Yasuhiro e Yoruichi #32


Ao entrar em casa, Yoruichi avistou a humana que tinha um dos bebês nos braços, era uma senhora, havia sido trazida da vila dele para ser ama de sangue dos pequenos, já que não poderia amamentar, e era triste. Aproximou-se um pouco tímido, observando o pequeno enquanto sugava o dedo dela, ele tinha um bom apetite, por isso achou estranho ser uma senhora, parecia muito pálida. Nunca havia gostado de humanos, mas de alguma forma, ele fazia a si, sentir empatia por eles. 
- A senhora precisa de... Alguma coisa?
- Não senhor, obrigada.
- Ikuma... Ainda está dormindo?
- Como sabe diferenciá-los tão bem? Eles são tão parecidos.
Yoruichi sorriu meio de canto. 
- Pelo cheiro. O cheiro dos dois é diferente. E também, Yuuki tem um pequeno sinal no pulso direito, Ikuma não. Disse e seguiu para o quarto, procurando pelo outro pequeno que dormia, e ao entrar, viu o marido ainda na cama, e dormia com o pequeno em seu peito. 
- Hum, boa noite papai.
Yasuhiro sorriu mesmo de olhos fechados, mas abriu um deles para olhar o moreno diante de seu cumprimento. 
- Olá, mamãe. 
Disse e afagou a pequena extensão dorsal do filho. Yoruichi sorriu novamente e aproximou-se, sentando-se a beira da cama enquanto o fitava com o pequeno. 
- Vocês ficam lindos juntos.
- Ficamos mais se a mamãe estiver aqui também. Ele é um bicho preguiçoso...
Yoruichi riu baixinho e selou os lábios dele, deitando-se ao seu lado na cama e fitou o pequeno corpinho em seus braços, nem acreditou que havia sido feito por ambos, era adorável. De olhinhos fechados, o fitava adormecido.
- Ele quase nunca está acordado, gosta de dormir bastante.
- É, tão sonolento quanto a mamãe. 
Yasuhiro disse logo após retribui-lo no beijo suave, ajeitou o filho no colo, que abriu os olhos pequenos por uma fração de segundos e logo tornou a fecha-lo como quem reclamava por estar sendo incomodado. Yoruichi sorriu. 
- Mamãe não é preguiçosa, papai é. Mamãe estava caçando.
- Mamãe é preguiçosa sim. Não deixe de fazer as coisas, mas adora um denguinho na cama.
Yoruichi sorriu meio de canto e assentiu, aproximando o rosto do pequeno e roçou o nariz no dele. 
- Já o Yuuki, está secando a serviçal.
- Hum, precisava levar o Ikuma até a dele. Mas enquanto isso, deixemos ela tomando o cházinho. Elas gostaram daqui.
- Hum, eu percebi. Mas... Não sei se gosto de ter gente em casa. Eu gosto de transar com você no tapete da sala quando estou afim. 
Yasuhiro disse, mas na verdade estava só brincando mesmo.
- E nós podemos, docinho. Elas tem horários diferentes.
- Hum, vamos acordar às serviçais com os gritos.
- Está me dizendo que quer gritar, e?
- Bem, eu geralmente grito quando você quebra minha costela na varanda de madeira. 
Yoruichi riu, embora tenha sido somente uma vez.
- Sei, não é por isso que você grita não, amorzinho.
Yasuhiro sorriu. 
-  Ah, mas é claro que não. Gosto quando me faz gritar de outra forma também. E aliás, quanto tempo já faz, hum? Seis meses?
- Hum, provavelmente seis anos.
- Hum, seis anos pra você então.
- Por baixo assim.
Yoruichi riu. 
- Pra mim foi uns doze, eu ficava excitado todo o tempo.
- Hum, então eu devo ser apetitoso.
- Claro. 
Yoruichi sorriu, mostrando as presas pequenas.
- Mais tarde podemos ir tomar banho no lago.
- Hum. - Yasuhiro sorriu. - Elas vão cuidar bem dos meninos?
- É claro que vão, docinho. São como as vovós deles.
Yoruichi assentiu. 
- Então tudo bem. 
Disse e se aproximou sutilmente, beijou o rosto dele, sua testa, suas bochechas, e seus lábios. Podia ver a pouca luz que entrava no quarto, era fim de tarde e estava cinzento, haviam acordado cedo, gostava daquele clima, não havia sol. Deitou-se junto dele e beijou o pequeno bebê no rostinho, um pequeno beijo em sua bochechinha fria, passou um braço sobre o corpo dele e o abraçou assim como o filho, porém, vou movimento no quarto, e atento desviou o olhar para a porta, mas era apenas a senhora a trazer o pequeno corpinho nos braços e deixar consigo. O segurou, viu seus olhinhos amarelos, ele era lindo, Ikuma também era lindo, Yasuhiro também, riu consigo mesmo. Ao se ajeitar, colocou Yuuki também sobre o peito e repousou a face sobre o ombro dele, cada um segurava um bebê e sorriu.



O dia estava nublado, era por isso que Yoruichi conseguia levar os pequenos para brincar do lado de fora, e gostava de ver enquanto seus pequenos kimonos se moviam no vento. Yuuki sentava no meio do campo enquanto mexia com alguns pedaços de madeira tentando montar uma espada, e Ikuma corria por baixo das roupas, seguia em direção a floresta e voltava. Sabia que eles eram muito pequenos ainda, e por isso os olhos de águia os seguiam para todos os lugares. Ikuma, não se afaste de mim. Aqui, fique aqui. Disse num suspiro e terminou de estender a roupas, mas ao se virar, o malditinho havia sumido. 
- Ikuma!
- Oi, estou aqui mamãe. 
Ikuma disse enquanto subia pela árvore, queria ver além delas, mas sabia que ele ia brigar, ainda assim estava indo, culparia uma vontade de comer cerejas. 
- Ikuma! Desce daí agora! - Yoruichi disse e seguiu até a árvore, parado no pé dela. - Eu vou subir aí e te puxar pela orelha hein? 
Disse e desviou o olhar a Yuuki, vendo-o revirar os olhos.
- Eu vou pedir cerejas no alto, mamãe. Pra você comer o papai.
Yoruichi estreitou os olhos. 
- ... Não vai cair daí, porque se quebrar algum osso vai doer muito pra voltar pro lugar, hein?
- Tá bom. 
Ikuma disse e se esticou, até conseguir ver por sobre a árvore. Viu mais porções de árvores a frente, o céu noturno iniciante, o lugar era bonito. Descontraído ia pegando umas cervejas sem sequer olhar para elas. Yoruichi permaneceu a fitar o filho, e tinha um sorriso nos lábios, apesar de tudo, ele era fofo. Aspirou o ar porém quando sentiu um cheiro estranho e afastou-se pouco da árvore para seguir até a clareira onde o outro filho estava, mas notou que o cheiro vinha da floresta, por isso fitou o local com os olhos estreitos. 
- Ikuma, desça. 
Disse e agarrou o outro filho pelo braço, fazendo-o se levantar. Os ouvidos atentos tentaram procurar de onde vinha o barulho e ouviu o farfalhar de algumas folhas. 
- Desça Ikuma! 
Disse, agora já sabia o que era, certamente algum animal se escondendo na folhagem. 
- ... 
Angustiado olhou para o filho e caminhou para trás com o outro, deixando-o atrás de si, até ver o animal sair da grama, e fitava a si com os grandes olhos amarelos, era um tigre. Manteve o contato visual e não se mexeu. 
- .... Yuuki, preciso que você vá pra dentro de casa, rápido, assim que eu mandar. 
Disse, tentando falar de uma altura que o filho ouvisse, e sabia que o tigre podia ver o outro filho sobre a árvore, porque ele fitava curioso algumas vezes, ele poderia escalar.
De cima, Ikuma podia ver a movimentação da árvores, nos passos do pequeno animal que andava ali.
- Mamãe, podemos ficar com ele? 
Disse ao vê-lo surgir e aparecer, era lindo e cheio de listras. 
- Não, só se você vier junto...
- Não posso, meu amor, tenho que dar um jeito nele, ou ele vai atacar vocês, e ele arranca pedaço, não só morde como o gatinho do seu pai. 
Yoruichi disse, estava aflito, ainda mais com o pequeno ainda em cima da árvore, tinha medo que ele caísse dali. 
- Não se mexa Ikuma! Fique aí. 
Disse, ainda dando pequenos passos para trás e fitou a floresta por um momento, queria saber onde o loiro estava, mas aquele pequeno piscar fora suficiente para o tigre pular na própria direção. Arregalou os olhos e empurrou o filho para o lado, ainda que o tivesse feito cair no chão, fora muito melhor certamente do que ser abocanhado pelo tigre. Sentiu os dentes grossos cravados no braço e cerrou os dentes, segurando o pescoço dele com uma das mãos, firme. 
- ... Inferno!
A dor atingiu o corpo de Yasuhiro de uma forma mais intensa, era quase física diante da intensidade mas já havia sentido sua sensação de perigo, de alerta, havia ido buscar algumas especiarias para que pudessem fazer algo novo com os filhos, sugestão de suas amas de sangue, que há alguns anos vinham acompanhando os filhos. Aquela altura já havia voltado por todo o caminho, foi a tempo de ver o companheiro no chão, atacado pelo animal, mas nas costas do gato enorme e listrado, um pequenino corajoso já abraçava seu pescoço com ambos seus braços magros e que eram fortes, não duvidou em momento algum da força do filho, mas o pegou no braço e bem como alcançou o felino, como o pequeno havia feito, abraçou o pescoço do animal apertando-o ao redor para conte-lo. Ao ver os cabelos loiros compridos, Yoruichi sabia que era ele, e suspirou aliviado, mais ainda quando o tigre resolveu soltar o próprio braço e viu os furos feitos pelos dentes compridos dele. 
- ... Maldito. 
Disse e enquanto encarava o animal que ainda tentava morder a si, deu um soco no rosto dele, não fora forte o suficiente para matá-lo, mas sabia que o deixaria desacordado por algumas horas. 
- ... Deveria ter ido procurar comida em outro lugar.
Num dos braços, Yasuhiro tinha o filho que se pendurava no felino, abraçando seu pescoço largo, no outro envolvia o tigre, sentindo o bracinho de Yuuki empenhado em ajudar. Poderia lidar e quebrar o pescoço do animal com facilidade, mas um animal como aquele, era quase como matar a si mesmo, afinal, sabia porque estava ali, seria pelo mesmo motivo o qual atacaria um humano. Desacordado, deixou o pequeno corajoso no chão, enquanto o outro havia saltado da árvore e se perdido do campo de visão, logo via Ikuma correr desajeitado pela grama, trazendo consigo uma jarra cheia, mas que no meio do caminho havia perdido uma parte por cada gotejo generoso para o chão. Yoruichi desviou o olhar ao pequeno que vinha correndo com o sangue, sorriu, ainda que estivesse dolorido, não conseguia não sorrir. Aceitou a jarra e bebeu a metade do conteúdo que ainda tinha, e que não tinha caído no chão. Gemeu, dolorido quando sentiu as feridas fecharem, doía tanto que achou que fosse desmaiar, um humano teria desmaiado. Suspirou e abaixou-se, beijando o topo da cabeça do filho. Em seguida se levantou e beijou o outro filho no rosto, e nos lábios o marido. 
- Demorou, bonitão.
- A ameaça corre atrás da minha donzela, ah? Quando não são vampiros encrenqueiros são tigres famintos. Significa que não posso deixá-la sozinha, mocinha.
Yasuhiro disse e tomou seu braço em cicatrização, sabia o quanto havia doído porque fora tão intenso que chegou doer em si, o beijou. Yoruichi sorriu a ele conforme o ouviu e selou seus lábios novamente, a dor quase se esvaía só de olhar pra ele. 
- Fico tão feliz que você seja meu. - Disse, mas ouviu o filho menor rir baixinho. - Que foi? Está implicando com a gente é? Como acha que você nasceu?
Enquanto o filho ria, o outro silenciosamente segurava o quimono de Yasuhiro, encostando a cabeça a altura de seu quadril, triste? Talvez preocupado sobre a dor da mãe, mas sabia que era tímido. Tocou seus cabelos loiros e afagou.
-  Meu menino é muito corajoso.
Yoruichi desviou o olhar a ele e deslizou a mão em seus cabelos igualmente. Abaixou-se na altura dele e beijou seu rosto, colocando a mecha de seu cabelo atrás da orelha e sabia como ele era, porque era igual, sentia muito, mas era difícil falar, estava aprendendo, sabia que um dia ele aprenderia. O abraçou por fim. 
- Você é o meu raio de sol, meu pequeno. 
Disse num agradecimento, costumava dizer que eles eram o sol que faltava para si, já que não podia vê-lo.
- Agora vamos ter que comprar na cidade e comprar os condimentos que eu perdi no meio do caminho. 
Yasuhiro resmungou, mas no fim sorriu e segurou a mão do moreno. 
- Está tudo bem?
- Tudo bem, acho que ir até a cidade fará bem pra todos. Meus meninos querem dar uma volta?
O pequeno fechou os olhos para receber o beijo e olhou para o pai sem dizer muito, ficava constrangido quando recebia afeto mas sorria comprimento os lábios, ganhando uma doçura a mais em sua feição normalmente fechada, parecia muito com a mãe, como costumava ser. Esticou logo a mão para segurar a do moreno, indicando que seguiria o caminho a seu lado. 
- Então vamos, morceguinhos. 
Ikuma, diferente do outro pediu logo o pescoço, gostava de ser carregado ali, gostava de altura. Ao seguir com eles, segurando a mão do outro, Yoruichi cessou antes de sair.
- ... Eu já volto, preciso levar o tigre pra floresta antes que ele acorde e decida atacar de novo ou destruir nossa casa enquanto estamos fora.
- Eu levo, amorzinho. Vão indo na frente...
- Tem certeza? 
Yoruichi disse e sorriu, pegando Ikuma dos braços dele, mas cessou ao ver os pequenos passinhos perto das folhas, eram corpinhos pequenos correndo em quatro patas para tentar achar a mãe, que aparentemente estava caída no chão. 
- ... Yasu... - Disse, indicativo. - ... Leve a carne que temos guardada pra eles, caçamos algo quando voltarmos.
- Claro, amado. 
Yasuhiro brincou com o apelido, teria feito de todo modo mas ouvir seu pedido era adorável. Foi rápido ao levar o felino até o meio da floresta, assim como levou os filhotes logo em seguida, acabou dando a refeição como serviria um bicho de estimação, levou um tempo observando-os, era divertido. Mas se lembrou que tinha um encontro marcado com um moreno bonito, e logo, foi atrás dele e dos filhos, os encontrou na metade do caminho. 
- Mamãe, por que você não matou o tigre?
- Porque ele tem filhotinhos, assim como eu tenho vocês. 
Yoruichi disse e levava Yuuki no colo, com seu rostinho no ombro, e parecia cochilar enquanto conversava com o pequeno, segurando sua mãozinha, ele havia recusado o colo porque queria pegar tudo que visse pelo caminho, achava adorável. 
- Se matássemos ele, os filhotinhos iam ficar sem mamãe. Você queria isso?
- Não...
- Então. Seu pai foi dar comida pra eles, para os filhotinhos e a mamãe. 
- Então tá bom.
- Olha ele aí. 
Yoruichi disse num sorriso e beijou o loiro no rosto como um cumprimento.
- Ora, Yuuki dormiu. 
Yasuhiro disse e ganhou o beijo que retribuiu com um no ar. Do chão pegou Ikuma que logo jogou sobre os ombros e sentiu suas mãozinhas firmes na própria cabeça, sabia ele que pegaria as coisas se sua curiosidade e o deixaria ver, o que fazia as caminhadas se tornarem ainda mais longas. 
- Eles ficaram comendo, ela acordou meio tonta, mas deve ficar bem.
- Vai ficar sim, eu não bati tão forte. - Yoruichi disse num pequeno sorriso, o braço ainda doía um pouco. - Esse escalador aí não quis colo. Mas o do papai você quer né? Seu sem vergonha.
Yasuhiro seu risinho sapeca soou entre os dentes pronunciados à mostra. 
- Papai que puxou, não tive escolha. 
- Ah é? Vou por no chão.
- Nãaao!
Yasuhiro riu e tocou o narizinho do pequeno.
- Sem vergonha.
Riu, como os dois também. Logo estavam passeando pela pequena feira noturna, descobrindo as novas quitandas por lá. Sentia muitos cheiros, humanos, mas os que ganhavam atenção eram os condimentos. 
- Não falem alto sobre os humanos, hum?
Ao chegar, Yoruichi bateu suavemente nas costas do filho no colo, acordando-o e sorriu, beijando-o no rostinho. 
- Acorde, pequeno.
- Mamãe compra um docinho bem gostoso pra você.
Os olhos pesados se abriram logo, Yuuki piscou ao ver as luzes pela feira local. Assentiu ao recobrar atenção, não gostava de muitos doces, mas gostava de ganha-los dos pais. Yoruichi sorriu e beijou-o no rosto, seguindo para a barraquinha a frente, onde haviam os condimentos que o loiro queria comprar.
- Ah, que pequeno mais adorável... Qual o nome dele?
Yoruichi desviou o olhar ao filho, que silencioso se escondia nos braços.
- Yuuki. Ele não fala muito. 
- Ah, entendi... Toma, pequeno, pra você. 
Disse ela a entregar uma balinha de gengibre, e entregou outra na mãozinha do outro filho, que cutucou a bochecha.
Yasuhiro assistiu o filho estender a mão para aceitar a bala, não podia vê-lo mas sabia que estava sorrindo porque ela sorria de volta. 
- Obrigado. 
Dizia Ikuma em bom tom, enquanto Yuuki, que aceitava a bala, sussurrava, mas podia ser audível. 
- Obrigado...  
Já a si, cheirava tudo o que parecia refrescante.
Yoruichi sorriu e observou os condimentos. 
- Nós queremos um pouco de gengibre, e molho de soja.
- E noz moscada. E canela.
- Isso, noz moscada e canela. E cacau em pó também. 
Yoruichi disse num pequeno sorriso e viu Ikuma abriu um sorriso.
- E aquele alí. 
Yasuhiro dizia o filho enquanto apontava para os cravos em quantidade, não sabia o que era mas provavelmente havia gostado do cheiro. Yoruichi sorriu e assentiu. 
- Você quer alguma coisa, Yuuki? 
Disse a olhar o pequeno, com os olhinhos cansados.
- Acho que não... 
Yuuki falou baixo, tipicamente. O que agradava as narinas o irmão já havia escolhido.
- Hum, então tá bom. Quer algo salgado? 
Yoruichi perguntou baixinho pra ele. Yuuki assentiu com o maneio da cabeça e indicou uma das barraquinhas, pão chinês.
- Hum, vamos comprar pãezinhos pra você então. 
Sorriu e após pagar, seguiu com eles para a barraquinha dos pães, onde pediu para todos.
- Mamãe gosta muito do Yuuki. 
- De você também, morceguinho, mas o Yuuki só gosta da mamãe então ele da atenção pra ele. 
- Gosto de você também, papai. 
Yuuki disse do colo do moreno, claro, os estavam provocando. 
- O menos amado nessa família sou eu.
Yoruichi sorriu meio de canto. 
- Você está com ciúme, é? Estou ouvindo alguém com ciúme daí de cima? Você tem sorte que eu não posso morder sua bochecha porque está muito alto. 
Disse num sorriso.
- Dois dramáticos.
Yasuhiro riu, o filho pendurado nele também. 
- Ikuma está aprendendo certinho.
- Percebi. Dois porcarias. 
Yoruichi sorriu e apertou a bochecha do marido. Conforme recebeu os pães, deu primeiro ao pequeno nos ombros do marido, depois deu ao pequeno nos próprios braços, por último pegou o próprio e o dele. 
- Vamos, coloca essa bolinha loirinha no chão.
- Bolinha? Eu tô gordinho? 
Yasuhiro riu ao ouvi-lo e ao coloca-lo no chão percebia o bico enquanto mordia seu pão.
- Claro que não.
-  Chamou de bolinha.
- Porque você parece um gatinho loirinho, e acho que gatinhos parecem bolinhas.
- Ah... Então assim sim. E o onii-chan é o que?
- Yuuki é outra bolinha ora, vocês são gêmeos. Duas bolinhas.
- Yuuki é uma bolinha rabugenta. - Disse Ikuma.
- Você que é matraca... - Respondeu Yuuki.
- Parem vocês dois. - Yoruichi riu.
- É que eu sou o papai e o Yuuki a mamãe.
- Ah, eu sou rabugento, é?
- As vezes é sim, mas o papai dá jeito né?
- Ah é? Dá jeito, Yasu?
- Mas é claro. Meu menino é muito esperto.
Yoruichi sorriu. 
- Hum, então tá bom. E quem dá jeito no Yuuki?
- Acho que a pessoa que ele for casar que nem o papai.
- Hum, vai demorar então, não é? 
Yoruichi disse e tocou o rosto do pequeno.
- Vai. - Disse Yuuki. 
- Talvez Ikuma possa derreter esse seu coração de gelo, hum?
- Não pode não. - Yuuki disse quase resmungando contra seu pão.
- Quem sabe.
- Não...
- Que isso amorzinho? Querendo casar as crianças?
- Bom, não sei, eu fui prometido a você com a idade deles.
- Mas somos irmãos, mamãe. - Disse Ikuma.
- Bom, eu e o seu pai somos primos.
- Não é a mesma coisa..O onii-chan é matraca.
Yoruichi sorriu e acariciou os cabelos do pequeno. 
- Bem, eu... Acho que vocês deveriam crescer e escolher com quem querem casar. Mas... A linhagem ficaria pura, pensem em quantos bebês lindos de cabelinhos bem loirinhos vocês não iam ter.
- Eca...
Yasuhiro riu diante do resmungo do filho. 
- Vamos, não é assunto pros meus bebês, vocês serão bebês por muito tempo até se casarem.
Yoruichi sorriu meio de canto e assentiu. 
- Hum, tudo bem.
- É, bebês!
- Ah, você ainda é um bebê, é? Então não pode caçar com o papai, ainda é bebê.
- Não tão bebê assim, mamãe...
Yoruichi riu. 
- Sei, só é bebê quando convém.
- É, ué...
O moreno sorriu. 
- Coma seu pãozinho.
- Como. 
Disse e logo estava perambulando pela feira, numa certa altura estavam os gêmeos de mãos dadas olhando as quitandas e tirando algumas curiosidades. Ainda que Yuuki fosse silencioso, muitas vezes parecia deixar que Ikuma falasse por ele as coisas que queria dizer, mesmo tímido, sabia que gostava de seu semelhante. No fim os encarava enquanto atrás deles, como os filhos, segurava a mão do moreno. Ao andar com ele, Yoruichi esperava que ele não estivesse irritado pelo que havia dito, ele parecia um pouco silencioso, achou que fosse por isso, mas não quis perguntar.
- ... Você quer mais alguma coisa daqui?
- Hum, quer frutas? Não sei, quero comprar essa feira.
- Hum... Quero sim. Sinto falta das bananas. Não com essa intenção que você está pensando. 
Yoruichi disse antes que ele falasse algo.
- A minha não é o suficiente, você não pode mastigar ela, eu sei.
- É por isso mesmo, talvez se eu pudesse mastigar seria melhor.
- Não, tenho que ter mais bebês no futuro.
Yasuhiro riu. 
- Mais bebês? Você sabe o quanto dói pra dar a luz?
- Hum, não agora... Quando eles forem embora e me abandonar.
- Eles não vão te abandonar.
- Claro que vão. Assim como nós abandonamos nossos pais.
- Mas fomos obrigados a abandonar. Eu vou casar os dois e eles vão dormir na nossa cama ainda, com vinte anos. 
Yoruichi riu, não queria deixar que os filhos fossem embora, tinha medo que algo pudesse acontecer a eles. 
- Não, nós vamos começar uma tradição que respeita o sentimento e não a linguagem. Não queremos nossos filhos como nossos pais eram.
Yoruichi desviou o olhar a ele. 
- Yasuhiro... Eu não quero netos humanos.
- Não serão humanos, serão vampiros, nossos filhos são vampiros.
- Mas e se eles se casarem com humanos?
- Os humanos vão precisar se transformar.
- ... 
Yoruichi suspirou e cruzou os braços.
- Você fica lindo fazendo isso, mas meus filhos merecem conhecer seus Yoruichis, mesmo que eles sejam transformados.
- Mas nosso casamento, foi arranjado.
- Foi e nós demos certo, mas nossos pais foram arranjados, e não foi da mesma forma. Se Yuuki e Ikuma quisessem isso, eles sentiriam algo diferente porque sempre estiveram por perto.
- Mas você não sentia por mim.
- Eu não sabia de você como você sabia de mim. Sabe que minha mãe tentou adiar o tempo do casamento, diferente da sua, ele temia que as coisas não fossem bem, exatamente por saber que seus pais não se davam bem.
Yoruichi assentiu e suspirou.
- E eu quase perdi você.
- Não ia me perder. Se era pra sermos o que somos, ainda que dessemos muitas voltas, nos encontraríamos no fim do caminho.
O moreno assentiu, embora estivesse desconfortável por pensar numa vida sem ele. Yasuhiro parou por um instante e segurou seu rosto. 
- Eu amo você, Yoru.
Yoruichi desviou o olhar a ele e uniu as sobrancelhas, mas assentiu em seguida e o abraçou, forte. O abraço, retribuindo a firmeza do toque. Yasuhiro beijou seu rosto. 
- Você é um tolo que não acredita em mim mesmo quando pode sentir meus sentimentos e ver os dois filhos lindos que ele gerou. Eu não queria nenhum humano.
- ... - Yoruichi manteve-se em silêncio a ouvi-lo e assentiu, embora as lágrimas houvessem rolado dos olhos sem nem perceber. - ... Me desculpe.
O loiro sorriu ao se afastar e então olhar para ele. Tocou seu rosto novamente e limpou sua umidade. 
- Baa-ka.
Yoruichi sorriu e segurou a mão dele, mas se deu conta de que os pequenos poderiam ter sumido e os olhos até se arregalaram quando virou os procurando, mas estavam em frente a si, de mãos dadas e fitavam a si e o outro. Yasuhiro virou-se logo com ele e sorriu. 
- Nossos meninos são obedientes, não percebeu ainda?
- Menos o Ikuma que subiu na cerejeira hoje e quase me matou do coração.
- Bem, talvez ele seja uma macaquinho.
- Só se for. - Riu.
- Mas depois eu ensino ele a obedecer a mamãe.
- Hum, acho bom, quase que um tigre mata ele por isso.
- Não... O tigre não ia chegar mais rápido em mim do que em vocês... Eu sou bonzinho...
- Ah, e nós não é?
- É mas mamãe disse pra corrigir só eu!
- Vem aqui que eu vou morder essa sua bochecha macia.
Ikuma ergueu o rosto, mostrando a bochecha que esperava pelo proposto. Yoruichi pegou o pequeno no colo e mordeu-o em sua bochecha como havia dito que faria, mas foi de levinho, não machucou.
- AAAAAi! 

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