertido abusar de você, mas parece que você está afim de me comer.
- Abusar? Hunp. - O riso do maior soou num único ruído, menosprezando o termo. - Enfie na garganta.
- Hum, vai abusar de mim mesmo preso? - Kazuto murmurou e riu, deslizando a língua por ele. - Você não me convence preso desse jeito. Você não é nada assim.
- Não tenho que te convencer a fazer o que você já quer fazer.
Kazuto riu baixinho e assentiu, empurrando-o para a garganta como ele queria e gemeu prazeroso, mordendo-o em sua ponta ao retirá-lo e causou o pequeno machucado com uma das presas, um raspão, sutil, porém suficiente para arrancar a gota de sangue que lambeu. Yuuki sentiu o risco sobre a fina pele da região entre seus lábios. Ao trancar a mandíbula, flexionou os músculos do maxilar e voltou a direção visual dos olhos dourados. Moveu os pulsos segurados pelas correntes e num suspiro pela falta do protesto.
- Não brinque com isso, Kazuto. Vou degolar você.
Kazuto sorriu a ele ao ouvi-lo e assentiu, limpando seu sangue que escorria pelo local e para agradá-lo um pouquinho, mordeu a própria língua a deixar escorrer o liquido vermelho sobre seu órgão que pareceu ainda mais duro. O maior sentiu o espasmo da ereção no meio de seus dedos, encoberta por seu sangue cálido que deixou seu corpo. Tinha em suas veias uma temperatura que há muitos anos deixara de ter. E não endurecia pelo toque morno na pele, mas sim pelo cheiro que invadia as narinas e aguçava a coloração vívida nos olhos. Kazuto suspirou, tão próximo de seu sexo, apreciando a temperatura fria de sua pele e gemeu baixinho contra ele, colocando-o na boca novamente, até onde conseguiu já a tocar a garganta e quando voltou a retirá-lo rapidamente se sentou sobre seu corpo, encaixando-o entre as nádegas.
Yuuki moveu o quadril e impulsionou-o para sua boca, sensibilizando sua garganta, mas que tão logo foi abandonada. Fora preciso ao se colocar no colo, encaixar suas coxas em cada lateral do corpo e sentar-se na ereção que formulou com o uso de sua boca e seu sangue. Penetrou-o até o fundo, quisesse ou não fazer aquilo. Kazuto empurrou-se para baixo, deixando-o adentrar o corpo e não fraquejou em nenhum momento ao contrário do que faria antes, se ainda fosse o mesmo garotinho fofo. Sentia dor, era óbvio, mas aguentaria.
- Hum... Kimochi?
- O mesmo cu que eu sempre comi. 
Yuuki disse, evidenciando o fato de que nada seria realmente novo, provocando seu outro eu. Obviamente gostava, era sexo, mas não diria nada a ele.
- Hum, mas agora não pode me bater e acho que isso te irrita um pouquinho. 
Kazuto murmurou e sorriu a ele, mordendo o lábio inferior e moveu-se, devagar, porém com força sobre seu colo.
- Como se isso fosse uma prioridade. 
Yuuki riu, soando suavemente nasal e emitiu um pouco rouco, vindo da garganta, que, embora sem gemido, era pesado. 
- Você queria foder, mas não sabe nem transar. Precisa de mim pra sentir prazer, e precisa de muito pra me fazer gozar, criança.
- Ah, preciso de muito, é? Você parece bem duro aqui dentro. 
Kazuto murmurou e sorriu a ele, deslizando uma das mãos pelo corpo dele, acariciando-o e voltou arranhando, e as unhas cortaram a pele como ele fazia consigo, arrancando sangue das feridas.
- Sou homem, qualquer buraco onde eu meta o pau me deixa duro. - Yuuki disse e voltou a direção visual ao peito, onde finas riscar rubras se umedeciam em sangue. - Não adianta, Kazuto. Não vai ser melhor, não vai me fazer gostar de você, acha que estou me importando com suas correntes? Uh, - Yuuki murmurou num som risonho, porém nasalado. - Sempre estive acorrentado do seu lado mesmo. - Provocou o garoto, atordoando sua versão prepotente.
Kazuto estreitou os olhos ao ouvi-lo e aproximou-se dele a lhe dar um tapa contra a face, rosnando para o outro e logo voltou a se ajeitar sobre seu corpo, retomando os movimentos.
- Comporte-se.
Yuuki virou suavemente o rosto diante do tapa e levou algum tempo até que voltasse a direção visual a ele. Embora mais dourados do que rubros, os olhos pareciam queimar. Podia não quebrar a corrente de aço, mas com certeza não tinha dificuldade de quebrar o lugar aonde a mesma se prendia e soltá-la. 
- Vou colocar essas correntes em brasa e amarrá-las em seu pescoço, enquanto fumo meu cigarro e te uso como cinzeiro.
Kazuto riu baixinho.
- Ah, agora se irritou. 
Murmurou e sentiu novamente a dor de cabeça que mudava a si de alguma forma e negativou várias vezes, tentando se livrar do garoto que ainda tinha dentro de si, chateado pelos comentários do outro.
- Yuuki... 
Murmurou e suspirou, voltando aos movimentos rápidos que fazia e mordeu o lábio inferior, inclinando o pescoço para trás.
- Ah...
Pelo timbre, Yuuki sabia como falava, com o que falava e puxou os punhos, afrouxando o que quer que fosse que ele usou para sustentar as correntes presas. Seus movimentos expunham o fato de que novamente lutava a manter seu lado dominante, subindo e descendo e inegavelmente era bom, mas ouvir seu tom de voz habitual, causava em si uma estranha sensação, sentia... 
- Sua falta.
- O que? 
Kazuto murmurou a ouvi-lo e arqueou uma das sobrancelhas, obviamente a frase sozinha não fazia tanto sentido. Negativou e apertou-o em si, contraindo-se. Yuuki sorriu meio lateral e não completaria a frase, já que fora em si um pensamento alto. 
- Termine com essa porcaria de transa. Você fica melhor embaixo.
- Quer que eu te solte, hum? - O menor murmurou e sorriu a ele. - E se eu te falar que eu não vou te soltar, vou te deixar aí preso pra sempre.
- Uh, acha que não consigo me soltar? - Yuuki indagou e afrouxou um pouco mais do que sustentava suas correntes. - Não sou um vampirinho transformado como você.
- Aham, é aço, não vai sair. 
Kazuto murmurou e voltou a se mover sobre ele, dando foco ao que fazia e apreciando os movimentos, prazerosos, gostosos e como era bom senti-lo em si, ainda mais a fundo. Yuuki sorriu a ele, tão "bem" humorado quanto o encarava e puxou as correntes, tirando-as de onde quer que estivessem presas e vieram junto ao suporte aonde presas a parede, até mesmo um pequeno pedaço dela, junto a tinta vermelha, que lamentou pelo retoque que teria de fazer. E o sorriso grosseiro, tão logo se moldou em bom humor, sabia que tentaria correr, foi por isso que a primeira coisa que vez foi colocá-lo em cima da cama e apoiar firmemente os joelhos sobre suas canelas. Kazuto assustou-se com o barulho alto feito pelas correntes arrancadas e quase deu um pulo para longe dele, era vampiro, então deveria imaginar a rapidez com que foi aquele ato. Antes que pudesse alcançar o chão, gemeu alto, quase um grito ao senti-lo sobre si, e com os joelhos no local nada propício.
- AH!
- Isso é gostoso, não é?
Yuuki indagou ao menor, agora por baixo e puxou para a cama as pesadas correntes de aço, levando-as em torno de seu pescoço, mesmo junto aos finos estilhaços da parede junto ao suporte. Envolveu-o sem apertá-lo, mas propício a enforcá-lo a qualquer momento que o desejasse fazer. O menor uniu as sobrancelhas, como não fizera desde o início do ato e não era o Kazuto antigo ainda, porém tinha medo dele, visivelmente, já que tremia.
- O que vai fazer?
- Vou te fazer sentir o que é morrer, já que não vai realmente. - Yuuki sorriu a ele, numa elevação suave e canteira.
- Iie!
Aos poucos, Yuuki puxou a corrente, tornando-a mais estreita em torno de seu pescoço. Kazuto arregalou os olhos e agarrou as correntes, tentando segurá-las de alguma forma e afrouxá-las, embora não conseguisse e gemeu, ou tentou, sufocado e é claro que não era idiota, visto que estava sentindo dor, abandonou o corpo e dera espaço ao garoto de antes, que ao invés de puxar as correntes, uniu as sobrancelhas e tocou a mão do outro. Yuuki apertou as correntes e buscou sobre o móvel o isqueiro enquanto via causar marcas temporárias em seu pescoço a medida em que se estreitava o aço e ainda que não tivesse algum protesto vocal, podia notar em sua feição seu tipo de personalidade, agora dando vasão a seu eu frágil e soltou a força da corrente. Ao sentir-se livre, o menor aspirou o ar fundo pela boca e tossiu várias vezes, tentando normalizar a respiração, que não era necessária, mas ainda tinha o costume e sentia-se mal em não fazê-lo. Sentiu o pescoço dolorido, quase quebrado pela força com a qual ele havia empregado no ato e sentiu as lágrimas escorrerem pela face, observando-o.
- Yuuki...
- O que? Não vai voltar pra eu espancar você, hum?
- Eh? 
Kazuto murmurou, encolhendo-se abaixo dele, e ficava menor ainda quando o fazia, como uma criança desolada.
- Não vai deixar seu corpo pra sua outra parte, ah? 
Yuuki indagou e levou a mão até seu pescoço, delineando a corrente, tal como a pele abaixo dela. Kazuto desviou o olhar a ele, os olhos repletos de lágrimas e agora, vermelhos claros, quase um castanho, a cor que tinha quando era humano. O maior fitou o garoto, por longo minuto, verificando-o. 
- A próxima vez que me der um tapa, arrancarei sua cabeça do corpo.
- Eu nunca bateria em você...
- Acho bom. 
Yuuki disse a afastou-se, ainda com os pulsos atados pela mesma corrente em torno de seu pescoço e logo, colocou-se novamente entre suas coxas, penetrando-o com facilidade pelo sexo, voltou a se mover.
- Iie... Iie
Kazuto falou alto, tentando se livrar das correntes e dos toques dele e gemeu dolorido ao senti-lo adentrar o corpo, era óbvio que havia machucado o corpo ao sentar-se de uma vez em seu colo antes, mesmo que não fosse realmente a personalidade atual, sentia as consequências do feito da outra.
- Não quer transar comigo? 
Yuuki indagou, tendo certeza de que ele não diria nada negativo. Ainda que não quisesse faria se assim tivesse vontade e movia-se, não rápido, não devagar. Forte porém não muito. Kazuto cessou o choro e a respiração descompassada ao ouvi-lo e desviou o olhar ao observá-lo e o desespero havia passado quase instantaneamente, negativando a sua pergunta e manteve-se em silencio enquanto sentia as estocadas contra o corpo e nem se importava mais de ter as correntes ao redor do pescoço. Com os movimentos contínuos, Yuuki penetrava-o no ritmo, e uma das mãos deslizou em seu tronco, sobre o peito e até a corrente, por onde o segurou enquanto se movia em seu corpo, e já podia novamente ouvir cada atrito do corpo. Kazuto uniu as sobrancelhas e as manteve assim, não negou nenhum dos toques dele, como de costume, ao contrário da outra versão de si, que bateria nele até soltar a si ou matar sufocado e esperou que não voltasse a ser aquilo nunca mais. Apertou-o ao redor do corpo com as pernas e gemeu baixinho, prazeroso.
- Sabe que quer isso, você é guloso e gosta de ser maltratado, ah. 
Yuuki disse ao menos, enquanto segurava as correntes em si, com os punhos igualmente atados e agilizou os movimentos, deixando-os rápidos, até o fundo, e tão logo gozou, dentro dele, mesmo fora, sujando-o em seu corpo agora deitado na cama. Kazuto manteve-se em silêncio a observá-lo e assentiu, era óbvio que gostava, estava com ele afinal, e fora a conversa mais longa que tivera com ele na cama há mais de um ano, ele nunca falava consigo, e ver nele as marcas que havia causado, no peito as marcas de unha ainda sangravam, a face ainda meio vermelha pelo tapa e os pulsos que tinham o pequeno filete de sangue em comum, certamente machucados pela força que fizera para puxar as correntes, e não conseguiu acreditar que era capaz de fazer aquilo com ele, o amava tanto, não queria machucá-lo. Gemeu baixinho novamente, prazeroso ao senti-lo gozar, e sempre era um bom sinal, saber que ele gostava de transar consigo, embora fosse óbvio que ele iria gozar de qualquer maneira, era homem, mas era bobo o suficiente para acreditar que era um sinal de gosto por si. Permaneceu daquele modo, meio amuado pela repreensão e pela pressão ainda feita no próprio pescoço e observou-o, as sobrancelhas unidas como de praxe, a face molhada pelas lágrimas e o rosto pouco corado pelo ato, era como se fosse humano de novo, as expressões, a temperatura do corpo, estava mostrando a ele mais uma vez como era antes de acidentalmente transformar-se.
- Por que está chorando? 
Yuuki indagou e soou rouco, afetado pelo prazer enquanto com suaves movimentos ainda expelia o clímax dentro dele. Levou a mão livre em seu sexo, duro mas repousado em seu abdômen.
- Itai... 
Kazuto murmurou e uniu as sobrancelhas, apreciando os toques dele no corpo, e arrepiou-se por completo, mordendo sutilmente o lábio inferior, não costumava receber toques daquele modo, geralmente ele não se importava se atingia o ápice, ou era o que achava.
- O que dói? 
Yuuki retrucou, não vendo motivos para a reclamação afinal, não tinha sequer um arranhão em seu corpo, exceto a corrente em seu pescoço, que nem ao menos o apertava. Mas, apalpou seu sexo, asfixiando a região, dolorido e firme, porém logo suavizou, somente o provocando.
- O pescoço... 
Kazuto murmurou, e doía por antes, não pelo ato agora e gemeu alto, dolorido pelo toque no membro, desviando o olhar ao local e uniu as sobrancelhas mais uma vez em seguida, porém sem suportar o toque, atingiu o ápice, sujando a mão dele com o próprio prazer.
- Nem apertei seu pescoço. - O sorriso de canto soou com um riso nasal, não realmente bem humorado. - Manhoso. Por que não goza logo? Ou não está gostando disso? 
Ao dizê-lo, tão logo sentiu o toque tão quente nos dedos, e quase parecia desconfortável, como já o sentira antes, porém quando era humano e não como um vampiro. Havia imaginado sua transformação? Pensava, porque cada parte de seu corpo parecia muito humana para si.
Kazuto uniu as sobrancelhas novamente a observá-lo, quase sufocado com as feridas, e estavam bem marcadas no pescoço, ao contrário de quando era vampiro que desapareceria aos poucos. O que parecia era que não se alimentava há dias, porque os olhos haviam perdido a cor. Yuuki fitou-o com os olhos baixos, ainda que a face continuasse num ângulo alto. Tão logo afrouxou as correntes tirando-as de seu pescoço, cansado do olhar pedinte do garoto. 
- Acho bom que saiba onde está a chave disso.
- No bolso... Da minha calça...
- Então sabe onde está, ah? - O maior sorriu, canteiro. - Então tinha noção do que estava fazendo.
- Eu não! Eu não podia controlar...
- Uh. - Yuuki murmurou, unicamente, num sorriso meio lateral. 
Posso levantar?
Deixou seu corpo, tanto de dentro, como por cima e levantou-se, arrastando consigo as correntes, buscando as chaves no bolso do garoto a se livrar do aço. 
- Você está machucado...?
- Não, você é fraco, não me machucaria.
- Ah, não? 

Kazuto deu um sorriso, e Yuuki sabia que era novamente sua personalidade nova falando, era a oportunidade de dar a ele uma lição, então agarrou-o pelo pescoço, firmemente e só então acordou com o grito de Kazuto em frente a ele.
- Yuuki! Está me enforcando!
O maior o soltou, quase automaticamente e pisou algumas vezes.
- ... Porra.
- Mas o que foi que eu fiz? - Disse Kazuto, massageando o pescoço ferido pelo aperto.
- Tive um sonho bizarro...
- O que sonhou?
- Nada. Deixa eu ver o seu pescoço.
Kazuto se aproximou e uniu as sobrancelhas conforme mostrou a marca.
- Já vai passar. Foi um acidente.

O menor assentiu e uniu as sobrancelhas como de costuma, aproximando-se do corpo dele para voltar a dormir, embora agora estivesse um pouco assustado. 

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