Midnight Lovers #13


O sorriso surgiu nos lábios de Asami conforme ouviu o barulho da porta, podia ver o outro lado a si já a se ajeitar na cama. 
- Hum, ninguém vai dormir com você hoje?
- Parece que hoje ganhei uma folga. 
Kuro disse e se acomodou com ele na cama, o outro sorriu.
- Hum, Tsukasa deixou um pouquinho pra mim.
- Ora, não fale como se eu fosse sobras.
- Ah não, claro que não.
- Hum... - Kuro disse e lhe beliscou a cintura.
Asami riu e negativou. 
- Para. Vem, deita. Desculpe não estar aqui ontem.
Kuro ajeitou-se na cama, encaixou-se em seu dorso, dando conforto num dos braços a ele. 
- Tudo bem, se divertiu?
 O menor desviou o olhar a ele num pequeno sorriso.
- Não realmente...
- Hum, quer falar sobre algo?
Asami desviou o olhar a ele e suspirou. 
- Eu... Sumo todas as sextas porque eu vou visitar a minha mãe... Não queria te contar porque não queria que se preocupasse.
O fato era que Kuro já sabia de suas visitas, havia escutado por um ledo comentário de Katsuragi, mas não pretendia perguntar sem que Asami quisesse falar. 
- Oh, isso é bom.
- Hai... Ela é doente. Por isso... Por isso eu estou aqui, pra conseguir dinheiro pra pagar os remédios.
Aquele era outro fato qual sabia, mas continuou sem dizer. 
- Eu sinto muito, Sami. Se eu puder ajudar com qualquer coisa, sabe que poderá contar comigo, hum?
- Não, eu não preciso de ajuda, eu só... Quero conversar.
- Eu sei que pode fazer por si mesmo, mas você não está sozinho.
Asami assentiu e suspirou. 
- Era tudo bom sabe... Quando meu pai estava vivo. Mas... Ele faleceu, e ela ficou doente logo depois, era só eu, então... Tenho que cuidar dela.
- Hum. - Kuro murmurou em compreensão e o beijou em seu pescoço. - Era só você, mas agora posso ajuda-lo, agora que me contou.
- Não quero seu dinheiro. - Asami sorriu e beijou-o no rosto. - Eu trabalho bem por minha conta, consigo comprar todos eles.
- Não falo apenas de dinheiro. Nem tudo se compra, Asami.
- ... Então?
- Então estarei aqui pra cuidar de você e cuidar dela, não só com dinheiro, mas cuidados.
Asami sorriu. 
- Obrigado...
- Talvez um dia possa ver a mulher que te fez lindo assim.
Asami sentiu a face se corar sutilmente e negativou.
- Não seja bobo.
- É verdade. Só não posso te apresentar a minha, mas para todos os casos, é o Katsuragi.
O menor riu. 
- Tudo bem, eu já conheço o Katsuragi. 
Disse a acariciar os cabelos dele, Kuro sorriu.
- Conte comigo.
Asami sorriu e roçou o rosto junto ao dele. 
- Como foi a noite?
- Agora está bem. - Kuro mordiscou sua orelha.
Asami sorriu e encolheu-se. 
- Kuro...
- Hum?
- Eu... Eu amo você.
Kuro afagou sua bochecha macia. 
- Uso'.
- Verdade. Eu... Quando eu estou com você, eu sinto como se o meu peito fosse explodir. - Asami sorriu. - ... Me sinto feliz. Você... Você me faz feliz. Mas sei que... Sei que não posso amar ninguém.
- Também me sinto feliz com você. 
Kuro sorriu ao tocar seus cabelos longos. Asami sorriu meio de canto, não era a mesma coisa e sabia disso, mas tudo bem.
- Eu também me sinto como você. É por isso que quero cuidar de você e de tudo o que for importante pra você.
Asami desviou o olhar a ele, observando-o por um pequeno tempo e assentiu.
- ... Obrigado, Kuro.
- Acredita em mim?
Asami assentiu com um suave movimento da cabeça.
- Hum. Eu espero que sim.
O menor sorriu. 
- Boa noite Kuro.
- Bons sonhos, Samicchi.
O menor virou-se de frente a ele e abraçou-o, repousando a face em seu tórax, e silencioso, fechou os olhos. Kuro virou-se para ele e o beijou em sua testa, onde o alcançou. 



- Oi tia. Como você está? 
Asami disse conforme adentrou a sala de casa, podia ver a tia perto da mãe no sofá, e ela fitava a si com um sorriso, teve que sorrir de volta. Gostava dos cabelos claros e compridos dela, seus olhos verdes que agora tinha um tom escurecido, ela ainda parecia tão jovial, mesmo que estivesse doente. 
- Mamãe... 
- Asami... Você veio cedo hoje. 
- ... Você está no sofá... 
- Ela está se sentindo melhor hoje, graças ao remédio que você trouxe da outra vez. 
- ... Que bom. - Asami sorriu. 
- Você trouxe mais dele, Asami-chan?
- ... Ele é meio caro, eu só consigo comprar um por mês. Não é todo médico que vende ele, mas... Eu vou tentar conseguir. 
Ao se aproximar, ele beijou a mãe no rosto e pensava que quando fosse voltar, teria que dar um jeito na situação, para conseguir o remédio dela. Na volta para o bordel, estava cabisbaixo, chutando uma pedra ou outra pelo chão, pensativo, e na porta encontrou Katsuragi, que fitou por um minuto inteiro. 
- O que foi, Asami?
- ... Katsuragi-san... Ainda tem a sala vermelha no andar de baixo? 
- Hum, sim, mas você não aguentaria meia hora lá, garoto. Só os vampiros frequentam e eles pagam bem pra poder machucar os garotos. Geralmente eu mando outros vampiros para atende-los.
- Quanto eles pagariam por um humano...?
- ... Não acho seguro, Asami, você quer se matar? 
- Preciso de dinheiro... Desde que eles não me quebrem e eu possa trabalhar depois, por mim tudo bem. 
- Esse é o problema garoto, eu não controlo o que eles fazem lá embaixo. Mas se você quiser, pode conseguir muito mais dinheiro do que você ganha lá embaixo. 
- ... Eu quero ir. 
O maior assentiu, embora em sua feição estivesse visível a preocupação. Após se arrumar, seguiu com ele para a escada e fora indicado uma das salas no andar inferior, no lado contrário de onde ficava o quarto dele, a sala tinha isolamento acústico, não sabia o que era, mas Katsuragi sabia, e ninguém poderia ouvir a si do andar de cima. Tinha uma cama, paredes vermelhas e alguns acessórios que nunca havia visto na vida.
- ... Obrigado, mãe. 
- Vou trazer algum vampiro...
Asami assentiu e sentou-se na cama, aguardando o rapaz que deveria vir. 


Horas depois, Asami voltou ao próprio quarto e estava acabado. Katsuragi disse que seria um vampiro suave para si, mas tinha diversas marcas de mordida no pescoço, e não eram como as usuais que costumava ter com Seijuro, eram muito mais profundas, e em locais espalhados, tinha algumas marcas arroxeadas, cobertas pelo kimono e pequenos cortes na parte do tórax, estava dolorido, em todo o corpo. 

- Eu te disse, Asami. Lá embaixo não é uma brincadeira, ainda mais pra você. Tem sorte que ele não quebrou seus quadris ou algo pior.
- Eu estou bem... Só vou me deitar... 
Conforme disse, sentiu as pernas fraquejarem e fora segurado pelo mais velho.
- Masashi! 
Katsuragi chamou, enquanto pressionava o pescoço em uma das perfurações, o sangue manchava o kimono, e não era algo bom para um vampiro.
- Não devia ter permitido isso.
Masashi disse a Katsuragi, enquanto segurava o garoto que balançou e caiu nos braços. Já o havia pego no colo àquela altura, e era evidente que o cheiro de sangue afetava os sentidos, mas, já havia aprendido a lidar com isso, era um médico afinal. Levou-o para dentro, mas o acomodou em outra cama, tomaria conta de suas feridas.
- Valeu a pena, garoto?
Ao seguir com ele para dentro, a visão de Asami estava um pouco embaçada, encolhia-se, não queria que ele mexesse no próprio corpo, estava machucado, e tinha muitas feridas espalhadas. 
- ... S-Sim. V-Vou poder comprar o remédio da minha mãe...
- Seu corpo é seu instrumento de trabalho, deve respeitar ele. 
Masashi disse e abriu suas roupas, revelando sua pele e suas feridas, estava nu, mas não dava a mínima atenção as suas formas, se eram bonitas ou não, era indiferente. Olhou para ele ao ouvir mencionar. 
- Remédio, qual remédio ela toma?
Indagou e preparou alguns algodões e tudo o necessário para assepsia das feridas, para que deixasse de sangrar e que se curasse mais rapidamente.
- M-Minha mãe tem uma doença que... Que... Precisa de acompanhamento. Eu... Compro os remédios pra ela, por isso... Por isso trabalho aqui... Ah! 
Asami gemeu, conforme sentiu o algodão tocar a ferida na perna, doía, e teve que fechar os olhos, firmemente, sentindo uma pequena lágrima escorrer do olho direito. Tossiu e teve de se virar de lado, tinha sangue na boca. 
- ... Eu estou bem, M-Masashi, eu...
- Hum... então você é o menino que Kuro falou sobre a mãe. -
Masashi disse e havia recebido um pedido do rapaz, de que visitasse uma pessoa. Gostava de Kurogane, gostava como ele se empenhava em provocar Katsuragi, via em Kuro o espírito brincalhão que tinha o irmão antes de sua saúde debilitada. Esticou-se e deu a ele um lenço em frente a boca. 
- Use isso. 
Disse e abriu um pouco mais seu kimono, agora, desnudando completamente seu corpo. Puxou sua perna, separando-a e lhe deu um lençol apenas para cobrir o sexo, uma vez que tinha uma mordida na zona interna da coxa, não precisava falar, era um vampiro e sabia que aquela parte era uma preferência. Após tratar e cobrir todas as suas feridas, recebeu do parceiro um kimono limpo o qual ajudou a vestir. Deu a ele um chá, ajudaria a se hidratar. 
- Vou te dar algo a beber, durante a noite pode ter febre. Como eu falei, seu corpo é seu trabalho, não adianta usá-lo dessa forma para conseguir dinheiro rápido se ficará sem trabalhar enquanto adoecido.
Asami aceitou o lençol, silencioso e colocou sobre o sexo, cobrindo enquanto o deixava limpar a si, e gemia dolorido, encolhendo-se enquanto sentia a ardência do remédio. 
- Ah! P-Para... Masashi! 
Gritou conforme sentiu o remédio penetrar as feridas da coxa e contorceu-se dolorido. 
- ...Desculpe... 
Disse, não o conhecia, mas ele deveria saber como era precisar de dinheiro para cuidar de alguém doente, faria o que pudesse para ajudá-la. Tossiu novamente, contra o lenço, era sangue. 
- ... Minhas costas... M-Masashi... Itai...
- Eu sei, eu sei, mas ficará melhor em breve e você não atenderá os vampiros novamente. Você é pequeno, é apenas um menino, tem ainda menos idade que meu filho. Me diga qual o remédio se sua mãe e pedirei que enviem o remédio dela.
- ... - Asami uniu as sobrancelhas e negativou. - Eu... Eu vou pagar por ele, Katsuragi... Pode dar ao Masashi o dinheiro que eu ganhei? - Disse num suspiro dolorido. - Não... Seijuro... Seijuro é bom pra mim...
- Estou dizendo sobre trabalhar como hoje, poderá atender Seijuro. Poderá atender fora daquelas acomodações. Descanse agora, eu vou falar sobre as medicações com você mais tarde. Ficará neste quarto por hora. 
Masashi sorriu a ele. Bem como ele imaginava, sabia o que era ter a necessidade de cuidar de alguém sem meios ou fins para isso. 
- Assim que estiver melhor, vamos juntos até a sua mãe. Então fique melhor rápido, certo? Seu amigo ajudará você, pedi que alguém chamasse ele.
Asami assentiu ao ouvi-lo e encolheu-se, sentindo o corpo dolorido, precisava se lavar, o kimono limpo no corpo sujo era ruim para si, desconfortável.
- Amigo? ... Não... Não chama o Kuro... Não quero que ele me veja assim...
- Duvido que exista alguém que possa te ajudar além dele. 
Após dizer, Masashi viu logo chegar o outro rapaz, estava com os olhos bem abertos, parecia surpreso com o que via e sua feição logo se fechou. 
- Kuro, ajude seu... Amigo. Acho que hoje ele se esforçou mais do que devia.
- Claro, Masashi. Obrigado por me chamar. Vou ajudar meu amigo com isso. 
Kuro disse, inicialmente não tinha ciência do porque estava ali, mas soube que não era bom logo que foi chamado naquele quarto, principalmente ao ver alguns algodões com sangue, mas embora estivesse triste também estava irritado.
Asami suspirou ao ouvi-lo e o olhar seguiu para a porta conforme o viu entrar, esperava pela bronca que levaria assim que Masashi saísse. Cobriu o corpo com o cobertor pesado que Masashi havia deixado para si e claro, o kimono limpo vestido antes, se deitava de lado, porque o corpo todo estava machucado. 
- Você não precisa ficar...
Após a saída do outro, Kuro seguiu até o amigo no leito, se sentou e o observou, não sabia se cuidava dele ou se dava uma lição, estava em um dilema. Asami uniu as sobrancelhas, desviando o olhar e sentiu as lágrimas nos olhos.
- Vou te ajudar a tomar banho. Masashi não o fez, certo?
- Não... Não quero tomar banho, a água quente vai me machucar.
- Eu vou usar o tecido frio se preferir.
- ... - Asami uniu as sobrancelhas. - Não quero que veja meu corpo assim...
- Então não deveria ter feito isso.
- Eu não fiz nada, não fui eu que me machuquei.
- Foi você que se machucou, Asami. Foi você que colocou seu corpo pra esse tipo de serviço, você não foi estuprado, não te mandaram ir lá. - Kuro disse, estava irritado com seus modos, entendia seus problemas mas não entendia seu raciocínio. - Como não pediu ajuda pra mim?!
- ... - Asami uniu as sobrancelhas. - E-Eu não pensei, Kuro... Achei que eles fossem ser como o Seijuro.
- Se eles fossem como Seijiro, eles teriam pedido por você normalmente, não num quarto de masoquismo. Aqueles quartos são pra meninos se entregarem como oferenda.
Asami assentiu e agarrou-se ao cobertor, novamente guiou o lenço aos lábios, tossindo e teve que se virar mais uma vez, evitando que ele visse.
- Eu não acredito que fez isso, Asami. Se alguém matasse você lá embaixo? Você é um pirralho, mal devia estar transando. Eu não sou confiável o suficiente? Eu poderia ter te ajudado, agora trabalha um dia e se quebra, mas em compensação vai ficar ao menos uma semana sem atender.
- Eu não quero pedir dinheiro pra você! - Asami disse, alto e o cortou em seu discurso. - Não quero pedir dinheiro pra ninguém! Eu não quero pedir esmola, ou estaria na rua. Eu quero trabalhar pelo meu dinheiro, e era o único meio de receber o dinheiro rápido pra comprar o remédio dela. Ela melhorou muito com o remédio, até levantou da cama... Era só uma hora... O que podia acontecer de mais? - Disse e uniu as sobrancelhas. - Eu não quero ouvir sermão. Se quiser ficar, fique, mas não precisa falar assim comigo! Se eu tivesse morrido realmente, estaria falando dessa forma com o meu cadáver?
- Estaria! Estaria te xingando por ser um irresponsável e não saber que não importa a merda que aconteça, eu estaria aqui pra te ajudar desde que você estivesse bem, eu trabalharia dobrado por você! De nada ia valer levar essa merda de remédio se você não estivesse aqui, seria a última vez que ela o teria e tenho certeza que remédio no mundo seria mais importante que você. O que me deixa mais infeliz é imaginar que eu não estava lá pra te ajudar, eu não estava ali quando você pensou em fazer isso pra te defender e não deixar você fazer uma merda dessas com seu corpo. Você não tem autorização pra morrer, entendeu?
Asami desviou o olhar a ele, silencioso e novamente unia as sobrancelhas, o modo como ele falava, a expressão dele, estava chateado por tê-lo decepcionado. 
- ... Me desculpe, Kuro...
- Você precisa contar comigo. Eu não poderia contar com você se precisasse? Iria querer que eu fosse virar comida de vampiro?
- Não... Não quero... 
Asami murmurou a observa-lo e tinha os lábios poucos sujos de sangue.
- Então não pense que comigo será diferente. - Kuro disse e pegou seu lenço, limpou gentilmente seus lábios. - Não machuque meu Asami, hum? - Disse num sorriso tênue.
O menor observou-o perto de si, e novamente tinha lágrimas nos olhos, assentiu a ele e segurou sua mão, acariciando-a junto do rosto, e a mão também tinha pequenas marcas de mordida. 
- ... Pode... Pode me dar um banho se quiser, mas... Não me odeie mais.
- Darei, mordedorzinho, mas não pense que te perdoarei uma segunda vez, Asami. Se fizer isso novamente...
Asami assentiu, silencioso. 
- Está doendo muito...
- ... 
Kuro suspirou em silêncio e a roupa recém colocada, voltou a tirar de seu corpo, só então voltou a analisar cada ferida que ele tinha, quis novamente penaliza-lo por isso, mas sabia que ele havia aprendido por si só. Asami o deixou retirar o kimono, um pouco envergonhado ainda e agora as feridas não pareciam tão ruins somente porque haviam sido limpas, mas algumas ainda expeliam sangue, embora bem menos do que antes. No abdômen tinha uma marca arroxeada que era o motivo por estar tossindo sangue, o vampiro havia batido em si naquele lugar. 
- ... Desculpe.
- Não quero falar disso mais. - Kuro disse e acabaria irritado novamente se continuassem. - Eu.. vou aquecer um pouco de água. Água morna.
Asami assentiu e manteve-se silencioso a esperar por ele.
- Tsukasa virá hoje?
- Eu não sei. 
Kuro disse, mas duvidava que fosse de fato atendê-lo naquele dia. Após voltar poucos minutos depois de sair, trouxe uma bacia com água morna e sabonete, o tecido na beira que usaria para ele. Após umedecer, torceu e então passou a suavemente banhar seu corpo. Asami suspirou, ficou no aguardo, sentindo a pele estremecer pelo frio, e conforme o viu voltar, o fitou, deitando-se de barriga para cima, e sentiu o tecido deslizar pelo corpo, gemeu, dolorido.
- ... Itai...
- Vai passar logo. Está quente o suficiente? 
Kuro indagou enquanto gentilmente o banhava. Asami assentiu e virou-se de lado, deixando-o lavar as costas onde os machucados estavam, haviam sido feitos com um chicote. 
- Espero que não fiquem muitas cicatrizes...
- Hum, tentamos cuidar para que não fiquem tão aparentes. 
Kuro abaixou-se, beijou suas costas doloridas e Asami gemeu baixinho e desviou o olhar a ele. 
- ... Deita comigo depois?
- Estarei ao seu lado, mas não vou me deitar com você, está dolorido, acho melhor ter conforto.
- ... Só estarei confortável se você se deitar comigo.
- Você está ferido, precisa de espaço. Estarei a seu lado.
- ... 
Asami uniu as sobrancelhas, de um típico jeito que ele já conhecia, queria convencê-lo.
- Pare com essa carinha. Vou ficar aqui, mas não quero encostar em você.
- Está me punindo?
- Não, estou ficando longe das suas feridas.
Asami assentiu, visivelmente chateado. Após o fim do banho, Kuro deixou como acomodadas suas feridas nos curativos feito pelo médico. Só então vestiu suas roupas e o deixou para descansar. Aproveitou para dar o chá a ele, como indicado por Masashi. O menor aceitou o chá, levantando-se sutilmente para beber, com a ajuda dele, de sobrancelhas unidas, dolorido. 
- Obrigado...
Kuro deu-lhe o chá, por mais uns tragos e somente então o acomodou para novamente repousa-lo. Ao se deitar, Asami segurou a mão dele.
- Eu te amo. 
Kuro aceitou o toque e o retribuiu ao segurar sua mão. 
- ... Ama, é?
- Amo. - Disse, baixinho, como havia dito na outra noite em que estiveram juntos. - Mas tudo bem se você não me amar de volta.
- Então como não pensou em mim antes de sujeitar seu corpo a tudo isso? 
Kuro disse e ao olha-lo, não precisava ter lágrimas nos olhos para que eles parecessem lamentar verdadeiramente. 
- ... Eu não achei que ia acontecer tudo isso, eu juro, Kuro...
- E-Eu teria saído... Mas ele me prendeu primeiro e depois disse que odiava humanos...
- Por que não pode confiar em mim para ajuda-lo?
- Eu não queria te pedir dinheiro...
- Por quê?
- Porque não, você trabalha muito pelo seu dinheiro, eu não vou fazer você trabalhar e me dar ele.
- Eu trabalho por trabalhar, não tenho nenhum compromisso com esse dinheiro, eu sou comprado, sou filho dessa casa.
- Mesmo assim, quero que possa ir na feira todo fim de semana... E voltar feliz como sempre.
- Não se você não for comigo por estar adoecido.
Asami uniu as sobrancelhas. 
- Eu vou melhorar logo.
- Eu sei. - Kuro abaixou-se e beijou sua testa. - Descanse, aproveite o seu tempo.
O menor assentiu e segurou a mão dele, deitando-se sobre ela. Kuro deixou a mão por ali, o deixaria dormir sobre ela, ainda que provavelmente não lhe desse conforto algum. 
- Durma bem, o sono é um bom remédio.
- Boa noite, Kuro...
- Boa noite, docinho. Estarei aqui quando acordar.
Asami sorriu e fechou os olhos, aconchegado na mão dele. Kuro sorriu e afagou sua bochecha, deixou-o dormir ali, e acomodou apenas a cabeça junto de seu futon.

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