Kyo e Shinya #65


Shinya pegou a roupa íntima no chão a vesti-la, assim como a calça, mantendo-se de costas a ele enquanto o fazia e se quer ouviu os passos nos degraus da escada, somente quando já o tinha no quarto.
- Shin, eu deix.... Nossa senhora... Que isso?
- Toshiya! 
Shinya disse, puxando as roupas sobre o corpo e desviou rapidamente o olhar ao outro, certificando-se de que havia escondido seu corpo do olhar do amigo.
- Sai! Como entra sem bater?
- Calma... - Toshiya riu. - Mas ué, transaram primeiro pra depois ir jantar? Não precisa nem jantar mais, Kyo.
- Toshiya! Sai! 
Shinya ouviu-o rir, seguindo para fora do quarto, embora não soubesse se aquilo o incomodava de alguma forma e sentia as bochechas queimando quando foi até o armário e pegou a camisa preta para ele.
- E-Ele te viu?
Kyo voltou o olhar ao baterista, que parecia mais preocupado com o membro que colocava dentro da calça do que com seu próprio corpo desnudo. 
- Acho que não. 
Deu de ombros, embora o desagrado do maior ficasse evidente. 
- ... Filho da puta. - Shinya falou e logo vestiu a camisa preta, soltinha, estendendo uma das mãos ao outro. - Vamos?
- Não é como se ele não tivesse pau, Shinya. Ou como se ele não transasse. 
Kyo retrucou e se levantou, deu um sorrisinho canteiro diante do palavrão. 
- É, mas ele quer ficar olhando o seu pau. 
Shinya falou e logo cessou ao ver o sorriso dele, e aos poucos, sentia a face se corar até ficar quase roxo, havia dito duas coisas constrangedoras.
- É, mas ele quer ficar olhando o seu pau. 
O maior falou e logo cessou ao ver o sorriso dele, e aos poucos, sentia a face se corar até ficar quase roxo, havia dito duas coisas constrangedoras.
- Ah, ele disse isso pra você? 
Kyo indagou com aquele mesmo ar risonho, embora não estivesse a rir.
- Não precisa dizer, é óbvio. E você... Você acha engraçado?
- Acho engraçado que seja tão obcecado com isso. Apenas vamos, estou com fome.
- Ficou com vontade do frango, diga. - Riu.
- Quero carne vermelha. Você está louco pelo frango, hum?
- Ah, só um pouquinho.
- Vou te dar um frango inteiro, Shinya.
- Ai que horror.
O riso de Kyo morreu entre os lábios cerrados, sem ruído na verdade. Após substituir a roupa suja, colocou uma nova camisa e por fim seguiu com ele a deixar o quarto.
- Você podia ir sem camisa... Porque... - Shinya murmurou e sorriu, mordendo o lábio inferior. -
- Mal quer que o Toshiya veja, imagine então sair na rua, hum?
- Hum, vou expor o que é meu.
- Vamos. 
Shinya murmurou, adentrando o carro logo e colocou o cinto. Após adentrar o veículo, Kyo seguiu com ele o caminho até alcançar o restaurante qual optou. Era um típico restaurante japonês onde almofadas espessas no chão faziam-se de assentos, a mesa era baixa e sobre ela o espaço era generoso ainda que numa parte fosse ocupada pela pequena churrasqueira de pedra onde os próprios clientes faziam suas porções servidas. Ao entrar, levou o companheiro a uma das mesas e sentou-se com ele confortavelmente, como se estivesse a se aconchegar no chão da sala mesmo em casa. E embora fosse tradicional, não detinha uma aparência relaxada, tinha detalhes bonitos que traziam algum aconchego aos clientes. Shinya sorriu ao observar o local, aconchegante e bonito e só de pensar, sentir o cheirinho da comida, salivava. Claro, não havia almoçado. Logo, se aconchegou junto dele numa das mesas e observou o cardápio.
Talvez fosse pelo frio lá fora, que mesmo a fumaça dos pequenos churrascos em particular fazia com que o ambiente parecesse ainda mais acolhedor. Ao olhar o cardápio, Kyo optou por uma carne saborosa, vermelha, o frango assado que ele tanto queria e também um udon. Shinya sorriu de canto, e não sabia como haviam aquelas opções estranhas em um restaurante japonês, mas que bom que poderia comer junto do macarrão.
- Estava com tanta vontade que parecia aquela vontade que eu tive quando estava esperando o Hitomi.
Kyo sorriu a ele, não tinha certeza se era uma indireta porém não perguntou. Aceitou e experimentou o sunomono de entrada, sentindo o tempero oriental um pouco cítrico, gostava. 
- Vai poder matar sua vontade.
Shinya sorriu meio de canto e assentiu, não era uma indireta de fato, tanto que nem a percebeu. Observou a entrada, nada apetitosa, não gostava de pepinos e preferiu o tofu que mergulhou no shoyu e levou aos lábios. Kyo não se demorou a receber a porção de yakiniku onde prontamente dispôs na pequena churrasqueira de mesa, logo após a seleção de temperos que preferiu. Shinya observou o frango, meio sem saber o que fazer, porém seguiu as indicações dele e do garçom para o preparo na pequena churrasqueira e sorriu.
- Que bonitinho.
O maior observou o frango, servido já assado para si e sorriu, porém decepcionado por não poder usar os espetinhos como ele usava e riu baixinho, cortando um pedaço para si. Kyo dispôs os pequenos pedaços sobre a churrasqueira e deixou por um instante os hashis de lado, aceitando por fim o udon que partilhou com o baterista, experimentando o caldo agridoce. O maior sorriu a observar o potinho na mão dele, e o macarrão entregue a si pelo hashi.
- Hum... Oishi
Murmurou, observando o marido, marido... Uma palavra estranha de usar ainda e tão... Encantadora. Sorriu para si e mordeu o lábio inferior, já podendo sentir a face se corar ao cruzar o olhar com ele, e deu-se conta de que mesmo sendo marido dele, não sabia nada dele ainda, o que era meio excitante.
- Está tão quente assim? 
Kyo indagou, notando o rubor em suas maçãs faciais logo após ingerir o macarrão espesso do udon e voltou a comer um deles, virando posteriormente os filetinhos de carne sobre a churrasqueira. 
- Ah? Iie... É... - Riu baixinho. - Só pensando.
- O que? 
Kyo perguntou e deu-lhe o hashi, deixando a ele a oportunidade de mexer naquela pequena churrasqueira, visto que parecia se divertir olhando o aparelho. Shinya pegou o hashi, sorrindo ainda e virou a carne algumas vezes, e era de fato divertido, compraria uma pra fazer em casa.
- Estava ponderando que não sei nada sobre você mesmo que sejamos casados...
- É claro que sabe. - Kyo disse, num breve arqueio da sobrancelha. - Você acha que não.
- Não sei. Você... É misterioso demais. Não sei nada sobre seu passado, e bom, queria muito saber o que você pensa de vez em quando, sua mente parece que vai explodir.
- Não vai explodir se coloco as ideias para fora.
Shinya sorriu a ele.
- Já pensou algo ruim sobre mim?
- Não, algo como o que?
- Não sei...
- Sempre fomos amigos, não tenho porque pensar coisas ruins de você.
- Hum... Que tal se fizermos uma brincadeira?
- Que brincadeira?
- Vamos fazer... Perguntas estranhas um pro outro pra ver qual seria a resposta? 
Shinya sorriu de canto, comendo mais um pedacinho de frango.
- Eu não tenho nenhuma pergunta estranha pra fazer, então... Provavelmente só teria de responder.
Kyo pegou um dos pequenos filetes de carne, tirando-o de cima da churrasqueira, dispondo num dos pratos. Shinya riu baixinho.
- Hum... São perguntas loucas, não precisa ser nada real, só brincadeira. Vamos lá, você... Subiria num palco pelado?
Kyo fitou o outro, franzindo o cenho com a pergunta. 
- Se eu quisesse ser tirado dele, provavelmente.
Shinya riu.
- Bela resposta...
Kyo sorriu ante o "elogio" e levou a carne até a boca, pegando uma delas para servir a ele, dispondo fronte a seus fartos lábios. O maior sorriu e aceitou a carne, mastigando o pedacinho com um sorriso nos lábios.
- Não vai me perguntar nada?
- Eu não sei o que perguntar. Prefere doces ou salgados?
- Ah isso não é uma pergunta louca. - Shinya riu. - Hum, doces. Você transaria comigo aqui agora? 
Falou tranquilamente enquanto cortava o frango e logo desviou o olhar a ele, de rabo de olho, com um sorrisinho nos lábios e a face corada.
Kyo arqueou a sobrancelha, e por um instante se voltava ao jantar mas ergueu o olhar a ele, e sua pergunta deveras incomum, algo o qual não parecia costumeiro a ele, talvez mesmo em casa nunca havia dito a palavra "transar" tão expostamente. 
- Não, não tenho fetiche por estranhos me olhando. Você tem? 
Disse, como a pergunta que teria que formular. Shinya arregalou os olhos suavemente e negativou algumas vezes.
- N-Não... Não... Eu não... Não disse isso.
- Se tudo o que queria era perguntar isso, poderia ter ido direto ao ponto.
- M-Mas não era isso que eu ia perguntar...
- Não precisa disfarçar, Shinya.
- Mas eu não... Por que eu... Eu...
- Hum? 
Kyo indagou e pegou um pouco do caldo agridoce do udon
Shinya uniu as sobrancelhas, e provavelmente já estaria trocando de cor de tão vermelho.
- Eu só queria brincar, não... Tinha intenção de perguntar uma coisa dessas...
- Não tinha? - Kyo retrucou e entregou em seu potinho com frango um filete de carne vermelha, assada. - Então como a pergunta saiu da sua boca? 
Completou e não tinha problema com aquela pergunta, mas queria implicar com o companheiro. Shinya negativou, mordendo o lábio inferior, e era óbvio que havia ficado envergonhado, por isso permaneceu em silêncio a finalizar a refeição
- Vamos, Shin, como saiu? - Kyo insistiu enquanto comia.
Shinya uniu as sobrancelhas a desviar o olhar a ele, e a voz morreu na garganta, apertando no colo o tecido da roupa.
- E-Eu só... Perguntei... Por perguntar.
- Está desenvolvendo algum tipo de fetiche?
- Não... Nunca.
- Hum, usotsuki.
- Iie!
Kyo deu-lhe um sorriso canteiro.
- Está gostando da comida?
Shinya desviou o olhar ao próprio bowl e assentiu, desviando o olhar ao redor e esperava que ninguém tivesse ouvido, e teria pavor de fazer aquilo na frente de tanta gente, claro que fora só uma pergunta absurda da brincadeira.
- Não precisa ficar tão tímido, aproveite o passeio.
O maior assentiu e sorriu de canto, pegando o pedacinho de carne deixado para si.
- Por que tem tanto ciume do Toshiya?
- Eh?
- É a continuação do seu jogo.
- Ah... - Shinya murmurou, desviando o olhar ao prato em seguida. - Ele sempre gostou de você.
- Só por isso?
- Por que mais seria? Toda vez que você aparece sem camisa em algum ensaio ele quase baba se ficar com a boca aberta, não quero ele perto de você.
- Se fosse assim teríamos alguns problemas com a fan base. Não há porque ter ciúme de algo que não dou atenção.
Shinya ergueu a face a observá-lo.
- ... Está falando que fica perto dele por fan service?
- Não, estou falando que se fosse assim, teríamos problema em ter ciúme de toda a fan base.
- É, mas os fãs não tem acesso a você.
- Você é o primeiro a pedir favores pro Toshiya quando precisa, você traz ele mais para a nossa vida do que eu. Além do fato do que eu disse logo no início, não é como se eu desse atenção para o Toshiya.
- Claro que eu peço favores a ele, é nosso amigo apesar de tudo, mas eu tenho ciúme.
- Então, ele é um amigo.
- ... Nunca olhou pra ele de forma estranha? Você já beijou ele.
- Já simulei um beijo com ele.
Shinya uniu as sobrancelhas.
- Não foi um beijo, nem toque houve.
- Certo.
- E por sinal, não estávamos juntos.
O maior desviou o olhar a ele e assentiu.
- Por que não podemos dizer que somos casados?
- Porque isso diz respeito a nós e não aos outros. De todo modo, isso é por conta do assédio dos fãs, você mesmo deveria saber disso.
Shinya assentiu novamente, desgostoso, mas não havia como discutir com ele.
- ... Você já... Sentiu vontade de... Ser...
- O que? 
Kyo indagou, sem saber sua continuação, ou melhor, até tinha alguma noção. Pegou uma das pequenas fatias de carne e colocou em seu potinho. Shinya observou o pedacinho de carne com um sorriso nos lábios e logo o levou a boca.
- ... Passivo?
- Não. Você estava querendo ser ativo?
Shinya desviou o olhar a ele e negativou.
- Não, não... Foi só uma curiosidade. Mas... Você deixaria?
- Não... - Kyo fitou-o meio torto, achando estranho pensar na ideia dele querendo aquele tipo de coisa. - Vou comprar algo pra você se distrair com isso.
Shinya arregalou os olhos e negativou, abaixando a cabeça a sentir a face se corar novamente.
- Não... Eu só perguntei mesmo, não que eu queira...
- Sei. - Kyo disse, soando propositalmente incrédulo sobre sua resposta.
- Juro. - O maior sorriu. - Tem alguma pergunta pra mim?
- Hum, já não consigo pensar em mais nada.
- Hum, vamos a alto mais estilo suas músicas. Se eu morresse... Não que isso seja possível porque te acho bem sensato, mas... - Shinya murmurou, pensativo a observar a mesa, tentando formular a pergunta. - Você faria uma sopa com os meus pedaços? - Riu baixo, desviando o olhar a ele.
Kyo surpreendeu-se brevemente com a pergunta, mas sorriu de canto enquanto ainda comia. 
- E dividiria no jantar com as crianças.
- ... Acho melhor eu não morrer então. - Riu.
- Certamente que é.
Shinya riu e logo desviou o olhar a ele, o observando.
- Kyo... 
Murmurou num suspiro e parecia se dar conta de algo, mas só quis suspirar enquanto o observava mesmo.
- Me desculpe por fazer isso, sei que você não gosta, mas... Não consigo olhar pra você e não pensar nisso. Eu quero ficar pra sempre com você, quero todos os dias acordar do seu lado sabendo que você é só meu para o resto da minha vida. Queria poder ver você entrar pela porta da frente com a Kasumi nos braços pra sempre, enquanto carregam aquele saquinho de pão. - Riu baixinho. - Eu amo você.
Kyo ergueu o olhar e bem, deu um tempo no jantar para ouvi-lo. No entanto, aquele tipo de situação era um tanto desconfortável, não sabia como reagir a um "ataque" como aquele. Podia se sentir no geral, tão semelhante a ele, embora pequenos detalhes pudessem ser diferentes. Esticou a mão sobre a pequena mesa, alcançou seus dedos magrelos assim como seu corpo e tocou seus dígitos delicado, acariciando seu dorso. 
- Eu também. - Disse, não no intuito de ser vago. 
Shinya sentiu a mão em meio as dele, e de fato, havia desviado a atenção ao jantar, sabendo que ele certamente não responderia por se sentir desconfortável, mas ao sentir o toque, cessou tudo o que fazia e desviou o olhar a ele com um pequeno sorriso nos lábios e segurou a mão dele em meio a própria, apertando-a suavemente.

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