Ryoma e Haruki #7


No fim do dia, Haruki passou no restaurante para comprar comida para si e para ele. Queria levar algo gostoso e diferente, então pegou arroz, peixe e curry. Levou também uma garrafa de saquê, achou que ele gostaria de tomar consigo. Ao chegar, bateu na porta, chamando-o e até tocou a campainha, uma, duas vezes, não teve resposta. Tirou o celular do bolso e fitou o número dele. Ligou e esperou, esperou, e caiu na caixa postal. 
- ... Ryoma! 
Gritou em frente a porta dele, mas não ouviu nada lá dentro. Decidiu se sentar ali, do lado da porta, ele devia chegar logo, faltava duas horas para amanhecer. Ao se sentar, esperou, uma hora, uma hora e meia, nada, não sentia o cheiro dele, não podia senti-lo. Ao se levantar, jogou a comida no lixo que tinha no corredor e seguiu para fora, levando consigo a garrafa de saquê, que seria o único companheiro naquela noite, mas primeiro, passaria pela casa do irmão. Ao tocar a campainha, ele abriu rapidamente, fitando a si. 
- Haruki? ... São cinco horas da manhã, o que faz aqui?
- ... Eu... Eu esperei. Esperei o Ryoma e ele não apareceu, ele está aqui? Ele dormiu aqui?
- Não... Ele não veio aqui hoje.
- ... Ele... Acha que ele está com outra pessoa? Porque... Já fazem dois dias que eu tento ligar pra ele e ele não atende. 
- ... Ryoga?
Ryoga pegou o copo, tragou a bebida dentro dela, observou Haruki inicialmente confuso por sua falta de informação, no entanto, negativou. 
- Haruki, achei que ele havia falado com você.
- ... Como assim falado comigo? 
O menor disse a adentrar o local e fitar o outro.
- Quando some assim, normalmente viajou.
- ... O que? Por quê? Por que ele faria isso?
- Ele sempre fez assim, Haruki. Eu imaginei que você soubesse, ou que ao menos pra você ele fosse dizer alguma coisa. Mas ele deve voltar mais rápido desta vez.
- ... - Haruki permaneceu parado na porta, não sabia exatamente onde ir ou o que dizer. - Tudo bem... Obrigado.
- Não fique triste, eu tenho certeza que ele voltará rápido. - Disse, fitou a expressão do garoto, sentiu pena. - Console seu irmão, Katsumi...
Katsumi uniu as sobrancelhas, não sabia o que dizer a ele.
- Haruki... Não fique triste.
- Não estou triste... - Haruki sorriu meio de canto. - Ele... Não era nada sério mesmo.
- Eu vou encontrar ele, não se preocupe. Ele sempre some assim, é um hábito, não faz por mal.
- ... Imagino que não faça. - O menor sorriu. - Seu irmão é um cretino idiota.
Ao ouvir o que dizia, Ryoga sorriu porém, não realmente provido de graça. 
- Quando ele chegou deixou claro que seria passageiro. Mas é, ele é um cretino.
Haruki assentiu e virou as costas, seguindo para fora, e levou consigo a garrafa de saquê. 
- Ryoga.
- Você pode ir com ele se precisar, Katsumi, ou o deixe num quarto por aqui. Eu vou encontrar o vadio do Ryoma.
- Não... Haruki já não está mais no prédio.
- Vá busca-lo se precisar.
Katsumi suspirou e uniu as sobrancelhas. 
- Ryoga... Seu irmão foi embora, vai buscá-lo e fazer o que? Obrigar ele a ficar com o Haruki? Melhor não.
- Ele supera. Dê um tempo pra ele.



- ... Haruki? 
Katsumi chamou, adentrando a janela do irmão já que a porta já havia tentado sem sucesso nenhum. Caminhou pelo apartamento, sabia que ele estava ali, mas a camada de pó em cima de um dos móveis indicava que ele não limpava há uns dias. 
- ... Haruki! 
Caminhou para a sala, cozinha, todas as luzes estavam apagadas, não acendeu nenhuma, enxergava no escuro. Conforme seguiu para seu quarto, notou o cobertor jogado na cama, mas ao se aproximar percebeu que não era um cobertor, era ele mesmo. 
- ... Haruki, você está há uma semana jogado na cama? 
- ... Vá embora Katsumi.
- Mas que merda é essa, eu nunca vi você assim. Você mesmo disse que nunca ia deixar um homem pisar em você, e agora está jogado na cama?
- ... Eu achei que ele era meu Akai Ito. Ele mesmo confirmou isso pra mim... Como ele pode ir embora?
- ... Haruki. 
Katsumi disse e sentou na beira da cama, suspirando. 
- Haruki, você sabe que vampiros não são obrigados a ficar com os outros, mesmo Akai ito, como você chama. Já vimos isso acontecer. 
- Eu sei... Mas eu não achei que ele ia me abandonar, ele parecia gostar de mim, a gente se divertia tanto... O que foi que eu fiz?
- Você não fez nada, Haru... Ryoma só não fica no mesmo lugar sempre. Talvez pra ele, você fosse só um passatempo enquanto ele estava aqui. Não fique triste por alguém que não merece você. - Katsumi aproximou-se do irmão, acariciando os cabelos dele. - Por que seus olhos estão castanhos? Haruki! Há quanto tempo você não come?
- Faz uns dias.
- Uma semana né? Você vai desmaiar e não vai conseguir mais sair da cama. Levanta, vai tomar um copo de sangue.
- Não quero. Eu estou bem.
- ... Haruki!
- Eu não quero! Eu vou comer quando eu quiser! Você parece o papai.
Katsumi suspirou e se levantou. 
- Quer saber? Se você vai ficar chorando pra sempre aí jogado na cama, foda-se, você não é meu filho então não vou me preocupar com você. Seu merda. 
Dito, seguiu novamente para a janela e pulou, não ficaria ali pra ver ele se matar.

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