Kyo e Shinya #60


Shinya havia chego ao restaurante antes do outro, era aniversário dele e queria ir com ele ao local, mas ele tinha coisas para fazer antes, algo relacionado a um futuro livro, então resolveu esperá-lo no restaurante. Havia chego bem em cima da hora, comprara uma camisa nova, um casquinho preto sobre ela e uma calça preta completando, também havia passado o perfume que ele gostava e até cortou os cabelos de modo diferente, mas ainda os deixou na altura do ombro. Sentou-se na mesa reserva, já que o lugar era bem requisitado, escolheu a mesa no canto já que ele não gostava de muita visualização e observou o restaurante cheio, mas sem muito barulho. Observou o cardápio rapidamente e pediu para si um chá gelado, observando o celular no bolso para conferir a hora. E fez isso, quinze minutos depois e depois mais quinze, suspirando em seguida, já havia tomado o segundo copo de chá e já estava se conformando que talvez ele não aparecesse.

Após a finalização da reunião de trabalho Kyo seguiu para casa onde já não mais encontraria o companheiro. Havia combinado consigo de encontrá-lo no restaurante, o que pensava ser uma besteira, mas por algum motivo talvez ele quisesse voltar a fase que nunca havia dito, namorico do tipo encontros. Após o banho colocou uma calça simples e preta, uma camisa de botões branca. Penteou o cabelos com os dedos de modo que secaria no lugar, naturalmente, não tinha tempo para alinhá-lo com um secador ou coisa do tipo. Borrifou o perfume sobre as mãos e estalou na pele, no pescoço, com tapas leves enquanto já transitava pela casa, seguindo atrás das chaves do carro e carteira, levando-os consigo até o automóvel que entrou e passou a dirigir, seguindo para o endereço determinado numa mensagem de celular recebida, dele. Parou em frente ao restaurante e deixou a procura da vaga para o frentista. Ao entrar no restaurante de adornos tradicionalmente orientais, sem perder o ar requintado na seleção de detalhes e cores, falou com a recepcionista, perguntando pela mesa com o nome do baterista e assim se encaminhou até lá. Pôde vê-lo em alguma distância, deu até um meio sorriso lateral ao perceber o quanto havia se arrumado para uma ocasião tão simples como um aniversário. Ao chegar até ele, cumprimentou-o com o beijo no rosto, parte no lábio e podia sentir o cheiro de perfume e banho.
- Demorei, mas estou aqui.
Shinya iria se levantar, voltar para casa, talvez ele estivesse lá, porém ao virar-se, sentiu o beijo sobre o rosto e assustou-se, porém pelo aroma de perfume conhecido, sabia quem era e sorriu a observá-lo, feliz por ele ter aparecido.
- Kyo...
- Foi um pouco demorado por lá. Ainda tem fome?
- C-Claro. - Shinya sorriu e levantou-se, abraçando-o antes que se sentasse. - Feliz aniversário!
Kyo ergueu as mãos e tocou suavemente as costas do louro, retribuindo o abraço. 
- Obrigado.
Shinya sorriu a afastar-se e selou os lábios dele, logo sentou-se novamente. Após soltá-lo, o menor se dirigiu a própria cadeira, em frente a ele e se sentou. Observou o cardápio sobre a mesa, entregue a ele pouco antes.
- O que quer pedir?
- Hum, eu estava pensando em algo totalmente diferente do que sempre peço. Yakissoba. - Riu.
- Bom, é só isso que te faz comer bem, do contrário come sempre uma miséria. - Kyo retrucou e deu-lhe um sorriso meio de canto. - Sushi, sashimi.
- Isso é com você.
- Então vamos pedir.
- Hai. Vai beber saquê?
- Chá vermelho.
- Hum, com comida?
- Frio, é claro. - Kyo sorriu, meio canteiro e após formular o pedido, fitou novamente o louro e o modo como parecia mais pálido a cada dia, mais jovem também. - Está clareando a pele
- Clareando? - Shinya riu. - Ah que bom...
- Sabe que não precisa disso.
- É que eu gosto desse tom de pele mais claro, não gosto disso em mim.
- Você é muito neurótico, Shinya. Não era assim.
O maior uniu as sobrancelhas ao ouvi-lo e assentiu.
- Desculpe.
- Gosto de você do jeito que conheci.
Shinya desviou o olhar a ele, sentindo a face se corar sutilmente e sorriu de canto.
- Gosta?
- Sim, então não fique neurótico com pele e peso.
- Hai
Shinya sorriu e bebeu mais um pouco do chá. Kyo aceitou o chá, trazido antes da refeição e deu um trago na bebida, sentindo o sabor de fundo amargo, camuflado com o limão.- Você... Está tão bonito hoje, embora saiba que não gosta de ouvir isso.Kyo negativou para si, para ele e sua gentileza. 
- Você está bonito.
- Obrigado... 
Shinya sorriu meio de canto novamente e bebeu mais do chá, observando a refeição posta sobre a mesa. O menor fitou o jantar colocado sobre a mesa e não teve delongas a portar os hashis entre os dedos e servir-se com um dos sushis que levou inteiramente para a boca, sentindo o sabor do arroz temperado. O maior riu baixinho ao vê-lo com a boca cheia pelo sushi e experimentou a própria comida, sorrindo em seguida.
- Hum, parece que somos adolescentes de novo.
- Eu imaginei que fosse isso o que você queria.  
Kyo retrucou após comer e ingerir o sushi, acompanhando com a bebida. Shinya riu novamente e assentiu, mordendo o lábio inferior.
- É, era isso mesmo.
O menor negativou, achava uma bobagem, mas parecia divertir ele e sorriu de canto, voltando a encher a boca com o sushi. Shinya sorriu e comeu mais um pouco da yakissoba que havia pedido para si, e observando-o daquele modo, se sentia tão bem. Tinha uma família com ele, era casado com ele, tinha tudo que sempre quis no mundo, e por isso começava a se preocupar sutilmente. Tinha medo de algo acontecesse consigo por ter conseguido tudo, e se algo acontecesse, como ele ficaria com isso? Perguntava-se, mas talvez, não fizesse tanta diferença assim.
Kyo ergueu o olhar a ele, fitando-o. Podia notar o ar pensativo, uma hora parecia risonho, outra hora nem tanto e outra menos ainda. Até chegou franzir uma das sobrancelhas diante das inúmeras diferenças de expressão e riu, voltando a colocar o sushi na boca, notando sua nova expressão diante do riso. O maior riu baixinho novamente e negativou, desviando o olhar a ele.
- Sentiria minha falta se algo acontecesse comigo?
- Hum, é por isso que tem feito todo o tipo de expressão?
- Um pouco.
- Deixe de pensar merda, Shinya. Uma pessoa não faz família com alguém dispensável. Não sei se pergunta isso porque é meio idiota ou porque quer me pedir declarações indiretas.
- Declarações indiretas, sempre.
- Peça sem menosprezar o sentimento dos outros.
Shinya riu baixinho, porém notou que ele falava sério e assentiu, desviando o olhar ao próprio prato em seguida.
- Não sei porque pensa esse tipo de coisas, se fosse assim tão dispensável eu teria comido um vez e caído fora.
O maior desviou o olhar a ele e uniu as sobrancelhas, assentindo novamente.
- Como está seu sushi?
Kyo deu uma breve pausa diante da pergunta, acabara de colocar o sushi na boca, assim somente assentiu positivando com o polegar e pegou outro deles, oferendo-o ao outro.
- Não acho que isso caiba inteiro na minha boca. 
Shinya disse a observar o sushi, unindo as sobrancelhas.
- Se cabe na minha, cabe na sua.
O maior assentiu e aceitou o sushi, mastigando-o com dificuldade.
- Não precisa fingir que sua cavidade bucal é menor que seus lábios fartos, Shin. - Brincou em provocação.
O maior riu baixinho e assentiu.
- Cabe você inteiro nela. 
Shinya piscou a ele, meio sutil, embora se corasse novamente em seguida.
- Eu sei, você mostra isso constantemente.
- É, eu gosto...
- Eu sei disso também. 
Kyo retrucou e voltou a comer do sushi, tomar do chá e roubar um pedaço de sua carne. Shinya riu baixinho e deu a carne a ele, alguns pequenos pedaços, junto do frango.
- Frango não.
- Não gosta de frango?
- Não estou com vontade agora, mas prefiro carne vermelha.
- Hai. - Shinya sorriu meio de canto. - Eu... Não sabia o que comprar pra você, então eu achei algo legal a caminho de casa... Que eu não havia visto que você tinha, achei que talvez... Quisesse ganhar. 
Falou a ele e da bolsa tirou o pequeno embrulho meio óbvio, colocando sobre a mesa e em volta tinha um laço vermelho. Talvez ele no soubesse o que era por fora, mas havia comprado o primeiro livro escrito por ele e publicado há alguns bons anos atrás. Kyo deu uma breve pausa no jantar e aceitou o presente. Tinha de algum modo uma certa aversão por momentos como aquele, não sabia como agir e isso incomodava, mas não era como se o desprezasse, gostava de ter aqueles dias com ele. Abriu o embrulho, observando as cores conhecidas e logo o título igual. Desviou o olhar a ele, sorriu achando graça no presente.
- Obrigado. Eu tenho as páginas impressas, não o livro.

Shinya sorriu novamente e mordeu o lábio inferior.
- Que bom que gostou...
- Você já leu?
- Umas mil vezes. - Shinya riu baixinho.
- O que você pensa sobre? - Kyo disse, até meio risonho.
- Acho... Que você não gosta muito de abortos.
- Mas eu abordo isso em um ou dois nesse livro.
- É que os outros... Eu não faço ideia sobre como opinar.
- Eu imaginei. - Kyo disse e era realmente por isso que havia sorrido pouco antes. 
- Você quer me explicar o livro?
- Talvez outra hora, estamos tendo um aniversário aqui.
Shinya riu, divertido e logo bebeu o restante do chá.
- Vai me levar pra casa? E vai me dar um beijo na porta de casa?
- Bem, só se eu tiver de ir embora depois.
- Hum, então vai me dar um beijo dentro de casa?
- Talvez eu dê.
- Na cama?
- Talvez.
Shinya sorriu de canto e assentiu.
- Certo, já vi que não ganho nada. - Fez bico.
- Você não está fazendo aniversário.
- Ah, mas o meu é daqui uns dias.
- Então seja paciente.
- Hum. 
Shinya fez bico novamente e assentiu, terminando a refeição. Kyo sorriu de canto, e com ele deu fim ao jantar, sentindo-se satisfeito. Terminou por último o chá. O maior sorriu a ele, já sem a própria bebida para terminar e ajeitou sutilmente os cabelos.
- Ficou bem assim.- Eh? Ah... Obrigado.- O que quer de sobremesa?
- Você. 
Shinya sorriu, de canto, mesmo com a face sutilmente corada.
- Não posso deixar isso acontecer aqui.
O maior riu e negativou.
-  Não quero nada, estou satisfeito.
- Certeza? Você que é uma formiga?
- Tenho sim.
- Tudo bem. Não quer mais nada?
- Iie. Já podemos ir.
Kyo assentiu e pediu a conta. Não se demorou após o pagamento, levando o companheiro consigo, observando-o e o modo como realmente pareciam ter um primeiro encontro. Shinya sorriu a ele e esperou pela conta, que não insistiria em pagar, sabia como ele era e mesmo sendo seu aniversário, brigaria consigo. Levantou-se e logo seguiu para fora com ele.
- Vamos a pé ou quer pedir um táxi?
- Eu trouxe o carro. 
Kyo disse e após a saída, pediu ao frentista o veículo que não se demorou para trazer e ambos entraram no carro, o presente, ficou no banco de trás. Antes de dar partida, o vocalista desviou o olhar ao mais alto e aproximou-se, sutilmente tocando os lábios dele num pequeno selo. Shinya sorriu e as bochechas ficaram vermelhas, já havia ganho o presente que queria. 

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