Midori e Akai #3 (+18)


Akai suspirou, a aula estava chata, mas naquele dia nem se atrevia a olhar pro amigo, estava um pouco envergonhado pelo que haviam feito, por ter beijado ele na noite anterior. Rabiscou algo qualquer no caderno, podia vê-lo de relance, sabia que a aula estava acabando, e teria que falar com ele de toda forma. 
- ... Vamos pra casa do Hiro depois?
Midori ouviu um silvo característico, chamava a própria atenção. Não haviam se falado direito naquele dia, Akai tão sempre falante, embora continuasse a falar euforicamente, parecia um pouco distante, sabia que estava tentando evitar qualquer menção ao assunto, ainda que certamente não fosse fazê-lo. Assentiu ao convite porém. Akai assentiu igualmente e de dentro do bolso tirou o pequeno pacotinho com as balas, havia comprado pra ele, como sempre fazia, comprava para si de menta e para ele de canela, mas naquele dia não entregou até então. Sutilmente deixou em sua mesa o pequeno pacote e guardou o caderno na bolsa. Midori olhou o pacote, não precisou perguntar, o cheiro da canela vinha do breve movimento da embalagem e sorriu, era típico, mas ele parecia estranho ao fazer aquilo, então agiria como sempre. 
- Valeu, hoje demorou.
Akai sorriu meio de canto. 
- Foi mal, eu esqueci que comprei.
- Sei. Guardou pra você também? 
Midori disse e assim passou a ajeitar os materiais na bolsa, guardando-os nos minutos faltantes até o sinal enfim dar fim a aula. Akai igualmente guardou os próprios materiais, descontraído. 
- Ah, comprei de menta pra mim, sabe que não gosto muito de canela.
 - Hum. 
Midori assentiu, embora quisesse lembrar do beijo que antes, tinha gosto de canela.
- Mas... Enfim. - Akai disse e pegou a mochila quando enfim o sinal tocou. - Vamos a pé... Uber?
- Nós vamos pra casa do Hiro, hum? Não seja preguiçoso, é logo ali.
- Tá bom, então a pé e não enche o saco, eu não gosto de andar.
- Vai ficar gordo. Come feito louco e não gosta de andar.
- Como nada, seu mentiroso.
- Claro que come.
- Ah como, é? - Akai estreitou os olhos.
- Vai ficar gordo.
- Não vou, eu sou magrinho.
Midori sorriu canteiro e por fim ajeitou a mochila sobre o ombro. 
- Tá bom, magrinho. Vamos?
- Vamos. - Akai disse num pequeno sorriso e colocou uma bala de menta na boca, seguindo com ele para fora. - E se a gente passasse pra tomar um sorvete antes?
- Se você quiser. 
Midori sorriu de canto, novamente, como se o assunto sobre comer já houvesse sido esquecido.
- Eu quero demais aquele sorvete de menta com chocolate.
- Então vamos. Eu gosto de tomar coca cola enquanto você toma sorvete.
Akai sorriu meio de canto, mas negativou conforme percebeu que estava achando aquilo fofo, caralho, estava parecendo uma menina.
- Ah... Tá bom.
- Já provou dos dois juntos?
- Sorvete e coca? Não. Parece uma nojeira.
- Nojeira, é? Você é muito fresco, Akai.
- Fresco é você.
- Você é fresco. Não estou mandando misturar, estou dizendo de tomar o refrigerante depois do sorvete. Mas você, fresquinho, gosta de sorvetinho sozinho, senão é nojeirinha.
Akai estreitou os olhos. 
- Você está implicando muito comigo ultimamente.
- Claro que não. 
Midori disse e ergueu a mão, tocou seu cabelo, afagou. Ao sentir o afago, Akai estremeceu sutilmente e por isso segurou a mão dele, num reflexo.
- ... Ah...
- Calma, não vou bagunçar seu cabelinho.
- Hai... 
Akai disse um pouco desconcertado e indicou a sorveteria. Midori seguiu com ele, traçando o caminho até a sorveteria que chegaram logo sob sua direção. Entrou com ele, sentindo o ambiente frio com cheiro de calda de chocolate. 
- Hum... Moça eu quero de menta com chocolate. Cobertura de morango e cereja. E pra ele uma Coca-Cola. Quer sorvete, Midori?
- Hum, eu quero o refrigerante e... Hum, sorvete de pistache.
- Um sorvete de pistache também. Sem calda, e... Pode por os pedacinhos de pistache por cima. 
Akai disse e sorriu meio de canto, conhecia o amigo. Midori sorriu para ele, canteiro como fez, em retribuição. Agradeceu após o atendimento e também ao sorvete qual pediu em recipiente descartável. Ao receber o próprio, Akai lambeu a cobertura sobre ele e sentou-se com ele em uma mesa. Midori teria se encaminhado para ir embora, mas percebeu que ele queria ficar. Seguiu para a mesa e se acomodou com ele. Diferente do amigo, não tinha intenção de lamber o sorvete, usava uma colher. Também já havia aberto a garrafa de refrigerante. Ao se sentar, o menor fitou-o e sorriu meio de canto, mordendo um pedaço do sorvete, gostava mesmo dele. 
- Me dá um pouco do refrigerante.
- Ah, não é nojento? - Dito, Midori sorriu canteiro.
Akai estreitou os olhos. Midori ainda assim, empurrou a garrafinha pela mesa, atravessando-a para ele sem muita longitude. Akai pegou a garrafa e bebeu um pequeno gole, misturando com o sorvete. 
- Hum... É realmente bom.
- Claro que é. 
Midori disse e tornou tocar sua cabeça, mas não bagunçou o cabelo. Akai sorriu meio de canto e tomou mais do próprio sorvete. 
- Acho... Acho melhor a gente ir andando, se não vamos chegar tarde.
- Tarde aonde? Na casa do Hiro?
- É, vamos perder o almoço.
- Ah, é verdade. Não podemos perder o almoço. - Midori disse, não tinha realmente fome, mas já era habituado com o amigo. - Certeza que hoje Sachiko vai fazer curry que você pediu. - Referia-se a empregada que costumava ver a casa algumas vezes na semana.
- Hum... Será? Quero curry. - Akai disse e ainda tomava o sorvete, mas a comida favorita mesmo era pizza, e ele sabia. - Vamos!
- Vamos. Midori disse e então pegou a garrafa de onde ele havia bebida e tragou, não havia pensado sobre isso antes mas na hora acabou tendo a ideia do beijo indireto, que havia sido direto no dia anterior, mas não deixou esse pensamento claro para ele. Ao levantar-se, Akai tomou pouco mais do sorvete e com ele seguiu para fora, caminhando pela calçada.
- Hum, o que vamos jogar hoje?
- Venha tomando o sorvete, não quer mais? - Midori indagou ao perceber que ele tomava o sorvete mais rapidamente como se quisesse terminar antes de sair. - Não sei, talvez aquele dos bonequinhos que cozinham que você gosta.
- Hum! Overcooked, quero. Pode ser. - Akai sorriu e assentiu. - Já me viu jogar sorvete fora?
- Parece apressado. 
Midori disse e no fim faziam a caminhada até a casa do amigo, finalizando o que tinham do sorvete, mas deixou um pouco restar da bebida para mais tarde. Ao terminar o sorvete, Akai comeu toda a casquinha e jogou fora o papel numa lata de lixo antes de entrar, não parecia ter ninguém em casa, mas a comida estava feita. Midori aceitou as chaves da casa, que por alguma razão Akai sempre dava na própria mão ao invés de abrir por si mesmo. Entrou com ele em seguida, uma vez que a passagem aberta, podia sentir o cheiro do almoço já terminado, um tanto de produto de limpeza pela casa cujo piso cintilava, mas o dono da casa não estava, embora já previssem isso. 
- Bom, estamos livres, mais uma vez.
- Hum, não é novidade, Hiro é quase um visitante aqui. Vamos jogar um pouco e depois comer.
- Depois da sensei acabou ficando. Ele costumava estar sempre, é uma pena. 
Midori assentiu sem dizer quando já subiam para o quarto do amigo. Akai assentiu, mas tudo bem, ainda tinham um ao outro, e eram bons amigos. Ao entrar no quarto, deixou a mochila de lado e deitou-se na cama. 
- Ah... Adoro essa cama.
Midori se sentou, porém no tapete logo a frente da cama, deixou a mochila ao lado e aproveitou para beber do restante do refrigerante. Imaginava se ele pensaria sobre o dia anterior. 
- Hum... Temos muita lição hoje? 
Akai disse e sentou-se no chão ao lado dele em seguida, era estranho estar ali com ele, porque se lembrou que encostou o rosto no ombro dele.
- Eu já deixei a minha feita durante a aula, se quiser ver. 
Midori disse e ofereceu a bebida restante para ele.
- Hum... Posso copiar mesmo? 
Akai disse e aceitou o refrigerante, bebendo em alguns goles.
- Pode. - Midori pegou a mochila de lado e deu a ele, deixaria-o procurar. - O que você quer fazer agora?
Akai aceitou a mochila dele e procurou seu caderno, dando uma olhada na página. 
- Ah... Jogar?
- Tá bem, achei que quisesse almoçar, não queria perder o almoço. 
Midori disse e aproveitou para pegar uma das balas de canela que havia ganhado dele.
- Eu sei, é que quero passar um tempo com você antes de almoçar... E... 
Akai cessou ao perceber o que havia dito e arregalou os olhos.
- Hum. Tá bem, nós podemos jogar. 
Midori disse, pensava ter entendido, mas descontraiu por ele. Akai suspirou e assentiu, entregando a ele um controle e deixou a bolsa dele de lado por um momento. O maior aceitou o controle, esperando o início do jogo após as trâmites dele para fazê-lo rodar.
- Bem, vamos lá. 
Akai disse a pegar o controle e encostou-se na cama, estava bem perto dele, mais do que geralmente ficava. No fim, Midori terminava ouvindo seus resmungos sobre o jogo, suas coordenadas também. Ria, achava graça de como ele ficava eufórico. O menor riu baixinho conforme tentava jogar com ele, era engraçado, gostava da companhia dele. Ao fim, fechou o jogo. 
- Cara,  eu tô morrendo de sono.
- Mas você nem almoçou ainda. - Midori disse e fitou-o de soslaio.
- Eu sei, mas eu acordei cedo...
- Hum, hoje você está devagar.
- É, sei lá. Tivemos educação física e eu nem tomei banho depois, acho que vou tomar aqui.
- É, estou sentindo o cheiro. - Midori provocou.
- Ah vai se foder! Não está tão forte assim.
- Me deixe conferir. 
Midori disse e se aproximou dele, fingindo tragar o cheiro de seu pescoço.
- Não! Qual é? 
Akai disse a se afastar e tentou para-lo com um dos pés.
- Não, sai que esse pé deve estar pior.
- Ah, vai tomar no cu, Midori. Vou tomar banho. 
Akai disse e se levantou, pegando a bolsa.
- Vai, vai. Vou no quarto de hóspedes. Vou comer o curry sozinho também.
- Não! Você vai ficar aqui e aí a gente vai almoçar. Não saia.
O menor disse e estreitou os olhos, abrindo a camisa do uniforme.
- Vou tomar banho e ficar cheiroso pra você, Akai. 
Midori disse e seguiu se levantando, havia sido uma leda provocação de amigos mesmo, embora parecesse diferente em algum momento já que terminavam fazendo coisas além da amizade. Akai estreitou os olhos. 
- Ah, vai se foder. Seu nojento. 
Disse e negativou, mas riu baixo consigo mesmo e tirou a camisa, deixando-a na cama.
- Nojento por quê? 
Midori indagou, não entendia porque ele gostava daquela palavra. Deu uma olhada suave enquanto se desfazia da roupa, conferindo a figura estreita do amigo, mas desviou o olhar em seguida, só não foi tão sútil ao fazê-lo. 
- Porque fica falando essas coisas, melhor que te chamar de viado. 
Akai disse num risinho e só então percebeu que estava sem camisa perto dele, bem, já havia ficado antes, mas agora era estranho. Pigarreou e seguiu para dentro do banheiro. 
- ... Ah... Eu vou tomar banho.
- Então está dizendo que os viados são nojentos, é? Seu merdinha.
- São. 
O menor disse a observa-lo pela porta ainda, não que realmente estivesse pensando no que havia dito. Midori sorriu canteiro e negativou em silêncio, pensava que ele estava tentando ser drástico para ignorar o que haviam feito antes. 
- Tá, vai tomar seu banho.
- Hum, não é como se você fosse mesmo viado. Certo? 
Akai disse a ele ainda a fita-lo.
- Sou, sou viado sim. 
Midori disse e sorriu de canto, mostrando-lhe o longo e imponente dedo do meio, tão logo saiu do quarto, ia ao quarto de hóspedes como disse e sobre sua forma de falar, já era habituado a isso. Akai uniu as sobrancelhas ao ouvi-lo falar e negativou, deveria ser uma brincadeira. Suspirou e seguiu para o banho. O maior voltou algum tempo depois do banho, guardado o uniforme, com alguma roupa que era própria e que acabava sempre deixando na casa do amigo. Ao voltar com ele, Akai deixou o uniforme sobre a cama, e usava o mesmo que ele, mas havia trazido a roupa, a calça larga e a camisa de mesma cor, pretas.
- E ai, você quer comer agora? - Midori indagou e se sentiu na cama. - Acho melhor irmos para o quarto de hóspedes, vai que o Hiro chega com uma das garotas dele.
- Ah, sim, vamos lá. - Akai disse e pegou a mochila. - Na verdade, eu perdi a fome.
- Então beleza. 
O maior disse e seguiu  levando a mochila , partindo ao quarto onde costumavam dormir pelo menos uma vez na semana. Akai seguiu com ele para o quarto, ainda estava um pouco incomodado pelo que haviam falado antes.
- ... Midori.
- O que? 
Midori indagou após abrir a porta. Sentia cheiro de limpeza e doces no quarto, provavelmente era tudo a mesma coisa. 
- Você é mesmo gay? - Akai disse a unir as sobrancelhas.
- Ah? Eu não disse nada a você.
- Você disse que é mesmo "viado". Então....
- Eu não diria viado, só estava falando da sua forma pejorativa.
- Hum... Então não?
Midori deu de ombros. 
- Vem, vamos jogar.
- Tá bom. 
Akai disse e se aproximou dele de novo, pegando o notebook e sentiu seu cheiro de banho ao passar, não costumava prestar atenção, mas prestou naquele dia. Midori se sentou desta vez na cama e o esperou ajeitar o jogo. Aproveitou para conferir algo no celular ou olhar a forma rente com que seus cabelos negros tocavam a nuca, ele usava um corte onde atrás acaba um tanto mais curto que a frente, a geometria de seus cabelos faziam deixar aparentes os brincos na orelha. Sorriu canteiro ao reparar naquilo depois de tanto tempo que o conhecia. Ao ligar o computador, Akai voltou e sentou junto dele na cama, cobrindo-se com o edredom espesso.
- Ah... Vamos?
- Vai querer jogar o novo? 
Midori indagou ao ver as gambiarras do amigo para o jogo em sua segunda versão. Ele tinha aquele hábito de toque, de cutucar com o cotovelo ou até mesmo de se sentar muito perto, no meio do jogo sempre trocavam algumas empurradas. Mas por seu costume, quando menos esperavam já estavam esparramos pela cama, trocando de jogo, deitados por perto. A proximidade não trazia nada estranho para si, embora achasse o comportamento do amigo estranho, achava que ele era o típico garoto de colégio que mais se afirmava do que fazia alguma coisa, era um pirralho, portanto nunca deduzia nada sobre ele, nem mesmo pelo beijo que trocaram antes e que até então vinha sendo completamente ignorado. 
- Nós podemos ver algum filme, já cansei de jogar.
- Tá bom, pode ser. - Akai disse e bocejou, estava cansado na verdade. - A gente... Pode cochilar também, eu estou morrendo de sono.
- Você pode dormir, eu não sou barulhento. 
Midori disse enquanto folheava o catálogo no televisor, indicando os filmes, escolheu um da seleção dos filmes adicionados recentemente e bem se ajeitou para assistir, embora quase sem volume. Akai assentiu e aconchegou-se na cama ao lado dele, a cama era espaçosa, mas não se deitou longe, e virou-se de costas. Queria fechar os olhos, mas o olhar estava pregado na parede em frente a si. O maior silencioso, ajeitou-se na cama, mas era do tipo que costumava pegar facilmente no sono, assim como sair dele. Lia na legenda os diálogos do filme, os sussurros de voz causavam preguiça, sem perceber, cochilou. Akai havia perdido a sono, sem nem perceber e decidiu se virar para saber se ele havia adormecido, já que silencioso. Observou seu rosto bonito e suspirou quando se pegou pensando em como queria dormir mais perto dele, na verdade não queria realmente dormir. Mordeu o lábio inferior e devagar se aproximou, fitando suas bochechas coradas, seus lábios e de frente a ele, sutilmente, tocou seus lábios com os próprios, num pequeno selo. Já eram amigos há pelo menos uns dois ou três anos, costumavam estar na casa do amigo ausente e por sinal, Midori também dormir ali, ele só era lerdo o suficiente para não se lembrar de que acordava muito facilmente, tão fácil quanto dormia. Sentiu se aproximar, mas abriu os olhos ao sentir sua respiração por perto, assim como o beijo, não conseguia entende-lo. Mas não reclamou, não impediu, na verdade até mesmo o retribuiu. O menor o fitou tão perto, e o rosto agora estava vermelho, não era pra ter sido pego, mas havia sido. Devagar, o beijou de novo, sem saber o que fazer preferiu continuar e só então empurrou a língua para os lábios dele, como havia feito no outro dia. De forma inesperada, Midori sentiu a continuidade de seu beijo, talvez porque o segurava no lugar. Ao abrir a boca de aprofundou na boca dele como ele na própria e esperou que o sono não houvesse sido longo demais. Ao beija-lo, Akai sentiu o gosto de doce em sua boca, provavelmente o chiclete que ele tinha na boca antes de deitar, e gostou de beijar os lábios dele, eram tão macios, nunca havia beijado alguém antes, mas não deixaria ele saber, já que sempre dizia que havia saído com várias garotas, na verdade saía, mas se sentia meio desajeitado perto delas, tanto que voltava pra casa parecendo um idiota, não sabia como agir perto das pessoas, mas ele era um pouco diferente.
Sobre seu beijo, Midori não chegaria a desconfiar se era o primeiro ou não, ele tinha um beijo gostoso, era muito brando, como se fosse um doce macio, talvez se soubesse que era a primeira pessoa dele, soubesse que era a razão para a forma branda como sentia, mas imaginava que era apenas seu próprio modo de fazer e gostava. Akai suspirou, não se lembrava de respirar quando o beijava, sempre ficava sem ar, mas daquela vez tentou se lembrar. Desajeitado, arrumou-se ao lado dele, puxando o rosto dele com umas das mãos e seguiu o beijo, sentindo o coração bater forte no peito. O maior virou-se pela cama, acomodando-se com ele ao lado, agora de frente. Sob o toque de sua mão, que parecia pedir silenciosamente que estivesse próximo. A mão que antes em seu ombro, deslizou até o pescoço e então até a nuca.
Akai não queria parar de beija-lo, gostava do beijo, e sabia que se o fizesse, teria que encara-lo e não saberia o que dizer, por isso, o beijo durou por alguns longos minutos, até que sem fôlego o cessasse e deu a ele um último selo antes de se afastar. Fitou o rosto dele, estava corado, um pouco envergonhado e escondeu-se com o edredom, apenas metade do rosto, deixando os olhos de fora. Quando enfim ele deu fim ao beijo, Midori pôde notar a forma como tentou respirar e recompor-se após isso. Diferente dele não estava pensando sobre o que fazer quando parassem, sabia que ele teria a dádiva de fingir que nada havia acontecido no dia seguinte, mas parecia tímido ao se esconder sob o edredom, teve de sorrir, na falta do riso e tocou seus cabelos onde na nuca roçou as unhas ao afagar, sentiu na ponta dos dedos sua pele arrepiar. Conforme sentiu o arrepio, Akai desviou o olhar a ele e sorriu, mas fora escondido pelo edredom. 
- ... Boa... Boa noite.
- Ainda é dia, nem almoçamos. 
Midori disse, notando claramente o nervosismo dele. Gostava de ser o único a ver essa parte de Akai.
- Ah... Então... Vamos almoçar.
- Está perdido, hum?
- Um pouco...
- Hum. 
Midori murmurou em compreensão mas chegou mais perto e puxou suavemente o edredom que o cobria, selou seus lábios macios, sua bochecha macia, ele era todo macio. Ao sentir o selo, Akai retribuiu, e sorriu meio de canto com o beijo no rosto, roçou os cabelos dele, mas foi breve. O maior deslizou a mão por sua nuca, descendo novamente ao braço e seguiu até a cintura, não que tivesse alguma segunda intenção com aquilo, mas o segurou por lá. Voltou a beijar sua bochecha e também seus lábios. Ao sentir o toque, toda a pele do menor se arrepiou, era estranho, mas quis mais, não sabia se tinha uma segunda intenção, nunca havia feito aquilo com alguém antes, não sabia como reagir a estar com ele numa cama, beijando-o, mas não deu impasse a ele conforme o beijou de novo, empurrando a língua para seus lábios, talvez um pouco desajeitado. Midori invadiu sua boca, encaixando a língua com a sua assim como os lábios. Deslizou a mão até suas costas e terminou abraçando-o, por consequência estava tão perto de Akai como nunca havia realmente estado, exceto por alguma vez que teve de segura-lo por beber e cair com um único copo de cerveja.
Ao se aproximar tanto, Akai acabou por se erguer quase sobre o corpo dele, era estranho, mas queria tanto fazer aquilo, sentia o coração bater forte no peito, como se quisesse sair pra fora, mas não cessou o beijo de maneira alguma, na verdade, intensificou, e deixou o toque mais intenso. Midori se ajeitou com ele, sentindo a firmeza que ganhou em seu beijo que sempre suave, tinha mais consistência, mas lhe deu o mesmo. Intensificou o beijo, mas na continuidade dele, acabou não contendo o corpo, terminou se excitando. Akai suspirou, também estava excitado, era estranho, não tinha costuma de se excitar com ele, na verdade, nunca havia sentido real atração até então. Estremeceu, sentindo o corpo dolorido no baixo ventre, e aquela pintada fora o que cessou o beijo por um momento, fitando-o e afastou-se a se deitar novamente, negativando, esperava que ele não tivesse notado. Virou-se de costas a ele e agarrou-se no travesseiro, firme.
O maior interrompeu o beijo tão repentino quanto havia dado o primeiro. Sentiu os lábios estalarem contra os dele ao separa-los, imaginou que ele houvesse sentido algo estranho, portanto interrompido o beijo e virado de costas sem dizer uma palavra sequer. Virou-se em sua direção no entanto, fitando suas costas, havia se enroscado ao cobertor, pensou em pedir desculpas mas imaginou que talvez fosse melhor não dizer qualquer coisa, talvez sequer fosse o motivo. Akai suspirou, droga, estava ereto. Estava mesmo, contatou ao tocar sutilmente o local, e o pior, ao fechar os olhos, só conseguia pensar nele. Estava em pânico, não sabia exatamente o que fazer, mas achou que talvez fosse melhor se afastar, o problema é que o corpo não queria se afastar. Devagar, empurrou os quadris para trás, foi sutil, tentou ser, na verdade, queria somente se aproximar dele, mas conforme o fez, por acidente, sentiu as nádegas tocarem o baixo ventre dele, e só então notou que não era o único que estava excitado, ele também estava. Sentiu o rosto queimar e arregalou os olhos.
Nos lençóis, Midori ouviu farfalhar do movimento, quando veio para trás, não entendeu exatamente a razão, queria saber o que se passava na cabeça de Akai, porque havia deixado beija-lo, porque havia beijado a si, porque agora estava tocando aquela parte do próprio corpo quando era aversivo a qualquer gesto que pudesse soar para ele, "gay", como dizia. Estendeu a mão e tocou seu braço. Ao sentir o toque, a respiração de Akai que estava acelerada, cessou por um momento. Não conseguia compreender o próprio corpo, pedia por ele de uma forma estranha, e de certo modo, imaginar ele sem roupa parecia interessante. Mordeu o lábio inferior, um pouco agoniado, mas voltou a se empurrar para trás, devagar, fora sutil, mas queria deixar claro que era uma investida, queria saber o quer queria, queria saber porque o corpo pedia pelo dele. O maior suspirou, evidentemente. Fechou os olhos atentos por um minuto, sentindo a pressão tênue que impôs com seu dorso, com seus quadris. Apertou-o suavemente no braço onde o segurava e se aproximou do moreno uma vez que ele mesmo parecia dar sinal de que queria aquilo. Beijou-o em sua nuca despida pelos cabelos curtos. Akai suspirou conforme sentiu o beijo e arrepiou-se, não sabia, mas gostava do toque na nuca, era sensível. Agarrou-se ao lençol da cama, firme, com ambas as mãos e mordeu o lábio inferior.
- Kai... 
O maior murmurou, era quase uma pergunta sem perguntar questão, era quase como pedir licença e beijou seu ombro. Silencioso, Akai não queria respondê-lo, ainda estava confuso, mas não tinha se quer intenção de nega-lo, só estava com vergonha. Segurou o braço dele, a mão, onde ele havia segurado e apertou, sutilmente, estava dando permissão. Midori sentiu seu toque sem recusa, não parecia ter intenção de negar embora soubesse como ele era tímido. Da mão segurada desceu para seu cotovelo até a cintura. Tornou beija-lo em seu pescoço. Ao sentir o beijo, o menor se arrepiou novamente e mordeu o lábio inferior, droga, o toque dele era tão gostoso, era tão bom. Segurou novamente a mão dele na cintura e puxou-a suavemente, deixando-o tocar o próprio abdômen e o guiava para o sexo, mesmo timidamente, queria que ele soubesse, queria que ele sentisse que estava excitado. Não esperava especificamente algum toque dele, e as nádegas, novamente encostou em seu sexo, coberto pela roupa.
Midori deixou guiar a mão por seu corpo, desceu até sua barriga que sentia encolher, como um toque que recebia com certa ansiedade. Desceu até seu ventre e sentiu na calça sua excitação. Sentiu o peito palpitar. Silencioso, Akai se mantinha esperando por algo dele, não sabia o que fazer exatamente naquele ponto, não sabia se ele iria afastar a si, poderia apanhar, então esperou, pacientemente. O maior subiu pela calça de moletom, o que fazia ser fácil entrar e descer vagarosamente pelo cós, penetrou a roupa assim como sua carência de roupa íntima, encontrou sua virilidade por onde desceu e tocou, estava tão quente e suave. Ao senti-lo adentrar a roupa íntima, o menor estremeceu e ainda podia sentir o sexo dele contra as nádegas, era estranho, mas não se moveu. E conforme sentiu o toque de sua mão, era a primeira vez que alguém tocava a si ali, não soube o que fazer, mas suspirou, e a respiração fora audível pra ele. Midori deslizou por sua base, descobrindo, sem intenção de conferir isso, seu tamanho. O envolveu, sentindo nos dedos conforme moveu ao redor. Sentia-o quente, aveludado. 
- Akai... 
Midori murmurou e arqueou-se, tentando encontrar sua boca. Conforme o viu se inclinar, Akai virou-se para torcer a boca dele igualmente e selou seus lábios. O toque era tão gostoso no sexo, que quase derretia em seus braços, e gemeu, sem intenção contra os lábios dele. Midori penetrou sua boca, lambeu seu lábio, era o modo mais ousado que tocou sua boca até então, aquela altura já o estava tocando no sexo então lamber seus lábios ou suga-los não seria um problema. O menor estremeceu conforme sentiu sua língua, por um momento desejou que ele tocasse a si em outro lugar, mas negativou consigo mesmo, tentando não pensar. Mordeu seu lábio inferior e por acidente, empurrou pouco mais os quadris contra ele.
- Vira. 
O maior sussurrou, o pedido que soou baixo porém audível. Por um minuto deixou de toca-lo para que se virasse, para que ficasse de frente consigo. Akai assentiu e se virou, como dele havia pedido. Estava envergonhado então, não gostava de ver o rosto dele, por isso desligou a tv, e deixou queno quarto ficasse escuro, assim se sentia mais confortável. Midori deu espaço a ele, e quando desligava o televisor, aproveitou para sutilmente abaixar a própria calça, descendo até o quadril, suficiente para estar fora do limite da roupa apertada para o corpo que estava tão animado quanto o dele. Quando ele voltou, o alcançou e tornou a beija-lo. Ao se aproximar, pegou-o nos dedos, voltou a massageá-lo mas desta vez, devagar se encostou a ele, tomou o sexo com o do moreno e juntou-se com ele, sentindo a pele tocar a sua. Suspirou, excitado. O menor suspirou, não sabia exatamente o que estava fazendo, mas sabia que estava excitado, então continuou. Ao voltar para ele, retribuiu seu beijo, era tão bom beija-lo, mas não esperou, não esperou mesmo que ele fosse encostar a si dele. Sentiu sua pele quente, mais quente que a própria e gemeu, contra os lábios dele, um pouco alto até e agradeceu pela luz estar apagada, porque estava vermelho novamente. 
- ... M-Midori...
Midori ouviu gemer contra os lábios, havia sido bem menos sutil do que havia feito antes, tinha a pele eriçada, e jurou para si mesmo que nunca teria imaginado ter aquele contato com Akai, menos ainda estar tão excitado por conta dele, e mesmo causar nele o que quer que houvesse lhe causado aquele gemido, mas estava masturbando o moreno e a si mesmo, colado com ele. 
- Hum... - Murmurou, gemendo baixinho. 
Akai gemeu novamente conforme ele deslizou a mão por si, e por ele, era tão gostoso e era até estranho estar gostando daquilo. Sentia o corpo arrepiado, como se estivesse descobrindo algo novo, e algo tão gostoso que não conseguia descrever. A mão, guiou sobre a dele, e tocou-a suavemente, tocando também seu sexo que só então percebeu o tamanho, e também percebeu que era maior do que o próprio. Sentiu uma suave vergonha, mas naquele momento, não pensava nisso. Midori gemeu sob o toque de seus dedos, mesmo que sentisse aquela parte de seu corpo e estivesse tocando ambos no vai e vem que proporcionava a ele, sentir o toque de outra pessoa, era diferente de sentir por si mesmo. Queria saber se ele gostava daquela parte em si, mas não perguntou, do contrário tendia a acreditar que tímido pararia o que faziam. Mas gostava do dele, gostava de toca-lo. Devagar, Akai passou a masturba-lo assim como ele a si, era estranho no início, mas uma certa hora, havia se tornado algo meio natural. Nem se deu conta quando já o masturbava mais ágil, assim como ele em si, e estranhamente, havia gostado de tocar ele ali também, não achava nojento, não achava ruim, nem sentia nada aversivo, na verdade, estava extremamente excitado. 
- ... M-Midori... 
Murmurou, escondendo a face no pescoço dele.
O maior soltou-se dando espaço para ele, deixando tocar, deixando seus dedos incertos que tomaram firmeza tão logo, massagearem o corpo, percebeu que em uma certa altura estavam no mesmo ritmo e que por sinal, queria gozar, queria transar com ele. Escondido em seu pescoço, era fácil para Akai sentir o cheiro da sua pele, e era gostosa, queria beijar, e fez, o beijou ali várias vezes, o mordeu suavemente, e continuou, sentindo seus estímulos e estimulando ele, trocando as carícias com ele, e a pele se arrepiava conforme estava mais perto do ápice. 
- Hum... Eu... Midori...
Midori sentiu os beijos na pele e mesmo o mordisco, o retribuiu ao fazer o mesmo, embora fosse em seu lóbulo onde o alcançou. Por um minuto, uma das mãos desviou no caminho, tocando sua pelve, alcançou seu quadril e sua nádega que suavemente apalpou. Queria-o, queria transar com o moreno mas sabia que aquilo seria ir longe demais. Não deixou de mover a outra mão porém, continuando a masturba-lo. Ao sentir o toque, Akai estremeceu, era meio estranho que ele tocasse as próprias nádegas, porque não tinha intenção de realmente ir adiante com ele, já era estranho estar fazendo aquilo pela primeira vez, então não sabia se conseguiria ir ainda mais adiante. Apertou-o entre os dedos, firme, ah e estava excitado demais, queria tanto gozar, não iria aguentar muito e finalmente gozou, mesmo sem falar nada, sentiu as gotas do próprio prazer que tocaram a pele e uniu as sobrancelhas num gemido prazeroso, contra o pescoço dele. Midori deslizou os dedos por sua base, correu até o final e massageou as glândulas sensíveis sob o músculo ereto, apalpou com cuidado, era um homem afinal, fechou os olhos por um tempo, tentando não pensar em desviar os dedos ao meio de suas pernas, queria tanto ir adiante que o clímax chegaria tão rápido quanto o dele. Subiu novamente antes que tomasse rumo entre suas coxas mas sentiu no toque seu contato úmido e quente, seu corpo trêmulo e seu gemido abafado, gozou e sujou a própria pele. De olhos ainda fechados abafou a voz contra seus cabelos escuros onde o beijou, e gozou logo após ele. 
Ainda que houvesse gozado, Akai não parou de toca-lo, a mão corria rapidamente pelo sexo dele, talvez um pouco mais apertado, já que estava com a onda de prazer. No fim, sentiu-o gozar assim como a si e mordeu o lábio inferior, gemendo novamente, contra o pescoço dele e beijou-o ali.
- ... M-Midori...
- Hum... 
Midori grunhiu, satisfeito e abafado contra sua pele e ganhou mais beijos, era quase como se ele tivesse gozado de novo e não a si. Sorriu, embora estivesse mais interessado na onda de prazer. Arqueou-se de leve, suficiente para se afastar e tentar encontrar sua boca, o beijou, devagar, brevemente. Akai virou-se para ele igualmente e retribuiu seu beijo, empurrou a língua mais uma vez para sua boca, e também a última, porque o beijo não durou realmente. No fim, afastou-se pouco dele e o fitou, quer dizer, tentou porque não conseguia ver nitidamente e beijou sua bochecha uma última vez.
- Você gostou? 
Midori indagou e soou um pouco ofegado ainda, estava perfeitamente capacitado de ter uma nova ereção em breve. Akai assentiu, mas ao perceber que ele não poderia ver a si no escuro, pigarreou. 
- S-Sim...
- Kimochi
Midori falou baixo e um pouco rouco. Não estava se aprofundando nas razões de estarem fazendo aquilo. 
- Kimochi
Akai murmurou e mordeu o lábio inferior enquanto ele não poderia ver a si.
- Hum... Você pode ir se limpar primeiro se quiser.
O menor assentiu e se levantou, devagar, não sabia o que estava sujo em si, mas no banheiro veria e ao entrar e acender a luz, fitou o próprio rosto vermelho no espelho. Negativou e tratou de limpar o corpo. Midori suspirou, incomodado pela disposição que ainda tinha, fechou os olhos, tentando não pensar em ir além e assim acalmar o ânimo, era o amigo afinal e esperava não perde-lo por isso. 
Akai suspirou, estava no banheiro, e embora houvesse atingido o ápice, estava agoniado assim como ele, o corpo estava quente de uma forma estranha, ainda estava excitado. Retirou o short que usava, a camisa e se olhou no espelho, pensou em tomar um banho, mas não queria realmente. Suspirou e estreitou os olhos para si mesmo, deu um longo e belo foda-se e voltou ao quarto, estava nu, embora não soubesse se ele poderia ver a si e puxou o edredom que o cobria, deitando-se sobre o corpo dele, na verdade, estava sentado e era um pouco estranho estar sentado ali, tão perto de seu baixo ventre ainda descoberto, talvez devesse voltar ao banheiro e fingir que nada aconteceu, mas quando deu por si, já tinha empurrado a língua para a boca dele e o beijado.

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