Thor e Loki #28

Loki fechou o livro, já tinha lido o suficiente por um dia, a filha estava na sala brincando com o outro, iria junto deles. Levantou-se e pegou o copo com água deixado ao lado, tomando os últimos goles da bebida e saiu distraído, olhando o copo e parou ao chegar na sala, observando a filha no chão e o outro na cozinha, preparando algo no liquidificador. Cessou os passos e arregalou os olhos, quase chegou a derrubar o copo e correu para colocá-lo em algum lugar.
- Thor! 
Gritou e seguiu devagar pelo chão da sala, tentando chegar até a filha, mesmo que fosse difícil já que o chão estava congelado.
Thor acresceu o sorvete, um pouco de creme de leite para substituir o leite e ligou o liquidificador, preparando o shake para si e a pequenina. Notou os pedacinhos de chiclete se misturarem a cor amarelo clarinho do sorvete de banana, tornando-o um cinza estranho, mas não ligava pra cor. Ouviu-o rosnar pouco distante, mas ouviu e seguiu para ele com o susto pela abruptidão.
- O que?!
Loki apontou a filha parada no centro do gelo, brincando com o brinquedo já coberto de gelo igualmente e deu mais passos para frente, esticando os braços para alcançar a filha, e teria alcançado, se não tivesse escorregado e caído sentado. Observou o outro em pé e riu, de si mesmo, observando o chão.
O loiro arqueou ambas as sobrancelhas, pensou mais no fato de que se derretesse devagar molharia o espaço, suspirou. Mas não conteve o riso ao vê-lo cair e negou.
- Gigante, você com medo de pisar no gelo?
Loki mostrou o dedo médio a ele e pegou a filha pequena, beijando-a no rostinho frio.
- Gelinho, tira esse gelo, tira. Vai molhar a sala do pai. - Thor disse à pequenina e ajudou o outro a se levantar.
O moreno levantou-se e estendeu a mão, fazendo o gelo sumir e deixando o chão limpo novamente.
- Pronto.
- Falei com meu bloquinho de gelo, não com o papai.
Loki estreitou os olhos.
- Não sou seu bloquinho de gelo?
Thor sorriu, vitorioso.
- Estava esperando essa resposta.
- Hã.
- Vem na cozinha. Fiz milkshake, se demorar vai virar suco.
Loki assentiu e pegou a filha no colo, levando-a até a cozinha.
- Temos que ir ao mercado fazer compras.
- Gosto dessa parte. 
Thor disse e pegou o copo ao chegar na cozinha, servindo a bebida ao irmão, viu a pequenina tentar roubá-la dele, esticando suas mãozinhas segurando consigo o copo. O menor pegou o copo e sorriu, dando a filha a bebida e beijou-a no rosto.
- Bebe vai.
Thor sorriu observando-a, e serviu a si mesmo, satisfazendo-se do sabor que há tempos sentia vontade. O moreno bebeu alguns goles da bebida, logo após a filha e sorriu a ele.
- Hum, gostoso.
- Hum! Gostei muito desse sorvete. Que horas vamos comprar mais coisas gostosas?
- Vamos acabar o sorvete e vamos lá.
O loiro assentiu tomando mais da bebida no copo, de plástico, que havia comprado a fim de perder a mania de arremessá-lo.
- E aí, o copo de plástico está funcionando?
- Bem, muito bem.
- Imagino.
- Bom que não suja a casa.
- Se esmagar e quebrar o copo suja.
- Mas é de plástico, é mais difícil.
- Você quebra até os meus ossos se me apertar. E se não se lembra, você já fez isso.
- Mas não estou apertando.
- Estou brincando.
- Ela quer mais, ó.
Loki deu o copo para a pequenininha e sorriu.
- Vamos saindo?
- Uhum. - O moreno sorriu a ele e ajeitou a filha nos braços. - Vamos a pé? Já que você ainda não tem muito jeito com o carro.
- Podemos pedir um táxi.
- Hum, boa ideia.
Thor deixou o copo sob a mesa e caminhou até o irmão, abraçando-o em sua cintura.
- Gosto de te ver segurando ela.
Loki desviou o olhar a ele.
- Ué, é nossa filha.
- Bem, eu não disse que não.
- Então por que diz isso?
- Não gosta de ver quando eu a seguro?
- Não.
- Não gosta de me ver com a minha filha?
- Não gosto, eu adoro.
- Então não tem porque me perguntar o porquê.
Loki sorriu.
- Sentir é melhor do que ouvir explicações.
- Ta ok então. Vou colocar uma blusa nela. Pode ligar pro táxi?
- Posso sim.
O moreno sorriu a ele e selou-lhe os lábios, seguindo com a filha até o quarto.
- Embora ela não sinta esse frio. - Disse o loiro contra seus lábios selados. - E seria bom, vestir ela de esquimózinha.
- É por isso que vou pegar o casaco. 
Loki riu e adentrou o quarto com ela, pegando no armário o casaco quentinho para a filha, de lã, vestindo-a com o mesmo e ergueu-a nos braços, beijando-a no rosto. Thor assentiu ao moreno e seguiu ao telefone, já estava pronto casualmente então não precisou de nada além de um casaco de linho. Vestiu-se e chamou pelo táxi, enquanto esperava o moreno e a pequenina. Loki voltou até a sala com a filha nos braços e sorriu a ele, expondo a pequena que usava seu casaquinho azul.
- Ah meu bloquinho!
O moreno riu e entregou a filha pequena a ele, vendo-a sorrir ao pai e agarrar-se a ele. Thor segurou a pequenina, sentindo o pescoço enroscado por seus bracinhos. 
- Que sorriso lindo, igual do seu papai.
Loki negativou e seguiu junto dele para a porta, onde já pode avistar o táxi parado. O loiro abriu a porta e deixou a casa com ele, entrando no veículo dirigido pelo desconhecido, ou talvez já conhecido visto que já era típico nas visitas. O moreno adentrou o local junto dele, acomodando-se já que ele segurava a filha. O maior fechou a porta ao entrar, posterior a ele, indicando o destino desejado.
- Aqui não é tão bonito, mas tem coisas gostosas.
- Queria voltar pra Asgard?
- Não, meu lar atual é ainda mais bonito.
- Ah é? - Loki sorriu.
- Claro que é. - Sorriu igualmente.
- Hum... Que bom que o mercado não é muito longe.
- Ah, é? Por quê?
- Se não ficaríamos horas no carro. - Riu.
- Eu gosto de carros.
- Devia aprender a dirigir um.
- Estou quase...
- Vê se não joga o carro no chão também como faz com os copos. - Riu.
- Quando eu quiser outro, ora.
Loki riu e observou o local enorme onde o táxi estacionara na frente. Saiu do carro junto dele e da pequenininha, adentrando o local a pegar um carrinho pequeno. Thor tomou posse do carrinho enquanto o parceiro levava a pequenina, que logo quereria se encaixar no banquinho do pequeno veículo.
O moreno colocou a filha no carrinho e riu baixinho a ela, que estava empolgada em poder brincar ali, mesmo tão pequena. Thor riu e se divertiu junto da pequena, com contágio. Apertou sua bochechinha rosada e cheia, macia. 
- Vamos começar por onde? Doces?
- Claro que são os doces.
- Então vamos aos doces.
O moreno sorriu e seguiu junto dele ao local, pegando alguns dos pacotes e observou os rótulos.
- Meu deu, o que que é isso?
- Não sei, mas vamos ver o que as pessoas levam mais.
Loki observou as pessoas em volta e pegou um dos salgadinhos que uma mulher colocou no carrinho. Thor observou igualmente o ambiente e copiou outra pessoa ao lado. O moreno riu e pegou um pacotinho verde, mostrando a ele e colocou no carrinho.
- Ah, combina com você.
- Vai saber o que é isso. Aqui diz... Picante. Tipo pimenta?
- Hum, combina com você.
Loki estreitou os olhos. 
- É gostoso e ardido ao mesmo tempo.
- Thor!
O loiro riu, contido devido ao local.
- Ah, meu Deus, você é o Thor, não é?
Um momento de silêncio se fez em meio a ambos e foram obrigados a se voltar em direção a mulher parada atrás deles.
- Caramba, eu sou super sua fã! Pode me dar um autógrafo?
Loki fez uma pequena careta, negativando consigo mesmo.
- Ah... Claro. 
- Fez um ótimo trabalho salvando nossa cidade, obrigada! 
- Não fiz mais do que a minha obrigação. - Disse o loiro a assinar um caderno qualquer dela.
- Espere... Você não é o cara que tentou destruir o mundo todo?
Loki voltou-se em direção a ela e negativou.
- Não, deve ter sido outra pessoa, certamente.
- Não... Era você mesmo!
- Ele está se recuperando, quer dizer, eu estou na supervisão dele. 
A moça arqueou uma das sobrancelhas.
- Tipo uma prisão domiciliar. É assim que vocês chamam?
- Mas estamos no mercado... - Ela disse, confusa.
- Tipo uma prisão... Dentro da cidade.
- Thor, acho melhor irmos embora, com licença.
O moreno disse a ela e puxou-o pelo braço, rapidamente, pegando a pequena no colo.
- Acho que não foi uma boa ideia virmos para a cidade.
- Bem, sempre moramos aqui.
- É, mas tem ficado meio perigoso desde que você e eu aparecemos nos jornais.
- Será que é porque alguém tentou destruir o mundo? Não sei assim, talvez.
Loki estreitou os olhos.
- Já conversamos sobre isso. Quer conversar de novo?
- Não, obrigado. 
- Precisamos pensar sobre... Ir morar em outro lugar... Tipo na floresta, ou outro planeta.
- Eu gosto daqui, Loki. 
- É, mas... Odin vai achar a gente, Thor. As próprias pessoas nos reconhecem.
- Loki, se acalme.
- Não quero me acalmar, precisamos... Precisamos achar um lugar pra ir. Outra casa.
Thor suspirou, o olhar fixo no chão e ponderou por alguns instantes.
- Certo... Eu vou pedir ajuda.
- Faça isso se não por mim, pela Hel.
- ... Vou fazer por todos nós.