Kazuma e Asahi #76


- Bom dia. 
Disse Asahi conforme entrou na ala de enfermagem, estava de volta ao local, havia tido a permissão do general para retornar uma vez que o tratamento que estava fazendo havia surtido efeito.
- Bom dia Asahi-san!
- Olha, voltou? Tudo bem com você agora?
- Você tinha ficado doente?
- Ah, desculpem meninas eu... Tive alguns problemas. - Sorriu. 
- Ah... Eu fiquei sabendo que você mora com o general, é verdade?
- Ai ele é tão bonito...
- Ele é mesmo. 
Viu os rostos corados, pequenas risadinhas entre si e assentiu num pequeno sorriso, não discutiria. Caminhou em direção a própria mesa e abriu a pequena bolsa de primeiros socorros, própria, onde estava o uniforme e ali encontrou uma pequena flor branca. Sorriu e ergueu a flor a aspirar seu aroma gostoso. Kazuma havia visto naquele dia no meio do caminho uma flor, se parecia com ele e era uma boa forma de recepcionar sua volta, quando ele queria tanto estar ali. A deixou em sua mesa e o encontraria somente mais tarde, quando fosse ter uma pausa para o almoço.
- Kazuma...
- Eh? Que flor bonita Asahi-san
- Ah... Eu trouxe. Achei ela no caminho. 
Disse e era triste, mas não podia dizer que foi o outro que havia dado a si. Segurou-a junto ao peito e por fim ouviu os passos firmes na sala conforme alguém abriu a porta, se voltou na direção dela. 
- Uh? 
- Bom dia, Sakurai-san.
- Bom dia, bom dia.  
Kazuma retribuiu ao cumprimento das enfermeiras e fitou o rapaz, não disse nada, achava não ser necessário. Asahi sorriu conforme ainda abraçava a flor contra o peito e acenou com uma das mãos, ele estava bonito, aliás, ele era bonito. 
- Precisa de alguma coisa?
- Vamos, Asahi. Venha logo. 
Kazuma disse, quase intimado, como falaria com qualquer pessoa ali. O menor uniu as sobrancelhas e seguiu em direção a ele. 
- Hai.
- Vamos logo, chegou atrasado!
- Desculpe senhor. 
Asahi disse cabisbaixo e seguiu até ele rapidamente, passando pela porta.
- Hana, alerte-o sob os atrasos. - Kazuma disse a ela e por fim levou o menor até a sala. - O que fez hoje que se demorou, hum? - Indagou, agora um tanto mais suave.
Asahi caminhou com ele para fora, e sabia que receberia uma bronca quando voltasse então permaneceu em silêncio. Conforme entrou em sua sala, o observou num pequeno sorriso. 
- Desculpe, eu... Estava me sentindo um pouco mal.
- Hum, o que estava sentindo? 
Kazuma indagou após fechar a porta e se voltar para ele. Colocou uma mecha de seu cabelo atrás da orelha. Asahi sorriu, mais tranquilo agora ao sentir seu carinho no cabelo. 
- Enjôo. Eu acho que comi algo que me fez mal na festa...
- Devia ter ficado em casa. - O maior disse e segurou seu pescoço na nuca, como tinha costume. - Se alimentou?
- Eu tenho que cumprir meus horários ou o general vai ficar zangado. - O loiro sorriu. - Sim, tomei um pouco de chá e comi algumas torradas.
- General aceita um atestado. - Kazuma assentiu no fim. - Pelo jeito gostou da flor.
Asahi sorriu e observou-a novamente, ainda estava consigo. 
- Ela é linda, obrigado.
- Se parece com você.
O loiro sesviou o olhar a ela novamente, e logo o observou, sorrindo a ele. 
- Obrigado. 
Disse e olhou ao redor, aparentemente não havia ninguém no corredor e suas cortinas estavam quase fechadas, aproximou-se dele e lhe selou os lábios. Kazuma observou o menor e seu olhar aos arredores. Ganhou seu selo rápido em seguida, parecia uma criança na escola tentando não ser pego. Segurou sua nuca, como o fez por perto e firmou um pouco mais o beijo, embora não o houvesse aprofundado. O menor o beijou da mesma forma, firme como ele queria e sorriu logo após, acariciando os cabelos castanhos dele onde seu quepe não cobria. 
- Você está sempre tão bonito...
- Você é um rapaz fetichioso sobre os uniformes, é por isso que gosta.
- Ora. - Asahi riu. - Então por que gosto de você sem uniforme?
- Porque eu fico bonitão pelado. 
Kazuma falou brincando, evidentemente, mas a expressão continuou seria. Só no fim deu um sorrisinho torto. Asahi riu e assentiu, bem, não era mentira. 
- As enfermeiras falam o dia todo sobre como você é bonito.
- Falam, é? E você, o que você fala?
- Nada. - Asahi sorriu. - Se eu falar, eles descobrem a gente.
- Ah é? Você pode ser gay e estar afim de mim.
- Eu não posso ser gay, se não não me deixam trabalhar aqui também. - O menor uniu as sobrancelhas.
- As mulheres não vão dizer nada. Não pode mostrar na frente dos homens.
Asahi assentiu e suspirou. 
- Vamos almoçar juntos?
- Hum. Hoje temos peixe e batatas. Você gosta de batatas, não é?
- Hum... Eu adoro.
- Então vai ter um bom almoço por aqui. - Kazuma sorriu a ele, com sutileza habitual. - Vou pedir para que tragam.
O menor sorriu animado e na verdade, estava realmente com vontade das batatas, de uma forma até exagerada. Após se dirigir ate a porta, o moreno indicou ao soldado para que trouxesse o almoço e logo estava ali, optou por recepcionar a soldado na porta, pegando a refeição para que não lidesse com o recém enfermeiro. Asahi caminhou em direção a mesa dele e sentou-se em frente a ela, enquanto ele conversava com o rapaz, e conforme ele havia saído, voltou-se a cadeira dele, sentando-se confortavelmente e sorriu ao vê-lo voltar com a bandeja. Podia ver ali um retrato com a foto dos avós dele, achou adorável, gostaria que também pudesse ter uma foto própria ali.
- Gostou daí, ah? 
Kazuma indagou ao vê-lo na própria cadeira. Deixou a bandeja na mesa do escritório, onde normalmente recebia qualquer conversa informal e se sentou no sofá, dando um tapinha no espaço que restava nele, chamando o garoto. 
- Vem.
Asahi sorriu e assentiu, levantando-se em seguida e seguiu até ele no sofá, sentando-se a seu lado. 
- Sua cadeira é mais confortável do que a minha cama na igreja. - Riu.
- Oh, mas aposto que sua cama agora é muito melhor que a cadeira.
- É sim, bem melhor.
- Aqui, coma. Vá devagar pra não passar mal.
Asahi assentiu num sorriso e aceitou a própria comida, experimentando as batatas. 
- Hum, o tempero deles é uma delícia.
- É, tem algumas ervas. 
Kazuma disse e já servidos previamente, passou a comer com ele, deu mais atenção ao peixe, era o que gostava mais. O loiro sorriu conforme o via comer, gostava de almoçar com ele.
- Hum? 
O moreno indagou em seu sorriso, imaginando o que havia ponderado.
- Nada, eu gosto de almoçar com você, é agradável.
- Hum, mas sempre fazemos isso. 
Kazuma disse diante de sua reação tardia sobre o que falava. Continuou a comer e deu a ele um pouco de suco de aloe vera.
- Eu sei, mas... Eu gosto. - Asahi sorriu. - ... Esqueci minha oração.
- Não se preocupe, Deus sabe que você é grato pela refeição.
Asahi desviou o olhar a ele e sorriu, sutilmente.
- Não se ofendeu, ofendeu, Padre?
- Não... É estranho ver você falando assim.
- Assim?
- É, digo... Sobre Deus.
- Hum, nos encontramos numa igreja, não esqueça.
- Eu sei, mas... Não é comum.
- Não devo falar o nome de Deus em vão, não era isso? - Kazuma disse, um pouco sarcástico.
Asahi sorriu meio de canto e abaixou a cabeça.
- O que há? Você é fácil de provocar, não é? 
Kazuma disse e deu a ele um pedacinho de peixe. O loiro riu baixinho e assentiu, aceitando o peixe. 
- Oishi.
- Hum. - O maior assentiu afirmativo. - Coma suas batatinhas.
- Você tem trabalhado bastante?
- Na verdade anda bem chato aqui. Talvez eu busque oprimir alguns soldados, só de passatempo.
Asahi riu.
- Coitados. Talvez devesse fazer isso com o que tentou me machucar. Ah, ele não trabalha mais pra você...
- É, na guerra era necessário, aqui não.
Asahi sorriu. 
- Acho adorável como você cuida de mim.
- Acha, é? 
Kazuma sorriu a ele, ocupou-se com a refeição.
- Você é bravo, é rigoroso, é impassível, mas não me trata assim. E eu adoro isso. Quer dizer, adoro quando manda em mim na frente dos outros, de um modo estranho. - Riu.
- Oh, está se libertando, Padre?
- Talvez um pouco. - Asahi riu.
- Você é um rapazinho na puberdade.
O loiro riu novamente. 
- Na puberdade com quase trinta anos. - Dito, desviou o olhar a ele, mordendo o lábio inferior. - Pode gritar comigo de novo quando eu for voltar?
- Vou pensar no seu caso, tarado.
O menor sentiu a face se corar e negativou. Kazuma sorriu a ele, na falta do riso e continuou a comer até que ambos estivessem satisfeitos. 
- Em duas horas eu irei embora. Se você precisa ficar mandarei que o busquem mais tarde.
Ao fim de refeição, Asahi deixou de lado a própria bandeja, assentindo a ele.
- Eu acho que irei com você.
- Por quê? 
Kazuma indagou enquanto terminava o conteúdo do copo. 
- Bem, se gritar comigo quando eu sair, eu terei que sair mais cedo. - Asahi disse num sorrisinho.
- Hum, verdade? Vou ver o que a Hana acha disso.
- Ah não não. - Asahi riu.
Kazuma sorriu. 
- Termine o suco, é gostoso.
- Hai. Sorriu e bebeu do suco, era de fato gostoso, golou algumas vezes.
- Você pode voltar pra enfermeira a hora que precisar. 
Kazuma acariciou sua nuca brevemente e levou as bandejas até a porta, entregou ao soldado junto do agradecimento.
- Eu já estou indo, preciso aprender algumas coisas, você pode me chamar quando estiver indo embora?
- Chamo você se quiser mesmo ir embora.
- Quero sim. - Asahi sorriu. - Eu preparo um banho bem quentinho pra você.
- Não precisa me preparar o banho, mas posso te levar pra dar uma volta se quiser.
Asahi assentiu e sorriu. 
- Eu vou adorar.
- Certo, agora vá trabalhar, enfermeiro negligente!
Asahi riu baixinho e assentiu, levantando-se e selou os lábios dele, acariciando seus cabelos curtinhos e quase suspirou, feliz por tê-lo consigo. 
- Até mais tarde.
- Até logo, rapaz. 
Kazuma disse, retribuindo seu carinho com um afago em sua mão. O menor assentiu e seguiu para fora da sala.
- Rápido! - Brincou até então ele partir.
Asahi sentiu um arrepio percorrer o corpo e correu, tentando não rir, divertido.

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