Yasuhiro e Yoruichi #31


Yoruichi suspirou, estava cansado, bem cansado, o corpo estava pesado e estava sonolento, ouvia o vento forte lá fora, estava de dia, mas as árvores transformavam o local num lugar escuro por natureza, não havia sol, havia começado a chover, mas não era por isso que havia acordado, havia acordado porque os filhos não deixavam a si dormir, mesmo dentro da barriga. Sentia os movimentos firmes deles, como se tentassem sair dali de dentro e eram vampiros, eram fortes, teve até que gemer ainda deitado e uniu as sobrancelhas, massageando a barriga, sentando-se na cama a sentir os cabelos deslizarem sobre os ombros, não queria acorda-lo.
- ... Eu preciso dormir, Yuuki... Ikuma... Por favor. 
Murmurou e suspirou, já não era a primeira noite em que acordava devido aquilo.
Yasuhiro sentiu o sono incomodado pelo desconforto dele. Não abriu os olhos, mas sabia que havia se movido o mais calmo possível pelo cama, tentando não acordar a si. Embora sonolento porém, esticou a mão para ele e tocou sua barriga, acariciou como o alcançou. Ao sentir o toque, o menor desviou o olhar a ele e sorriu meio de canto. 
- Desculpe, não queria te acordar.
- Não estou acordado. 
O loiro sussurrou mas deslizou a mão pela barriga dele, tentando acalmar os filhos. Yoruichi riu baixo e negativou, deslizando uma das mãos pelos cabelos dele, ele era tão bonito. 
- Hum, gosto da sua expressão tranquila enquanto dorme.
- É porque durmo sentindo seu cheiro.
Yoruichi sorriu e abaixou-se devagar, beijando-o em seu rosto e se deitou novamente.
- ... Eles não param quietos, estou com muito sono.
- Eles vão se acalmar. - Yasuhiro disse e fora a vez de si se levantar. Pegou um pouco de sangue para ele, servindo na taça do lado e entregou. - Aqui, eles vão de acalmar.
Yoruichi assentiu e aceitou a taça, bebendo em goles longos a bebida e entregou a taça a ele, voltando logo a se deitar e se escondeu atrás do edredom, tinha a barriga bem grande, bem maior do que imaginou que fosse ficar, gerava dois vampiros e não era fácil carrega-los.
- E agora? 
Yasuhiro indagou após deixar a taça vazia ao lado. Se deitou logo com ele, mas repousou a mão sobre sua barriga. O moreno assentiu, os filhos se acalmaram um pouco e aproximou-se dele, devagar, e virou-se de costas, encostando as nádegas sobre o baixo ventre dele.
- Hum... Hum.. Está com sono mas quer me deixar acordado, ah?
Yasuhiro riu baixinho. 
- Foi um acidente, eu só quero carinho.
- Quer carinho, hum? Eu te dou carinho. - Yasuhiro disse e afagou sua barriguinha volumosa. Beijou sua nuca sob os cabelos negros. - Deixem a mamãe dormir.
O moreno sorriu meio de canto e segurou a mão dele sobre a barriga, os movimentos haviam diminuído, mas podia sentir sutilmente um pequeno que se movia, com mm o se estivesse com sono. 
- Acho que esse é o Ikuma.
- Ele é preguiçoso como o papai. - Yasuhiro disse, já vagaroso, esperando pelo sono.
Yoruichi assentiu e entrelaçou os dedos aos dele, apertou-o firme, mas a firmeza diminuiu conforme havia pego no sono. O sono durou poucas horas, suficiente para que já houvesse escurecido, e conforme abriu os olhos, dessa vez não fora somente os movimentos dos filhos, e havia apertado a mão dele com certa força. 
- Yasu... Ah! 
Gemeu, dolorido e se sentou na cama, a mão sobre a barriga a segura-la. Yasuhiro levantou-se, na verdade se sentou num salto só. Sabia o que era, sentia ele. Talvez soubesse antes mesmo dele. 
- Eu vou buscar a parteira.
Yoruichi uniu as sobrancelhas, agarrando-se no lençol, firmemente. 
- Y-Yasuhiro! Você está saindo de cueca, coloque uma roupa
- Ela nem vai ligar. 
O loiro disse mas ao sair da cama, buscou o yukata, que era dele, então ficara um tanto curto, mas foi ainda assim. Esperava apenas que seus pais não fossem até a casa, queria ter aquela privacidade com ele e não com os tios, ou melhor, um dos dois especialmente. Voltou pouco depois, levando consigo o senhor, era humano, mas teria ter ser. Ao vê-lo sair, Yoruichi fechou os olhos e voltou a se deitar, era uma dor insuportável, e o pior, não era como uma mulher que poderia simplesmente ter um parto normal, sabia que o parto seria ainda pior e muito mais doloroso. 
- Ah... Calma, meninos... O papai já vai voltar. - Disse, mas na verdade, tentava acalmar a si mesmo. Ao vê-lo entrar, arqueou uma das sobrancelhas. - .... Yasuhiro?
- Trouxe o senhor Toshiro, ele é um parteiro para rapazes. 
- Mas esse é um rapaz? - Disse ele.
- É sim. - Yasuhiro disse num sorrisinho, provocando o parceiro. - Ele vai te dar algo pra beber.
Yoruichi estreitou os olhos ao ouvi-lo.
- ... Tudo bem, qualquer coisa, mas está doendo muito, então...
- Eu fico? Eu saio? 
Yasuhiro indagou enquanto via o homem se ajeitar e acomodar o moreno, era um senhor mais velho, mas não devia ter além dos cinquenta, porém era tão miúdo e delicado, era o típico "vô", achou-o adorável. 
- Não vai sair, fique aqui do meu lado. 
Yoruichi disse, parecia irritado, mas na verdade estava com dor. Gemeu, dolorido e inclinou o pescoço para trás, fechando os olhos. 
- Tenha calma meu rapaz, vai ser rápido.
Yasuhiro queria dar um risinho diante de seu vigor ao falar, mas apenas sorriu e se aproximou. Abaixou-se tocando seus cabelos e ajudou a beber o remédio feito pelo homem. 
- Vai ficar bem, ele disse.
Yoruichi bebeu, sem fazer ideia do que fosse e uniu as sobrancelhas no fim, tossindo. 
- O que é isso?
- É um calmante natural, rapazinho. Vai ficar com muito sono e bem anestesiado.
Yoruichi assentiu e apertou a mão do marido, firme.
- Ah... 
Gemeu, dolorido e fechou os olhos novamente, já estava um pouco tonto, mas não tanto para não sentir as mãos do rapaz que puxavam a própria roupa, e num reflexo, o chutou, por sorte, não com toda a força que poderia ter, estava fraco pelo remédio.
- Calma, amorzinho. Tem que mostrar esse barrigãozinho pro moço. 
Yasuhiro disse, brincando com ele e freou sua perna. Por fim ajudou o homem a ajustar a roupa do parceiro, até que então, começasse seu procedimento. O moreno uniu as sobrancelhas, não gostava de se mostrar nem pra ele antes da lua de mel, então estava um pouco agoniado, ainda assim, o deixou tocar a si e fechou os olhos, não queria ver, estava tonto, na verdade, bastante tonto, e por isso se segurou no outro, um pouco desajeitado. 
- Yasu... 
Disse arrastado e repousou a cabeça no travesseiro, olhando pra ele com os olhos semicerrados. Podia sentir o médico tocar o próprio abdômen, e também o ouviu falar consigo, embora não tenha conseguido entender exatamente e em seguida sentiu algo afiado cortar a pele, não estava tão anestesiado assim para não sentir o corte, talvez não o sentisse com tanta atenção, mas sabia que era doloroso. 
- Ah! Yasu... 
Apertou a mão dele, mesmo que não tivesse tanta força e sabia que ele estava cortando o mesmo lugar novamente, o sangue que havia ingerido antes, fecharia as feridas logo, seria difícil fazer uma cirurgia como aquela, a menos que ele fosse rápido. Cerrou os dentes, sentindo a cabeça latejar devido ao remédio e apertou a mão dele com pouco mais de força, negativando, podia sentir as lágrimas no rosto. 
- Yasu, peça pra ele parar... Eu não quero...
Disse a unir as sobrancelhas, e parecia uma criança naquele momento, tão diferente do que era geralmente com ele.
- Hey, nossos bebês vão vir essa noite. Vai ficar tudo bem, você é um homem forte,  vamos tirar bem rápido. 
Yasuhiro disse, baixo e perto de sua testa onde o beijou. Na demora, preferiu ser rápido e ajudar o homem, tendo o corte, se desculpou antes mesmo pela invasão, mas logo, preferiu ajudar a puxar o filho, um após o outro, para livra-lo dos cortes contínuos. Sem demorar porém, logo podia ouvir as vozes dos filhos, resmungando pela saída brusca que lhes deu. Ainda sonolento, Yoruichi assentiu a ele, mas era horrível, não conseguia se concentrar, apenas se manteve em silêncio por um tempo. Era vampiro, mas tinha pequenas gotas de suor que molharam o rosto junto das lágrimas, a dor não era algo fácil de suportar. Por um momento fechou os olhos e brevemente podia jurar que se fosse humano, teria morrido, porque apagou completamente por alguns minutos. Ao acordar, viu o médico preocupado lado a si, aquela altura, ele já sabia o que eram então não se desesperou conforme mediu o próprio pulso e tossiu, observando o marido a pouca distância, quase deu um suspiro de alívio por de fato não ser um humano e poder vê-lo de novo, que não era muito maior do que a mão dele, não viu o outro bebê, mas sabia que pela calma dele, ele já havia retirado assim como o primeiro, e sentiu as feridas cicatrizando, o tecido da pele se fechando continuamente, era tão dolorido quanto ferir, por isso teve que gemer novamente enquanto o médico fitava o local que se regenerava com a expressão de espanto. 
- ... Yasu... 
Murmurou, fitando-o e tentou se levantar, mas ainda estava tonto, precisava de sangue. Se sentou desajeitado, dolorido ainda e só então fitou os dois pequenos, estavam sujos de sangue, mas o outro parecia limpa-los com tanto carinho que teve que sorrir. 
- ... Obrigado doutor... - Murmurou para o médico ainda confuso e desviou o olhar ao outro. - Me deixa ver eles...
- Rapazes, vocês são intrigantes. Seria fascinante estuda-los. Pediria por isso se estivesse mais jovem.
Comentou o homem enquanto apertava os olhos, admirando sua própria ideia, provavelmente era um alívio não ter que fazer os últimos socorros, embora não houvesse sido fácil manter seu corpo não funcionando durante o parto. Um dos gêmeos estava acomodado num futonzinho, enquanto deslizava um pano úmido por suas peles sensíveis, ou melhor, não eram nada sensíveis, eram apenas macias e delicadas. Após um, seguiu ao moreno que parecia tão cansado, entregou-lhe o bebê, tentando ser capaz de fazer todas as atividades de uma vez e ainda admirar todo o caminho. Assim como o filho já limpo, entregava a ele um pouco de sangue o qual serviu em sua boca e também um beijo em sua testa fria. 
- Bom trabalho, princesinho. 
Sussurrou, e após servi-lo, buscou o outro bebê o qual limpou com o mesmo cuidado. Feito isso, pagou o homem e sabia que a quantia era grande o suficiente para fazê-lo desejar atender a si novamente e ainda se manter em silêncio. 
- Rapazinho, estarei a disposição. Não precisa de tantas moedas.. 
- Fique. 
Yasuhiro disse, enfático e ele olhou por grandes minutos mas apertou as moedas nos dedos e assentiu. 
- Obrigado, rapaz. 
Após limpar o outro, levantou como o primeiro ao colo do parceiro. Despediu-se ao homem que seguia enrubescido, animado por suas moedas em quantidade. 
Yoruichi sorriu conforme o viu em suas atividades, parecia agitado, gostaria de dizer a ele que não precisava fazer tudo ao mesmo tempo. Ao receber o filho, bebeu do sangue dado e ergueu a face num pequeno sorriso com seu beijo, mas depois disso, só conseguiu olhar o rostinho pequeno dele... E era tão bonito, era tão próprio, mas tinha pequenos cabelinhos loiros, o que fez a si sorrir. Ao receber o outro filho, notou o mesmo, os dois tinham seus cabelos. Olhou os dois, sem poder tocar seus rostinhos, mas só por vê-los, estava tão feliz. Fitou os movimentos calminhos do pequeno da esquerda e sorriu, enquanto o outro parecia franzir o cenho, como se estivesse irritado. Riu. 
- Hum, você deve ser o Yuuki, e você o Ikuma.
Yasuhiro sorriu ao se acomodar com ele, riu sem altura ao perceber os pequenos e suas feições distintas. O de semblante tenso apontou inicialmente e depois passou ao outro. 
- Esse é o Yoruichi, esse o Yasuhiro.  
Dito, tocou-os, mas lamentou que não tivessem os cabelos escuros e quase azulados da mãe. O moreno riu ao ouvi-lo e assentiu, se pareciam mesmo com as personalidades de ambos. Desviou o olhar a ele e timidamente entregou a ele o bebê que tinha em um dos braços. 
- Esse, papai, é o Ikuma. - Disse num sorrisinho, estava emocionado ainda com os pequenos. - ... Obrigado...
Yasuhiro sorriu, achando a apresentação adorável. Se acomodou com ele e então tornou a pegar o pequenino. 
- É preguiçosinho, é? - Disse ao bebê que nada entendia e sorriu ao moreno, outra vez. - Obrigado. - Agradeceu, com ele, provavelmente pelas mesmas razões. - Você se esforçou bastante.
Yoruichi sorriu ao ouvi-lo, estava um pouco envergonhado porque sabia que provavelmente os cabelos estavam desarrumados, e o rosto então... Suspirou, e tentou não se importar com isso. Desviou o olhar ao outro pequeno que tinha nos braços e agora pôde toca-lo em seu rosto, acariciando-o em sua bochechinha tão pequena. 
- E esse é o Yuuki.
- Oi bravinho, quer ser a mamãe, é? - O loiro disse e tocou a testinha do bebê. - Nem parece de verdade.
Yoruichi riu baixinho e assentiu, era tão pequeno.
- Parece um boneco, aliás, os dois parecem e tem os cabelos do papai.
- O que é uma pena, aposto que esse ai queria ter cabelo escuro, igual da mamãe.
Yoruichi negativou num pequeno bico. 
- Gosto dos seus, eles também vão gostar.
Yasuhiro sorriu, não o retrucou mas beijou o bico que fazia. Yoruichi sorriu e roçou o rosto ao dele, como um pequeno animalzinho e ouviu o choro fraco do filho nos braços, se surpreendeu pelo fato de não ser estridente, parecia que nem ele gostava do próprio barulho e seguido dele, o outro começou a chorar em seus braços. 
- ... Acho que estão com fome.
- É, eu acho que estão. Preciso alimentar todos os bebês. 
Yasuhiro disse e se levantou, pegaria mais sangue para o moreno. Antes que seguisse porém, deu um dos dedos ao filho, deixando sugar um pouco do que saiu ao fazer um furinho antes de dar a ele. 
- Olha, acho que ele gosta assim.
Yoruichi sorriu conforme o viu furar a mão e o pequeno sugou seu dedo com a boquinha tão pequena. 
- Mas não vai alimentar ele, ele precisa de sangue humano.
- Eu sei, mas o papai é gostosão não é? 
Yasuhiro disse ao pequeno que torceu o rostinho quando esvaiu o sangue que bebia, furou novamente o dedo e tornou dar a ele, nas seguiu para buscar o sangue para o moreno e assim o trouxe, assim como os potinhos para alimentarem os filhos. Yoruichi uniu as sobrancelhas ao observar os copos, os filhos não seriam capazes de beber neles, ficou confuso por um momento e depois desviou o olhar ao maior. 
- ... Precisamos arrumar um humano. 
Murmurou e por hora, bebeu o líquido de uma vez, em goles longos e entregou o copo a ele, sabia que o sangue estaria na própria corrente sanguínea, então também furou o dedo e guiou aos lábios do pequeno.
- Hum, vou pedir que minha mãe envie alguém de confiança.
- Por hora acho que vou ter que ficar me furando. - Yoruichi disse e suspirou. - Ainda estou um pouco tonto.
- Beba bastante, princesa. Temos bastante. Papai também pode amamentar.
O loiro brincou, mas não era uma mentira.
Yoruichi sorriu. 
- O problema é que se eu beber, meu dedo fecha mais rápido. 
Disse e já teve que furar de novo, num gemido dolorido.
- Mas precisa. Eu posso alimentar os meninos. Você se esforçou muito, merece descanso.
O moreno sorriu a ele. 
- Mas eles são dois, acho que podemos tentar o copo...
- Eu tenho varias partes do corpo, meu anjo. Por hora vou trazer um corpo.
Yoruichi assentiu. 
- Acho que eles sugam se tiver um corte ou algo assim. - Disse num suspiro. - Droga... Mesmo bebendo sangue ainda dói.
- Deve estar cicatrizando. - Yasuhiro disse e caminhou até ele, acomodando o outro bebê junto a ele, no futon. - Quando voltar vou ajudar a trocar os lençóis no futon. Antes vou buscar o jantar dos meus meninos. Aguente um pouco. 
Disse e beijou sua testa. Quando voltou trouxe consigo o que se propôs a fazer. Acomodou o corpo, não tinha nada de mais, sequer parecia alguém desfalecido. Após deita-lo, pegou um bebê após o outro e ajeitou para que pudessem se alimentar. Perfurou o pescoço, na parte fina e macia dele e então colocou-os e suas boquinhas pequenas e muito astutas iam logo para o lugar. 
- Olha olha...
Yoruichi assentiu a ele conforme o viu sair, ele era tão adorável, e nem levou realmente tempo para que voltasse. Quando o viu retornar, fitou o bebê que sugava do pescoço da pessoa no chão, era mais fácil, o machucado dele não cicatrizava.
- Hum... Papai é que vai dar de mamar pra vocês então.
Yasuhiro riu, entre os dentes e desocupado dos bebês que sugavam devagar e entretidos, puxou um dos braços do rapaz e na proximidade esticou ao parceiro. 
- Beba também.
Yoruichi fitou o corpo, há um tempo já não tenho caçava mais, então guiou a boca ao redor da pele macia e o mordeu, cravando os dentes no local.
- Olha só que família linda. Meus sanguessuguinhas.
O moreno riu baixinho conforme o ouviu e negativou, sugou o suficiente, não queria tirar a comida dos pequenos, que certamente precisariam mais tarde. 
- Hum... Guarde a carne, farei pra você amanhã.
- Se alimente, docinho, está bem fresquinho, papai pega mais sangue mais tarde. Preciso que fique bem, porque quando se levantar eu vou ter de ir buscar alguém para alimenta-los.
- Eu sei... Não se preocupe, eu estou um pouco melhor, só preciso dormir um pouco. Eles vão precisar mais do que eu.
Mas se alimente, não estou pedindo, estou mandando, docinho.
- Tá bem.
Yoruichi sorriu e cravou os dentes no braço novamente, sugando pouco mais do sangue.
- Isso, se alimentem, meus bebês.
Após beber do sangue, satisfeito, assim como os pequenos, Yoruichi segurou o primeiro nos braços e acariciou seu rostinho, era Ikuma dessa vez, sabia porque eles tinham uma fisionomia diferente. Beijou-o no rosto e o acomodou no bercinho de vime já acomodado ao lado do futon, depois foi a vez de Yuuki, e os cobriu com o cobertor macio, embora não precisassem. 
- Hum... Terei o meu marido na cama de novo? Eu preciso de um banho.
- Hum, estão satisfeito agora? 
O loiro dizia e após ele se levantar, tirou todos os tecidos sujos do futon, trocaria as roupas da cama antes que tornasse a se deitar. Ao olha-lo diante da pergunta, sorriu, feliz por saber se eram vampiros e que aquilo não levava tempo como para um humano. 
- Eu vou ter de ir buscar um amo de sangue. Mas prometo não demorar.
Yoruichi assentiu conforme o ouviu e se levantou, ainda estava pouco dolorido, mas conseguia se mover, arrumou os travesseiros novamente no futon e observou os filhos agora adormecidos. 
- Eu tomarei banho na varanda.
- Hum. Fique bem, aguente um pouco e o seu novo papai vem te curtir com os bebês.
O loiro sorriu, canteiro e selou seus lábios. Pouco havia se dado conta de tudo aquilo, ele provavelmente também não, haviam esquecido de preparar o mais importante, o alimento dos filhos. 
- Não morra de saudade, eu volto.
Yoruichi sorriu e assentiu a ele, retribuindo seu selo, mas antes, segurou a mão dele, entrelaçando os dedos aos do outro, tinham uma família agora, e estava tão feliz. Eu te amo. Murmurou, quase rouco e aproximou-se rápido, escondendo a face em seu pescoço conforme o abraçou.
Yoruichi parou a observa-lo por um instante, mas sorriu, achando adorável. O abraçou do mesmo modo, sabia o que ele estava sentindo, além de senti-lo, estava do mesmo modo. 
- Eu também te amo.
O moreno sorriu a ele e acariciou brevemente seus cabelos antes de se afastar, o deixaria ir, e tinha que se limpar, tinha o yukata branco sujo de sangue.
- Até logo.
- Até logo, meu amorzinho.
Yasuhiro o beijou na testa, queria estar com ele, mas tinha que resolver e assim seguiu para a pequena viagem até o local onde moravam. Sabia que passaria num lugar triste, que se lembraria do pequeno amigo, mas era um pai agora, então tinha coisas felizes para rever quando voltasse.
Ao vê-lo sair, o moreno suspirou, não queria que ele voltasse pra lá, mas tentaria não pensar em nada, era ciumento, mas teria que lidar consigo mesmo. Sabia que ele não iria abandonar a si e aos filhos, pelo menos esperava que ele não fosse esse tipo de pessoa, porque sabia que o caçaria e o mataria se o fizesse. Seguiu para a varanda onde buscou a água do poço e retirou o kimono, deixando-o de lado, o lavaria no lago outro dia, naquele momento apenas lavou o corpo, fitando a pele que nem parecia ter sido cortada, não havia se quer uma cicatriz, era bom ser um vampiro naquele momento. Suspirou e voltou para dentro, buscando um novo kimono, e colocaria as fraldas de tecido dos filhos recém-nascidos, esperaria por ele.

Compartilhe:

DEIXE UM COMENTÁRIO

    Blogger Comment

0 comentários:

Postar um comentário