Yasuhiro e Yoruichi #25 (+18)


O dia estava quase em seu fim, Yoruichi podia ver no céu cinza um tempo que ameaçava chuva, já faziam alguns dias que não havia sol, o que era mais fácil para si ao sair de casa, transitar por ali, sem o perigo de encontrar uma fresta de sol e sentir a pele queimar. Gostava de caçar no claro, embora tivesse uma visão privilegiada a noite. Gostava de se esconder em meio as árvores, farejando uma presa fácil como um cervo, gostava da carne dele, não tanto quanto a humana, mas era algo bom para substituir. Avistou um a distância, era bonito, tinha chifres grandes, chegou a sorrir, quase sentiu o gosto dele na própria boca. Devagar seguiu entre as folhas nas árvores, como um tigre, os olhos afiados, atento a ele e seus movimentos, nem piscava, se piscasse, ele poderia notar a si, não pisava em falso, não haviam erros, ele era próprio. Num movimento suave, se viu avançando sobre a garganta dele, mas somente se viu, porque não fora o que realmente aconteceu. Ergueu-se rapidamente, e claro, o animal acabou por correr, fugindo de seu predador que antes nem se dava conta de que estava lá. Agora farejava o ar, não atrás do cervo, mas atrás de algo diferente. Não tinha cheiro humano... Não era um animal, era sangue frio, conhecia bem o cheiro, era um vampiro, um não, dois, para ser preciso. Estreitou os olhos, aquelas terras tinham dono, eles não deviam se atrever a andar por ali. As folhas de moveram, e não estava mais ali, era rápido, procurava pelos vampiros que tinham aquele cheiro tão forte e irritante, porém, cessou os passos há alguma distância do aroma, iria andando, sabia que eles também sentiam o próprio cheiro, e podia não ser bom para si. Conforme se aproximava, notou que entre os dentes do vampiro havia um cervo, semelhante ao que antes caçava, mas aquilo não era o problema para si, o problema maior estava no fato de que o marido estava ali. Fitou-o, em meio as árvores, silencioso, queria entender.

- Não sabíamos que vocês eram os donos daqui, simplesmente nos perdemos. 
Um deles deu um sorrisinho, sabia que estava mentindo, na verdade, pôde vê-lo se preparar para um ataque e sabia, iria atacar o loiro, porém, fora mais rápido que ele e pulou, em frente ao marido, os dentes estavam expostos e rosnou.
- Se tocar nele, eu arrebento vocês dois.
Yasuhiro sentiu um toque suave na pele, eram os próprios cabelos roçando no rosto diante do sopro de seus movimentos. O havia visto chegar, assim como o movimento hábil que formulou para estar em frente ao corpo. Sorriu, quase num sopro nasal. 
- Não precisa me defender, Yoruichi. 
Disse, um pouco incomodado com a atitude, embora no fim fosse um gesto amoroso. Yoruichi sabia disso, mas achava uma audácia os dois além de invadirem as terras, tentarem machucar ele, e estava irritado naquele dia, realmente não queria que nenhum imbecil cruzasse o próprio caminho ou ameaçasse o próprio marido. Só então, de frente a eles, analisou suas expressões.
- ... Hasegawa? O que vocês estão fazendo tão longe? Vocês não tem a casa de vocês? Não precisam caçar no terreno dos outros. 

- Hum, ficou meio chato caçar no nosso terreno. 
- Voltem pro buraco de onde vocês saíram, não vão enganar ninguém aqui. 
- Poxa priminho, não vão nem convidar a gente pra entrar em casa? Tomar um cházinho?
- Cházinho, ah? Prefere quente ou fervendo, Ryotarou? Vão, não me importa o quão ruins são suas terras, cada um tem o que merece. - Yasuhiro sorriu, com tamanha cortesia, embora sarcástico. - Vão procurar outro lugar, não tenta empurrar a amizade.
O rapaz sorriu, sarcástico.
- Hum, acho que não se lembra de quando brincávamos juntos na infância, ah, Yasuhiro?
- Nossa... Yoru-chan, como você cresceu... - Disse o menor.
- Não me chame de Yoru-chan.
- Hum... - O parceiro dele sorriu igualmente. - Vamos embora, mas o cervo é nosso.
- O cervo é meu, minhas terras, minha comida.- Lembro, é claro. Lembro que você estava sempre magoado com as brincadeiras. - Yasuhiro riu, divertindo-se com a lembrança. - Naquela época era até fofo. Mas quem diria, o sangue puro Hasegawa virando ladrãozinho de comida.
Ryotarou estreitou os olhos. 
- Eu poderia descer até a vila e matar todos os humanos se eu quisesse, mas não quis chamar a atenção, afinal, eles viriam atrás de vocês, não é mesmo?
- ... Yoruichi estreitou os olhos. - E quem você acha que é pra ameaçar a gente? 
- Yoru-chan, só queremos o cervo, depois vamos embora. - Disse o menor.
- Já disse pra não me chamar de Yoru-chan, Mikasa, não me faça ir aí dar na sua cara.
- Se você pode matar todos os humanos, então quem é que viria atrás de nós? - Yasuhiro fingiu-se desentendido, por fim sorriu com os dentes a mostra. - Não tenho medo de humanos, Ryotarou. Yoru, dê o cervo a ele, ele é uma gracinha, como poderia recusar?
Disse, provocando é claro, o companheiro do menor.
- Hey, não chame ele de gracinha. 
Disse Ryotarou e se aproximou do loiro, quase colando a face a dele, rosnou. Quanto a Yoruichi, negativou e se colocou ao lado do marido, fitando-o, irritado. 
- Leve esse maldito cervo, Ryotarou. Se eu vir vocês dois aqui de novo, faço churrasco com os dois.
- Gracinha. 
Yasuhiro disse novamente, e até soou meio cuspido. Sorriu, divertido. Sabia que provoca-los era sempre mais fácil, por mais que tentassem soar debochados, nunca ganhariam de si. 
- Yasuhiro... 
Yoruichi disse ao marido e por fim viu o rapaz empurra-lo, com as mãos em seu peito. 
- Vai pro inferno, seu imundo!
- Ryo! - Gritou Mikasa.
- Ai ai, não me cutuca. Por sinal estou bem limpinho, é por isso que meu companheiro transa comigo, é por isso que não tenho tempo de ir fuçar a vida de vocês, porque nós transamos.
Yoruichi estreitou os olhos ao marido, sabia muito bem que o outro era instável, e seu parceiro, embora em guarda atrás dele, tinha as sobrancelhas unidas, mais parecia um bicho de estimação, achou lamentável, poderia palitar os dentes com ele se quisesse. Ryotarou por outro lado, não parecia flexível e novamente empurrou o loiro, porém perdeu a paciência e segurou-o pelo braço, empurrando-o igualmente, para longe do marido. 
- Leve essa merda desse cervo, no próximo empurrão, eu quebro seu braço. 
Dito, sentiu o rosto arder conforme o tapa que estalou em si, ele não era um humano, a força que havia atingido a si fora o suficiente para fazer o rosto virar, só não saiu do lugar, porque estava preparado para aquilo. Voltou-se para ele de olhos estreitos. 
- Seu filho da puta!
Yasuhiro sentiu a pegada no braço, não tinha intenção de revidar, não tinha nada melhor que provocar sua fúria e faze-lo ir frustrado para casa. Porém, Yoruichi era um pouco diferente, estava levando muito a sério, como o primo a sua frente. A feição porém paciente até então, se converteu num olhar incrédulo, havia levado um tempo para processar, mas entendeu mais rápido diante do rosnado do moreno ao lado de si. Se moveu depressa como o outro, mas pegou seu pescoço e o colidiu contra o solo gramado do terreno, sabia que era forte como a si, por isso sabia a força com que aquele tapa havia atingido a face do mais novo. 
- Seu pedaço de lixo. Você é a porra da escória da sua família. Não vou tocar no seu parceiro porque eu posso bater em você. É terra que você quer? Vou enfiar na sua garganta. Come essa porra! - Sustentava-o no chão. - Se você tocar nele de novo, vou arrancar suas presas e te fazer morrer na miséria. 
Dito, olhou para o outro, seu companheiro, ele segurava a própria roupa, mas era mais novo até mesmo que Yoruichi, precisaria atear fogo em si para que se livrasse, mas soltou o primo por ele, por seu estupido companheiro.
Ao vê-lo avançar no moreno, Yoruichi ajeitou o kimono sobre o corpo, até pouco desarrumado devido ao tapa e uniu as sobrancelhas, nunca havia visto ele tão irritado, e estava até boquiaberto, podia dizer. Viu o garoto se aproximar, silencioso e por fim, viu o rapaz se afastar rapidamente do loiro, estavam com medo, os dois, e sabia que eles não iriam voltar tão cedo. Haviam pego o animal, e corrido de volta para a floresta, podia sentir o cheiro aos poucos se perder no ar. Desviou o olhar a ele, ainda pasmo.
- Tudo isso por um maldito cervo. - Yasuhiro disse enquanto se ajustava para levantar. Feito isso alinhou o quimono no copo e parou ao lado do moreno para vê-los partindo. - Pirralho do caralho.
Yoruichi desviou o olhar a ele em seguida e assentiu, sentia aquela espécie de medo dele, e até gostava disso porque o arrepio da coluna vinha em conjunto. 
- Estou excitado.
Yasuhiro virou-se para ele, olhou sua expressão, teria rido, se não fosse por desviar o olhar, tentando ver sob seu quimono alguma protuberância.
- Eu também.

Yoruichi desviou o olhar a ele e igualmente conferiu seu sexo, sorrindo de canto. Deu uma pausa de um segundo, até não conseguir sentir o cheiro de mais ninguém por perto e só então puxou-o para si, colidindo com a árvore atrás do próprio corpo, e enfiou a língua na boca dele, assim como as pernas, que buscaram o redor de sua cintura. O riso soou entre os dentes de Yasuhiro conforme puxado. O retribuiu, indo pelo caminho dele, o tomou no colo, segurando-o por suas nádegas, suas pernas firmeza e empurrou a pelve contra a dele.
O menor sorriu contra os lábios dele, e droga, adorava quando ele mostrava força, havia defendido a si, sem se importar com as consequências, fazia o sangue correr rápido pelo corpo. Por baixo do quimono, não usava roupa íntima e embora o rosto queimasse de modo sutil, machucado na bochecha, beijava ele, mordia seu lábio inferior sutilmente, puxando entre os dentes. 
- Me fode. - Murmurou contra os lábios dele. - Vem... Rápido...
Yasuhiro beijou no mesmo vigor que ele, sentindo as mordidas durante a pequena troca de salivas, as quais retribuía a morde-lo também. Com uma das mãos moveu sua roupa, afastando cada lado do quimono. 
- Pega meu pau.
O moreno assentiu ao ouvi-lo e a mão desceu para o baixo ventre dele, como conseguia, em seu colo, afastou as roupas dele, notando que ele também não usava roupa íntima, e teve que sorrir ao perceber. Segurou seu sexo, ereto assim como o próprio e guiou-o entre as nádegas. 
- Vem...
- Você quer tudo de uma vez, é? 
Yasuhiro indagou sob o convite.  Sem vê-lo, sentia apenas seus dedos afobados, logo, seu corpo frio como o próprio, podia imaginar como estar dentro dele e era assim que pulsava em seu toque. Yoruichi assentiu, sabia que iria doer, mas o queria tanto que chegava a sentir a pele arrepiar. 
- Quero, coloca ele todo dentro.
- Uh, que voraz. 
Disse o maior, mas não questionaria. Se moveu, e embora ele pedisse tudo, foi mais brando, ainda que tivesse firmeza e continuidade, até que o completasse consigo. Yoruichi gemeu, dolorido, mas também fora prazeroso conforme o sentiu se empurrar para si, inclinando o pescoço para trás a encostar a cabeça no tronco da árvore e mordeu o lábio inferior, firme, arrancando algumas gotas de sangue que escorreram pelo queixo, manchando a pele branca, e estava realmente excitado, o apertava no corpo mesmo sem intenção, não para tentar expulsa-lo, queria tudo forte, firme, queria sentir a força que ele tinha, e que fez questão de mostrar aos primos. 
- Ah!
Yasuhiro lambeu o filete que escorreu por seu rosto, limpando seu queixo, sentindo seu gosto e podia sentir a excitação dele. O pegou pelas coxas novamente e com firmeza, não era rápido, mas não devagar também, com força o penetrou, quase em solavancos, estocando-o com a firmeza que queria, embora fosse lamentar por sua roupa danificada pela árvore atrás de si. 
- Ah! 
O moreno gemeu novamente, agarrando-se a ele, firme, e as unhas se cravavam em seus ombros, suas costas, estremecia, ah, era tão gostoso. Doía, mas não podia se conter mesmo que fosse dolorido, queria mais dele, mesmo já tendo muito. 
- Yasu... hiro... Ah! 
Disse, e podia sentir a árvore atrás de si, dolorida, incomodando as costas ainda sob o tecido do kimono.
Yasuhiro murmurou num gemido leve sob suas unhas doloridas. Não sabia exatamente a razão por tê-lo excitado àquele ponto, mas não precisava saber. Penetrou-o aos poucos mais rapidamente, tomando não só firmeza. Ao desocupar uma das mais, subiu a seus cabelos e os segurou, puxou suavemente a medida em que os enroscou junto à sua nuca. Yoruichi lambeu os lábios, limpando o pouco de sangue que ainda tinha por lá e desviou o olhar a ele, sorrindo meio de canto, porém gemeu ao senti-lo puxar os cabelos, inclinou o pescoço para trás, e até bateu a cabeça contra o tronco da árvore, gemendo dolorido conforme seus movimentos empurravam a si. As unhas arranharam as costas dele ainda mais e fechou os olhos, os gemidos doloridos não eram mais devido a seus movimentos, e sim devido ao atrito das costas, já não tinha mais o kimono para impedir que a árvore machucasse a si, já havia rasgado e sentia o cheiro do sangue, sabia que não era somente por ele estar dentro de si. 
- Yasu! Ah! Mais... Mais, eu vou gozar... Me faz gozar, Yasu. 
Falou para ele e igualmente o agarrou nos cabelos, puxando-os entre os dedos. Yasuhiro franziu o cenho ao perceber que os dedos haviam sido firmes demais, sequer havia percebido tamanha força que tomou sua cabeça para trás. Beijou seu pescoço à mostra, lambeu todo caminho da clavícula, pescoço e orelha. Continuou o movimento, penetrando-o com força, iria fazer com que gozasse, tão rápido quanto ele faria a si. Yoruichi gemeu, agora prazeroso, talvez até um pouco manhoso conforme os toques no pescoço, estremecendo e fechou os olhos, mordendo o lábio inferior. 
- Droga, eu vou... - Murmurou e por fim, gozou, não precisou de muito, só de olhar pra ele poderia gozar, sem muito mais, droga, ele era tão bonito. - Ah! Yasuhiro... Yasuhiro!
Chamou o nome dele, alto e novamente desviou o olhar a ele, aproximando-se e empurrou a língua mais uma vez para sua boca, beijando-o e fez questão de roçar a língua em uma de suas presas, o deixaria sentir o próprio gosto. A medida em que Yasuhiro o sentia se "derreter" nos braços, o sustentou entre eles e deu mais intensidade a seu clímax próximo. Penetrou-o com insistência, sem deixar de dar atenção a sua pele onde beijava e subiu até a orelha outra vez, soprou de leve, apenas para provoca-lo. No entanto voltou para seus lábios e retribuiu seu beijo a medida em que trouxe seu clímax a tona. Continuou o ritmo, sensibilizando e intensificando sua sensação e podia senti-lo, de modo que, desse modo, trouxe o próprio prazer com o dele e transferiu para ele o que sentia, juntando-os. E embora disperso, ainda podia tragar de seu gosto, usando aquele pequeno estimulante.
Ao senti-lo gozar, Yoruichi estremeceu, prazeroso e agarrou-se a ele, mantendo-o perto de si, sentindo o contato de seu corpo, sua pele, fria, mas tão macia. Após um tempo, deslizou a língua pelos lábios conforme apartou o beijo e deixou o rastro com o próprio sangue, o próprio gosto. 
- Isso foi tão gostoso...
Yasuhiro destacou dos lábios os seus, e fitou seu rosto, quase corado pela intensidade do ritmo. Sorriu para ele, mostrando os dentes. 
- É, acho que fizemos bebê agora, hein? - Brincou.
O moreno riu ao ouvi-lo e beijou-o no rosto, algumas vezes, sujando-o igualmente com o próprio sangue. Yasuhiro sentiu cada beijo sem poder retribuir, mas deu o mesmo para ele em seguida. Após desencosta-lo da árvore, seguiu levando ele pelo quintal até em casa, mesmo sem deixar seu corpo. O menor riu baixinho ao senti-lo puxar a si e gemeu, dolorido, viu o relance da árvore onde se encostava antes e agarrou-se ao pescoço dele pouco mais. 
- Yasu, preciso de sangue.
- É, eu sei, gulosinho. Vou te dar. 
Yasuhiro dizia e levou até a cozinha onde servira seu desjejum.
- Só por via das dúvidas... Como está as minhas costas? Se estiver muito ruim, por favor, não me diga, só tire as farpas.
- Não consigo ver por causa da nossa posição deliciosa, mas as farpas vão sair assim que se alimentar.
- Deliciosa é? Gostou de me dar colo? - Yoruichi disse num sorriso. - Essa porra está doendo muito.
- Vou ter que sair pra tirar os pedaços de tronco de você...
- Yasuhiro, você vai ter que sair de toda forma, acha que eu vou fazer o jantar no seu colo assim?
- Sem objeção. - Disse o loiro e por fim deslizou para fora, colocando-o enfim, no chão. Feito isso, se ajeitou de volta para dentro da roupa. - Hum...
Yoruichi riu e gemeu baixinho conforme o sentiu se retirar de si, sentia as pernas trêmulas, por isso foi difícil se apoiar ali, e sentou-se devagar numa cadeira ao canto da cozinha, virando-se de costas para ele. 
- Esta ruim? 
Disse, e o kimono havia sido todo rasgado, assim como as costas, quer dizer, não estavam só arranhadas, algumas partes tinham cortes em bom tamanho e o sangue manchava o tecido branco do kimono.
- Não, na verdade está lindo. Parece arte abstrata. Fique assim, vou te dar um sanguinho, uns beijinhos nas costas, umas lambidas.
Yoruichi estreitou os olhos a desviar o olhar a ele e riu. 
- Traz logo o sangue, palhaço.
- Deixa eu lamber primeiro. 
O maior disse, porém apenas provocando ele. Seguiu para pegar o sangue e entregou a taça cheia para ele, uma pequena garrafa de vidro também, para reposição do conteúdo. Feito isso, se sentou atrás dele e com ajuda de uma pinça, puxou cuidadosamente cada resquício da árvore. Yoruichi bebeu um pequeno gole do sangue, sentindo seu toque nas costas e gemeu, dolorido conforme o sentiu puxar a farpa. Agarrou-se na cadeira, firme com ambas as mãos e bebeu a taça inteira, de uma vez, sentindo as feridas se fecharem devagar, cessando a ardência, mas as farpas, o corpo não expulsava, então, esperava que ele puxasse. 
- Droga... Que ideia... Maravilhosa e horrível ao mesmo tempo...
- Qual? Transar numa árvore? 
Yasuhiro riu, malicioso e um pouco debochado também. Mas se curvou e beijou suas costas cujas feridas aos poucos pareciam cicatrizes. Yoruichi assentiu e sorriu meio de canto. 
- Ah, mas foi bom. Por favor, bata em pessoas mais vezes na minha frente.
- Ah é? Por quê? Seu pervertido.
- Porque gosto... De... Ver como você é forte, me excita.
- Hum, será que vou ter que cortar madeira diariamente com os braços expostos?
- Hum, seria muito interessante. - Yoruichi disse num sorriso. - Mas devo admitir que é muito melhor quase espancar um vampiro inimigo pra me proteger. - Disse com um sorriso e virou-se em frente a ele, ainda pouco dolorido. Devagar ergueu a mão a tocar o rosto dele e acariciou suavemente. - Obrigado.
Yasuhiro sorriu, achando graça de sua sinceridade. Tirou a farpa antes de então ganhar seu afago. Até deitou o rosto em sua mão, feito um animal acariciado. 
- Obrigado? Uh, não deve agradecer o que é minha obrigação. Além do mais, só eu posso te bater.
Yoruichi estremeceu, vendo o pedaço de madeira em sua mão e sorriu novamente. 
- Ah, vai me bater é? Dependendo de como, eu até deixo. 
Disse e deu um leve tapa no rosto dele, proposital para irrita-lo, claro que, foi suave, como uma brincadeira de criança.
- Ah, é? - O maior disse, já o olhava de soslaio pelo tapa indolor. - Meu amorzinho, eu bateria você deixando ou não, se eu quisesse. - Provocou.
- Ah é mesmo? Acha que pode comigo?
- Não acho, tenho certeza, minha cerejinha.
Yoruichi estreitou os olhos. 
- Hum, quando eu estiver menos dolorido, veremos sobre isso. Vou fazer um chá, você quer?
- Vamos ver. 
Yasuhiro brincou no desafio, claro que podia e ele sabia disso, mas não tinha mesmo essa intenção, e ele provavelmente também não. Beijou sua nuca e deixou sair de onde estava. 
- Vermelho.
Yoruichi sorriu e assentiu, levantando-se mesmo com o kimono rasgado e seguiu para colocar a água do chá, no armário, buscou a caixa com as ervas, faria o chá que ele havia pedido. Para si, pegou a caixinha pequena no fundo, observou as folhas, ponderando silencioso por um momento e de soslaio desviou o olhar a ele, fitando-o distraído na sala, sorriu meio de canto. Fechou a caixa e novamente a guardou no armário, tomaria chá vermelho com ele. E uma das mãos guiou sobre o ventre, de modo sutil, e de olhos fechados faz uma prece rápida, seguindo a finalizar o chá.

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