Izumi e Tsubaki #14


- Mamãe! Eu não vou consegui andar assim!
- Hasu, não faça escândalo. 
- Não é escândalo, eu não consigo ficar de pé. 
- Ah, seu mentiroso. 
Izumi disse a estreitar os olhos, e de fato talvez pudesse ter exagerado nas roupas de frio do filho, que vestia a blusa de manga comprida, e dois casaquinhos grossos, na mão tinha as luvas, a meia grossa e quente, a botinha e os earmuffs, quase parecia um esquimózinho. Riu e beijou-o no rosto. 
- Agora está protegido do frio, viu? 
- Estou protegido de tudo... Se eu cair no chão eu posso rolar!
- Ora, antes isso do que pegar um resfriado. Não faça bagunça até a mamãe sair tá? Faltam só algumas horas de trabalho. 
Izumi disse a observá-lo sentado na mesa do outro, e o deixava ali consigo enquanto trabalhava nos fins de semana, faltava algumas horas para sair do emprego, aquela pausa era o próprio intervalo, que havia feito para comprar algumas roupinhas novas para ele, afinal, estava nevando, e não tinham roupa de frio. 
- Se comporte, tá?
- Ta bom.
Após parar o carro na vaga atrás da cafeteria reservada para funcionários, Tsubaki pegou o que precisava antes de desembarcar do automóvel e seguir para o estabelecimento. Tinha algumas pendências gerenciais que resolveria até então. Há alguns dias não passava por lá, mas percebia que as coisas fluíam bem como sempre. Ao entrar o cumprimento veio rapidamente, precisava de alguns documentos para uma breve reunião no dia, e quando adentrou então o escritório, observou a pilha de roupas sentada com uma criança dentro. 
- Ora... Parece que tem roupas aqui.
- Tubaki! - Falou o pequenininho, tentando se levantar da cadeira entre tantas roupas. - Mamãe... Mamãe comprou roupinha pra mim!
- Alguém ajude, há uma criança soterrada no meu escritório. - Tsubaki disse e parecia falar sério. Mas entrou na sala e pegou-o para ajudar a se levantar - Que judiação.
O pequeno riu baixinho, tentando se levantar ainda e conforme fora pego, agarrou-se ao outro. 
- Ai socorro.
- Ah, não vai soltar mais? - Tsubaki disse quando em menção de coloca-lo no chão estava por fim abraçado. - Quer tirar uma dessas blusas? Não está calor demais aí dentro?
Hasui soltou-o por fim e riu baixinho. 
- Está um pouquinho... Mas a mamãe disse que era pra eu não pegar um resfriado.
- Parece que ele colocou todas as roupas que comprou de uma vez só.
- Não, tem mais na sacola aí ó! Indicou a sacola no canto, com mais roupas de frio.
Tsubaki sorriu à criança e afagou sua cabeça também ocupada 
- Já comeu?
- Ainda não, só tomei suquinho.
- Ah mas que mamãe irresponsável.
- Mamãe trouxe lanchinho pra mim... Disse pra eu não ficar comendo queijinho cremoso, mas eu queria...
- Queria é? Vai lá na mamãe e diz que eu disse pra você ir comer.
- Posso comer queijinho?
- Pode. Vai lá. Fala que eu mandei.
Hasui sorriu e correu para fora do escritório, como pôde, afinal, quase não fechava os braços direito. 
- Mamãe, mamãe!
- Oi Hasu, falei pra ficar lá dentro, mamãe está trabalhando.
- Tubaki falou pra me dar queijinho cremoso.
- Eh? O Tsubaki nem está aqui, Hasu.
Tsubaki levantou-se logo após sua partida apressada sem sucesso com sua dificuldade em andar. Encostou-se no limiar da porta, fitando o menor junto a seu pai.
- Ele veio sim! Olha lá! 
Izumi desviou o olhar para a porta do escritório e ergueu-se a observar o outro. 
- T-Tsubaki... 
Disse e ergueu-se, ajeitando o avental que usava, alinhando-o. Tsubaki cumprimentou-o num maneio da cabeça conforme fitado e indicou que pudesse pegar o lanche para o filho. Izumi assentiu e seguiu ao balcão, pegando para o filho o pãozinho de batata, o qual já estava quente e deu a ele num pacotinho, não sem antes retirar seu casaco quente.
- Pronto.
Tsubaki fitou o louro e logo após o loirinho e sorriu a lhe dar uma piscadela.
- Obrigado, Tubaki!
Izumi sorriu, desviando o olhar ao outro, meio tímido. 
- Oi.
- Tudo bem? 
Tsubaki disse diante do cumprimento e indicou o sofá do escritório para que o pequenino pudesse comer. O loiro viu o pequeno correr em direção ao outro cômodo e abriu um pequeno sorriso, assentindo a ele. 
- Estou bem sim. Você esteve muito ocupado?
- Mais ou menos isso. Hoje tenho algo de reunião.
- Ah, me desculpe então, eu... Ia chamar você pra comer algo hoje a noite, o Hasu queria pedir pizza.
- Hum, posso leva-los após a reunião.
Izumi sorriu. 
- Eu vou gostar.
- Então está certo. Busco você aqui ou em sua casa?
- Aqui eu... Estarei trabalhando. Hoje fico pra fechar.
- Tudo bem, passo aqui. Coma com o Hasui.
- Ah iie, se eu ficar comendo aqui vou acabar com seu estoque. - Riu baixinho. - Trouxe um lanche.
- Vocês podem fazer uma refeição diária aqui, Izumi.
- Ah eu... Almocei aqui, o Jin fez comida.
- Hum, então ok, guarde espaço pro jantar. Você pode fazer um café pra mim, ah? Já aprendeu?
- Mais ou menos. - Izumi sorriu.
- Então me deixe experimentar.
- Hai
O loiro assentiu e seguiu até a maquina de café, a qual retirou o porta filtro e moeu na hora o pó para extrair o café dele. Extraiu numa pequena xícara, fornecida pela confeitaria e logo, estendeu ao outro num pequeno pires. Tsubaki viu-o partir à confecção do café e regrediu até o escritório fitando o pequenino a comer tão animadamente. 
- Está gostoso? - Indagou a se sentar ao lado dele no sofá.
- Muito! Quer um pedacinho? - Hasui disse o pequeno a erguer o pão.
- Não, peixinho, obrigado. Parece que vamos comer pizza hoje a noite.
- Vamos?! Mamãe vai comprar?
- Vai sim. - Tsubaki sorriu a ele. - Vou pedir pro Jin fazer um pacote desse pãozinho pra você, hum? O que acha?
- Jura?! Eu quero! - Hasui sorriu. - Você vai levar a gente embora, papai? 
Disse o pequeno, observando o pãozinho e nem dera tanta importância a frase. Tsubaki percebera o fim da frase e até achou graça, embora no fundo sentisse uma pontada de piedade. 
- Vou sim. Mas só mais tarde, depois que eu voltar da reunião.
- Mas por quê? Achei que ia ficar com a mamãe. Ela sente muito a sua falta. As vezes até te chama a noite.
- Ah... Chama, é? Você dorme com a mamãe?
- Iie, eu tenho meu quartinho.
- Hum então como sabe que a mamãe chama a noite?
- As vezes eu escuto quando quero usar o banheiro.
- Oh... E a mamãe chama alto?
Hasui uniu as sobrancelhas. 
- As vezes. Ele tem sonhos ruins?
- Hum, por que não pergunta pra ele?
- Verdade, vou perguntar...
- É. - Tsubaki sorriu. - Mas mais tarde eu vou ver vocês. - Disse limpando o cantinho sujo de sua boca.
- Ta bom. 
O pequeno sorriu, Izumi adentrou o escritório dele a levar o café. 
- Tsubaki-san.
- Hum, brigou com a máquina? - Tsubaki disse referente a sua demora e aceitou o café entregue. Sentiu o aroma gostoso. - Parece bom. Estava falando com o Hasui, que você tem alguns pesadelos a noite.
- Desculpe, tive que atender um cliente. - Izumi falou num pequeno riso. - ... Pesadelos?
- Sim, diz que fica chamando a noite. Não é, Hasui?
Izumi uniu as sobrancelhas, e só então havia entendido, mesmo sem perceber a face se corou cada vez mais. 
- ...
- O que houve? - Tsubaki fez-se desentendido.
- ... N-Nada.
- Tudo bem? Parece febril.
Tsubaki disse ao deixar a xícara à mesa e o parar forjadamente conferir em sua testa a temperatura.
- N-Não estou com febre... Eu... Vou voltar ao trabalho.
- OK. Eu vou embora, mais tarde eu pego vocês, hum?
- H-Hai...

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