Ikuma e Taa #55


Ao terminar o trabalho, Taa havia voltado direto para a casa dele, ainda vestia as roupas da banda, de um visual que usara para um clipe, era engraçado chegar vestido como um médico, porque, na verdade, era para aquilo que havia estudado na vida antes de iniciar a carreira como músico. A diferença é que agora a roupa estava suja com sangue falso e nos bolsos da roupa haviam várias seringas que havia usado para as fotos.
- Cheguei.
- Olá largartinha, seja bem vinda. Nossa... O que aconteceu? - Disse o menor, claramente enchendo o saco.
- É só visual da banda.
- Eu sei, mas ainda posso te encher.

Taa estreitou os olhos. 
- Eu queria entender pra que tanta seringa nos meus bolsos. 
Conforme disse, o maior retirou alguns dos objetos do bolso do jaleco, deixando-as sobre a mesa da cozinha, e era no mínimo umas vinte, o problema fora que junto delas, retirou um pequeno objeto que havia comprado e rapidamente, voltou a enfiar no bolso, checando se o namorado havia visto.
- Vai ficar pra jantar?
- E eu tenho outro lugar pra jantar? - Disse o maior num sorriso.
- Ótimo, porque nessa noite teremos OB negativo que eu dei a sorte de achar.
- Hum... Parece tentador.
Ikuma sorriu. 
- O que foi?
- Nada, eu só vou trocar de roupa e já volto aqui pra jantar.
- Ta. Ah, lagartinha tem roupas suas na segunda gaveta.
Taa assentiu num sorriso e no quarto, abriu a gaveta a procurar alguma peça de roupa, mas ao fazê-lo, descobriu que não tinha só uma peça, e sim várias, pijamas, roupas de sair, roupas íntimas. Nem havia percebido, mas de alguma forma... Estava passando a se mudar para a casa dele lentamente. 
Após separar o pijama, seguiu em direção ao banheiro, onde retirou o jaleco e as roupas mais extravagantes, guardaria elas para o estúdio no dia seguinte e trocaria pelas roupas casuais, mas antes, usaria o objeto que segurou em meio aos dedos, nunca havia usado então teve de ler a bula na pequena caixinha e esperou que tivesse usado corretamente ao deixar sobre a pia enquanto terminava de trocar de roupas, na verdade, até optou por tomar um banho para poder jantar com ele, e no banheiro, tinha sabonete para si, o shampoo que usava, até a própria escova de dentes estava ali. Quem queria enganar? Estavam quase casados, e era engraçado pensar no quão gradativo aquilo havia sido. E agora, estava olhando de dentro do box para o exame de gravidez na pia. Como ele iria reagir aquilo? Não sabia... Na verdade, não fazia ideia, era algo que nem a si havia imaginado na vida alguma vez, ter uma família, casar, ou até mesmo um namorado como ele era, de tanto tempo. Quanto tempo havia se passado, desde que iniciaram aquela relação? Quanto tempo fazia desde que o amava daquela forma, desde que... Quisera voltar para a casa dele depois do trabalho?
Ao sair, vestiu o pijama, uma calça de tecido macio e solta, e a regata. Suspirou, observava a pia, e onde buscou o exame que havia feito, não viu o resultado ainda, de olhos fechados fez uma pequena e estranha prece, amedrontado pelo ocorrido anteriormente. Ao sair do banheiro, podia ouvir o barulho dele a mexer em algo na cozinha, estava provavelmente preparando algo mais para o jantar. No pequeno objeto, notou as marcações, e só então havia percebido que mesmo ao vê-lo, não saberia dizer o que os resultados significavam. Buscou novamente a bula e leu, atentamente, comparando ao que tinha em mãos. Silenciou-se por um momento, até que largasse a bula e seguisse em direção a cozinha, observando-o ali, e tinha lágrimas nos olhos.
- Bom, como seu incrível marido não sabe cozinhar muito bem, ele fez... Espaguete e... Foi isso, só isso mesmo, espaguete. - Ikuma desviou o olhar ao outro. - ... O que foi?
Taa abriu um pequeno sorriso enquanto o observava com a travessa de macarrão e esperou que ele a colocasse sobre a mesa.
- Estou grávido.

Por um momento, o mais velho permaneceu a observá-lo, silencioso e abriu um sorriso nos lábios, aproximando-se do maior e abraçou-o, firmemente, até ergue-lo do chão.
- Parabéns, lagartinha! 

- Parabéns loirinha!
Ikuma riu, afastando-se para observá-lo, não conseguia se ver agora naquela nova aventura, mas parecia interessante, como uma nova fase da vida.
- Está vendo? Eu disse que eu conseguia fazer um.
- Nunca duvidei de você.
- Acho bom.
Taa deslizou uma das mãos pelo rosto dele, acariciando.
- Não é estranho? ... Ser pai?
- Talvez um pouco, mas eu posso me acostumar com tudo de você.
Outro sorriso apareceu nos lábios do maior.
- Eu te amo.
- Eu também te amo. Agora sente e vamos comer minha macarronada.
- Hum, eu realmente acho que ele está com fome.
- Claro que está, você parece uma vareta.
Taa estreitou os olhos.

- Brincadeira, lagartinha.

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