Sagara e Azaiichi #5


Azaiishi assentiu e levantou-se, levando a bolsa consigo e também a roupa íntima. No banheiro observou tudo, tudo que fora deixado por ele ali, até achou graça da chapinha guardada, mas era dele, então era incrível. Ao entrar no banho, sentiu o cheiro de seu sabonete, era o mesmo que sentira no outro hotel, ele devia usar somente aquele e pelo aroma conseguiria identificar no mercado.
Sagara levantou-se mais tarde, seguiu então para o quarto onde deixou as toalhas que recolheu na sala. Após se limpar do modo suficiente, buscou as roupas, vestiu uma regata preta cujo tecido de algodão era largo, deixava exposto parte das costelas tatuadas pela abertura dos braços igualmente marcados. Nas pernas uma calça da mesma cor. Teria um dia de folga até os preparos do dia seguinte.
Após de lavar, o menor saiu do box, sentindo o cheiro dele em todo canto, estava tão feliz que podia gritar, estava com ele de novo, quem diria? Ele passava a noite com uma garota diferente e agora era a segunda vez com ele. Sentiu vontade de chorar, mas negativou e colocou a roupa íntima, junto a uma camiseta larguinha e um short curto, roupas de dormir. Voltou ao quarto e o viu ali, seu corpo bonito na regata, ele era lindo. 
- Pronto.
Sagara se sentou na cama ao pegar o celular, fez breve leitura do e-mail enquanto ouvia o barulho vindo do chuveiro, era um som incomum de ouvir. Ergueu a direção visual quando enfim deixou o cômodo, fitou a ele e na verdade as pernas que vinham banheiro a fora. Azaiichi sorriu meio de canto. 
- Obrigado por me deixar ficar. 
Murmurou e seguiu a te ele, abraçando-o novamente a repousar a face sobre seu ombro.
Na proximidade, o maior inclinou o celular e tirou do e-mail, evitando alguma conferida do garoto. Fitou-o sobre o ombro, de soslaio. Ao abrir a boca falaria com ele, mas interrompido fora ao ouvir a porta. Serviço de quarto. O menor ergueu a face a desviar o olhar a pessoa que havia entrado, e não se importou, ficaria por ali mesmo, até se ajeitou ao lado dele, por sorte guardará os apetrechos sexuais.
Sagara observou a serviçal que entrou junto ao carrinho. Levou com ela o jantar que deixou sobre a mesa, arrumando-a e pela observação, arrumou para dois. Azaiichi sorriu ao observa-la, achou bonitinho o fato de ter arrumado para ambos. 
- Vamos jantar juntinhos? Eu acho que sempre sonhei com isso.
Sagara levantou-se quando conseguiu desvencilhar do garoto. Agradeceu a encarregada, certamente à dispor do próprio agente e levou-a até a porta após seu serviço. 
- Obrigado, Akari. 
Após fechar, seguiu de volta para o quarto, buscou o saquê pedido algum tempo antes, abriu a garrafa no balcão da cozinha. 
- Está com fome?
Azaiichi sorriu ao vê-lo descer e desceu logo em seguida, assentindo ao ouvi-lo e sentiu no sofá do mesmo modo como havia sentado na cadeira na primeira vez, um dos pés sobre o sofá. 
- Vem...
Sagara observou o garoto, que se acomodou encolhido e naquela posição sua roupa parecia grande demais com a camiseta um pouco larga. Não tinha exatamente fome, mas podia comer com ele, ainda que a única coisa que normalmente fizesse sozinho quando não trabalhava, fosse fumar e beber. Tinha um cigarro entre os lábios, mas o deixou de lado ao seguir para mesa. Se sentou e o fitou. 
- Vá em frente.
Azaiichi sorriu ao vê-lo se aproximar e encostou-se a ele, como um gatinho, beijando-o no pescoço.
- Estou jantando com você... Isso é tão incrível.
- No momento, está pensando mais que jantando. 
O maior disse, sob os beijos no pescoço e segurou seus cabelos curtos, puxando suavemente entre os dedos, fitou de perto seu rosto. Era certamente um tipo completamente diferente do qual costumava pegar, mas era bonito. 
- Coma.
Azaiichi sorriu a ele ao vê-lo tão perto e selou seus lábios, assentindo. 
- Ta bem. 
Dito, pegou o próprio bowl e serviu-se com a comida. Sagara retribuiu o beijinho que ganhou quase como um reflexo. Quando teve o espaço, pegou como ele a louça, serviu-se do macarrão oriental com os generosos filetes de carne e porção de legumes.  Azaiichi experimentou a comida e devagar passou a comer junto dele, observando-o vez ou outra.
Após se servir, o moreno iniciou pelas carnes no prato. Serviu um copo com o saquê e tragou. Retribuía a olhada, não entendendo exatamente o que ele queria.
- Hum, qual é sua comida favorita? - Murmurou e comeu pouco mais da yakisoba.
- Você não sabe? - Sagara indagou, acabou com um sorriso.
- Bem, as revistas nem sempre falam a verdade.
- Gosto de peixe branco.
- Nigiri?
- Hum. - Assentiu.- Sashimis, sushi.
- Entendi. - Azaiichi sorriu. - Eu gosto de yakisoba.
- É, eu gosto também. 
Sagara concordou ao comer então dos grossos fios de massa oriental. Azaiichi sorriu meio de canto e bebeu pouco do saquê, pegou do copo dele mesmo. O moreno observou sua escolha da bebida, economizando o copo onde servia ao escolher o próprio. Achava graça em seus modos tão casuais, sabia que tinha alguma timidez pelo rubor tênue em sua face.
- Está gostoso?
Azaiichi desviou o olhar a ele e assentiu, comendo pouco mais do macarrão. 
- Oishi!
O maior assentiu, na verdade não tinha muito do que dizer a ele, portanto continuou com o jantar silencioso.
- Hum, você gosta de televisão?
- Não costumo ver. 
Sagara disse e pegou um dos vegetais, com a mão mesmo.
- Ah. - O menor murmurou e uniu as sobrancelhas, gostaria de ter algum assunto com ele. - Você sai com muita gente...?
- Está perguntando se eu transo com muita gente? - O moreno indagou e sorriu a ele.
Azaiichi assentiu, colocando mais do macarrão na boca.
- Hum, isso não é da sua conta. 
O moreno disse e esticou a mão, deu um peteleco em sua testa, sem força em demasia. O menor estreitou os olhos ao sentir o toque. 
- Claro que é!
- Não é não. 
Sagara respondeu, achando graça, embora sem esboçar.
- É sim ora, você é meu.
- Sou seu, ah?
- É sim.
- Acho que você não é o único com pensamentos assim.
- Sou sim.
- Na verdade muitos fãs tem o hábito de acreditar que o artista precisa ter a vida que eles pensam ter.
- Não acho que você precise ter. Mas agora você é meu sim. - Sorriu.
- Ah, claro que sim. 
Sagara disse, não realmente entendendo o garoto, mas continuou o jantar e também as doses de saquê. Azaiichi riu baixinho e desviou o olhar a ele. 
- Saga... Já gostou de alguém?
- Não gosto nem de mim direito, garoto.
- Não seja ruim. Sério?
- Estou falando sério.
- Hum, ta bem.
- Nunca tive interesse além do trabalho. Comecei jovem, você deve saber.
- Eu sei, mas dorme com muita gente, ninguém chamou sua atenção?
- Não. Também nunca deixei ninguém ficar pra tentar.
- Hum... Entendi. E... Eu fiquei. - Azaiichi sorriu.
- Você é intrometido, o restante eram tímidos demais pra insistir.
- Hum, eu não sou. 
O menor murmurou e encostou-se junto dele, porém gemeu dolorido conforme se sentou meio torto.
- É, você é sim. - Sagara disse e o fitou de soslaio diante do grunhido dolorido. - O que, exagerou nas informações aí dentro?
- Um pouco. 
Azaiichi riu e ajeitou-se no sofá, embora ainda perto dele.
Quando finalmente se fez satisfeito, o moreno deixou o bowl vazio sobre a mesa e limpou o paladar com a bebida antes de enfim pegar o cigarro há alguns minutos esquecido. 
- E você, tem namorado? Ou namorada quem sabe.
Azaiichi suspirou quando por fim havia finalizado a comida. 
- Iie. Eu sou só seu.
Sagara fitou o garoto, canteiro. O que ia dizer? Ele insistia nas ideias, apenas negativou, mais para si mesmo do que para ele. Tragou o cigarro, sentindo o cheiro de cravo intenso.
- Você é bem uma criança, ah? E é meio stalker.
- Não sou uma criança. - O menor murmurou. - Eu já tenho quase dezoito anos.
- Depois de alguns anos. Não precisa continuar mentindo.
- Eu tenho dezesseis, não dez.
- Dois anos até dezoito, garoto.
- E daí?
- E daí que dezesseis não é dezoito.
- Mas é quase. Além do mais eu tenho dezesseis e meio.
- Oh, grande coisa. - Sagara provocou e sorriu com sarcasmo.
- Não seja chato. 
Azaiichi disse e empurrou-o em seu ombro, sem força. Sagara levantou-se por fim, após mais um trago do cigarro, entregou ao menino, não era pai dele para dizer o que fazer ou não. Com isso, seguiria para a cama. O menor aceitou o cigarro e tragou, desviando o olhar a ele. 
- Já vai dormir?
- Não exatamente.
O maior disse e embora estivesse deitado, não ia dormir. Não adormecia tão cedo, mas podia se deitar. Eram raras as ocasiões onde tinha tempo no quarto sem compromissos e era por isso que aproveitaria o fato de ter nada a fazer. Passaria o jantar, beberia um pouco, fumaria o quanto quisesse e provavelmente transaria um pouco mais tarde. No dia seguinte certamente ouviria queixas do agente pelos cigarros. Azaiichi seguiu com ele até a cama e deitou-se a seu lado, repousando a face em seu peito. 
- Sabe... Não quero que o cigarro estrague sua voz.
Sagara voltou-se a ele, uma vez que por alguma razão havia feito o que imaginava do agente. 
- Você é o que? Filho do meu agente?
O menor riu. 
- Eu gosto da sua voz, e você não cantou pra mim.
- Você vai ouvir amanhã, hum?
- Mas... Não vai ser só pra mim.
- Você vai me pagar?
- Quanto você quer?
- Cem mil.
- Hum... Eu posso parcelar? - Riu.
- Não recebo parcelado na verdade. - Sagara sorriu, em contágio de seu riso.
- Ah... Então posso pagar em sexo?
- Não, sexo você está lucrando.
- Hum... E se eu pagar com pão doce?
- Hum, você não faz pão doce de graça?
- Fiz só uma vez, de agora em diante só com música.
- Hum, se eu pedir você não vai fazer?
- Só se cantar pra mim, já disse.
- Hum, que fã fajuto.
- Ora, tenho que lucrar de alguma forma. - Azaiichi riu.
- Fã de verdade faria o que eu quisesse. 
Sagara disse e nem se deu conta quando passou a ter aquela pequena brincadeira com ele. 
- Hum, então eu faço o que você quiser.
- Que música você gosta?
- Akai Ito.
O maior sorriu meio canteiro, não verdadeiramente risonho. Ainda assim, iniciou um murmuro, cantou a música que fosse calma o suficiente para não precisar de altura na voz. Azaiichi manteve-se em silêncio, ouvindo-o cantar e sorriu meio de canto, deslizando uma das mãos pelo braço dele e entrelaçou os dedos aos do outro. Sagara não prolongou demais a cantoria, não cantou inteira, apenas alguns trechos meio interligados. Mas interrompeu ao sentir o entrelaço dos dedos que desvencilhou e beliscou a ponta do dedo do garoto. 
- Não tente namorar.
O menor desviou o olhar a ele e sorriu meio de canto.
- Desculpe.
- Está feliz agora?
- Estou. - O menor sorriu.

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