Midnight lovers #17 (+18)


No dia seguinte, Asami levantou sozinho, como de praxe, sabia que o loiro não dormiria por lá, mas ele havia esperado a si dormir. Não queria de fato levantar, mas já era tarde, e sabia que ele havia pago por si o suficiente para que descansasse, mas não tanto, ainda tinha as próprias atividades. Ao se levantar, buscou o kimono e as demais roupas no quarto, seguiria para o lago para lava-las, e ao sair, viu o outro no corredor, mas passou por ele, caminhando com passos firmes para fora do local. Kuro observou o menor cruzar o corredor, sorriu para ele mas o viu marchar e ignorar a si. Sabia o que era, ou melhor, imaginava e acabou deduzindo a batida na porta. O pegou pelo pulso, antes que pudesse continuar seu caminho. 
- Asami, precisamos conversar.
O menor puxou o pulso conforme fora segurado, estreitando os olhos. 
- Eu não tenho nada pra conversar com você.
- Tem sim. - Kuro segurou-o novamente, mais firme desta vez, levando-o ao quarto de onde acabava de sair. - Precisamos conversar. - Disse ao fechar a porta e segura-la fechada. 
Asami uniu as sobrancelhas conforme o toque no pulso e negativou. 
- Solta! Está me machucando. - Disse e ao entrar no quarto o fitou, puxando o braço. - O que você quer?
- Não aja assim comigo, Asami... 
Kuro disse, em tom de lamento. Fosse por ser ignorado quanto por agir como se o estivesse agredindo. 
- Agir de que jeito? Como eu deveria agir com você?
Kuro suspirou e negativou ao fechar os olhos por um momento tão breve. 
- Eu sei que está chateado, e eu peço desculpas, não quero magoar você.
- Você não sabe nada, Kurogane, você não sabe nada. Sou o único pra você, né? O único. O único que você beija. Seu mentiroso.
- Eu sei o que viu, Asami. E você é o único, único como você. Gosto de você, me importo com você, faria o que você quisesse pra te fazer feliz. Mas também me importo com Tsukasa.
O menor estreitou os olhos a ele, na verdade, podia sentir as lágrimas nos olho novamente, negativou. 
- E eu me sentindo mal quando o Seijuro me beijava no rosto, virava o rosto pra não beijá-lo, nem um selo nos lábios, porque pra mim você era o único... - Suspirou. - Eu sou muito idiota.
- Você beijo o Seijuro, não o contrário. Só não o beijou nos lábios, mas você queria beija-lo, é isso?
Asami cruzou os braços, negativando. 
- Quando essa história passou a ser sobre mim?
- Passa a ser, somos nós dois. Você está brigando comigo porque você achou que não tinha o direito de fazer o mesmo. Mas quer saber, Asami, você pode beijar o Seijiro. Eu sei que você gosta dele, sei que quando ele te vê você fica mais feliz durante o dia. Mas, não significa que não goste de mim, e eu sei disso, porque é o mesmo comigo.
Asami negativou a observá-lo. 
- Eu sei como você olha o Tsukasa, Kuro, não é como eu olho pro Seijuro. Mas tudo bem, eu sei que eu não teria chance contra ele.
- Não Asami. - Kuro disse, enfático. - Eu quero você. Não está competindo com ele.
Asami cerrou os dentes e jogou as roupas no chão, não queria discutir com ele, não tinha mais forças para fazer aquilo, mas quando fechava os olhos, o via com ele, e nunca pensou que pudesse ser tão ciumento, gostava dele, gostava de verdade dele, por isso sentia um aperto no peito em pensar em deixá-lo ir. Se aproximou da janela, de costas a ele e negativou, observando o dia lá fora.
- Asami. 
Kuro disse e seguiu para ele, quisesse ele ou não, o abraçou por trás do corpo, apertando-o nos braços. E aquela era a razão por qual não era sincero com nenhum dos dois, ele ou Tsukasa, gostava dos dois e se sentia verdadeiramente egoísta por isso, por não ser capaz de se afastar de qualquer um deles, preferia ir embora antes que os fizesse sofrer. 
- Eu te amo, Asami.
Ao sentir o abraço, o menor manteve-se silencioso, mas não o abraçou em retribuição, estava magoado. 
- ... Eu te amo, mas não consigo acreditar em você agora, porque você parece um grande mentiroso. Como eu vou saber se não diz a mesma coisa para todos os clientes além dele também?
Kuro afrouxou o abraço, até por solta-lo enfim. 
- Está ignorando tudo o que conhece de mim por conta de algo que aborreceu você?
- Me diga uma coisa, se eu dormisse com você, sempre te dizendo que você é o único que eu amo, que é o único que eu beijo, que eu me entrego, e me visse com outro homem, com o mesmo toque, o mesmo sorriso, o que diria pra mim? Como você iria se sentir? Aposto que iria sentir que não me conhece.
- Não é o mesmo toque, também nunca disse nada disso ao Tsukasa. Mas não vou responder você, não vou mentir ou ser sincero porque no fim você vai achar que é mentira mesmo. Mas eu entendo você, sinto muito.
Asami assentiu, estava realmente magoado, mas não havia o que dizer a ele naquele momento, nem ele a si. Virou-se e selou os lábios dele, era uma despedida por agora. 
- Quer me dizer mais alguma coisa?
- Não. Só não duvide de que sou sincero quando digo meus sentimentos a você.
Asami assentiu novamente. 
- Eu irei para a casa da minha mãe essa semana, preciso de um tempo.
- Tudo bem. 
Kuro disse e embora talvez não devesse, estava um pouco incomodado com a reação dele. Entendia, mas não deixou de se chatear por isso. 
- ... Te vejo depois então.
O maior pegou sua mão, beijou-o no dorso. Suspirou ao solta-lo e dar meia volta para dar sua privacidade, queria ser capaz de ir embora também. Asami observou-o enquanto se afastava, se sentia um idiota, mas... Queria tanto segurá-lo, sabia que ele havia feito aquilo e estava bravo, mas ele parecia tão triste. Aproximou-se e segurou a mão dele, virando-o para si e abraçou-o. Kuro ouviu seu chinelinho de madeira ressoar em seu passo, ia se virar mas ele mesmo fez isso a medida em que segurou o braço. Observou-o, com aquela expressão emburradinha provavelmente sem intenção, o abraçou, retribuindo o contato. Asami uniu as sobrancelhas, afastou o rosto suavemente a observa-lo e lhe selou os lábios, uma, duas vezes e o beijou, empurrando a língua para os lábios dele. Kuro retribuiu seus beijos rápidos, os toques simples, que levou um pouco adiante, abriu a boca e retribuiu. Abraçando-o como estava, o ergueu no colo enquanto ainda o beijava. Asami guiou as pernas ao redor da cintura dele, e sabia que não deveria, mas o corpo pedia por ele, não conseguia de forma nenhuma ver aquela expressão no rosto dele sem se sentir mal, e gostava dele, gostava de verdade, só esperava que não fosse mentira o que ele dizia para si. Puxou o obi, desenlaçando e não usava nada por baixo, ele provavelmente constou quando fitou o corpo nu ao retirar o kimono.
Kuro driblou o contato a medida em que se ajeitava para dar espaço a ele em se despir, ainda assim continuava segurando seu corpo já nu, provavelmente de seu pós sono com seu vampiro de estimação. Sabia o que ele sentia e se sentia pior exatamente por isso. Caminhou até uma das paredes onde o encostou brevemente; empurrou a pelve com que o segurou no colo a medida em que afrouxava igualmente o próprio kimono. Asami puxou o kimono dele, não tinha tempo para pensar ou conversar com ele, o queria, e assim seria melhor, sem dizer nada, o próprio corpo mostraria a ele o quanto o queria realmente, o quanto o desejava. Estremeceu e puxou seu kimono, firme, o empurrando por seus braços, fazendo-o se despir.
O maior não tinha intenção de tirar a roupa, apenas abrir o conveniente, porém o deixou fazer, quando nu, tornou a pegá-lo em torno da cintura com um dos braços, descendo-o no colo um pouco mais, apenas para acomoda-lo a altura da pelve. Com a mão desocupada, pegou-se nos dedos e se guiou para ele. Asami não cessou o beijo, nem por um segundo, na verdade, buscava os lábios dele com vontade, o beijava, sugando seus lábios, sua língua em alguns intervalos, e o sentiu se empurrar para si logo em seguida, teve que gemer, cessando o beijo e inclinou o pescoço para trás, mordendo o lábio inferior, era dolorido, mas era tão gostoso.
- A-Ah... Kuro...
Kuro penetrou-o sem impasse, embora lamentasse perderem a atenção do beijo que estava firme, intenso. Deslizou as mãos para suas nádegas e as apertou conforme o puxou para si e tão logo, deu ritmo, o mesmo que antes tinham no beijo, se movendo firme. Já os lábios, desviou para seu pescoço, o mordeu, em cima da cicatriz recente que tinha ali. Asami estremecia, apertando-o contra si com as mãos ao redor do pescoço dele e os beijos no pescoço eram tão gostosos, embora fosse impedido pela mordida, quase gritou, a mordida de Seijuro não havia sido tão superficial, então estava dolorido mesmo ao toque, mas não cessou o que faziam, apenas puxou os cabelos dele e o fitou, novamente tomando os lábios dele num beijo.
- Hum... 
Kuro gemeu diante do puxão de cabelo, e o fitou por cima conforme erguera o queixo. O retribuiu no beijo, mordiscando-o novamente, agora nos lábios. Deu ritmo, não estava tão rápido, mas estava firme. Asami suspirou, e gemia contra os lábios dele algumas vezes, sentindo-o se enfiar fundo no próprio corpo, apesar de não tão rápido, era gostoso ainda assim, e as mãos deslizaram pelas costas dele, arranhando-o.
- Asami... 
O maior murmurou, contra seus lábios, lambiscando-os e quando se afastou, voltou a olha-lo, encarando-o sem perder o ritmo. Ao se afastar, Asami o fitou da mesma forma e com um movimento da cabeça jogou os cabelos negros e compridos para trás. 
- Hum... Kuro... Kimochi!
- Kimochi, ah? 
Kuro indagou e selou novamente seus lábios, voltou a toma-lo e beija-lo com firmeza embora com certa inconsistência na continuidade do toque. Continuava firme, mas estava perto de gozar, com isso, aumentou o ritmo. Asami agarrou-se a ele, podia sentir os espasmos do corpo dele, não fazia ideia de como podia, mas de uma forma estranha, sabia que ele estava perto, e também estava, podia sentir a pele se arrepiar com o toque mais sutil dele onde gostava. Retribuiu o beijo, gostava tanto da boca dele, droga, não queria parar de beija-lo, só ficava cada vez mais confuso e sentiu uma lágrima escorrer pelo rosto, estava pensando demais de novo, não queria pensar demais. Cessou o beijo por um momento e manteve a testa encostada contra a dele. 
- Me fode, Kuro, vem... Vem... Mais rápido, mais... Mais rápido, ah!
Kuro deslizou as mãos pesadas em suas formas, delineando sua cintura mais estreita até o quadris e novamente as nádegas onde conseguia sustento para puxa-lo. Se aproximou dele, uma vez que ao encara-lo, via também quando seus olhos marejados, de pertinho lambiscou as gotinhas em seu rosto, sentindo o gosto levemente salgado. O suspiro deixou os lábios de Asami, pesado e o fitou quando tão perto de si, sorriu meio de canto e o abraçou, firme ao redor do pescoço. 
- Kuro...
Kuro trouxe a mão esquerda entre ambos, tocou seu peito onde podia sentir o ritmo acelerado, desceu no abdome e tocou o umbigo antes de alcançar seu membro, o enlaçou, esfregando, massageando, no mesmo ritmo que usou cm a pelve, entrando nele insistentemente. Asami negativou, mordendo o lábio inferior ao senti-lo tocar a si no sexo, já estava tão sensível que aquele toque era quase uma tortura. Inclinou o pescoço para trás, fechando os olhos por um momento e não suportou os movimentos insistentes, gozou, e gemeu prazeroso. 
- K-Kuro...
O maior sentiu nos dedos cada pulsada de seus espasmos, denunciando a proximidade de seu clímax, deixou-se aproximar com ele, ou melhor, já estava e ele sentia em seu corpo. Continuou o ritmo, fosse com a pelve como com o punho, penetrando-o com insistência. Arqueou-se para ele, lambendo agora seus lábios e não seu rosto. 
- Asami.
Chamou, como ele a si. E tão logo, desfez-se, gozando dentro dele, descansou a testa junto a seu pescoço e fechou os olhos ao se acomodar ali. 
- Hum...
Conforme o menor o sentiu gozar, guiou as mãos para os cabelos dele, acariciando-o e o deixou descansar ali, até o beijou no rosto, repousando a face junto a dele. Sentia a respiração descompassada junto da dele, as pequenas gotas de suor que tinham no corpo, sentia sua pele quente, ele era muito diferente do vampiro, embora cada um tivesse algo de especial. O beijou no rosto. 
- Eu te amo...
Kuro afastou-se ao ouvi-lo e sorriu ao selar seus lábios onde o retribuiu. 
- Eu também te amo, Asami.
Ao sentir o selo, o menor desviou o olhar a ele e deslizou uma das mãos pelo rosto do outro, acariciando-o. 
- ... Não quero que minta mais pra mim. Me diga o que sente de verdade, não me esconda nada, entendeu?
- Eu... - Kuro disse e o levou consigo até seu futon. Ao sentar, continuou com ele no colo. - Eu não queria falar sobre essas coisas, justamente porque não queria que se sentisse infeliz. Não queria que por algum momento você cogitasse a ideia de que ele é mais pra mim do que você.
Ao se sentar, Asami aconchegou-se no colo dele, observando-o e selou seus lábios, assentindo em seguida. Podia ouvir o suave barulho da chuva la fora, e gostava, podia ficar abraçado a ele como sempre faziam em dias como aquele. Ao abaixar a cabeça, repousou a face sobre o ombro dele. 
- ... Eu não sei o que você sente, mas eu só quero que prometa pra mim que não vai deixar de me dar atenção por causa dele.
- Não deixaria você, Asami. Não tenho certeza qual é meu sentimento por Tsukasa, mas gosto de fazer ele se sentir bem, como gosta de fazer isso por você. Quero cuidar de vocês dois. Mas jamais o deixaria, você devia saber, meu pequeno Koi. - Dizia, referindo-se ao peixe de forma ambígua. 
Asami assentiu ao ouvi-lo, silencioso, sabia que estava magoado, mas não era capaz de tirar dele o outro rapaz, sabia que ele tinha carinho por ele, na verdade, o que mais havia doído fora a sensação de se sentir traído, dele esconder de si o que realmente sentia. 
- ...Tudo bem. 
Disse e apertou-o no abraço, firme.
- Me desculpe por guardar isso de você, só não queria te magoar, mas sei que estou fazendo isso agora. - Kuro sorriu, não realmente feliz no sorriso.
Asami suspirou, não podia mentir pra ele. 
- Eu... Vou ficar bem, o que mais me magoou foi você mentir pra mim, não minta, ta bem?
- Hum. - O maior murmurou afirmativo. - Você pode beijar o Seijiro se você quiser isso.
Asami assentiu e acariciou os cabelos dele, sentindo-os tocando suas costas, não disse nada sobre aquilo.
- Também não me importo se quiser que não mais beije Tsukasa. Acho que em algum momento isso aconteceu, porque me acostumei a ter sexo e te beijar quando fazemos.
- Não, não tem problema. Sei que gosta dele e beijar é consequência disso... Não vai fazer diferença dizer para não beija-lo sendo que vai continuar gostando dele.
Kuro suspirou e encostou a testa junto a dele. 
- ...
Asami desviou o olhar a ele e uniu as sobrancelhas, beijando-o no canto dos lábios. 
- Tudo bem, eu vou ficar bem.

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