Masashi e Katsuragi #17


- Ficou muito bonito em você, senhor!
- Hum, acho que não... Meio comprido demais nas mangas, não acha?
- Não, claro que não, é pra usar assim mesmo.
- Hum, e quanto custa? 
- Vou consultar pro senhor, temos outras cores também.
- Hum, e esse azul? 
- Pro senhor? Não sei se combinaria com seu tom de pele, nem com a mecha vermelha.
- Não, é pra um dos meus garotos. Kaito! 
- Oi, mamãe.
Katsuragi sorriu ao pequenininho e deslizou uma das mãos pelos cabelos dele.
- Chame o Masashi aqui, por favor. 
- Hai!
Masashi seguiu até o lugar quando chamado, observando o pequenino que parecia sempre animado desde que passara a não ser o petisco do outro, que agora certamente via como sua mãe ou seu pai. Entrou na sala, vendo-o vestido com o quimono, notando-o combinar com o tom novo em seu cabelo. 
- Hai.
- Oi Masashi. 
Katsuragi sorriu ao garoto, o único que deixava entrar na sala assim como o pequenino.
- Quero que experimente esse kimono. - Disse e entregou a ele o kimono azul. - Se gostar, é seu.
- Azul? 
Masashi indagou e sorriu a ele, observando o quimono e os detalhes bem traçados. Não costumava usar a cor, justamente por isso não sabia porquê a indicação.
- É lindo.
- É, eu acho que combina com a sua pele mais corada. Ficaria lindo em você.
- O azul é uma cor fria, por que combinaria com uma pele corada? - Masashi indagou e despiu-se da roupa simples de dormir, que vestia. - Olhe pra lá, Kaito. - Brincou com o pequenino e aceitou ajuda do serviçal a vestir a peça.
- Ai. - Kaito virou-se, cobrindo os olhinhos.
Katsuragi riu baixo e observou-o enquanto se despia, "comendo-o com os olhos" e sorriu ao fim.
- Não me contradiga ora, ficou lindo.
Masashi riu sem altura ao ouvi-lo, enquanto por si mesmo ajustava o obi.
- Deus do céu, olha só isso, você devia se ver no espelho, está apetitoso. - Katsuragi piscou a ele e riu baixinho, observando o serviçal. - Quanto custa?
- O mesmo que o seu, senhor.
- Hum... Certo, vou levar. Quer mais algum, Masashi?
- Apetitoso? - Masashi sorriu de canto e negou a pergunta. - Obrigado.
- Certeza? - O maior murmurou e sorriu ao dono dos kimonos. - Quero aquele preto também e o outro vermelho. 
- Certo. Eu lhe mando a conta.
- Fico no aguardo. 
Katsuragi piscou a ele e pediu ao pequeno que pegasse as caixas dos kimonos e guardasse, havia comprado um pequeno para ele também.
- Quantos quimonos, vai te empobrecer. 
Masashi sorriu a ele e observou os quimonos, talvez em algum momento tivesse olhado o preto, e certamente não era intenção mostrar isso a ele, mas mostrou. Fitou o pequenino, feliz em ganhar um para si. 
- Que cor é o seu, Kaito?
- Roxo e preto, tem umas flores na barra, a coisa mais linda!
O maior riu e negativou.
- Eu tenho dinheiro. Não há problema. Talvez fique mais caro do que o valor do bordel, mas está bom. - Katsuragi riu novamente e aproximou-se do outro, beijando-o na face. - E como está o seu pássaro?
- Por que roxo? Gosta de roxo? O Azul e o verde ficam bonitos em você.  
Masashi disse ao pequenino, mas tão logo deu atenção ao moreno, que retribuiu o beijo, igualmente em seu rosto. 
- Está bem e lindo. Mas se acostumou em dormir no travesseiro.
Katsuragi riu.
- E ele não escapa não? Porque travesseiro não é lugar de pássaro.
- Não, se acostumou comigo. Além de que eu deixo o cômodo fechado. - Masashi sorriu. - Não quero deixar ele preso na gaiola tanto tempo.
- Entendi. Gostou do meu cabelo?
- Sim, gosto de vinho.
- Que bom, eu fiz pra você... É só uma mecha, mas...
Masashi sorriu. 
- Mas estava bonito antes também.
- Mentiroso.
- Estava sim.
- Hum, fiz uma aqui embaixo também.
- Uso... Você nem tem pelos.
Katsuragi riu baixinho.
- Prefiro sem mechas.
- E sem pelos também.
- Sim, é por isso mesmo, sem pelos, sem mechas.
- Okay. - O maior riu.
- Obrigado pela roupa, é linda.
- Não é nada.
- Vem, eu fiz chá de jasmim.
- Hum, eu comprei alguns biscoitos.
- Então vamos lá.
Katsuragi assentiu e retirou o kimono, vestindo o próprio anterior, vermelho igualmente, porém diferente e sorriu a ele, prendendo o obi rente ao corpo de pele bem clara. Masashi o observou a se vestir e somente então, se deu conta de que deveria fazer o mesmo e trocou-se, colocando a peça que vestia antes, bem mais simples do que a atual.
- Deus, como você é lindo. Seria um vampiro perfeito.
- Mentiroso, só quer me convencer.
- Claro que não. 
Katsuragi murmurou e estendeu um dos biscoitos a ele, oferecendo ao pegar o pacotinho sobre a cômoda.
- Eu vou buscar o chá, vamos para o quarto.
- Hum, está muito frio aqui em cima mesmo. Não estáQuero aquecer você.
- Me aquecer? 
Masashi sorriu e saiu junto a ele, buscaria o chá, já ele, iria esperar no quarto.
- Não entendeu? 
O maior piscou a ele e riu baixinho.
- Mas até fazendo sexo você fica frio. - Masashi riu. - Eu quem aqueço.
- É, eu sei, mas você entendeu.
- Claro que sim. Pego o chá e vou te encontrar. Leve os biscoitinhos.
Katsuragi assentiu, seguindo em direção as escadas do quarto e colocou um dos biscoitos na boca. Masashi buscou o chá que preparou pouco antes, por sorte, haviam-no mantido aquecido. Levou numa bandeja junto a louça de porcelana branca e azul, seguindo ao quarto onde o encontrou logo, e com a boca ocupada, que parou de mastigar como se fosse culpado. 
- Que isso... - Riu.
O maior riu, mastigando rapidamente e deixou os biscoitos de lado, disfarçando, esperou-o se sentar e logo colocou os biscoitos sobre o pequeno pratinho que trazia. Masashi sorriu, achando graça, parecia uma criança, e eram raras as vezes em que ele mostrava aquela parte de si, queria sempre parecer imponente e impecável, mas gostava de vê-lo engraçadinho daquela forma. 
- Que bochecha cheia é essa? Espero que não sejam os biscoitos.
- Não, não, que isso... Eram... Só pedaços de crianças que guardei na gaveta. 
Katsuragi piscou a ele e serviu-se do chá, assim como a ele.
- Ah bom, então tá. 
Masashi disse e serviu-se da bebida, sentindo o fundo aquecer suavemente a palma da mão aonde repousou.
- Você é lindo mesmo.
- Desculpe estar assim hoje, é que... Faz tempo que não te olho assim.
- Assim como? - O maior indagou e sorveu suavemente o chá.
- Como algo além de um amante.
- Ah? - Maashi indagou, confuso, parecia algo ruim.
- Um namorado.
- Ah é? Faz tempo? Então estava me olhando como o que?
- Você disse que não gostava de mim, devia me iludir?
- Eh? - Masashi indagou, confuso. - Não estou entendendo nada.
- Esqueça.
- Quando eu disse que não gostava de você?
- Disse que gostava, mas não do mesmo modo.
- Eu não disse nada pra você. Acho que está um pouco confuso. E acabou de me deixar igualmente confuso.
Katsuragi negativou e pegou um dos biscoitos, o menor pegou o biscoito e mordiscou, experimentando. 
- É gostoso, tem gosto de ervas.
- Uhum, comprei numa venda aqui pertinho.
- São gostosos, parecem refrescantes. Você gosta?
- Muito. Tem mais coisas, amanhã vamos lá, hum?
- Achei que não via graça em comidas humanas.
- Eu adoro. Nasci humano ora.
- Mas achei que o sabor se tornava monótono.
- Não. Eu se fosse você não deixaria o pássaro com eles lá em cima.
- Mas ele não está lá. 
Masashi sorriu e mostrou o bicho que dormia, escondido em sua cama, antes, oculto pelo lençol.
- Ah meu Deus... 
Katsuragi riu baixinho e deslizou a mão pelas penas dele. 
- Ele é lindo.
O menor riu, sem som e observou o pássaro a sacolejar suas penas ao ser incomodado.
- Foi o presente certo pra você.
- Por quê?
- Porque ele combina com você. - Sorriu.
- Eu gosto de corvos. - Masashi sorriu. - Ainda que as pessoas achem que eles são a cara da morte. Bobagem.
- Bobagem, eu sou a morte. - O maior riu.
- Não, você é zumbi. - Riu e bebeu do chá.
- Zumbi, é?
- É, morto-vivo.
- Já viu meus pedaços caírem?
- Calma, não leve pro lado pessoal. - Brincou.
Katsuragi riu.
- Tire a roupa.
- Por quê? - Indagou, surpreso.
- Porque acabo de ver uma aranha subindo pela sua perna. Mentira, faça uma dança sensual pra mim.
Masashi franziu, e negou. 
- Não...
- Ah vai.
- Estamos tomando chá.
- E daí? Posso tomar chá em cima de você.
- Mas eu não.
O menor riu.
- Vem.
- Espere. - Resmungou.
- Ah, rápido.
- Iie, quero beber o chá. Katsuragi!

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