Ryoga e Katsumi #56


- Hum, o cheiro está gostoso. 
Katsumi disse num sorriso a se aproximar dele e beijou-o em sua nuca, estava na cozinha já algumas horas, então, havia resolvido ajudar. 
- Haruki e Ryoma logo estarão aqui.
- Hum, já está tudo no lugar. - Ryoga disse e ajeitou as mangas da camisa que usava, dobrando, não exatamente com muita cortesia, até os antebraços. - Está gostoso, é?
- Sim. - Katsumi sorriu e acariciou os cabelos presos dele. - Eu posso te ajudar em alguma coisa?
- Já terminei o que precisava, podemos só beber e esperar.  
Ryoga disse e sorriu canteiro, olhou para ele e como havia se arrumado, estava de algum modo até levemente feminino, embora de sua forma, imaginava o quão bonito havia achado Yoruichi. 
- Você está muito bonito.
Katsumi sorriu meio de canto ao ouvi-lo e desviou o olhar, um pouco desajeitado, esperava que a maquiagem sutil que havia passado não estivesse tão exagerada. 
- Obrigado...
Ryoga segurou uma mecha espessa de seu cabelo e ajeitou suavemente atrás da orelha. 
- Assim posso ver mais do seu rosto.
Katsumi sorriu novamente e aproximou-se dele, selando seus lábios e o abraçou, passando as mãos ao redor de suas costas a repousar a face em seu ombro e aspirou seu cheiro gostoso, havia se vestido apropriadamente, era uma das roupas de trabalho, mas era a que sentia ser mais arrumada, a camisa vinho e a calça preta, bem alinhadas ao corpo. 
- Você tem um cheiro muito melhor do que a comida...
- Mas eu não sou comestível. 
Ryoga sorriu canteiro, brincando com ele embora soubesse sobre o que ele falava. Katsumi riu e assentiu, beijando-o no pescoço.
- Hum, quero uma taça do seu vinho.
- Talvez se você for bonzinho ainda encontre algum vestígio de vinho em meu corpo.
- Hum... Posso?
- Pode. Só porque está todo ajeitado.
Katsumi sorriu e ao se aproximar, beijou-o no pescoço e aspirou seu cheiro, por fim, empurrou as presas para o pescoço dele, e sentiu seu sangue invadir os lábios. Quase gemeu, na verdade, o fez sem perceber e bebeu dele. Ryoga sentiu a mordida o que fez com que franzisse o cenho, dolorido. Deslizou as mãos por seus ombros e desceu pelas costas até sua cintura, sentiu-se fluir para ele, mas terminou num risinho ao perceber seu gemido de satisfação. Katsumi suspirou, gostava tanto do sangue dele que se sentia até um pouco excitado, mas não se concentraria nisso, ou acabaria duro na mesa de jantar. Bebeu pouco, não fora muito, e realmente ainda tinha vinho nele, era tão bom. 
- Hum... Oishi.
Ryoga sorriu ao sentir suas lambidinhas de gato, estancada a abertura de seus dentes.
- Oishi, hum. 
Indagou e limpou o canto de seus lábios. Katsumi assentiu e aproximou-se dele, selando seus lábios. 
- Hum, mas fiquei um pouco animado demais.
- É? 
Ryoga indagou e deu uma boa conferida por cima da calça, apertou mas soltou e voltou a atenção a mesa. Katsumi assentiu e gemeu mais uma vez, estava excitado, mas ficaria bem. Ryoga sentia o cheiro se aproximar, não eram os pais adotivos até então, mas o irmão que já vinha trazendo consigo outra parte da visita e seu acompanhante naqueles dias. 
- Vou abrir a porta. - Katsumi disse num sorriso e seguiu para recepcionar o irmão e abriu a porta antes que ele batesse. - Ryoma, Haruki.
- Ka-tsu-mi. 
Ryoma dizia ao cumprimentar o moreno tão logo que foram recepcionados, afinal, estava acompanhado. 
- Oi onii-chan
Katsumi sorriu para o pequeno e acariciou seus cabelos alinhados, dando espaço para ele e seu acompanhante. 
- Vocês estão muito elegantes.
Aquela altura Ryoga já estava cumprimentando o irmão sem muitas formalidades.
- Ah, hoje vai ser mais gostoso e ainda melhor, de graça. 
Ryoma dizia ele, brincando, afinal, era sempre de graça. Katumi riu ao ouvir o outro e fitou o caçula.
- O que há com esse sorrisinho aí? 
- Não acredito que estamos jantando em família. Família. Faz tanto tempo. E quer dizer que eu faço parte da família do Ryoma, não é? - Disse Haruki.
- Claro. - Katsumi sorriu. - Claro que faz.
- Só do Ryoma? - Disse Ryoga.
- Nao, sua também, Ryo!
- São a mesma, baixinho. 
- Esse garoto quer me namorar, onii-chan
Ryoma dizia baixo, audível porém, fingindo dizer um segredo. 
- Quero mesmo, preciso pedir sua permissão, Ryoga?
Katsumi riu e negativou. 
- Haruki, seja discreto.
- Não permito. Ryoma é muito novo pra você. - Ryoga brincou embora soasse sério.
- Mas eu não... Eh?
O riso soou entre os dentes de Ryoma, cúmplice ao do irmão que riu também.
- Ele quis dizer mentalmente.
- Ah... Entendi. - Riu. - Bom, acho que nós dois temos cinco anos.
- Aposto que sim, vocês dizem isso porque não conhecem o Haruki. - Disse Katsumi.
Ryoga sorriu canteiro. 
- Ryoma é bem maduro sim, exceto para o relacionamento. 
Disse, imaginava o que o garoto poderia esperar do irmão, que não parecia tão certo na decisão quanto Haruki, ainda que soubesse que ele se sentia bem com o garoto. O comentário soou baixo, na atenção apenas de Katsumi. 
- Hum, espero que ele não magoe o Haruki. 
Katsumi disse, baixo para ele também, o caçula parecia distraído com Ryoma. 
- Sentem, eu vou servir vinho pra vocês.
- Eu não sei, talvez seja bom você falar com Haruki em algum momento. 
Ryoga disse, ainda na conversa breve com ele e no fim, seguiu até a entrada onde recepcionou os vampiros faltantes. Abriu a porta esperando pelos últimos passos até que chegassem perto. Katsumi assentiu.
- O problema é que o Haruki está apaixonado, ele não vai me ouvir. 
Katsumi disse e seguiu para buscar o vinho, servindo as taças na mesa.
- Boa noite, querido. 
Disse Yoruichi a retirar o grosso casaco preto com pele na gola que usava, entregando para ele ao entrar e beijou-o no rosto. Ryoga aceitou o casaco, que na verdade foi retirado pelo loiro logo atrás dele. Ganhou o beijo no rosto, o qual nunca se acostumava, um abraço parcial, mas afável, do outro e os encaminhou para dentro.
- Boa noite, bonitão. 
Dizia Yasuhiro ao abraçar o filho, um toque breve, acompanhado de tapinhas em suas costas e diferente dele, era seu caçula, que vinha habituado aos beijos de Yoruichi, cumprimentou-o com um beijo no dorso e também no próprio. 
- Oh, que galã. - Dizia provocador como ele. 
Yoruichi sorriu ao sentir o beijo e o tocou no rosto numa pequena carícia. 
- Oi Ryoma, como você está? Cada vez que te vejo parece que você está mais tatuado.
- Ah... Oi, vocês são os pais do Ryoma? Muito prazer! - Disse Haruki.
- Ah... Mais um garoto pequeno e loiro. - Disse Yoruichi.
- E mais bronzeado também, 'ka-san. - Respondeu Ryoma.
- Ah, parece que o Japão tem recebido cabelos loiros com frequência. É transformado então, é filho de imigrantes. - Yasuhiro analisou mas cumprimentou o menor. - Oi rapazinho, vejo que está interessado no meu menino, mas ele é novo demais pra você. 
Ryoga sorriu.
- Vocês combinaram isso? - Disse Ryoma.
Haruki sorriu e negativou. 
- Ah não, eu... Pinto o cabelo. Eh? Ah... Ele não é não. - Disse num pequeno bico.
Yoruichi sorriu, ingracioso. 
- Vocês poderiam escolher um nascido, só pra me deixar feliz.
- O que? Alguém já usou esse? - Perguntou Yasuhiro.
- O Ryoga.
- Não foi combinado, não havia visto ele até então. 
Ryoga disse num sorriso canteiro, divertido pela provocação ao irmão. 
- Aprendeu o bom humor com o papai, mas devo dizer, até você é novo demais, vocês são filhotes, veja seus irmãos, se casaram depois de 300 anos. Ora amorzinho, não seja como sua mãe. - Disse Yasuhiro.
- Não sou tão novo, eu tenho quase trinta anos. 
Haruki resmungou, embora soubesse que estava longe dos trinta.- Hum... Tudo bem. Eu quero vinho. - Disse Yoruichi. 
- Sente, eu vou servir o vinho pra vocês. Aliás, boa noite. - Katsumi sorriu.
- Mas não estamos falando de você, rapazinho. É do Ryoma, que ainda é bebê. - Disse Yasuhiro.
- Sou um bebezão mesmo, preciso ser cuidado. 
Disse Ryoma, dando de ombros para as provocações, mas não se importava mesmo realmente.
- Eu que o diga. 
Ryoga dizia e afagou os cabelos do irmão, sabia que por mais que ele fosse um homem pouco mais novo que si, ainda via a criança que costumava ser. 
- Ah, eu posso cuidar dele. 
Haruki sorriu e o abraçou no braço, beijando-o no pescoço como um pequeno filhote de gato. 
- Claro que cuida. 
Ryoma disse e afagou a nuca do menor, sentindo seu beijinho. 
- Haruki, não na frente das pessoas. - Disse Katsumi.
- Hum, vocês dois são irmãos ou ele é seu filho? - Perguntou Yoruichi.
- Ah ele é meu irmão.
- Ora, Katsumi não parece tão mais velho que o Haruki.
- Nem eu tão mais velho que vocês. - Yoruichi disse a aceitar a taça de vinho. - Ou eu tenho cara de velho?!
- Mas eles são transformados, docinho. Não são muito antigos. - Disse Yasuhiro.
- Eu sei que são. Vocês não entendem o meu humor.
- Oh, claro que sim, amorzinho. - Disse Yasuhiro e entregou a ele a taça de vinho trazida pelo novo companheiro do filho, que por sinal até então não havia falado. - Oi, rapaz.
Katsumi sorriu a ele e fez uma pequena reverência.
- Muito prazer senhor. 
- Ah, eu deveria fazer uma reverência? - Perguntou Haruki.
- Devia. - Yoruichi disse e desviou o olhar ao garoto, mas sorriu, estava brincando.
- Devia se não tivesse perguntado, agora eu vou dizer que não. - Yasuhiro disse, provocando-o como o parceiro, mas se voltou ao outro. - Tem outro vindo? Espero que o meu venha logo em breve também. - Referiu-se ao bebê.
Katsumi sorriu.
- Sim, é uma menina. Quer dizer, esperamos que seja, decidimos que vamos descobrir só quando nascer. 
Yoruichi sorriu ao ouvir Yasuhiro mencionar sobre o bebê e negativou, bebendo mais um gole de vinho. 
- Ah, vocês dois estão grávidos? Que gracinha. Ryoma, eu quero um. - Haruki disse, mas estava brincando e deixou claro no risinho.
- Eu espero que sim. 
Yasuhiro disse e desferiu um sorrisinho para o parceiro, fazendo charme. 
- Ora, mas eu não era o bebê? - Disse Ryoma.
- Mas eu posso cuidar de dois. - Haruki riu. 
- Ele acha que eu não sei que ele me dá o chá errado todos os dias. - Yoruichi disse, para Ryoga, num sorrisinho sutil. 
- Vocês parecem adoráveis juntos. - Disse Katsumi.
Yasuhiro sorriu, achando graça do comentário, sabia que ele sabia e achava ainda mais adorável o fato dele fingir não perceber, por si. 
- E somos mesmo. 
- Sempre foram muito apaixonados. - Disse Ryoga.
Katsumi sorriu meio de canto, mas se voltou ao outro. 
- Você ainda toma chá pra isso? Não seria melhor o anti-concepcional?
- Não coloco nada que não seja natural no meu corpo, e também, anti-concepcional é muito preciso, eu gosto de viver algumas aventuras, garoto. 
Yoruichi riu, mas havia falado aquilo justamente porque sabia que o loiro estava ouvindo.
- Além do mais, não ache que a medicação vai ser também muito eficaz. Quando tem de ser, será. 
Yasuhiro sorriu canteiro, fitando o moreno sentado com sua taça de vinho, ele sorriu, assentindo. 
- Sei bem do que quer dizer. Conheci o Ryoga numa boate e menti que estava grávido porque queria que ele ficasse comigo. - Katsumi sorriu meio de canto. - É claro que ele ficou puto quando descobriu, e no fim, eu estava mesmo grávido.
- Até os vampiros dão golpe da barriga agora?
- Eu era um pirralho. - Katsumi riu.
- Foi há uns três anos atrás, onii-chan
- Sh...
- Além do mais sendo um vampiro, três anos atrás é quase hoje de manhã. Mas claro, virar pai faz amadurecer muito mais que alguns anos. 
Yasuhiro sorriu canteiro, embora não achasse nada atrativa a tática do rapaz. Katsumi arqueou uma das sobrancelhas e assentiu. Yoruichi negativou e bebeu pouco mais do vinho. 
- Foi um comentário infeliz, Katsumi.
- Não é nada de mais, fazer o que se deixou o moço apaixonado. 
- Claro moreno irresistível como a mamãe. - Comentou Ryoma.
- Hum, não seja galanteador que o Yasuhiro vai ficar com ciúme. - Disse Yoruichi.
- Você quer que eu fique moreno? - Haruki murmurou.- Não gatinho, você tem cabelos lindos. - Respondeu Ryoma.
- Não tenho ciúme dos meus filhos. Ryoga ficou bonitão como você, exceto que ele parece homem, meu amorzinho é uma dama. - Disse Yasuhiro.
Ryoga riu entre os dentes, negativou sob a breve discussão.
- Ah, eu pareço, é? Não me importo, o que importa é ser bonito.
- É o que importa, docinho. Já o Ryoma quer ser latino.
Haruki riu. 
- Ah, não fala assim, eu gosto dele moreninho. Meu moreninho.
- Ah vai, meus olhos são favorecidos pela cor da pele. - Ryoma brincou. - Sou requisitado pela pele âmbar. Assim ninguém me chama de Ryoga.
Katsumi riu e negativou, mas entendia o que ele queria dizer. 
- Mamãe, mamãe! Eu já tomei banho! 
Katsumi desviou o olhar ao pequeno que voltou correndo para a cozinha, com a toalha na mão e estava pelado. 
- ... Erin? - Katsumi disse, procurando o maiorzinho, porque o pequeno estava ali parado. - Natsumi meu amor, cadê as suas roupas? 
- Onii-chan disse que ia me dar...
- Natsumi! Por que você saiu correndo?! 
Dizia o filho mais velho indo logo atrás do pequeno, parecia bravo mas ainda assim atencioso. 
- Erin, já conhece Yasuhiro e Yoruichi, vá cumprimenta-los.  
Erin não se demorou para cumprimentar Yasuhiro com o abraço mais forte que ele poderia dar, logo fez o mesmo para Yoruichi.
- ... Mamãe... Quem são eles? - Perguntou Natsumi.
- Ah... É a vovó e o vovô. - Katsumi sorriu meio envergonhado e viu o pequeno sorrir. - Mas precisa colocar roupa pra cumprimentar os dois. 
- Não! Por que não tem posso ficar pelado?
- Porque senão eu vou comer esse negocinho que você tem aí. - Yasuhiro disse e num movimento rápido pegou e ergueu o pequenino.
Natsumi deu um pequeno grito conforme fora segurado e sorriu, abraçando o loiro firme e enfiou-se entre os cabelos dele. 
- Oi vovô!
- Oi Ryoguinha. Como é sociável. 
Disse Yasuhiro e ergueu ameaçando morde-lo como disse que faria, mas não chegou realmente perto. 
- NÃÃÃO! - Disse o pequeno a cobrir as partes íntimas. 
- Oi pequenininho. - Yoruichi disse a se levantar e beijou-o em seu rostinho fofo. - Eles são adoráveis, Ryoga, Katsumi. Erin já está na escolinha?
- Erin ainda não, já o ensinei a ler, também sabe escrever. Pretendo coloca-lo no fundamental no próximo ano, a pré escola era muito devagar para ele. Meu menino é muito inteligente. 
Ryoga dizia ao afagar os cabelos do filho que sorria tímido, evidentemente mimado pelo elogio.
- Que papaizão hein? 
Haruki sorriu. 
- Você também vai ser um bom pai. 
- Que tal eu colocar uma roupinha em você hein, Natsumi? E aí a gente jantar.
- Eu vou por, mamãe. 
Erin dizia ao erguer os braços para o loiro, esperando ter o irmão entregue. 
- Nããão! Eu não quero roupa! Papai, fala pra eles!
- Natsumi! - Disse Erin.
Ryoga esperou por um momento imaginando como reagiria o filho diante da exclamação do irmão. 
- Tá bom...
Ryoga sorriu, e afagou tanto o cabelo de um quanto de outro.
- É bom, senão não vai comer o jantar do papai.
- Ah não, eu ponho roupinha sim então... Me deixa descer... Onii-chan...
- Ah, não é porque eu estou mandando? Vai ter que por a roupa sozinho! - Erin dizia enquanto aceitava o irmão no colo.
- Não... Fez um pequeno bico.
Yoruichi riu baixinho. 
- Parecem vocês dois quando eram pequenos, Ryoga.
Ryoga riu entre os dentes. 
- Ryoma costumava ser bonzinho. Já o Natsumi puxou a mãe.
- Hey.
Ryoga sorriu para ele. 
- Não é? 
- Acho que sim, meu papai não é birrento que nem o onii-chan
Erin disse enquanto levava o irmão caçula no colo. 
- Eu não sou birrento. 
Natsumi disse a fazer bico e sumiu com o irmão para o quarto.
- Esses dois. - Katsumi riu. - Ah, Ryoga quer ajuda pra servir a comida?
- Sim, por favor. - Ryoga disse e no fim caminhou com ele até a cozinha. Sorriu canteiro. - Está nervoso?
Katsumi caminhou junto dele, tinha um sorrisinho nos lábios, estava tremendo, mas não disse nada. 
- Eu só disse besteira.
- Não disse nada de mais, não se importe com eles, Yoruichi é um pouco sério mas é atencioso e Yasuhiro é provocador mas não se importa realmente, daí que o Ryoma herdou a personalidade. 
Ryoga disse e afagou seu cabelo, logo atrás da orelha. Katsumi sorriu ao sentir o toque, mas assentiu, voltando-se a ele e selou seus lábios. 
- Sinto muito se eu... Constrangi você de alguma forma...
- Não estou constrangido, você não deve se sentir assim também.
- Tudo bem... - Katsumi disse num suspiro, nunca tinha tentado impressionar ninguém até então, e não se sentia bom o suficiente para ele, mas estava tentando. - Vamos... Vamos levar a comida.
- Vamos. 
Ryoga tocou sua cabeça mas por fim levou o jantar até a mesa, levando consigo o moreno que servia logo após e então, tomavam local na mesa.
- E vocês estão tão grandes... Eu nunca me canso de lembrar de quando eram tão pequenininhos. - Disse Yoruichi.
- Ryoga deve ter sido adorável quando criança.
- Ele era muito sério e invocado, mas era bonzinho e assentia a tudo. Cuidava muito bem do Ryoma, acho que é por isso que se tornou um ótimo pai.
Katsumi sorriu e tocou a coxa do namorado por baixo da mesa. 
- E ele é mesmo. 
- E agora, eu cuido bem do Ryoma, não é? - Haruki sorriu.
- Aposto que foi por causa de você, papaizinho. - Dizia, xavecando o loiro.
- É claro que sim, como não pensei nisso antes? - Disse Yasuhiro.
- É, vai dar trabalho, Haruki. - Disse Ryoga.
Haruki riu e negativou. 
- Ah... Vocês não gostam de mim, é isso? Estão sempre falando que ele vai me dar trabalho.
- Na verdade o alvo sou eu, Haru-chan. - Disse Ryoma.
- Estou achando incrível que o Yasuhiro não falou nenhuma receita até agora ou não contou nenhuma história. Conte aquela de quanto o Ryoma ficou preso na árvore de cabeça pra baixo. - Disse Yoruichi.
- Ele diz que eu conto histórias, na verdade ele sempre faz a chamada pra eu contar. Acho que no fim ele quem queria contar mas sou o porta-voz.
- Exatamente. - Yoruichi disse num sorrisinho.
- Então conte, amorzinho. Quero ouvir sua voz lírica.
Yoruichi estreitou os olhos. 
- Seu puxa-saco. 
Katsumi sorriu, ainda os achava adoráveis.
- Bem, eu havia ido estender a roupa no varal, e deixei o Ryoma um segundo na varanda comendo as cerejas que o papai lindão havia colhido cedo. Porque naquela época não tínhamos smartphones pra distrair as crianças, então eu tinha que dar doces pra ele ficar quietinho e a mamãe fazia aquela calda de sangue, se lembra?
- Claro que sim. Não faz mais? Papai também comia junto. - Disse Ryoma.
Ryoga achava graça da forma como Ryoma tinja o hábito o de chama-los de pai ou mãe, não que não os considerasse, mas talvez parecesse estranho.
- Infelizmente não tenho mais crianças pra alimentar com o doce. - Yoruichi riu. - Logo quem sabe terei mais uma, mas ainda temos a cerejeira e ela da tantas cerejas na primavera, vocês deveriam vir pra conhecer. Fazemos sempre torta de cereja. Enfim, dei as cerejas pra ele. Quando eu me virei, vi o Ryoma comendo as cerejas quietinho, num suspiro que eu dei, cadê o Ryoma? ... E lá vou eu que nem um louco procurar por ele no terreno todo, até descobrir que tinham acabado as cerejas dele e ele estava em cima da cerejeira catando cerejas novas.
- Tem eu, seu amorzinho. - Disse Yasuhiro.
Ryoma riu, entre os dentes, não se lembrava muito bem, era bastante pequeno, mas sabia que o irmão sim. 
- Continue.
Yoruichi desviou o olhar ao marido e riu baixinho, negativando. 
- Aí, obviamente eu larguei as roupas no chão e corri pra tentar pegar o macaquinho em cima da árvore, mas antes de eu chegar ele acabou tropeçando e ficou preso na árvore de ponta cabeça pela fralda. 
Riu e fora acompanhado pelos outros da mesa.
- Ah, nem ia acontecer nada mesmo, nada que um suquinho não resolvesse depois. - Ryoma disse sob um sorriso canteiro.
- Como ele era quando era pequeno? 
Yoruichi sorriu. 
- Tinha cabelos bem compridos e bem pretos. Era uma gracinha, parecia um gatinho selvagem.
- E era branco. - Disse Ryoga.
- Não implique com o seu irmão, se ele quer ser negro, deixe ele ser negro. - Disse Yoruichi.
- Eu não estou negro...
- Está lindo. - Disse Haruki.
- Sou bronzeado. 
Ryoma resmungou e deitou no ombro do menor, fingindo buscar consolo. Haruki abraçou-o e riu baixinho, beijando-o na ponta de seu nariz.
- Oh dó, parece um bebê mesmo, espero que eu não precise tirar sua fraldinha da árvore.
Ryoma sorriu, mostrando os dentes e no fim, beijou a bochecha macia do garoto, deu um afago em seu cabelo loiro.
- Ele só gosta de fazer charme. - Disse Ryoga.
- Aprendeu com o pai. - Disse Yasuhiro.
- Uhum, dramático como o pai, mas escute, você faz um casal adorável com esse garotinho. 
Yoruichi disse num pequeno sorriso, não costumava, mas gostava de vê-los feliz. Haruki uniu as sobrancelhas ao ouvi-lo e sorriu, envergonhado pela primeira vez.
- É o destaque da pele. - Ryoga brincou. - Junta com o cabelo. 
- Ah, você não me zoa assim quando está sozinho. - Disse Ryoma. 
- Peguei carona. 
Ao sorrir, Ryoma observou o pequeno ao lado, que parecia muito feliz com o comentário, riu baixinho, na verdade quase apenas sorriu.
- Ah eu... Gosto muito dele. - Haruki sorriu. 
- Eu sei, garoto, sinto cheiro do seu ânimo daqui. - Disse Yoruichi.
- Amorzinho, seja sutil, isso é íntimo. 
Yasuhiro brincou, provocando-os na verdade. Yoruichi riu. 
- Bem, vamos parar de brincar e eu quero provar a comida do meu filho cozinheiro, por sinal, melhor cozinheiro da cidade que deveria ganhar uma estrela Michelin do vampirismo.
- Isso existe mesmo? - Perguntou Ryoma.
- Naturalmente não. - Respondeu Yoruichi.
Ryoga riu entre os dentes, não pelo comentário mas pela pergunta do moreno.
- Bem, ainda somos clandestinos. Não teríamos muitos restaurantes para competir.
- Hum, ainda assim sei que você é o melhor. - Yoruichi disse por fim e provou a comida, que estava uma delícia como sempre. - Hum... Katsumi tem sorte, ah?
- Ora... E eu? Quem ensinou tudo isso? - Perguntou Yasuhiro.
Yoruichi sorriu a ele. 
- Hum, você é um ciumento.
- Não se preocupe, Yasu, eu reconheço. - Disse Ryoga.
- Já que a mamãe só é boa com vocês. Obrigado, filho. 
- Eu tenho pouca memória por ter sido muito pequeno na época mas eu sei que o Ryoga ficou muito feliz por você, pai, porque, antes disso ele já gostava de passar um tempo inventando coisas na cozinha, pra mim, pra nós dois porque me lembro que passávamos muito tempo sozinhos, então... - Disse Ryoma.
- Ah, não seja sentimental. - Respondeu o irmão.
- Não estou, estou lançando a verdade. 
- É, eu sei. Ganhei um companheiro de receitas e um viajante curioso. 
Yasuhiro referiu-se aos filhos, quais coincidentemente acabavam herdando partes de si, antes mesmo de passar pela vida deles. 
- Hum... Você sabe que eu sempre disse que sinto muito por tudo que vocês passaram, mas... Eu preciso dizer de novo. Se eu soubesse, teria tirado vocês deles antes. - Disse Yoruichi.
Haruki uniu as sobrancelhas, sem entender.
- Não se preocupe com isso, foi importante para sabermos o que não queríamos ser na vida.
- ...Você não era mais uma criancinha, Ryoga e eu imagino o que passou antes do Ryoma. 
- ... O que aconteceu? - Haruki murmurou para o namorado.
- Não foi nada de mais, vocês são preocupados demais. 
Ryoga disse, não realmente se importava, se incomodava mais por eles se importarem.
- É, tudo bem, tivemos mais de vocês do que dos outros.
Katsumi desviou o olhar ao irmão e negativou a ele, talvez fosse melhor não falar, o viu assentir. 
- Está... Uma delícia, Ryoga.
Ryoga sorriu sob o elogio embora pudesse ver que estava tenso. 
- Obrigado. 
- Está mesmo, papai ensinou bem. O que teremos de sobremesa? - Disse Yasuhiro.
- Hum, Ryoga ficou a tarde toda cozinhando a sobremesa. - Katsumi sorriu.
- Me conte o que é.
- Hum, posso falar do bolo gostoso de avelã que eu não sei pronunciar o nome?
- Eeee bolo... 
Ryoma disse e segurou a camisa do pequenino ao lado de si, sacudindo-o suavemente para frente e trás, brincando é claro. 
- Eeee! - Acompanhou Yasuhiro, Erin e Natsumi também.
Katsumi riu e negativou, limpando a boquinha do filho e deu pouco mais da comida para ele. 
- Família unida vocês.
- Adoro seu bolo de avelã, meu deus.
- Ainda não comi o bolo, você estava escondendo o ouro de mim, é? - Disse Yoruichi.
- Todos felizes assim? E, por que o papai e a mamãe ainda não comeram? - Disse Yasuhiro.
- Porque vocês moram longe e estão sempre passeando por aí.
- Ah não, pois você trate de me mandar entregar bolos. Faça um serviço de entrega, se vira. - Disse Yoruichi.
- Papai vai ficar com ciúme. - Ryoma riu, entre os dentes.
- Vai nada, se eu não esconder seu pai come antes de mim. - Yoruichi riu.
- Vou ficar com ciúme sim. Ninguém quer mais meus preparos.
- Hum, quero sim, você sabe que adoro tudo que você faz. - Disse Yoruichi.
Katsumi sorriu meio de canto. 
- Você pode cozinhar da próxima vez pra gente, não é, Ryoga?
- Não... - Yasuhiro fingiu resmungar, mas sorriu canteiro. 
- Nós vamos visitá-los em algum momento, espero ver o capricho. - Disse Ryoga.
- Para de drama, Yasuhiro. 
Katsumi sorriu meio de canto. 
- Acho que se o Ryoga aprendeu com você, deve fazer uma comida deliciosa também.
Yasuhiro sorriu ao moreno. 
- Você vai saber, quando forem me visitar.
- Ah, podemos ir também? Quer dizer, eu... - Disse Haruki.
- É claro que sim, baixinho.
- Oba!
- Serão sempre bem vindos.

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