Ritsu e Etsuo #25


- Etsuo. 
Kaname disse ao ser chamado logo que entrou em casa. Pôde ver o olhar do menorzinho que entrava consigo, pareceu exasperar ao ver o filho, afinal, parecia acomodado à espera. 
- O que houve, filho?
- Eu preciso... Conversar com o senhor sobre o que eu disse no outro dia. - Etsuo sorriu meio de canto. - Posso?
- Você, não gosto de senhor, já disse hum? Fale, Etsuo.
- Hai, tudo bem... 
Etsuo Disse e desviou o olhar a Shiori, sorrindo a ele, e estava um pouco desconfortável, ele provavelmente havia percebido, porque deslizou a mão pelo braço de Kaname e seguiu ao quarto, deixando Etsuo sozinho com o outro. 
- ... Papai eu gosto mesmo do Ritsu...
- É, eu sei disso, Etsuo. E aí? 
Kaname indagou e se sentou no sofá, esperou prosseguir. Etsuo observou-o e uniu as sobrancelhas. 
- Não está bravo?
- Na verdade eu estou preocupado com isso sim. Você é vampiro, ele é humano e você ainda começou a ter relações sexuais com ele antes mesmo de falar comigo. Mas você, sempre agiu como se o Ritsu fosse ser seu.
Etsuo abaixou a cabeça ao ouvi-lo. 
- Me desculpe... Mas... Não posso ter filhos com ele...
- Não pode dar nascimento a um bebê, mas nada impede de que comece a gerar um que não suporte o estado físico de um ou outro. Não importa, prefiro que meus filhos estejam com namorados que eu conheço. Mas, sem putaria.
Etsuo uniu as sobrancelhas ao ouvi-lo, desviando o olhar ao maior.
- Está dizendo que eu posso ter um aborto? Isso é horrível. - Falou a unir as sobrancelhas. - ... Ah, não quer que eu transe com ele?
- Hum, você? Bem, você abortaria e Ritsu acabaria sendo morto porque a criança tentaria consumir o sangue dele. Se já tem relações, duvido que possam evitar a essa altura.
Etsuo uniu as sobrancelhas. 
- Eu sou... Uke. 
Murmurou com um sorrisinho de canto, estava envergonhado. Kaname pigarreou, dispensando o detalhe ainda que estivesse de fato curioso anteriormente. Não que desacreditasse do potencial do filho caçula, era um homem afinal, duvidava porém que o mais velho assumiria a posição sem timidez. 
- Hum... Eu vou falar com o Ritsu, e... Vamos usar camisinha.
- E não estavam usando?
- ... Estamos.
- Hum, acha que me engana, infeliz?
Etsuo riu. 
- Está tudo bem.
- Vai ficar bem a hora que vocês não transarem. Ao menos use preservativo.
- Ta bem... - Etsuo falou e fez uma pequena reverência. - Me desculpe.
- Pode ir, avise sua mãe que está vivo.
- Hai, obrigado. 
Disse e seguiu para o quarto, não sem antes informar a própria mãe que podia ir para a sala novamente.



Etsuo sorriu consigo mesmo ao olhar o relógio, estava pronto, já havia saído do colégio e passaria no do irmão para pegá-lo. Em seu intervalo, havia deixado para ele o pequeno obento, contendo o omelete de arroz que havia feito enquanto ele dormia, ele quase nunca levava lanche, então esperou que ele dessa vez pegasse o pequeno pacote em sua mochila. Além do omelete, havia deixado chá verde e um pequeno bilhete "Boa aula, mestre". Ao parar em frente a seu colégio, ajeitou o casaco que usava, aguardando enquanto via alguns alunos já dispersarem. Ritsu h
avia sentido que por alguma razão a mochila havia saído mais pesada naquela tarde. Na escola no entanto acabou encontrando a razão do peso, uma vez que tão incomum resolveu verificar o motivo. Observou o pequeno pote e também uma pequena garrafa térmica, bem, o conteúdo iria ver mais tarde, mas o bilhete já havia fuçado e por isso sorria canteiro, não pelo recado em si mas por imagina-lo aprendendo a preparar algo como o que estaria dentro do obento. No intervalo, que aguardou curioso, optou então por subir ao terraço, sentou-se e finalmente pode abrir o embrulho, descobrindo o conteúdo amarelinho dentro do pequeno pote. Usou dos hashis que provavelmente eram conjunto, tinham a mesma cor da tampa. A sós passou a comer imaginando o que faria para retribuir o mimo. Serviu-se também do chá amargo e quente, acompanhando a refeição. 
Com o fim da aula, Ritsu ainda pensava como não havia visto o irmão pelo caminho ao ir para escola, parecia dormir normalmente, havia sido talvez estratégico, mas agora o encontrava na saída. 
- Ah, on... Etsu! - Disse em saudação, caminhou até ele e segurou os lados de seu casaco. - O que aconteceu? Fez algo errado e está tentando me agradar? - Brincou.
Etsuo observou o irmão e acenou a ele, vendo-o seguir até si e riu baixinho, negativando. 
- Iie, só... Achei que seria legal fazer seu lanche. Estava gostoso? Acho que salguei demais...
- Eu gosto de sal. 
Ritsu disse e levou as mãos a seu rosto. Selou seus lábios. O maior sorriu e assentiu, retribuindo o selo.
- O que houve, puppy? Não aguentou me esperar no tapetinho de casa?
- Falei com o papai. - Etsuo disse num pequeno sorriso.
- Hum, por isso está me agradando? - O menor indagou, confuso.
- Iie, só... Só falei. - Riu.
- Como foi? Parece que está animado. 
Ritsu disse e ao solta-lo, pegou sua mão a medida em que passou a caminhar.
- Bem... Ele me mandou usar camisinha. De resto tudo bem. - Etsuo riu. - Disse que eu posso engravidar mesmo sendo vampiro.
- Vocês falaram sobre esse tipo de coisas? 
Ritsu disse e franziu o cenho, estranhando o assunto. 
- Ele falou... - O moreno falou e riu. - Aparentemente, eu posso ter um aborto. Fiquei meio preocupado, então...
- Hum... Ele não ficou bravo com isso? Então? Não quer mais fazer?
- Iie. Quero, eu não disse que não.
- Então o que? Vamos usar camisinhas.
- Hai, eu... Vou comprar alguns remédios.
- Vão funcionar pra você?
- Acho que sim.
- Mas seu organismo não funciona direito, Etsuo. Deve falar com a mamãe.
- Hai, eu vou conversar com o papai. Não quero pensar na ideia de ter um aborto...
- Hum, parece cruel.
- É... Você não pode mesmo me engravidar, um bebê vivo não pode viver em mim.
- Hum, você não parece tranquilo sobre isso. - Ritsu disse e voltou-se para o moreno. Sorriu. - Está preocupado porque quer um bebê?
Etsuo desviou o olhar a ele e negativou. 
- Não, é que... Isso não é bizarro?
- Sim, é triste. Mas é algo que eu já havia imaginado antes.
- Hum... Bem, vamos mudar de assunto.
- Não se preocupe, Etsuo. Se você quiser um bebê nós podemos ter, um dia serei como você e assim será capaz de gerar um. Porque eu não quero gerar. - Ritsu resmungou e sorriu, num riso nasal. - Também podemos adotar um, e dar oportunidade a uma criança, como eu tive.
Etsuo riu e assentiu. 
- Iie, eu... Não sei se tenho jeito para ser mãe sabe... Eu acho que adotar seria bom. Quero criar alguém como fizemos com você, meu Onii.
- Não é questão de jeito, é questão do que você quer. Mas claro, isso é um assunto para alguns bons anos. - Ritsu sorriu-lhe de canto.
- Hai, não agora. 
Etsuo dorriu e desviou o olhar ao garoto que corria em direção ao irmão, um sorriso nos lábios até ver a si. Freou e estremeceu. Ritsu se voltou ao moreno, ao perceber seu andar diminuir. Não havia percebido o amigo, encarava a direção diferente da dele. 
- O que houve?
Etsuo indicou a ele o garoto que agora disfarçava. 
- Estou perdendo alguma coisa?
- Ah? Não, acho que não. - Por um momento o loiro acabou soltando sua mão, sem intenção na verdade e seguiu até o colega. - Precisa de alguma coisa?
O maior estreitou os olhos ao senti-lo soltar a si e aproximou-se atrás do outro, como um guarda costas e rosnou.
- ... Eu só ia te dar tchau...
Ritsu sentiu a presença do irmão junto a nuca, o que fez com que se voltasse para ele. 
- Se comporte, inu. - Disse-lhe em altura pessoal, apenas para ele. - Hai, até segunda, Haru. 
Disse ao garoto e sorriu, dispensando antes que o irmão o fizesse desmaiar.
- Não quero você perto do meu irmão, garoto, achei que eu já tinha te dito isso! 
Etsuo falou, ignorando-o.
- S-Sim senhor...
- Haru, pode ir. Não se preocupe. 
Ritsu disse ao garoto e tocou seu ombro, incentivando a partir. Se virou para o irmão, antes que pudesse dar partida. Etsuo observou-o de olhos estreitos e os olhos queimavam em vermelho. 
- Que porra?
- Não é comida, Etsu. - O menor disse ao fitar seus olhos enrubescerem.
- Vai virar. Mandei ele parar de falar com você, vou ter que vir te buscar todo dia?! Caralho!
- Etsuo, você não está falando com seu amigo. 
Ritsu disse, tinha um brando, embora irônico sorriso. Etsuo estreitou os olhos e ficava facilmente puto com qualquer coisa que se dizia respeito ao irmão, era extremamente ciumento. 
- ...
O loiro pegou seu rosto, segurou e se impôs ao moreno. Ao tocar sua boca, penetrou-a com a língua e o beijou, ao menos aquilo tentaria para acalma-lo. Etsuo ainda tinha as sobrancelhas unidas e o beijo não era realmente satisfatório, tentou não fazer nada e por fim mordeu a língua dele, sem muita força, mas sentiu cheiro de sangue. Ritsu deslizou as mãos para a nuca do moreno, entrelaçando os dedos aos seus cabelos negros e puxou de leve, mais ainda ao sentir a mordida, o que causou um gemido baixo em sua boca, dolorido. Porém, tentou não fazer a cena tão sexual visualmente quanto com o que fazia de fato em sua boca. Etsuo suspirou e estava um pouco mais calmo, aos poucos relaxou a face e guiou ambas as mãos aos ombros dele, apertando-o ali.
- ...
Ao abrir os olhos, o menor percebeu seu cenho menos tenso. Desviou de seus lábios e beijou sua bochecha, passou ao pescoço, mordiscou seu lóbulo e então o abraçou. 
- Inu, você feriu minha língua.
- Você feriu meu orgulho. Não me faça ficar quieto quando alguém está claramente querendo dar em cima de você na minha frente. 
Etsuo falou a ele e acariciou suas costas.
- Etsuo, ele me deu tchau. - Ritsu mordiscou seu pescoço. - Você gritou comigo em público. Vou te deixar de castigo.
- Eu vou matar ele de verdade dessa vez.
- Você vai?
- Vou.
- E o que você acha que vou fazer com você depois disso?
- Não ligo se me deixar na chuva, pelado de coleira, eu quero arrancar o pescoço desse menino.
- Acha que é só isso que vou fazer?
- O que você vai fazer?
- Não vai mais ganhar beijos, não vai ganhar coleira, não vai ter sexo e nem falar sobre ter filhos.
- Vai me deixar por causa de um humano babaca?
- Eu sou humano também. Ele é um colega, não pode ameaçar meus colegas porque tem ciúme e não percebe que você tem tantas qualidades que eu jamais buscaria em outra pessoa. Mas um dia vou ser forte e vou poder bater na sua bunda quando eu não gostar do seu comportamento.
Etsuo estreitou os olhos. 
- Se me deixar matar ele, vai provar que me ama mesmo.
- Tsc. 
Ritsu resmungou e por fim o soltou, reiniciou a caminhada. Etsuo desviou o olhar ao outro e segurou-o em seu braço. 
- Ta, não mato seu coleguinha.
- Vou falar com meu pai sobre isso. 
Ritsu resmungou novamente, fingindo falar para si mesmo.
- O que?
- Vou falar pro seu pai. Malcriado. - O menor disse, claro, provocando o irmão. Desvencilho do toque no braço. - Hum.
O moreno estreitou os olhos. 
- Fale!
- Ah, que porcaria. 
Ritsu disse e deu a ele um tapa na bunda, claro, foi discreto.
- ... Eu vou arrancar um pedaço de você!
- Vem. Arranca.
Etsuo rosnou para ele, indicando que corresse.
- Não vou correr, eu sou seu dono. - Ritsu disse e parou em frente a ele, cruzou os braços. - E você está sendo um garoto mal. Sabe que vou te abandonar numa caixa na rua se me encher o saco?
- Ritsu, já te disse pra não fazer essa brincadeira.
- Por quê? Se não me dói, por que deveria doer em você?
- Eu não gosto... Isso me magoa um pouco.
- Bem, se não fosse por isso eu não teria encontrado você.
O maior uniu as sobrancelhas e assentiu, puxando-o para si e lhe selou os lábios. 
- ... Posso vir te buscar todos os dias?
O menor segurou sua cintura ao ser puxado, retribuiu o toque. 
- Hum, não estava ameaçando me arrancar um pedaço, hum?
- Não resisto a você. Seu... Malditinho.
O menor riu baixo e por fim deu um tapa leve em seu quadril. Na verdade podia não dizer nada e saber que estavam brincando, que podia chantagear o irmão, mas no fundo se sentia infeliz de não ser capaz de causar sequer um pouquinho de medo nele, era mais fraco que ele, por isso não o amedrontava, e provavelmente não seria capaz de fazê-lo mesmo se virasse um vampiro. Etsuo sorriu. 
- Vamos pra casa. Quero colocar minha coleira.
- Hai hai
Ritsu disse a ele e assentiu igualmente com a cabeça. Caminhou de volta para casa junto ao moreno. Etsuo segurou a mão dele e aproximou-se dele, beijando-o em sua face novamente. O menor fitou-o de soslaio e sorriu, pegou sua mão de volta e levou consigo, caminho a casa.

Compartilhe:

DEIXE UM COMENTÁRIO

    Blogger Comment

0 comentários:

Postar um comentário