Kyo e Shinya #63 (+18)


Kyo preferiu estar sozinho por ali, não queria brincadeiras demais em torno de si, era por isso que escolhera a sala num dos aposentos já próximo ao templo. Vestiu-se com o hakama em conjunto de calça e meio quimono pretos em jacquar cujo tênue acetinado reluzia suave perolado ainda negro. Fosse a veste principal ou inferior, os tecidos eram escuros, sóbrio. Não usou qualquer outro adorno. Usou os cabelos como de forma típica, embora os fios estivessem um tanto mais disciplinados que o costumeiro, somente então deixou o pequeno quarto, não a fim de encontrar qualquer amigo. Dirigiu-se no entanto até o piso inferior, observando o companheiro de banda mais velho, guitarrista que cumprimentou num maneio breve com a cabeça e por lá, esperava o companheiro, a fim de se dirigirem ao início da cerimônia. 
Shinya suspirou, observando-se em frente ao espelho e já era a terceira vez que havia soltado os cabelos e prendido novamente, estava nervoso, tanto que varias vezes havia derrubado as flores que adornavam os cabelos, e que deixou na parte de trás, deixando os fios soltos na frente, como ele gostava. Suspirou mais uma vez, e outra, tentando se acalmar e logo ajeitou os últimos detalhes no quimono, seguindo para fora da sala. Parou na porta e voltou novamente, observando-se mais uma vez no espelho e sentiu as lágrimas nos olhos, tinha tanta ansiedade, que acabava deixando a si meio instável.
- Não vou conseguir... 
Murmurou, pensando no outro vendo a si, e não estava bonito o suficiente, não estava arrumando o suficiente, não sabia o que fazer. Fora quando o amigo entrou, e desviou o olhar rapidamente a ele, unindo as sobrancelhas.
- O que foi, Shin?
- Eu estou mal vestido... Mal arrumado, ele...
- Shin, acalme-se. Olhe pra mim.
Shinya ergueu a face e observou o baixista que limpou uma pequena lágrima no canto dos olhos do baterista e sorriu.
- Você está lindo, vamos, tem que descer, o Kyo está se esperando.
Shinya assentiu e sorriu meio de canto, suspirando uma última vez e soltou o amigo, descendo junto dele as escadas e se despediu antes de chegar no último degrau, seguindo um caminho diferente do dele. Viu o outro ali parado, esperando a si e notou seu quimono bonito que havia sido escondido de si, chegou a pensar que ele estava mais bonito do que de costume, e era próprio e de mais ninguém.
Kyo observou o maior, após algum bom tempo parado por lá. Imaginava a dificuldade em sua situação, provavelmente afetado por todas suas sensações, era sensível, sabia disso. Lhe estendeu a mão, aceitando-o onde o dirigiu consigo até o extenso tapete onde levaria ambos ao templo. Talvez não pudesse lhe dizer exatamente como o via, embora já houvesse visto alguns dias antes, estava bonito e delicado como sempre foi, no entanto colocava em evidência o quão bonito podia ser, não era somente sua roupa bem formulada, mas talvez a forma como olhava, como tentava caminhar, como estava nervoso mesmo que tentasse parecer calmo, ou quem sabe seus longos dedos trêmulos contra o toque dos próprios. Shinya aceitou a mão dele ao ser estendida e entrelaçou os dedos aos dele, estava nervoso e trêmulo, ele mesmo já havia notado, então segurou com pouco mais de força. Tentava andar pelo tapete de cabeça erguida, mas vez ou outra desviada o olhar a ele meio de canto, não aguentava ficar um minuto inteiro sem olhá-lo, e por fim, fora obrigado a fazê-lo, quando se virou para ele e fez uma reverência, escondendo um pequeno sorriso no canto dos lábios.
- Calma.
Dizia Kyo com os lábios em gesto, sem voz e quando entre o som tradicional da música oriental alcançou o fim do tapete que guiava o caminho de ambos ao templo para altar, virou-se em frente ao maior, cumprimentou-o com o tênue maneio da cabeça e por fim, perante o cerimonialista, o ajudou a se ajoelhar sobre a pequena almofada de cor vermelha e tecido aveludado, como os diversos detalhes do templo, enriquecido pelo dourado e carmim. Após ajudá-lo, fez o mesmo e se ajoelhou com distância suficiente para que assim ambos pudessem se curvar perante o outro num quase exagerado cumprimento. Shinya seguiu junto dele até o fim do tempo na caminhada e até podia ver o sorrisinho do amigo, maldoso pensando na própria ansiedade. Fez a reverência a abaixar-se em frente ao outro e quase tocou o chão com a face, isso indicava respeito por ele, e tinha demasiado, então não se incomodou. Logo, virou-se em direção ao rapaz, frente a ambos e tremia tanto que esperava não desmaiar.
Quando retomou postura, Kyo virou-se defronte ao altar, fitando o homem responsável pela apresentação da cerimônia, o qual prontamente deu início a seus dizeres, iniciando o casório. E era o que fazia a ficha cair, estava se casando, o que não era para si uma surpresa, há muito já se sentia como seu companheiro àquela maneira, mas para ele talvez fosse algo mais importante, algo necessário e esperava que pudesse se manter calmo até o fim. Shinya ouviu em silêncio as palavras do homem, e por várias vezes sorria consigo mesmo, pensando o mesmo que ele. Estava se casando, e com o amigo e companheiro de muitos anos. Não podia dizer o quanto o amava, e não podia estar mais satisfeito por estar ali com ele, não poderia pedir outra pessoa e por isso, e somente por isso, suspirava, mantendo-se calmo e tranquilo, mas tudo o que queria era abraçá-lo e apertá-lo consigo.
A mão fina e madura estendia para Kyo um dos três cálices sobre o pequeno apoio que separava o homem de ambos em sua frente. No aceite, levou até a boca e tragou o suficiente, dando-lhe de volta ao que fora novamente servido, agora ao companheiro ao lado. Shinya segurou a taça, unindo as sobrancelhas ao perceber que tremia um pouco ao segurá-la e bebeu um pequeno gole, estendendo-a novamente a devolvê-la. Kyo fitou-o de soslaio, o viu beber do cálice e logo teve de aceitar o segundo, representando algum outro elemento, o qual era informado ante dos dizeres do cerimonialista. Tragou e ao devolvê-lo, vira-o ser entregue ao companheiro, que tremia um pouco menos. Shinya sorriu novamente, pegando o segundo cálice e novamente bebeu um pequeno gole da bebida, entregando-a de volta. E na repetição do ato, com o terceiro trago, Kyo finalizou os elementos oferecidos como bebida, aguardou junto os dizeres do mais velho, que de forma quase poética o quão cada um deles tornavam ambos como um, tal como a família que viria, e na verdade já existia. Shinya bebeu junto dele a terceira taça e suspirou, agora no fim, estava pronto para ouvir as palavras que uniria a ambos e sorriu novamente, desviando o olhar a ele, de soslaio e como um selo final, Kyo pôde novamente se virar ao baterista, pela segunda vez curvaram-se de modo que sentia a face centímetros do chão, quando novamente retomaram postura, as alianças já antes dispostas foram tomadas e deslizou a peça por seu anelar, dispondo em seu dígito, como igualmente dispôs a ele o próprio. Shinya virou-se me direção a ele e abaixou-se, quase tocando o chão e logo após receber a própria aliança, pegou a outra e deslizou pelo dedo dele, porém antes de deixá-lo se afastar, segurou sua mão junto a própria e deu um sutil aperto, deslizando os dedos por ela a soltá-la em seguida. Kyo fitou-o por um instante, na segurada que não esperava, o retribuiu de modo breve num semelhante aperto e após a troca de alianças, novamente o cumprimentou com uma reverência porém sutil e aos poucos puderam se levantar, o ajudou a estar em pé diante da vestimenta um tanto mais complicada que a própria. E embora não fosse tradição, deu-lhe um beijo no dorso da mão, visto que naquela ocasião, os lábios não eram uma opção. Shinya sorriu com a ajuda a se levantar e uniu as sobrancelhas com o pequeno beijo, claro, estava derretendo por dentro, mas não diria nada, e fez o mesmo, retribuindo seu beijo e a reverência. Seguiu para fora do local, e ficava triste de não poder segurar a mão dele ao sair, vendo os amigos ali a espera.
Kyo saiu junto a ele, retornando todo o caminho pelo vermelho tapete cruzado ao interior do templo até que estivessem fora e assim finalizavam a cerimônia de casamento tão cheia de formalidades, quase sentia poder respirar novamente. Shinya saiu junto dele pelo local, caminhando calmamente e por fim, suspirou mais uma vez, sorrindo aos companheiros, e a mãe que parecia chorar mais do que a si quando viu a filha depois de viajar por tanto tempo.
- Já consigo respirar. 
Kyo disse a ele e deu-lhe um sorriso leve, como sempre, quase não visível se não fosse por seu costume em diferenciar as próprias reações aquela altura do campeonato. Shinya riu baixinho e assentiu a observá-lo.
- Posso te beijar agora?
- Não é apropriado, estamos com convidados. 
Kyo disse, com o mesmo semblante de riso sutil. 
- Hum... Hai. - Shinya murmurou e fez uma pequena reverência a eles. - Vamos nos trocar para seguir com eles ao salão.
- Vamos lá, caminhos opostos.
- Hai... 
Shinya murmurou e virou-se, seguindo para a escada ao canto e subiu para o andar de cima, embora quisesse muito vê-lo retirando aquele kimono. Kyo seguiu de volta ao aposento onde despiu-se das roupas de cerimônia e trajou-se com as roupas para o salão na pequena reunião que teriam, embora não usasse mais roupas tradicionais, continuou parcialmente formal. Usou calça e camisa sociais, sem gravata ou botões tão fechados até o pescoço. Shinya retirou o kimono igualmente, deixando-o de lado e sobre o corpo usou a camisa branca e calça preta, se mesmo modo que ele, porém tinha toques mais femininos do que no outro, e menos social, principalmente pelo casaquinho colocado sobre o corpo, bem, era o passivo afinal. Seguiu para baixo, no encontro a ele no fim da escada e sorriu ao outro, notando-o tão bem vestido, tão bonito e negativou consigo, livrando-se de alguns pensamentos maldosos.
- Está lindo.
- Roupas comuns. 
Kyo disse a ele e portava ainda no braço a vestimenta que levaria ao veículo o qual levaram o caminho até lá. 
- Adoraria ver essas roupas comuns mais de perto. 
Shinya murmurou a ele e riu baixinho.
- Então veja. 
Kyo disse e até lhe mostrou um pedaço de tecido da gola da camisa, provocando-o, mesmo embora não parecesse brincar. Shinya riu baixinho e negativou.
- No quarto.
- Vamos. 
O menor disse e seguiu com ele até o veículo onde deixou os trajes, o próprio e mesmo o dele. Shinya seguiu junto dele e adentrou o carro, no lado do passageiro e colocou o cinto.
- Vamos!
Kyo deu partida no veículo após a finalização da reunião e podia vê-lo ao lado enquanto ainda roubava um pequeno pedaço de bolo, com a ponta dos dedos mesmo. 
- Está gostoso, hum?
Shinya uniu as sobrancelhas e riu baixinho, lambendo rapidamente os dedos para esconder as provas.
- Hum, desculpe... Estava morrendo de vontade de comer.
- Você pode comer. Sua interação com o chantilly é interessante.
Shinya riu baixinho e lambeu os lábios sujos, observando o copo de saquê em uma das mãos dele. Kyo fitou seu mesmo alvo visual e entregou a bebida ao maior. 
- Pode beber, sabe que não sou amante do álcool.
Shinya assentiu e sorriu a ele, bebendo alguns goles da bebida e logo deixou o copo vazio sobre a mesa, roubando mais do chantilly, que lambeu dos dedos.
- Para onde vamos na lua de mel?
- Aonde quer ir?
- Ah, eu não sei... Você... Fez segredo até agora, não planejou nada?
- Fiz segredo da minha roupa, não de todo o casório.
Shinya sorriu.
- Que bom. Eu... Tenho um lugar pra te levar, acho que vai gostar, mas só um pouquinho.
- Vai me levar só um pouquinho.
- Não, você vai gostar um pouquinho. - Shinya riu.
- Bom, contanto que não seja a casa dos seus pais.
- Até parece que eu te levaria lá. Entre três ruas a frente, a esquerda.
- Pretende ir agora?
- Você não quer? Eu... Trouxe algumas roupas para você e eu, ficaremos por uns dias.
- Como planejou se pensava que íamos viajar?
- Não achava, sabia que não tinha planejado nada, mas tive que perguntar.
- Ora, tão previsível assim? 
Kyo indagou e por fim seguia o caminho por ele indicado. Shinya sorriu, meio de canto. 
- Você viu meu vestido, eu tinha que planejar algo, não?
- O que tem a ver uma coisa com a outra?
- Eu também posso fazer segredo ora.
- Uh, certo. Estamos indo lá.
Shinya sorriu.
- Só... Siga reto, sei que saímos da estrada e vamos subir um pouco.
- Como conhece o lugar por aqui? Buscou a partir das proximidades?
- Hai... Eu... Vim até aqui uns dias atrás. Espero que não se importe.
- Não. 
Kyo respondeu sua pergunta indireta e continuou o caminho indicado, esperando não se demorar até o destino.
- É lá no alto. 
Shinya indicou a ele, lambendo novamente o chantilly do dedo, desviou o olhar pela janela, e era tão bonito quanto havia visto dias atrás, o céu estava cinza, como ele gostava, e achava agradável assim, não gostava de sol.
- É aqui. 
Murmurou como indicação para que estacionasse e logo retirou o cinto a sair do carro, dando a vista a ele do pequeno chalé, que havia sido arrumado para os dois, e do alto, conseguia ver o mar lá embaixo, era tão bonito quanto se lembrava. Kyo seguiu a caminho alguns poucos minutos mais, alcançando o objetivo do maior, já bem entendido pela paisagem no qual se colocavam. Havia sido de fato uma boa escolha, fosse pelo clima ambiente, o dia sem cor e a escolha da paisagem. 
- É um bom lugar.
Shinya sorriu ao ouvi-lo e assentiu, sabia agradá-lo, ao menos um pouco.
- No noticiário disse que pode nevar amanhã. Temos uma lareira, vou fazer café pra você e o que quiser comer.
- Veio aqui pra me deixar confortável, hum? 
Kyo indagou ao se dirigir até o porta-malas, onde encontrou a bagagem já planejada por ele, o qual levaria a interior da pequena casa. No entanto parou próximo a ele conforme o indagava. Shinya desviou o olhar ao outro e assentiu.
- É isso que eu tenho feito... Não é?
- É isso?
- H-Hai.
- Está falando como uma mulher submissa.
Shinya uniu as sobrancelhas.
- Bom, eu só quero agradar você.
- Não é isso o que tem feito, estamos casados, isso não é sobre você cuidar de mim.
O maior assentiu, mesmo sem entendê-lo e observou as malas.
- Q-Quer ajuda?
Kyo negou e indicou a ele o caminho até a entrada. 
- Talvez queira se preparar. Tomar banho, escolher a lingerie da noite de núpcias. 
Disse, não falava sério sobre a lingerie, é claro. Shinya desviou o olhar a ele e riu, porém cessou na porta, antes de entrar, observando-o.
- O que? 
Kyo indagou ao cessar fronte a porta. 
- Bem, você... Não tem que me carregar pra dentro?
- Com as malas?
- Primeiro eu, depois as malas. - Shinya fez bico.
Kyo sabia que não falava sério, no entanto, deixou uma das malas no chão e bem, era pequeno mas não era fraco, e mesmo ele não pesava demasiado, o puxou num movimento e inclinou sobre o braço, parcialmente no ombro, levando-o para dentro. Shinya sorriu ao senti-lo segurar a si, porém arqueou uma das sobrancelhas, unindo-as em seguida e riu ao ser colocado de cabeça para baixo.
- Kyo!
- Estou te levando, mas tenho outro braço ocupado. 
Kyo disse e embora pudesse soar sério, tinha um leve sorriso para si mesmo. Shinya riu e assentiu, com dificuldade de falar.
- Hai! Ta bem...
Ao entrar na casa pequena, cuja decoração combinava com o exterior a seu redor, Kyo pisou no tapete macio em pele felpuda e deixou a mala ali mesmo, colocando o mais alto junto a mala, sentadinho. Shinya agarrou-se a ele ao senti-lo se abaixar, porém logo se sentou sobre o tapete e riu novamente, cruzando os braços.
- Pronto, noiva.
Shinya riu novamente e assentiu, deitando-se sobre o tapete e sorriu a ele em seguida.*
- Vem...
Kyo fitou o baterista sobre o macio tapete de pele sintética, sabia estar brincando, no entanto optou por levar sua brincadeira adiante. Deixou ao lado as malas e seguiu para porta, fechando que até então aberta, regrediu até ele e levou a mão à calça, desabotoando-a. Shinya observou-o a se afastar de si e o pequeno sorriso aos poucos se foi, sem entender, porém logo que ouviu o barulho da porta mordeu o lábio inferior, era óbvio o que faria. Desviou o olhar a ele, em sua calça e observava atentamente cada um dos botões que era desabotoado, ansioso por vê-lo como se fosse a primeira vez.
- Vamos, faça o mesmo. 
Kyo disse, indicando ao companheiro que seguisse em igual os próprios "passos" e assim desceu o zíper, no entanto deixando a roupa na lugar. Shinya assentiu e igualmente abriu o zíper e botões da calça enquanto o observava, claro, não a retirou, deixaria para que ele fizesse. O menor desviou a mão posteriormente aos botões da camisa, desacasalando cada um deles e o indicava que assim fizesse o mesmo. O maior sorriu a ele, novamente e sentiu um arrepio percorrer o corpo. Esticou uma das mãos e sentiu quase como se pudesse tocá-lo, sentindo cada um dos músculos em seu tórax. Por fim, guiou as mãos a própria camisa e a abriu igualmente, expondo o corpo, talvez magro demais a ele.
- Paciência. 
Kyo disse baixo mas legível a ele e notou o gesticular de seus dedos como se pudesse ser alcançado. Fitava-o ao se despir e tirou a camisa, embora não pensasse ser necessário. E no término da peça superior, levou a mão em sua calça e puxou-a pelos cós quadris a baixo, tirando-a consequentemente junto a seus calçados. Shinya suspirou ao senti-lo puxar a própria calça, sorriu é claro e mordeu o lábio inferior, observando-o a espera de que viesse sobre si, e tinha somente a roupa intima meio desajeitada sobre o corpo, assim como a parte de cima, mas logo tratou de retirar o casaquinho e camisa. Tão logo após sua veste inferior, Kyo tratou de tirar o ultimo tecido em seus quadris a deixa-lo nu, pelo menos na parte de baixo, e deu uma conferida no que tinha sobre o baixo ventre. Shinya sorriu a ele, meio envergonhado por tê-lo vendo a si tão diretamente e esperou-o pacientemente como ele mesmo havia indicado, estendendo uma das mãos a ele.
- Então... Vamos consumar o casamento no tapete de um chalé? Nada tradicional... - Shinya riu.
- Você me chamou, agora estou atendendo. 
Kyo retrucou ao baterista e se levou ao meio de suas pernas ao conseguir o espaço entre elas conforme as afastava. Deixou o peso sobre uma das mãos que descansou ao lado de seu rosto deitado no tapete da sala aconchegante no chalé. E com a outra, abaixou o que era suficiente da própria roupa intima, livrando o corpo cuja os dedos envoltos o prepararam para ele. Shinya sorriu a ele e assentiu, observando-o tão perto de si e deu-lhe um pequeno selo nos lábios enquanto sentia sua mão em meio aos corpos, se estimulando, e segurou-o, ajudando-o a fazê-lo.
- Kimochi...
- O que? 
Kyo indagou, perguntando sobre o alvo de sua frase, ou palavra. E abandonou o toque a deixa-lo por conta de seus dedos, dando outro uso aos próprios, quais levou até o meio de suas pernas, tocou seu íntimo e o delineou, o acariciando até por fim penetra-lo, aos poucos.
- Você... - Shinya murmurou. - Seu corpo junto do meu... Adoro isso. - Sorriu a ele e lhe selou os lábios novamente. - Ainda acho uma pena você ter tirado aquele quimono, adorei você com ele. 
Murmurou e riu baixinho, dando-lhe um aperto pouco mais forte no membro e deslizava em suaves movimentos de vai e vem. Fechou os olhos ao senti-lo pressionar a si no local, não que fosse tão dolorido como na primeira vez, mas de mesmo modo era meio incômodo e gemeu, dolorido, porém sutil.
- Temos yukatas, podem te dar a ilusão dos quimonos. 
Kyo retrucou ao ouvi-lo, sentindo seus dedos suaves, por sorte não era um guitarrista, pensou e até sorriu no pensamento estúpido. Com os dígitos sobre seu íntimo, continuou a adentra-lo até que o completasse com o dedo médio, por lá permaneceu alguns minutos e ainda sentia o toque cuidadoso com que ele massageava o sexo já ereto. Shinya mordeu o lábio inferior e sorriu novamente, assentindo ao ouvi-lo.
- Então mal posso esperar para te ver de yukata. 
Murmurou e lhe selou os lábios uma terceira vez, e última, já que empurrou a língua para seus lábios e beijou-o enquanto separava pouco mais as pernas, dando espaço a ele para adentrar o corpo e um novo gemido escapou dos lábios, seguido das sobrancelhas unidas e continuou a apertá-lo entre os dedos, lhe dando a sensação de estar dentro de si, só não pela temperatura da mão, que não se comparava a do interior. 
Kyo não era facilmente levado pelas provocações, não cedia habitualmente. Mesmo o toque de seus dedos insinuando a penetração, o que não era do feitio do companheiro. No entanto levou a mão até a sua, desvencilhando o toque e tomou-se entre os dígitos a se levar para ele, roçando seu corpo com a ponta do membro. 
- Não precisa de delongas, hum? 
Indagou, contra seus lábios espessos pedintes pela continuação do beijo. 
Shinya teve um leve sobressalto ao sentir a mão dele sobre a própria e uniu as sobrancelhas, sem entender, porém logo o ouvira e abriu um pequeno sorriso de canto, assentindo a ele e guiou as pernas ao redor de seus quadris, concentrando-se logo após no beijo que havia imposto antes. Embora retomasse a seu beijo, Kyo deu uma ajeitada no que faziam embaixo, beirando-o com o sexo já preparado a ele, e vagarosamente o penetrou, não pensando ser necessário um pouco mais de preparo em sua parte, já era um homem preparado para isso, afinal não era um virgem. Ainda assim o adentrou suavemente, aos poucos colocando-se dentro dele, sentindo a passagem suave para por fim completa-lo, sendo envolto por seu âmago cálido e embora já não intacto e nem demasiado apertado, ainda era estreito, confortável. Logo se pôs completamente dentro dele, e não se demorou para mover os quadris enlaçados por suas coxas.
O gemido baixo deixou os lábios de Shinya, porém se tornou mais alto ao senti-lo se empurrar para si, abrindo as paredes fechadas do corpo, como costumava fazer, porém, a feição dolorida não durou quando voltou a beijá-lo e pressionou-o entre as próprias coxas sutilmente, abrindo um pequeno sorriso nos lábios.
- Somos... Oficialmente casados agora... Senhor Niimura. - Murmurou e riu baixinho.
- Sempre fui Niimura, a novidade vem pra você. 
Kyo disse-lhe contra os lábios e mordiscou o inferior, não habitual. Moveu-se no entanto, passando a penetrá-lo com ritmo, aos poucos sutil, aumentando-o a medida em que o sentia se habituar com a penetração. Shinya sorriu a ele, deslizando uma das mãos por sua face a acariciá-lo enquanto sentia seus movimentos contra o corpo e vez ou outra deixava escapar um gemido dolorido, mas prazeroso.
- Vai colocar outro bebê aí? 
Murmurou e riu baixinho, claro que brincava.
- Você está querendo outro. 
Kyo retrucou e percebia sua vontade de ter outro filho, há meses na verdade, podia notar o interesse do companheiro, embora pensasse que dois eram filhos o suficiente, gostava por não ser pouco, nem muito. Mas gostava do número três. Shinya riu baixinho e negativou, era verdade, claro, mas talvez não devesse dizer, não sabia se ele o queria e podia acabar se decepcionando.
- E-Eu... Não disse...
- E nem precisa dizer. 
Kyo disse, ainda se movia, menos, porém retomou o ritmo aos poucos, tornando-o aos poucos vigoroso, de modo que cada vez mais podia ouvir a pele ressoar contra a sua, entre suas pernas, suas coxas. Shinya gemeu, baixo, mas prazeroso e uniu as sobrancelhas, aproximando-se dele a segurar sua nuca com uma das mãos, acariciando-o e fechou os olhos, repousando a face sobre seu ombro.
- M-Motto...
- Mais o que? 
Kyo indagou, não que fosse provocá-lo com palavras, mas queria saber. Mesmo assim se moveu mais forte, ou mais rápido, colocando em prática ambas suas opções.
- Ah! 
Shinya gemeu, prazeroso ao sentir seus movimentos e mordeu o lábio inferior, suspirando em seguida e tentou arrumar forças para dizer em meio a sensação gostosa pelo corpo ao senti-lo atingir a si naquele ponto sensível.
- M-Mais forte...
- Mais? 
Kyo tornou dizê-lo, não que fosse difícil atendê-lo e tornou intensificar a força com que o penetrava, estalando entre suas pernas, atingindo até seu fundo, num ponto de seu corpo que já o conhecia, já sabia onde encontrar. Soou um pouco falhado, usando o fôlego para toma-lo. Shinya gemeu novamente, mais alto e agarrou-se a um dos braços dele com uma das mãos, apertando-o ali onde gostava e inclinou o pescoço para trás, sabia que não iria aguentar muito tempo, mas cada um daqueles movimentos, era o suficiente para fazer estremecer o corpo, e até chamar pelo nome dele em meio aos gemidos. Kyo sentia contra o sexo a sensibilidade de seu corpo, envolvendo aquela parte com os espasmos em seu âmago, apertando a ereção como se fosse prendê-la alí dentro. E decidiu por levar uma das mãos a seu sexo igualmente desperto, e toca-lo como o que sentia em seu interior, envolvendo-o com os dedos passou a masturba-lo no mesmo ritmo com que o adentrava. O maior desviou o olhar a ele ao sentir os toques e uniu as sobrancelhas. Já não aguentava os movimentos dentro de si, e agora tinha que lidar com ambos. Repousou a cabeça sobre o tapete e fechou os olhos, pressionando-o novamente nos quadris com as pernas e as mãos deslizaram por suas costas, arranhando-o a deixar marcas vermelhas sutis pela pele.
- K-Kyo... Iku yo...
Junto ao seu, trazia igualmente o próprio ápice, não que Kyo não pudesse contê-lo, mas terminaria junto a ele, que na verdade havia alcançado a sensibilidade com rapidez maior que habitual. Sentia sob os dedos sua pele macia e quente, acobertando o músculo firme abaixo dela, e assim seguia a deslizar por todo seu comprimento, dando breve atenção junto ao dígito polegar sobre sua glande, sentindo gotejos pela fenda pequena na ponta, tão logo, não se demorou a sentir o respingo vigoroso contra a mão, denunciando no jato morno e denso seu ápice ligeiro atingido, o que deu vazão à liberdade que tomou e não precisou de mais que três ou quatro vigorosas investidas para atingir junto a ele o auge do prazer. Shinya manteve os olhos fechados a apreciar as investidas dele, gostosas e as carícias que sentia, que não eram comuns, mas aquela também não era uma situação muito comum. Desviou o olhar a ele, agarrando seus cabelos loiros entre os dedos com uma mão e junto dele, gozou sem poder mais se conter, deixando escapar o gemido prazeroso e inclinou o pescoço para trás, mordendo o lábio inferior.
Kyo enterrou-se dentro dele com uma investida que dava aparte do ritmo, e por lá permaneceu por um tempo até que o ápice fosse completamente atingido. Interrompeu mesmo o toque em seu sexo quando finalmente deixou de respigar seu prazer, mesmo embora continuasse com os dedos em torno de seu membro que aos poucos se tornava flácido, afetado pelo prazer que sentia esvair aos poucos. Quando fez-se satisfeito, enfim se retirou de seu dele, e ajoelhado entre suas pernas, usou qualquer parte da camisa para limpar o sêmen ainda na pele. Shinya deslizou a mão pelas costas dele, acariciando-o, sentindo-o no pequeno tempo que ainda restava sobre si e sorriu logo em seguida ao vê-lo se levantar, e estava preguiçoso com aquela sensação tão gostosa pelo corpo.
- Kimochi...
- Hoje você foi bem rápido. O casamento te excitou ou isso foi o quimono?
Shinya uniu as sobrancelhas e riu baixinho.
- Foi o quimono.
- Não tinha ideia de como você podia gostar de quimonos.
- Se soubesse o que teria feito?
- Nada, acha que eu usaria como estimulante sexual? Não é como se eu precisasse.
- Ah, não... A farda que comprei pra você está jogada. - Shinya riu.
- Hum, um dia eu uso.
- Você já disse isso várias vezes.

- Ainda não chegou o dia.

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