Ritsu e Etsuo #36


- Certo, ah... Estamos na casa do Ikuma, então, comportem-se, tudo bem? Não o respondam, nem os filhos dele, nem ninguém, ouviram?
- Mamãe, tudo bem, sabemos nos comportar, não vamos fazer nenhuma besteira.
Etsuo observava o pai, podia ver que ele estava nervoso por estar diante da porta do vampiro mais velho, aliás, bem mais velho. Ele tinha medo, sabia, sua família toda era transformada, ele, o próprio pai, o irmão, só a si que não, vampiros mais velhos não gostavam disso, e fora essa a razão de suas mãos trêmulas enquanto batiam na porta, aguardando ser atendido.
- Deixe de exagero, Shiori. São vampiros velhos e não deuses. 
Ritsu sorriu ao ouvir o pai falar, concordou com ele ao perceber o nervosismo da mãe. Mas queria conhecer o vampiro a quem deveria agradecer. 
- Eu sei, é que... Eu tenho medo de não parecer apresentável.
Etsuo riu baixinho, negativando e acariciou os cabelos do irmão, vendo a porta ser aberta logo em seguida pelo rapaz alto de cabelos brancos, havia visto ele no quarto naquele dia, mas não sabia seu nome.
- Ah, vocês chegaram, o jantar está quase pronto, entrem. 
Etsuo desviou o olhar a mãe e cochichou em seu ouvido. 
- Ta vendo? Ele é transformado. - Murmurou.
- Não estamos casando nenhum de nossos filhos com algum deles, são apenas amigos.
Kaname disse, baixo suficiente para que ouvissem mas não soasse aos demais. Ouviu o irmão fazer o mesmo, cochichar, mas fitou o rapaz mais alto a frente, não era Ikuma, sabia pelo cheiro e se sentia um cão por isso. O cumprimentou apenas com o maneio da cabeça. Ao ter espaço, Ritsu adentrou com eles o local, sorrindo ao mais alto conforme ele sorriu a si, mas sabia que era devido ao irmão. 
- Então você é o Ritsu uh? Shizuka me falou sobre seus olhos. Ficaram lindos.
- Obrigado. 
Ritsu disse, sorriu para ele, achou-o de alguma forma engraçado, parecia um rapaz do tipo nada familiar, embora estivesse naquele momento fazendo um jantar enquanto falava de seus filhos. 
- Taa. 
Disse o pai, num cumprimento muito diferente da mãe, era um toque breve no ombro seguido de um aperto de mão. Etsuo sorriu ao ouvi-lo falar do irmão, novamente, tinha orgulho dele. 
- Oi Taa. - Disse igualmente a cumprimenta-lo. 
- Oi garoto, desgrudou um pouco do seu irmão, hum? - Ele riu. - Agora consigo ver você melhor.
- Ikuma, venha logo, eles já chegaram!
- Não desgrudou exatamente. 
Disse Kaname, falando sobre a proximidade que tinham e após a invocação de seu companheiro, ele logo estava lá. Ritsu observou o vampiro, loiro e não muito alto, mas era bonito, tinha uma presença evidente. Conhecia seu cheiro, era de alguma forma, como sentir cheiro de chuva, ouvir o barulho dela na janela enquanto se acomodava embaixo de um cobertor, basicamente, era muito confortável, talvez porque havia sido a primeira coisa do qual teve consciência após os dias deturpados desacordado. -
- Calma, docinho, estava passando um perfuminho pra ficar apresentável. 
Ikuma disse, embora não estivesse de fato falando sério. Taa negativou e indicou o loirinho. 
- Se lembra dele? Parece que tem os seus olhos agora.
Etsuo sorriu ao menor, talvez fosse a primeira vez, que ele visse a si sorrindo. 
- Ikuma, eu... Ainda não tenho como agradecer.
Kaname observou o filho, terminar com a mão a afagar seus cabelos escuros como os próprios, podia ver como estava diferente nos últimos dias e como ele parecia orgulhoso como um pai sempre que o irmão era mencionado. 
- Não, lembro não. Quem é você? - Ikuma disse e podia-se ver o sorriso divertido. Se aproximou do garoto e encarou de perto seus olhos manchados. - Lembro de um humano, não de ter outro filho. - Deu uma piscadela a ele. - Ficou bonito, parece respingos de tinta. 
Ritsu observou-o chegar perto, e pela tensão da mãe, imaginava um homem com comportamento reservado como o pai, mas ele parecia muito mais suave. Curvou-se brevemente, não tão formal como a mão provavelmente desejaria. Mas esticou as mãos e entregou a ele a sacola que tinha nas mãos. Era de papel e um pouco grande, tinha uma pequena caixa de isopor dentro, e mesmo ela estava decorada, como havia lhe sido prometido, embora aquela altura a comemoração já fosse outra, portanto, o sangue que tinha dentro dela, era suficiente para cada um dos integrantes de sua família e todas as embalagens tinham um gorrinho de natal. Etsuo sentiu a carícia do pai e quase podia sentir o sangue congelar nas veias, era estranho, não costumava receber aquele tipo de atenção, por isso manteve-se parado até acabar a carícia e desviou o olhar a ele. Num pequeno sorriso ao ver o filho entregar a sacola, Shiori observou a reação do menor e claro, do maior, marido dele, que sempre parecia tão sério. 
- Espero que vocês gostem.
- Sei que é bonito, mas não vou dar ele a vocês. 
Kaname disse, referindo-se ao filho em relação a brincadeira do vampiro mais velho. 
- Não, que isso. - Ikuma disse, porém sussurrou, embora não fosse um sussurro discreto. - Te dou um quarto inteiro preto se você quiser. Deixo até o moreninho te visitar.
Ritsu riu, na verdade sorriu, evidente feliz por lidar com eles e mesmo seu parceiro o qual também sorriu. Etsuo estreitou os olhos e agarrou o braço do irmão. 
- Não, ele é meu. 
Ikuma abriu a caixa do presente, observando os gorros e sorriu enquanto fuçava. 
- Takuan vai adorar esse gorro. Um eu vou prender no Kuma. E outro só o Taa vai saber onde.
- Ikuma! 
Taa disse, interrompendo-o antes que terminasse de falar e lhe deu um tapa no braço. Shiori riu baixinho, sentindo a face se corar com certa sutileza, não era muito aberto a brincadeiras sexuais, aliás, não era acostumado. 
- Ah... São apenas a Shizuka, Sayu e Takuan seus filhos?
- Opa, calma aí, draculinha. 
Ikuma brincou com o rapazinho moreno, percebia seu ciúme mesmo numa brincadeira. 
- Calma você também lagarta, eu nem falei nada. Ia por nos dedos dos pés, agora todos eles sabem. 
- Ikuma, essa ideia vai ficar na cabeça do Shiori agora, mesmo que ele não diga. - Disse Kaname.
Ikuma riu, entre os dentes, hora divertido e hora malicioso. 
- Temos a Sayu, que ganhamos como o seu Ritsu e temos Shizuka, Shizuma, Ikuta, Takuan e Takuma. E espero fazer mais em breve.
Shiori uniu as sobrancelhas a ouvi-lo. 
- Ah, são todos seus filhos... Nossa, mas... - Disse, observando o maior. - ... Como consegue estar tão magro?
- Sendo vampiro. Você também é magrinho. Bem, o jantar já deve estar pronto, podem se sentar. - Disse Taa.
- Os meninos não vai jantar com a gente? 
- Bem, eles preferiram ficar com seus respectivos namorados pelo visto. Somente Shizuka está em casa.
- Acreditem, assim fica melhor, do contrário acabariam com uma mesa cheia de mim. Claro que minha presença é mesmo muito agradável mas... 
Ikuma disse e sorriu por fim. Ritsu acabou sorrindo em junção, não que achasse graça em tudo, mas o sorriso dele parecia com o sorriso de uma criança arteira, isso fazia querer rir junto. 
- Eu gosto dele. 
Falou para a mãe, num sussurro na verdade. Porém o viu voltar o olhar para si. 
- Também gosto de você. 
Disse ele enquanto espalhava os cabelos de Ritsu. Etsuo desviou o olhar ao irmão a unir as sobrancelhas, estava com ciúme, era inegável. Shiori sorriu e suspirou aliviado, assentindo ao filho. 
- Audição de vampiro é bem apurada, você vai aprender isso, meu amor. 
Disse ao pequeno, quer dizer, não tão pequeno quanto a si, mas sempre o próprio pequeno. Ao dizer no entanto, Ritsu segurou os dedos do irmão, tocando sua mão, sabia como ele era.
- Eu sei, mamãe, achei que havia sido muito baixo. 
- Eu ouço até os pensamentos dos meus filhos. Já tenho quase quatrocentos anos.
- Sério, se eu sinto um segundo de sensação diferente, ele está na porta. 
- Nossa. Isso deve ser legal.
- Um dia vai ser igual, Etsuo. 
Ritsu disse ao irmão por seu comentário admirado. Etsuo sorriu, assentindo a ele, e esperava mesmo que pudesse ser como ele. 
- Sentem. 
Taa disse com um sorriso e seguiu para a cozinha, trazendo para a mesa o jantar, havia feito carne mal passada para os demais, bem mal passada, mas que ainda era tragável por humanos, e para o recente vampiro havia passado um pedaço pouco mais, para que ele não sentisse nojo de comer, tinha um molho feito com sangue também, nela e no macarrão. Ritsu observou o jantar após se acomodar à mesa. Na verdade não sentia nenhum nojo, já havia crescido vendo o tipo de alimentação dos pais, do irmão, já havia até provado e gostava de pratos crus, mas não disse nada, agradeceu diante da consideração adorável. Aquela altura de transformação recente ainda sentia fome com facilidade. 
- Ritsu, tem O negativo na jarra, é o mais saboroso, embora o mais difícil de achar, espero que você goste. - Taa sorriu. 
- Obrigado, Taa. Esta uma delícia a carne. - Disse Etsuo.
Ritsu riu para si mesmo, achando graça na atenção que ganhava. Era um rapaz afável, embora parece mais como um molecão. Agradeceu com a cabeça. 
- Também acho fofo, ó a carinha de marrento que ele faz. No fundo é um docinho. - Disse Ikuma para Ritsu.
Taa estreitou os olhos e apertou a coxa dele por baixo da mesa. Shiori riu baixinho e negativou, a carne estava realmente gostosa, mas o favorito de si era o macarrão. Ritsu sorriu e por alguma razão concordou com o vampiro. 
- Mamãe precisa trazer o bolo de chocolate que o Etsuo gosta pra eles provarem.
Shiori sorriu, meio envergonhado. 
- Ah... Mas acho que eles não iriam gostar...
- Claro que iriam. Leve para o Taa no consultório da próxima vez.
Shiori assentiu, sorrindo, animado por de fato gostarem do bolo. 
- Claro, vou adorar, gosto de chocolate. As crianças também.
- Crianças, eu faço parte disso.
Taa riu e assentiu. 
- É, o Ikuma é a criança.
- Taa gosta mais de fazer os salgados.
- Hum... Eu não sei cozinhar direito ainda, então... Desculpem se não ficou muito agradável. 
- Está tudo uma delícia.
- Está ótimo. 
Ritsu disse, concordando com o pai e o outro, por sua vez, limpou a boca com a bebida antes de concordar embora tenha somente assentindo com a cabeça. 
- Vocês querem sobremesa? Eu não fiz, mas... Meu... Cunhado? Fez pra mim essa gentileza.
- Você pediu a ele, é? Ficou bom? Se ficou devia ter falado que foi você. - Ikuma brincou.
Taa riu e negativou.
- Não, não tiraria o mérito dele. Ele se ofereceu, disse que tinha tempo livre porque o Yuuki ficaria até tarde na gravadora. 
- Ah, Yuuki é seu irmão? Eu... Já ouvi falar dele. - Disse Shiori.
- Devia tê-lo convidado então. Sim, minha parte rabugenta.
- Eu convidei, ele não quis vir, disse que ia ficar com vergonha. 
- Eu adoraria conhecê-los, vocês são pessoas maravilhosas.
Ikuma sorriu diante do comentário. 
- É, meu irmão é um tanto rabugento. É tipo aqueles velhos ranzinzas que não gostam de ninguém.
- Ah... Entendi. 
- ... Ikuma-san, Shizuka não vira jantar? - Disse Etsuo.
- Está dormindo com a prima. - Ikuma sorriu ao rapaz, indicativo.
- Ah. - Etsuo sorriu. - Será que posso perguntar uma coisa ao senhor?
- A mim? Senhor não, eu sou jovem.
- Desculpe, mamãe pediu para sermos educados. - Etsuo disse, e sabia que a mãe ia ficar vermelho. - Shizuka sempre pareceu estar perto quando eu precisei de ajuda, isso foi uma ordem sua?
Ikuma achava aquela formalidade um tanto desconfortável na verdade, preferia lidar com casualidade. 
- Iie. Na verdade temos uma filha humana, suponho que Shizuka tenha levado em consideração por se sentir próximo disso.
- Entendi. Tenho que agradecer a ela então. - Etsuo sorriu. 
- Papai? 
Sayu disse a entrar em casa, estava com a mochila nas costas, e estava voltando da casa dos tios, os cabelos negros estavam presos em uma trança comprida, na lateral do rosto, sobre os ombros, quase lembrava a própria avó, que nem conhecia.
- Ah, desculpe, não quis atrapalhar...
- É a oportunidade. - Ikuma disse ao ouvir a proximidade dos passos da caçula aquela altura. - Venha jantar, princesa.
- Ah... Mas... Acho que ninguém vai querer mais cheiro de carne na mesa. 
Sayu riu, na verdade, não se importava de saber que eles comiam carne humana. 
- Não é carne humana, Sayu. Fiz uma bem passada, ele é um vampiro recente também - Taa apontou o loirinho. 
- Ah, você é o Ritsu? Oi, muito prazer. - Ela sorriu.
- Ninguém te vê como alimento, não fale assim. - Ikuma acariciou sua bochecha cálida. - Sente, sua mãe fez carne animal. 
- É um prazer. 
Ritsu sorriu a ela, parecia bem nova, achou-o parecida com uma versão feminina da própria mãe. 
- Ah, parece que trocaram de família. 
Etsuo riu e acariciou a perna do irmão ao lado de si. Sayu riu baixinho e se sentou a mesa. 
- Ah iie, puxei a mamãe.
Taa sorriu e bebeu um gole do vinho na própria taça.
Ritsu sorriu ao irmão, não sabia se o afago era um modo de dizer que era brincadeira, mas achou graça de como parecia óbvio. 
- Receio que Sayu não teve alguém tão bom quanto vocês no passado, por isso ela nos encontrou, não é, morceguinha?
Sayu sorriu e assentiu. 
- Na verdade, foi a mamãe que me encontrou. 
- Desculpe, mas... Como vocês adotaram a Sayu?
- Você quem andou pela rua quando sua mãe precisou disso. Ela estava andando durante a noite, tínhamos ido caçar.
- Sozinha? ... Mas... 
- Meus pais eram negligentes. - Sorriu. - Se é que dá pra chamar aquilo de pais. Se mamãe não tivesse me encontrado, algo pior teria acontecido comigo.
- Ritsu foi abandonado numa caixa, no parque, e no inverno. Etsuo o encontrou.
- Felizmente nos encontramos. 
- Exatamente, não é qualquer família de vampiros que resolvem adotar crianças humanas, nem todos tem auto controle pra isso.
- Mais um pouco, ele teria morrido. - Shiori disse a acariciar os cabelos do filho. - Você renasceu duas vezes, meu amor.
- Quase uma fênix. 
Ritsu disse e sorriu ao pai, acariciando sua mão nos cabelos.
- Droga, eu podia ter achado antes. - Ikuma brincou, fingindo-se frustrado. - Vamos fazer um exame de DNA.
Taa estreitou os olhos.
- Esta insinuando o que?
Ritsu riu, na verdade sorriu, havia entendido a referência. 
- O sangue do Ritsu é o dele agora. Daria positivo como filho.
- Ah, já ia te dar umas palmadas. 
Etsuo riu e bebeu um gole do vinho, gostoso.
- É amor. - Ikuma disse em retruque. - Logo vai ficar fortinho, Ritsu. Está se acostumando já, hum? 
- Hum. Sinto muita vontade de... Comer.
Etsuo desviou o olhar ao irmão, quase automático, achou que ele ia falar outra coisa. Shiori observou o filho menor e logo o outro, confuso.
- É, eu suponho que sim, puxou seu padrinho. Logo você se acostuma. Beba bastante sangue.
Taa ouviu-os silenciosos enquanto bebia o vinho e somente quando entendeu do que falavam, quase tossiu.
- Bem sei da sua sede, Ritsu. 
- Nani? - Ritsu fez-se desentendido.
Etsuo riu sutil, tentando esconder os lábios e desviou o olhar. Ritsu pegou a bebida e terminou com ela. 
- Ok, vou pegar a sobremesa. Sente-se, gatinha. 
Ikuma disse à filha e acomodou-a numa das cadeira, deixando sua mochila noutro cômodo após sair e buscar as sobremesas mencionadas antes pelo parceiro, já voltava com uma colher na boca.
- Tá bom, vai... Vai buscar as sobremesas? - Taa arqueou uma das sobrancelhas, não era do feitio dele se oferecer, mas já havia entendido porque quando viu a colher. - Ah. 
- É bolo de morango? Hum...
- Hum, hum. 
Ikuma murmurou, ocupado com a colher e com o gosto da cobertura. Após colocar à mesa, tirou o que já havia sido utilizado para ceder espaço embora já o tivesse sobrando.
- Uh, cheguei na minha parte favorita. 
Shiori sorriu.
- Parece uma delícia.
- Termine o salgado e vai comer o bolo. 
Ikuma disse e sujou seu nariz pequeno com chantilly porém.
- Ah, papai. 
Shiori riu baixinho.
- Falta pouco, termine, sua mãe que fez a carne. 
- Hum. - Ritsu murmurou concordando. - Está muito gostosa. 
Kaname deu um sorriso canteiro ao ver o filho incentivando como um irmão mais velho. Sayu assentiu e sorriu, experimentando a carne feita pela mãe. 
- Hum, oishi
Shiori sorriu, e achava fofo o modo como ele cuidava dela como se de fato fosse sua filha, era um vampiro extremamente incomum. Desviou o olhar a Kaname e sorriu meio de canto, embora tenha unido as sobrancelhas logo após. 
- ... Estou um pouco enjoado.
Disse, baixinho a ele, baixinho mesmo, não queria desrespeitar o maior pela comida feita. - Hum... Pelo jeito tem massa no forno.
Shiori uniu as sobrancelhas a observa-lo por um segundo, e logo sorriu, entendendo a analogia.
- ... Você acha?
- Hum, não seria comum para um vampiro ter enjoo exceto se você não estivesse se alimentando corretamente.
Shiori sorriu, era quase inevitável, e apertou a coxa do maior embaixo da mesa.
- Ela tem o cheiro que você tinha quando mais novo. - Etsuo sorriu ao irmão.
Ritsu sorriu ao irmão, embora não soasse tão gracioso quanto o sorriso. 
- Não estou farejando ela. 
Etsuo riu baixinho. 
- Não, é só um comentário. O seu é claro, pra mim era muito mais gostoso.- Era sim. - Não fique bravo. 



- Obrigado por terem vindo, vocês deveriam vir mais vezes. - Disse Taa.
- Viremos sim. - Shiori sorriu. - Muito obrigado pelo jantar. 
- Foi um prazer conhecer vocês, obrigado.  - Disse Etsuo.
Taa sorriu ao menorzinho e assentiu.
- Quando quiserem vir novamente, por favor, serão bem vindos. Ah, Shiori, parabéns. 
Disse num pequeno sorriso, havia ouvido o que ele havia dito, embora não quisesse.
- Saberemos amanhã. Farei um exame nele de todo modo. 
Kaname disse ao rapaz sob os parabéns, sorriu tênue porém, agradecendo ao gesto.
- Venham mesmo. Ritsu, não esqueça da proposta do quarto. 
Ikuma disse, falsamente sussurrado. 
- Vou me lembrar. - Ritsu sorriu a ele ao dizer. - Na próxima vocês vão lá, mamãe cozinha muito bem também.
Etsuo estreitou os olhos novamente ao loiro conforme ouviu seu comentário, agarrando o menor. Shiori ouviu o filho falar sobre a própria comida e sorriu.
- Obrigado. Venham sim. 
- Vamos sim, pode deixar.
Ikuma deu ao moreno uma piscadela, percebendo seu desconforto, achava graça. 
Tão logo se despediram e não demoraram para chegar em casa, embora Kaname tenha sido generoso em dirigir vagaroso pelas ruas silenciosas, gostava dela naquele horário.
- Bem, boa noite meninos, sei que vão para o quarto. - Shiori sorriu.
- Boa noite, mamãe, papai. 
- Boa noite, ou dia. Descansem bem.
Etsuo entrou no quarto, assim como o irmão, e esperava que ele ainda não estivesse bravo consigo. 
- Ritsu?
- Hum? 
Ritsu indagou ao ser chamado, não estava aborrecido. Tirou o casaco que vestia e logo os calçados.
- Tudo bem? - Etsuo disse com um pequeno sorriso. - Gostou deles?
- Sim, sim. - Ritsu disse assentindo para ambas as perguntas. - O que achou?
- Ah... Eu fiquei um pouco nervoso, mas... Gostei de jantar com eles. Só cuidado que o Ikuma pode estar nos ouvindo. - Etsuo riu.
- É. - Ritsu deu-lhe um risinho. - Mas é estranho lidar com outras famílias assim.
- É sim. - Riu. - Por outro lado, acho que vamos mesmo ter um irmãozinho.
- Hum, mamãe parece feliz. 
Ritsu sorriu e se sentou na cama, observando-o onde estava. Etsuo assentiu e sorriu igualmente. 
- Quer tomar um banho e sair? Vamos dar uma volta.
- Iie, não quero sair. Acabamos de voltar.
- Ah... Tudo bem.
- Quero você aqui. 
Ritsu disse, indicando a cama onde estava sentado. Etsuo desviou o olhar a ele e a cama, enquanto desabotoava a camisa para o banho. 
- Ah... Quer ver um filme?
- Claro, vamos ver um filme sim.
Etsuo riu, só então havia percebido o que o irmão queria.
-  Hum... Talvez um filme pornô então.
- Gosto de você fingindo não entender. É fofo. Vou fazer pornô com você, isso sim.
Etsuo riu. 
- Não estou fingindo, sou tapado mesmo. O Ikuma excitou você é?
- O que..?
- Chegamos da casa dele e você já quer transar. - Etsuo estreitou os olhos. - Está pensando em ir morar com ele?
- Soa tão idiota que nem sei se acho graça ou se acho ruim.
Etsuo negativou e riu. 
- Estou só brincando. - Disse a retirar a camisa. - Vou tomar banho.
- Vem aqui primeiro.
- Eu estou sujo. - Etsuo disse num sorriso frouxo e aproximou-se do irmão, ficando em pé em frente a ele. - Nani?
- Você não transpira. - Ritsu ergueu o rosto à sua direção. Beijou seu umbigo antes mas a seu rosto, ergueu os braços a direção. - Não está a fim, não é?
Etsuo sorriu a ele e deslizou uma das mãos por seus cabelos. 
- Quero sim. Eu só... Estou um pouco pensativo sobre algumas coisas, me desculpe.
- Me diz o que. 
O menor disse e deslizou as mãos por seus quadris, sentindo a pele no cós da roupa. Abriu sua calça portanto, não para fazer algo íntimo, mas para ajudá-lo para o banho. Etsuo suspirou ao senti-lo abrir a calça e deslizou as unhas pela nuca dele. 
- Ikuma falou sobre a sua força... E eu estive notando que você... Realmente parece estar mais forte do que eu. E eu... Estou preocupado que eu não possa mais proteger você.
Ritsu negativou ao ouvi-lo, não deu realmente importância ao assunto. 
- Não é assim, você só estava acostumado comigo humano.
Etsuo uniu as sobrancelhas. 
- É verdade. Vampiros transformados não tem mais força do que os nascidos, mas você... Parece estranhamente forte.
- Como poderia saber? Já machuquei você?
- Não, mas eu sinto nos seus movimentos, em algumas vezes em que me puxou ou segurou.
- Se for assim, eu vou poder proteger você agora. Mas... Pra quem estava sentindo tanta vontade de ter meu toque uns dias atrás, agora você parece preocupado com outra coisa.
Etsuo negativou num sorriso. 
- Eu estou acostumado a ser um irmão mais velho... Agora pareço não ter mais tanta importância.
- Não acho que seja assim, você nasceu e cresceu vampiro, não tem como isso acontecer. Vá, tome banho. 
Ritsu disse e deu um tapa breve em seu quadril, não com força. Estava impaciente, queria ter animado o moreno, porém ele pareceu desdenhoso e acabou assim incômodo.
- Iie, se não se incomoda que eu fique assim, tudo bem.
- Vai vai. Aliás, eu vou também. 
Ritsu disse ao se levantar para ir com ele. Etsuo uniu as sobrancelhas e assentiu, seguindo cabisbaixo em direção ao banheiro. O menor seguiu logo após ele, não entendendo seu desânimo, mas se chateou por isso, talvez estivessem num conflito de entendimento. Ao chegar lá se despiu, assim como ele. Etsuo retirou a calça que usava, assim como a roupa íntima e entrou no banho. Ritsu entrou logo após o irmão, observou seu rosto e também seu corpo, se aproximou e beijou sua bochecha. O maior suspirou e ao sentir o beijo desviou o olhar a ele, abrindo um pequeno sorriso em seguida.
- Fale o que te aborrece.
- Eu já falei.
- Nii-chan, isso não importa. Seu amor diminui dependendo da força que tenho?
- Claro que não, eu só fico chateado.
- Por quê? Você quis me fazer virar isso pra estar sempre bem, não adoecer e agora minha falta de fragilidade te incomoda?
- Ela não me incomoda, Ritsu, você... Você não entende.
- É o que está falando ou está se expressando errado.
- Não, eu... Estou me sentindo meio confuso, ao mesmo tempo que quero ser um irmão mais velho, eu quero ser mais frágil que você.
- Pare de pensar nisso. 
Ritsu tornou dar a ele um beijo breve e pegou a esponja, passou a ajudar no banho, deixaria o sexo para outro dia. Etsuo assentiu, suspirando e negativou, agora estava com raiva.
- Hey, não se preocupe. 
Ritsu disse a ele, observando seu rosto, ele estava confuso e a si estranhamente sem paciência, mas entendia que nem tudo estava nos conformes habituais. Após lava-lo desceu a esponja e fez em sua parte íntima frontal. Etsuo suspirou, observando o irmão, esforçado em ajudar a si e conforme sentiu seu toque, mesmo, suave, arrepiou-se.
- Está preocupado ainda? 
Ritsu indagou, como se não houvesse acabado de falar e sorriu para ele. Beijou seu queixo. Etsuo negativou, sentindo seu toque sobre o queixo e sorriu meio de canto, acariciando os cabelos dele e puxou-o para si.
- Está muito desanimado, precisa que eu te mime, não é? 
O menor brincou e se aproximou dele conforme puxado. 
- É claro. 
Etsuo disse e riu baixinho, selando os lábios do irmão.
- Como você quer? Um beijo?
- Uhum.
- Onde?
- Na boca, seu pervertido.

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