Ikuma e Taa #65


A tinta preta decorava com evidência a cútis de Ikuma, em contraste do tom pálido qual possuía. Tinha a imagem estampada, mediana, que vinha ao pescoço a partir da altura do ombro, parcialmente atrás do pescoço, para onde se dirigia em direção ao maxilar, porém sem alcançá-lo e em seu pescoço o réptil possuía uma corrente. Tinha inicialmente a folha transparente colada à pele com ajuda das fitas frágeis, não que fosse necessário visto que a rápida cicatrização já formulada. Deitou-se, usando somente a boxer cor de vinho e uma regata branca e folgada, a espera do companheiro. Taa seguiu pelo quarto da filha a carregá-la nos braços pelo quarto, balançando-a suavemente a tentar fazê-la dormir. Via os olhinhos pequenos se fecharem, tranquila com a musica baixa que cantava e havia acabado de comer, estava satisfeita e sonolenta pelo dia que já estava chegando. Ouviu o barulho da porta, sutil como sempre depois que tiveram o bebê e seguiu até o berço a colocá-la sobre o local, já em sono e a cobriu com o fino cobertor, acariciando o rostinho pequeno a seguir em direção ao quarto.
- Demorou pra chegar, achei que não fosse voltar mais, aonde fo... - Parou a frase ao ver a tatuagem nova no pescoço do outro e aproximou-se, estreitando os olhos. - Mas... Que diabos?
O menor virou-se defronte, cruzando os braços atrás da nuca, em descanso sob o travesseiro alto o fitou e sorriu-lhe sem responder.
- Fez uma... Tatuagem?
- Não, colei uma foto sua no pescoço.
- Não é engraçado...  - Taa estreitou os olhos. - Porque eu.. Digo, ela, esta com uma corrente?
- Não era pra ser, é você mesmo. É porque você é meu.
Taa abriu um pequeno sorriso e deitou-se ao lado dele.
- E precisava tatuar uma lagartixa?
- Precisava, por que?
- Achei bonitinho.
Ikuma sorriu.
- Eu sei.
Taa virou-se de lado e o abraçou, selando-lhe os lábios. Ikuma igualmente o abraçou a retribuir tanto o abraço, quanto seu breve beijo.
- Noite agitada?
- Um pouco. Teve uma briga na boate... Foi sangue pra todo lado. Mas, não vem ao caso.
- Hum. Apartou logo, ah?
- Os seguranças fizeram.
- E o sangue, tomou?
- O deles não, claro.
- Podia ter aproveitado um pouco.
- Não, tive que limpar, estava quase todo mundo se matando pelo sangue.
- Tsc. Chutaram eles daqui?
- Chutaram. Mas vampiros as vezes são nojentos...
- Como são os humanos. Alguns valem ou não a pena.
- É, é isso. - Taa riu. - E você, hum? Espero que não tenha ido ver nenhuma vadia.
- Claro que fui. E ela ainda te marcou na minha pele, não viu?
O maior estreitou os olhos.
- Olha la hein.
- Ok, fui ver a vadia depois da tatuagem.
- Estou falando além de mim.
- Não, só você mesmo.
- Ah, imaginei.
Ikuma levou a mão até a fita, tirando do pescoço o plástico, expondo com precisão o desenho na pele.
- Veja.
Taa aproximou-se a observar a tatuagem e sorriu a tocá-la sutilmente.
- É linda.
- Uma graça. Tanto quanto você.
- Isso aí é mentira.
- Não é.
- Não sou uma graça.
- É claro que é. Pra mim é.
Taa sorriu.
- A Shizu dormiu.
- Que bom. Eu vou te deixar descansar hoje, então aproveite.
- E quando é que você me deixa descansar?
- Hoje.
- Só?
- Só hoje.
- Amanhã vai acordar me comendo já.
- Sim, porque amanhã não é hoje.
- Imaginei.
Ikuma sorriu-lhe outra vez e o beijou na testa.
- Deveria aproveitar.
- Eu estou aproveitando. Gosto de ficar assim contigo.
- Hum... Gosta é? 
Ikuma levou a mão a sua nuca, afagando-a nos cabelos.
- Gosto sim. 
Taa aproximou-se a abraçá-lo.
- Quem fez a tatuagem?
- Um rapaz chamado Katsumi. 
- Ele é bom.
- É sim. - O menor sorriu.
- Eu deveria fazer uma pra você.
- Ah não, eu fiz porque queria, só faça uma se for assim também.
Taa sorriu e assentiu a ele. 

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