Midori e Akai #2

Akai colocou o travesseiro e cobertor na cama, estava se preparando pra dormir, e podia vê-lo arrumar o seu lado da cama de casal do quarto de hóspedes. 
- Eu gostei do filme. 
Disse depois da hora toda de silêncio.
- É, eu sei que preferia o de comédia romântica. 
Midori provocou quando enfim se deitou, já até havia tomado banho. Akai estreitou os olhos. 
- Não, eu gostei do de terror.
- Sei, sei. 
Midori provocou mas se ajeitou após um trago d'água. Virado para ele, não era tímido embora soubesse que ele era e estava tão silencioso como não costumava ser. Akai suspirou e se deitou na cama, já estava sem camisa então se manteve daquela forma, só de roupa íntima e shorts que não era muito comprido.
- Ah... Boa noite.
- Boa noite. 
Midori falou baixo e fechou os olhos pouco depois, voltou a abri-lo alguns minutos depois, observando seu rosto amarrotado no travesseiro, sorriu, mas fechou os olhos e dormia muito facilmente. Akai sorriu para ele, meio de canto e fechou os olhos, estava incomodado, mas teria que dormir, tentaria na verdade. Sem demorar, Midori caiu num cochilo, pesando a respiração, embora pudesse estar alerta. Akai fitou o rosto dele, ele era tão bonito mesmo enquanto dormia, e não sabia por que estava olhando pra ele daquela forma, não era normal, mas sentia o coração bater mais forte quando o olhava assim. Devagar se aproximou e esperava que ele não acordasse, porque Inclinou-se para ele, podendo sentir sua respiração e selou seus lábios. Midori sentiu seu toque, na verdade sentiu até mesmo o farfalhar na cama, dormia um pouco atento e como o cochilo era recente, logo acordou, sentindo seu beijo brando, acabou por abrir os olhos e fita-lo de perto. Akai abriu os olhos e ao fitar os dele, arregalou os próprios, afastando os lábios rapidamente, a respiração descompassada e uniu as sobrancelhas, em silêncio. Midori notou sua expressão, parecia quase desesperado, mas diferente do que fazia normalmente, não estava tentando falar ou provocar a situação a fim de se voltar a favor dele, por isso, sorriu canteiro e esticou a mão para tocar seus cabelos, como fazia. Ao sentir o toque, o menor permaneceu no lugar e o fitava naquele escuro, quase não conseguia ver nada, exceto pela pequena iluminação que entrava por debaixo da porta, do corredor. Suspirou, ainda tão perto e fechou os olhos, já o havia beijado, então dane-se. Tocou os lábios dele com os próprios, firme e dessa vez, empurrou a língua para a boca dele. 
Midori notou reaproximar-se e entendeu que ia refazer aquilo, queria que fizesse, abriu a boca e saudou a língua dele, tocando-a com a ponta e também seu lábio. Já havia algum tempo que descobria algum interesse no amigo, já havia tido uma ideia diferente sobre ele e sabia bem como havia começado, só não ia imaginar, que terminaria tendo aquilo, embora Akai parecesse um pouco duvidoso. Midori suspirou, sentia os sentimentos confusos, eram um turbilhão no peito, o queria realmente, de verdade e por isso o beijava. Se lembrava de ver o amigo na educação física, o short curto dava um pouco de calor em si, se lembrava de olhar e tentar não fazer, mas era impossível. Sabia também que não tinha nenhum interesse em meninas, porque não sentira atração quando beijou uma, mas não queria pensar naquilo, não queria pensar que poderia ser gay. Akai deslizou a mão de seus cabelos tocados até a nuca, o segurou suavemente enquanto formulava o gesto com a mesma suavidade com a boca, era um beijo que parecia incerto ou receoso para ambas as partes. Akai suspirou, estava tão bem perto dele, ele era quente, queria seu toque, queria senti-lo, e por isso tocou seu ombro, apertando-o ali enquanto a língua brincava com a dele. Midori curvou-se, o que fez se aproximar um pouco mais dele, saindo do travesseiro onde deitado até então, mas retomou o beijo, penetrando-o em sua boca. Ao invés de ir para trás, Akai se deitou e de certa forma o puxou sutilmente sobre o corpo, fazendo-o se deitar sobre si, Midori surpreendeu-se diante da puxada, não que fosse vigorosa, porém, era íntima e bem, era apenas um primeiro beijo. Mas continuou, penetrando sua boca, massageando com sua língua, ainda devagar. Akai suspirou, e só então percebeu o que havia feito, por isso cessou e num pequeno selo, apartou o beijo. Sem prever, Midori sentiu seu beijo breve, interrompendo o beijo tão logo quanto começou. 
- ...
- ...
- ... D-Desculpe. - Akai murmurou contra os lábios dele.
- O que? Estava gostoso. 
Midori disse sob seu pedido de desculpas, deixando claro que não havia se incomodado. Ao ouvi-lo, Akai assentiu, ainda desajeitado, mas voltou a beija-lo, empurrando a língua para a boca dele. Midori ganhou seu novo beijo, quase riu, achando as investidas curiosas, era quase como se quisesse não fazer aquilo e não pudesse conter. Akai segurou-se nos cabelos dele e fora firme enquanto o beijava, gostava da boca dele, ele era tão bonito, não conseguia parar de pensar nisso e no gosto doce de seu creme dental de menta. Midori lambiscou seus lábios, sugou suavemente enquanto o beijava. Deslizou a mão por seu ombro, desceu até a cintura e acariciou sua pele nua, não tinha outra intenção senão sentir sua pele.  Akai suspirou, mesmo contra os lábios dele, e apreciava ainda o gosto doce em sua boca. A mão deslizou para sua camisa, adentrando-a em suas costas e igualmente, somente o acariciou. O maior sentiu a pele eriçar sob o toque brando do menor, era gostoso. De olhos fechados, continuava o beijo devagar, tendo como se concentrar em cada movimento de sua língua. O menor permaneceu com o beijo por um tempo, até perceber que estava sem ar para continua-lo e havia até mesmo se esquecido de como respirar por se concentrar na boca dele. Suspirou e deslizou uma das mãos pelos cabelos dele, no aparte dessa vez, de ambos, e novamente selou seus lábios. Midori afastou-se, pareciam mutuamente satisfeito no quanto haviam ido do beijo até então aparta-lo e finalizar com seu beijo suave e superficial. Gostava dos momentos em que ele parecia tão brando e tranquilo, costumava ser o único a ver aquela parte, nem mesmo Mitsuhiro podia ver. Akai deslizou a mão pela mecha dos cabelos dele na lateral de seu rosto, e fora a última carícia que havia dado nele, depois, silencioso o observava sobre si, e não podia ver nada mais corretamente, nem o brilho de seus olhos, só o escuro.
- Hum... Bom descanso. 
Midori disse embora ainda estivesse sobre ele e embora pouco visse de sua silhueta, sabia que estava perto porque sentia sua respiração. Selou seus lábios, foi como uma despedida. Akai assentiu ao ouvi-lo, e foi a resposta que havia dado a ele, porque retribuiu o selo nos lábios e afastou-se assim que ele saiu de cima de si, e virou-se de costas, fechando os olhos com força, sem acreditar no que havia feito.