Yuuki e Kazuto #81 (+18)


Yuuki levantou-se após o jantar, o pagamento feito por ele com o uso do cartão no próprio nome. Deu-lhe até uma encarada enquanto formulava o pagamento, talvez uma pressão psicológica, e via-o sorrir, como uma criança tímida após fazer algo errado. Seguiu até o exterior do restaurante, acendendo um cigarro que descansou entre os dedos e tragou, fitando o menor de soslaio. Ao seguir com ele para o caixa, Kazuto passou o cartão, fitando-o de soslaio igualmente e deu a ele o sorrisinho, saindo logo em seguida a observar seu cigarro, e achava seguro ficar pouco longe dele enquanto tinha algo que queimava por perto.
- E aí, pagou a conta? 
Yuuki disse, provocando-o ainda sobre seu método de pagamento. Fitando-o na distância que havia tomado cautelosamente, alguns metros de si. Consigo atravessou a rua, seguindo ao lado mais obscuro da região, iluminada por algo como postes sutis de luz, uma luz amarela e baixa demais. 
- Não costumava ter uma restaurante aqui.
- Paguei. - Kazuto sorriu a ele meio de canto e riu baixinho, seguindo com ele para o outro lado da rua, embora ainda cauteloso. - Não, abriu recentemente.
- E parece que a você foi muito conveniente, hum. 
Yuuki disse, referente a seu novo lugar de observação. Ao chegar lá, encostou-se a parede, fitando a lataria que ele mais cedo havia falado, ao observar o lugar, de alguma forma, tinha uma visão diferente de tudo o que havia acontecido ali e até então. Da mesma forma não entendia como e porque ele tinha apego àquela lembrança ou qualquer outra.
- É, eu gostei. 
Kazuto murmurou e sorriu meio de canto, e como ele, observava o local, silencioso, notando a luz quase inexistente, o que havia desesperado tanto a si naquela época, e tinha certeza que se se aproximasse da lixeira, conseguiria sentir o mesmo que sentiu naquele dia novamente, e ao contrário do que ele pensava, não era uma boa lembrança, quer dizer, havia sido a primeira vez com ele, mas havia traumatizado a si de uma forma gigantesca de mesmo modo, nunca havia se sentido tão inseguro sobre o que era e o que queria, nunca havia sentido tanto medo, de tudo ao mesmo tempo, da morte, da dor, de alguém, havia sentido uma injeção de adrenalina, que desde aquele dia, parecia não desligar mais. Um suspiro deixou a si, e talvez ele não entendesse os próprios pensamentos, ainda mais com os sentimentos misturados e caminhou para dentro do local, agora não tinha mais nada a temer, e no chão, viu a pequena mancha de sangue, conhecida, e própria, onde as roupas haviam sido retalhadas pelas unhas dele.
- Se tem tanto medo, por que é que quer vir aqui? 
Yuuki indagou, encarando seu passeio, vendo seus passos por onde andava no beco, e sentia vindo dele a incerteza, um desconforto, uma sensação que não era de prazer, e ainda assim queria ir até lá. Estranho era perceber que eram os mesmos protagonistas daquela ocasião, e agora, tinham uma vida completamente diferente. Kazuto desviou o olhar a ele, observando seus olhos vermelhos que brilhavam no escuro, de alguma forma não davam mais tanto medo.
- Porque os humanos se submetem a situações que dão medo, pra se superar e seguir em frente, ou para encarar os medos que tem. - Suspirou e manteve-se em silêncio por alguns segundos. - ... Mas talvez devêssemos ir embora.
- Porque os humanos se submetem. - Yuuki disse, copiosamente. Porém negou. - Não filosofe comigo, humanos são covardes e estúpidos, se você gosta de encontrar o amor na sua dor, é algo seu, mas não seja tão abrangente, a maioria dos humanos são frouxos, medíocres, nada além de comida. 
Disse e deixou o cigarro entre os lábios, pegou o garoto como se fosse uma criança, por baixo de seus braços, quase nas axilas, o ergueu e colocou sobre a lataria. Kazuto uniu as sobrancelhas ao ouvi-lo e até engoliu em seco, percebia que haviam se passado vinte anos, mas ainda sentia o medo que sentia naquele dia.
- ... Yuuki, não quero mais fazer isso.
- Cale a boca, Kazuto. Não adianta tentar fazer cu doce agora, só porque acha que isso vai me divertir mais. Apenas vamos fazer isso. Tire a calça.
- Não estou fazendo cu doce. Só estou desconfortável. 
O menor falou e encolheu-se a observá-lo, embora não quisesse desobedecê-lo.
- O que você vai sentir vai ser algo bem longe de desconfortável.
Kazuto uniu as sobrancelhas e observou-o, o rosto dele, a expressão, e ainda tinha vontade de chorar, talvez um nó na garganta, em saber que vinte anos depois ele ainda via a si como um verme. Silencioso, retirou a calça e já sentia os olhos molhados pelas lágrimas. Yuuki fitou-o enquanto tirava a roupa timidamente, ou talvez sofrido. Aos poucos seus olhos habitualmente rubros pareciam brilhar um pouco mais que o comum, úmidos. 
- Chorão.
Kazuto assentiu, deixando a roupa de lado e desviou o olhar a ele.
- Pronto.
Yuuki fitou a roupa inferior ainda em seus quadris, tornando quase inútil o fato de que havia tirado a calça, já que algo ainda estava no impasse, mas não era um problema. Passeou o dedo pela costura lateral da boxer, rompendo a linha, abrindo a peça, com a unha arisca, afiada, como ele bem sabia. Kazuto sentiu e ouviu o barulho da costura da própria roupa e uniu as sobrancelhas, sentiu-a sair do corpo, quase na mesma hora e observou-o novamente, apoiando-se no local com as mãos trêmulas.
Quando o livrou de sua roupa descosturada, desfazendo a costura do outro lado da coxa, o maior puxou o tecido pelo meio de suas pernas e livrou seus quadris da peça, revelando seu corpo, suas partes íntimas e tomou-o pelos quadris, trazendo-o à beira. Aquela altura, mesmo que ele dissesse não querer sabia que gostava de reviver aquele momento passado, mas que ainda que ele quisesse, nunca faria ser igual, nada naquela situação poderia ser igual. Kazuto suspirou, e estremeceu ao senti-lo puxar a si, aproximou-se dele e observava-o com as sobrancelhas unidas e embora ele pensasse naquilo, não gostava de reviver aquele momento com o sentimento que tinha em si naquela hora. Gostava dele, não, o amava, mas se sentia mal, algo não encaixava em si, sabia que ele, hoje, estava consigo, e tinha a si como parceiro, mas se perguntava se ele não gostava de si só por ser um infeliz irritante ou se realmente gostava, e não poderia perguntar a ele, ele não iria acalmar a si, no máximo, piorar o próprio sentimento. Fechou os olhos, inclinando o pescoço para trás e deixou a cabeça bater contra a lata de lixo, não morria mesmo, e não fora tão forte, fora uma tentativa de afastar os pensamentos. Yuuki franziu o cenho, causando fendas expressivas entre as sobrancelhas, desgostoso sobre o surto breve, não gostava de intensas demonstrações de sentimentos, causavam em si algum desconforto. Ao puxa-lo por sua cintura, virou-o habilmente de costas e empinou seus quadris conforme disposto com o peito junto a lata de lixo. Kazuto uniu as sobrancelhas ao senti-lo empurrar a si de costas e abaixou a cabeça, sabia porque ele havia feito aquilo, então permaneceu em silêncio, e não cogitaria mais alguma ideia.
A mão de Yuuki sobre sua blusa de frio deslizou até erguer de leve e desceu pela coluna onde a ponta das unhas roçavam superficialmente sua pele, dando a ele a expectativa de ser ou não ser ferido por elas, mas não o faria por hora. Deslizou até a lombar, tocou a pequena fenda seguida na entrada ao meio de suas nádegas e resvalou até seu ponto mais íntimo. Kazuto arrepiou-se, dos pés a cabeça, sentindo as unhas afiadas dele a roçar na pele, e sabia que ele estava apenas ensaiando, mas assim que tocasse a si sobre o íntimo e quisesse entrar, a dor seria diferente. Yuuki deslizou com a fina unha em seu âmago, delineando a região na expectativa que lhe dava de feri-lo ou penetra-lo com o dedo, mas não fez. 
- Coloque seu dedo.
Kazuto desviou o olhar a ele e uniu as sobrancelhas.
- O-O dedo? - Murmurou sem entender.
- Coloque seu dedo em si mesmo. Penetre-se.
O menor assentiu, guiando uma das mãos entre as pernas e suspirou, encolhendo-se pouco conforme tocou-se e massageou sem penetrar.
- Ah, precisa rolar um carinho antes, é?
- Sim ora, eu nunca faço isso... 
Kazuto murmurou e tratou de expor a ele o que fazia, sutilmente e suspirou, relaxando um pouco os pensamentos. Por fim, empurrou o dedo para dentro, deixando escapar um gemido baixinho.
- É só você, não é como se precisasse ter cautela com seu próprio corpo. 
Yuuki retrucou e voltou a tragar o cigarro, observando seus rodeios para fazer o que mandava, por pouco não enfiou o próprio dedo nele, impaciente. Tomou seu pulso, empurrando seu próprio toque em si, afundando-o. 
- Assim, rápido.
Kazuto uniu as sobrancelhas novamente ao senti-lo empurrar o pulso e abaixou a cabeça, assentindo conforme sufocou o gemido e empurrou-o por inteiro em si, iniciando o vai e vem, embora igualmente lento, estava dolorido.
- Vamos, Kazuto. Faça isso como se estivesse tentando me convencer de que dentro de você é bom. - Yuuki disse e tornou empurrar seu punho.
O menor ouviu-o em silêncio e assentiu, de alguma forma, gostava de se sentir coagido por ele de fazer alguma coisa, fora assim que começaram de todo modo. Empurrou o pulso novamente, dessa vez, fora a si mesmo e em conjunto do primeiro dedo, colocou o segundo e gemeu, prazeroso embora fosse dolorido. Yuuki regrediu alguns passos e encostou-se à parede, fitando-o dali no que mandava fazer, não precisou dizer novamente, encarava-o a descobrir seu corpo, se é que nunca o havia feito, agora estava. Kazuto suspirou, e embora estivesse a tocar a si, não gostava de fazê-lo sozinho, já havia feito, para ele mesmo algumas vezes, mas preferia que ele o fizesse, mesmo com as unhas compridas. Gemeu novamente, empurrando ambos os dedos para o fundo do corpo e mordeu o lábio inferior.
- É assim que vai me convencer? 
Yuuki indagou, observando em sua penetração manual, e por suas expressões parecia sofrido, dolorido ou tímido. Deu-lhe até um riso que soou soprado, nasal. 
- Não gosto de me tocar com os dedos, gosto do seu pau. 
Kazuto murmurou e com a mão livre tocou o próprio membro, deslizando por ele, acariciando-o e passou a mover a mão, saindo e voltando a se enfiar no próprio corpo.
- Do meu pau, hum? 
Yuuki disse, fitando-o ainda de onde estava e viu-o tomar o membro, o que não lhe havia dito a fazer, ainda assim, não o impediu, pareceu agradável de se ver. 
- Contenha-se.
- N-Não me pediu pra te dar vontade? 
Kazuto murmurou e apertou-se entre os dedos, porém se soltou em seguida, e já se sentia ereto, dolorido, fora quando passou a se empurrar mais forte para dentro do corpo, buscando o local que gostava, mas não conseguia achar.
- Eu disse pra provocar, não pra você gozar. 
Yuuki disse em resposta e lá continuou até que o cigarro se reduzisse em cinzas e por fim o deixasse em qualquer canto da calçada. Dali mesmo tocou o zíper da calça vinho escura, baixou-o e desabotoou-a. Kazuto suspirou, assentindo a ele e pôde ouvir o barulho do zíper da calça, apurando os ouvidos para os movimentos do outro. Observou o local onde se apoiava e sentia as pernas trêmulas, quase podia sentir o sangue escorrendo pelo corpo novamente, pelas pernas e estremeceu.
- O que há com todo esse cheiro? 
Yuuki indagou ao garoto, embora não estivesse realmente esperando sua resposta e sorriu-lhe agora com os dentes, seguindo até ele e sua lata de lixo tão adorada. Tomou rapidamente pelos quadris e puxou-o à beira, afastou-lhe as coxas e trouxe-as para as laterais do próprio quadril.
- C-Cheiro? 
Kazuto murmurou e uniu as sobrancelhas ao senti-lo puxar a si conforme virou de frente e retirou os dedos do próprio interior, dando espaço a ele entre as próprias pernas, e quase já podia senti-lo adentrar o corpo, estava ansioso por ele, por senti-lo.
- De medo. Está deixando escapar. 
Yuuki retrucou em sua questão e fitou seu rosto como sempre, como se estivesse querendo chorar, tinha naturalmente aquela feição chorosa, o que gostava. Ao puxar suas coxas, empurrou-o no peito e o fez se deitar na lata que ressoava com ruído metálico em qualquer movimento. Acomodou seu posterior de coxas contra o peito e sua bunda na altura do ventre, não teve delongas a sacar o membro bem disposto e leva-lo para o meio de suas nádegas, roça-lo pesadamente e enfim adentra-lo, encaixando-o depressa.
- Esse lugar ainda é um pouco desconfortável pra mim... 
Kazuto murmurou a ele, porém, assustou-se com seus movimentos e sentiu a lata dura atrás das costas conforme teve que se deitar e gemeu, dolorido, gemido que fora repetido logo após ao senti-lo se empurrar para si e estremeceu, só não fora pior por ter se tocado antes com os dedos, mas ainda assim era dolorido.
- Y-Yuuki!
- Não parece, já que vem aqui e fica no restaurante olhando esse lugar. Você não sabe o que quer. 
Yuuki disse e soou um pouco rouco, afetado pela sensação do corpo já imerso no seu. Ao se encaixar facilmente em seu íntimo apertado, sentia-o um pouco difícil, mas não impossível. Apertado por todo o comprimento, firme em toda a base e logo deu a primeira investida, iniciando o ritmo que não demorou para tornar frequente e puxa-lo em vaivém, vigorosamente, manejando pelos quadris. 
- É que é diferente vir sozinho e vir acompanhado do vampiro que me rasgou naquela noite em todos os sentidos. 
Kazuto falou a ele, e era tímido, mas sabia que aquela palavra poderia excita-lo, e queria fazê-lo, gostava dos fios finos de sentimento dele que sentia, quando algo o excitava de alguma forma, ainda tinha aquelas poucas sensações, tendo o próprio sangue junto ao dele em suas veias e a excitação que ele sentia por estar em si, podia saber como era, mesmo pouco distante. Gemeu, inclinando o pescoço para trás a fechar os olhos por um pequeno tempo e mordeu o lábio inferior, apreciando suas investidas, que aos poucos se tornavam mais firmes, sentia-o em todo o caminho a rasgar o corpo novamente.
- Não é diferente se você sabe que em casa vai encontrar esse mesmo vampiro. 
Yuuki retrucou em sua analogia e para ele talvez a palavra podia soar excitante, mas era algo comum para si, talvez por saber que não era a ele algo habitual, por saber que lhe era proposital, gostava mais de sua ingenuidade e sua fragilidade, característica que não importando o quanto deixasse de ser humano, ainda seguia com ele. Penetrou-o com força, sentindo a sensação de passar para dentro dele, tinha ainda, mesmo há alguns anos seu pouco calor humano, algo que levaria um tempo para esvair. Segurava-o por seus quadris estreitos, assim como toda sua pequena estrutura corporal, puxando-o para si a medida em que o penetrava, e acertava insistentemente no fundo de seu corpo já habituado àquilo. Kazuto assentiu ao ouvi-lo, unindo as sobrancelhas, e gostaria de poder entendê-lo, mas era difícil, ele tinha uma mente muito complexa para si. Gemeu, prazeroso e dolorido conforme o sentiu se empurrar para dentro do corpo, e ele certamente poderia sentir aqueles dois sentimentos em si, muito contraditórios, mas que sempre acompanhavam o corpo, talvez uma pontada de medo, bem ao fundo. Sabia que ele era inconstante, e sabia também que era um humano transformado, e ele não gostava de humanos, embora não soubesse o porque, tinha medo de que um dia ele simplesmente enjoasse de si, e não sabia quando aquele dia iria chegar, por isso, vivia insistentemente com medo, e fazendo o possível para agradá-lo, e se dar a ele o próprio corpo da forma como fosse, fosse fazê-lo ficar consigo, então o faria, não importando se partisse a si em pedaços.
Yuuki não tinha ciência de seus pensamentos, embora pudesse sentir suas sensação, a exatidão de seu raciocínio não era possível, a menos que esses pensamentos lhe causassem sensações como aquelas, medo, dor ou prazer que era o que sentia por hora. No entanto o contrário do que ele podia pensar, se fosse capaz de não querê-lo mais, não seria um simples ato sexual, violento ou não, que faria estar ao lado dele, descartaria-o ainda que fosse impecável, mas eram vampiros, e uma vez que fosse ele, alguém capaz de causar algum sentimento amoroso em si, quisesse ou não, não seria possível desfaze-lo, no máximo sentiria raiva, sentimentos contraditórios, mas nada que pudesse desfazer aquela maldição, ainda assim, já estava conformado com a ideia. Tocou suas coxas e deslizou de volta para as nádegas, eram movimentos rápidos, assim como o puxou, penetrando-o novamente vigorosamente e com uma das mãos, que deixou livre, tocou seu peito e subiu por baixo do tecido, e embora roçasse a unha, causando-lhe um ardor na pele, não chegou a rasgar sua cútis. Kazuto uniu as sobrancelhas a observá-lo, guiando ambas as mãos sobre os ombros dele a apertá-lo, e sentiu-o deslizar as mãos por baixo da camisa, tocando a pele, marcando-a, era mais do que obvio que pertencia a ele, não precisava daquelas marcas. Suspirou, e talvez fosse melhor não ler a mente dele, não iria gostar nada de ler palavras como maldição quando se tratava da relação que tinha com ele, de todo modo, não podia fazê-lo, e era acostumado ao silêncio dele, então ao observá-lo, somente se mantinha de mesmo modo, no máximo os gemidos doloridos, e o barulho da lata a bater contra a parede.
- O que há, princesa, não gostou de passar por esse caminho, ah? Não é o que você procura reviver todos os anos? Não queria transar em cima de uma lata de lixo e ser fodido com força? 
Yuuki disse, quebrando aquele mesmo silêncio, até então cortado pela lata de lixo e mesmo o ritmo dos quadris a medida em que o atingia, e a pele estalava com a sua. Subiu com a mão em seu peito, tocou seu pescoço, saindo pela abertura de sua blusa de frio. Kazuto desviou o olhar a ele ao ouvi-lo falar consigo, e permaneceu alguns segundos a observá-lo, silencioso, e fazia tanto tempo que não o ouvia falar consigo durante o sexo, que até estranhou, mas o arrepio que sentiu na coluna foi bem pior do que qualquer um teria sido, até o apertou no corpo, sem intenção. Gemeu pouco mais alto em resposta e mordeu o lábio inferior, obviamente entraria no ritmo dele, apesar de não estar mentindo de todo modo.
- E-Eu quero... V-Você é muito forte, vai me quebrar, Yuuki... 
Murmurou e gemeu dolorido, agarrando-se a ele com as mãos, apertando-o, mas o sentia tocar o pescoço e inclinou para trás, esperando pelo toque no local, ansiando por ele.
Yuuki segurando-o com os dedos, roçava a ponta das unhas sobre sua pele, o fazendo capaz de sentir, no entanto, ainda que dolorido, não causava feridas além da força, uma leve pressão, com uma pegada naturalmente firme. Tal como os quadris, estocando-o, estalando entre suas coxas, suas pernas e afundava-se insistentemente dentro dele. Abaixou-se, recobrindo seu corpo deitado, deslizou a mão de seu pescoço até o rosto e pressionou-o nas bochechas, fez com que abrisse a boca e separasse os dentes e assim, penetrou-lhe a cavidade, beijando o garoto, e era uma das formas com que conseguia formular algo que chegasse perto de ser gentil, o beijo, por mais firme que o fosse com a língua ou com os lábios.
- Yuuki... 
Kazuto repetiu o nome dele, como o ouvira anos atrás, naquele mesmo local, e fora o nome que impediu a si de dormir, de estar em paz por dias, meses após ouvi-lo, até que finalmente estivesse com ele. Sentia-o insistentemente tocar a si a fundo no corpo, firme e forte, e estremecia, visivelmente, se estivesse em pé, não suportaria as próprias pernas, sabia que iria gozar em breve. Sentiu as unhas deslizarem pela pele, rosto e por fim separou os lábios como pedido, esperando por seus dedos no interior, porém recebeu sua língua, e ao recebê-la o retribuiu em seu beijo, firme, tentando beijá-lo de mesmo modo, mas sempre que o fazia com vontade, sentia suas presas roçando no tecido e rasgando a carne, mal havia começado e a língua já escorria sangue, deslizando pelo queixo a manchar a pele branca e claro, gemeu dolorido mais uma vez. Yuuki não tinha certeza se eram propositais, mas entre dez vezes que o beijava, onze delas feria seus lábios, e parecia propositalmente feito por ele, parecia gostar daquilo, parecia querer sangrar ou talvez somente quisesse que ingerisse seu sangue e pudesse sentir mais das sensações do corpo, ainda assim aceitava o desafio e sabia que mesmo sendo sentido, ser interpretado não seria realmente fácil para ele, e na troca de salivas sentia seu gosto, fosse de vinho ou de sangue, ofuscando o sabor da bebida de uva. Com a outra mão ainda em seu quadril, puxou-o para baixo e ergueu-se a penetra-lo vigorosamente, mantendo o ritmo. Kazuto desviou o olhar a ele, meio de canto e não era proposital, embora quisesse que ele tomasse o próprio sangue, podia senti-lo bem, mas era impossível entendê-lo, seus sentimentos para si eram muito primitivos, mas gostava de saber que ele sentia prazer em se enterrar no próprio corpo daquela forma. Uniu as sobrancelhas, mordendo-lhe suavemente o lábio inferior, e também não fora proposital, mas sentiu a presa roçar em sua pele e feri-la, até cessou o toque e encolheu-se amedrontado, mas seguiu contra ele novamente, devagar e roubou uma pequena gota de seu sangue, o máximo que conseguiria antes do próprio aniversário. O gemido mais alto deixou os lábios, sentindo-o pressionar a si contra seu colo e por fim gozou, sujando a própria roupa, e o líquido não chegou a ele.
O roçar leve de seu canino sobre a pele rompia uma fina fenda na mucosa labial, tão fina que embora pudesse sentir o cheiro de sangue e o toque frígido dos gotejos, desatencioso ao fato, dada atenção ao prazer no ventre, Yuuki não deu importância a misera gota que lhe proveu, talvez pelo sexo, talvez porque o sangue o tornava mais excitante, e só por isso não o repreendeu, se não fosse pela estocada vigorosa em seus quadris, que tinha cuidado suficiente para não deslocar sua bacia, o que poderia ser relativamente fácil. E no desvio do toque de seu rosto até a nuca, deslizou as unhas em sua pele, causando-lhe as mesmas finas feridas na cútis, da mesma forma com que ele formulou sobre o próprio lábio, mas com o sangue fresco correndo em suas veias, se fechavam facilmente, deixando somente uma lembrança do ardor na pele. Fechava-se em torno de si, apertando o próprio sexo, e podia sentir sua sensação cada vez mais intensa, denunciando como seu corpo, o ápice que veio a tona sem sujar o corpo senão o dele mesmo, e continuou com o movimento, um vigoroso vaivém à bel-prazer, embora consequente tornasse para ele seu clímax mais prolongado e intenso. Somente interrompeu quando deixou-se fluir para ele e mordeu seu pescoço, na curva que seguia ao ombro, não bebeu do sangue, mas formulou a mordida por puro prazer, e deleitou-se na junção do ápice atingido enquanto enterrava-se para dentro, no fundo, e então, cessou.
Com o pescoço inclinado para trás, Kazuto fechou os olhos ao atingir o ápice e sentia seus movimentos, ainda firmes ,fortes contra o corpo e não conseguia conter os gemidos, era prazeroso, mais ainda saber que ele sentia o mesmo que a si, sentir seus sentimentos pouco mais intensos conforme ele se empurrava para o próprio corpo, sua respiração pesada embora não perdesse o fôlego e seu rastro de voz entre as investidas, ah ele era demais para si, embora rude, gostava daquilo, era uma das coisas que atraía nele, o estranho era que antes dele, nunca tivera um fetiche assim. Sentiu as unhas finas deslizarem pela pele, cortando-a com facilidade, e gemeu, dolorido, contorcendo-se de modo sutil, e a ardência era temporária, logo se fecharam e deixavam a lembrança da passagem dele. As mãos, deslizaram pelas costas dele, acariciando-o, na verdade, estava fraco demais para fazer qualquer coisa, e ao senti-lo se empurrar para si uma última vez, se enterrando fundo ao corpo arregalou os olhos, apertando-o contra si e o gemido rouco rasgou a garganta, não só por senti-lo pressionar a si por dentro, mas pelo barulho seco que ouvira, e a dor que emanou do próprio tórax se espalhando pelo restante do corpo. Fechou os olhos, contendo os gemidos altos e irritantes para ele e repousou a testa sobre seu ombro a medida em que o corpo se soltou nos braços dele, dera fim a contração de prazer do corpo, uma vez que a dor tomou conta dele e sentiu a lágrima escorrer pela face, molhando a camisa dele, e permanecera daquele modo por alguns segundos, quase um minuto inteiro, suficiente para que ele desse fim a seu ápice, e suficiente para que o sangue humano recente anestesiasse a dor do corpo.
- Yuuki... 
Murmurou, unindo as sobrancelhas e afastou-se a observá-lo, lhe selando os lábios. Não disse nada a ele, mas tinha certeza que pelo menos uma das costelas havia se partido.
O leve rastro de voz deixava a garganta de Yuuki conforme soprava uma desnecessária respiração pela boca. Com o dígito polegar limpou os lábios conforme se afastou, tirando o rubor da pele, devido o sangue que a tocou. No ombro, o tecido úmido da camisa escura que usava se colou a pele, não transpirava e era por isso que sabia que aquela umidade não vinha de si, mas sim do dono daquela mesma voz baixa, rouca e súplica. Ao tomar espaço do garoto, fitando seus olhos pequenos e inchados, seu típico nariz achatado, o cabelo bagunçado que parecia engraçado, tinha expressão dolorida, tal como as sensações que transmitia a si, deixando de ser o prazer de seu ápice, substituindo-o pela dor. Tsc, resmungou, era como um cristal, havia se ferido e pela intensidade com que sentia, provavelmente havia lhe deslocado a bacia como previsto, não tinha certeza. Segurou seus quadris e puxou de leve, tentando dar jeito em seu tronco, mas parecia sem efeito. Sendo prático no entanto, saindo de seu interior, bem se posicionou com postura ereta e pegou da calça um igual pequeno vidro o utilizado no restaurante, não tinha muito mais que alguns mililitros, mas seria suficiente para alavancar sua recuperação, ao abri-lo, verteu sobre seus lábios.
Kazuto desviou o olhar a ele, e sabia pela expressão dele que ele havia percebido, e não queria que houvesse, queria que ele pudesse abraçar a si, talvez dizer algo e dar um beijo, mas havia parado de sonhar naquela altura. Observou o pequeno vidro e abriu a boca como um filhote de pássaro esperando pela comida, e assim sentiu as gotas sobre os lábios, aliviando o desconforto do corpo, que não fora nos quadris como ele havia previsto, e sim pelo pressionar do corpo contra a lata. Segurou uma das mãos dele e guiou-a sobre o próprio tórax, indicando onde doía e novamente, repousou a face sobre o ombro dele, era como uma criança pedindo colo e abraçou-o.
- Kimochi...
- Kimochi, ah? 
Yuuki disse, tendo-se junto dele a medida em que o garoto se acomodou. Descartou o pequeno vidro já vazio, feito o trabalho de cura-lo no que se propôs e pelo resmungo, já estava melhor. 
- Se quiser posso quebra-lo de novo, já que você gosta disso.
- Iie... Itai
Kazuto murmurou, manhoso e deslizou uma das mãos pelos cabelos dele, aspirando seu cheiro gostoso de perfume e banho tomado, misturado ao cigarro mentolado que fumava antes.
- Não precisa me responder. Eu te amo.
- Não é como se eu fizesse isso normalmente. 
Yuuki disse em relação a seu comentário anterior à declaração e após se ajeitar na roupa, mesmo na proximidade dele, guardando-se de volta na calça, puxou-o da lata de lixo e sentiu-se agarrado, como um prendedor em uma roupa. 
- ...
Kazuto assentiu e manteve-se daquele mesmo modo, agarrando-se a ele e não queria mesmo soltá-lo, queria ficar daquele modo, confortável, sentindo o corpo dele por mais um tempo, mas ao perceber que o incomodava, soltou-se, devagar, colocando os pés no chão e gemeu novamente, pouco dolorido pelo osso quebrado que ainda cicatrizava. Yuuki fitou o garoto, agora já em pé. Pegou sua calça e ajeitou sua roupa, diferentemente da primeira vez, já que na ocasião, havia ido embora sem suas roupas, teve vontade de rir ao pensar como ele havia chegado ou andado pela rua sem roupas inferiores. Fitou suas roupas já dispostas no lugar e analisou aquela sua blusa de moletom azul claro, roupa de criança, pensou, lhe caía bem mas não lhe disse. Kazuto observou-o buscar as próprias roupas e aquela era realmente, sem dúvida uma visão que achou que nunca iria ter. Colocou a calça, meio desajeitado ainda pelo modo como ele ajudava a si e dava apoio para vestir as roupas, e aquele era o modo dele, mesmo sutil, de retribuir o sentimento que havia dito antes a ele.
- ... Yuuki, ainda tenho o apartamento aqui perto, está trancado e eu peço que alguém faça a limpeza dele uma vez por semana, e eu só mantenho porque pensei em dar para o Suzuya quando ele crescesse... Está quase amanhecendo, então... Quer dormir comigo lá?
- Iie, vamos pra casa. Chegaremos rápido. 
Yuuki disse em sua sugestão, não se sentia confortável em qualquer outro lugar senão a própria casa, talvez fosse uma zona de segurança? Bem, talvez. Kazuto assentiu, e sabia que ele iria negar, mas a intenção fora boa, talvez uma forma de fechar a noite com a troca de lembranças agradáveis trocando quando fora sozinho e chorara a noite, por uma noite ao lado dele, quentinho na cama. Mas bem, dormiria com ele de todo modo. Segurou a mão do outro, sutilmente e seguiu com ele pela rua, não era longe dali.

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