Izumi e Tsubaki #13


- Hum, tem certeza que foi você que fez?

- Hai. - Sorriu.
- O Tsubaki vai adorar isso. É delicioso.
- Hum, que bom. 
Izumi riu baixinho e pegou um pouco de chantilly com um dos dedos, levando aos lábios. 
- Hum, e como foi a noite? Está doendo pra sentar? 
Perguntou o confeiteiro, Jin.
- E-Eh? Jun, porque você é tão... Indiscreto? 
- Hum, então está. Finalmente!
- P-Pare! 
O menor falou, escondendo o rosto e logo viu a garota adentrar o salão, carregando pela mão o filho pequeno que acenou para si. Uniu as sobrancelhas, sem entender o que ele fazia ali naquele horário.
- ... Hasui? Com licença. - Disse ao ruivo e logo seguiu em direção a garota. - Oi.
- Oi, você é o Izumi? Meu pai mandou trazer ele pra você, ele teve um acidente, e está internado, então... Não vai poder ficar com o Hasui, ele pediu desculpas.
- O que houve com ele?
- Ele caiu da escada, quebrou alguns ossos... Eu vou voltar pro hospital agora.
- E-Eu vou visitá-lo mais tarde... Agradeça por mim, e sinto muito pelo acidente. 
- Sem problemas. Até logo.
Izumi assentiu, e logo desviou o olhar ao pequeno que observava a si com seus olhinhos grandes habituais.
- Eu estou atrapalhando, mamãe?
- Não... Não meu amor, vem, vou te levar pro escritório. Você quer bolo?
- Quero!
Após uma reunião de trabalho, Tsubaki tomou o veículo e seguiria para casa. Optou no entanto por passar na cafeteria, tomaria um bom café, daria uma verificada no andamento das coisas, talvez novos produtos planejados por Jin, já que havia feito um pedido maior na última vez. Ao chegar lá, estacionou na própria vaga e seguiu ao café, adentrou o estabelecimento e já podia sentir o cheiro de chá e café misturados, embora os grãos fossem certamente mais fortes. 
- Boa tarde. - Disse aos serviçais à vista.
- Hum, boa tarde.  - Disse o ruivo com aquele sorrisinho provocativo na face. - Seu marido e seu filho estão lá no escritório.
- Quem? 
Tsubaki indagou e deu até uma torcida leve na expressão, como quem realmente não entendia.
- Está de fazendo de desentendido é? - O ruivo riu. - Hasui e Izumi.
- Ah, marido e filho, é? Cale a boca. - Retrucou ao ruivo e deu-lhe um fraco soco no ombro.
- Ai, vai me desmontar. - Riu. - A noite foi boa?
- Minhas noites são sempre boas, Jinichi.
- Mas a de hoje especificamente.
- Se todas elas são, hoje também foi. - Tsubaki disse, claro que as vagas respostas eram propositais, percebia sua curiosidade e imaginava que o rapaz havia lhe dito algo. - Faça um café pra mim.
- Eu não sou seu empregado. Esquece, sou sim, vou fazer. O garoto trouxe bolo, ele que fez, está gostoso.
- Ah, está? Vou conferir, talvez eu possa substituir eu confeiteiro insolente.
- Não, então fui eu que fiz.
- Agora já sei a verdade. - Tsubaki disse e seguiu até o bolo, experimentou um pequeno pedaço com a colher. - É bom, já posso demitir você.
- Não, por favor, eu tenho dois filhos pra alimentar!  - Jinichi falou, claro, forjadamente.
- Uh, tem sim. - O moreno disse, contribuindo a provocação mas por lá o deixou, não sem lembra-lo do café. - O café. E também quero ver as receitas novas, pediu muita coisa no último pedido, espero que valha a pena. 
Retrucou e por fim adentrou o escritório, observando as quase duas crianças lá.
- Pode deixar, fiz uma das cores do arco-iris em sua homenagem. Brincadeira, não me demita.- Não abuse, Jinichi. - Tsubaki disse, certamente desta vez não pareceu levar na brincadeira. Fechou a porta após a passagem, encostando-a atrás de si. - Izumi. Hey, baixinho.
Izumi colocou o filho sobre a mesa de seu escritório, no cantinho, onde não haviam papéis, e analisou o joelho machucado do pequeno, que sangrava, resultado de ter tropeçado antes de entrar, e as lágrimas já haviam secado, embora mesmo que chorasse, não fosse em tom alto. A porta surpreendeu a si, e desviou o olhar ao rapaz que havia adentrado.
- T-Tsubaki...
- Tubaki... Meu sangue está indo todo embora.
- Não está não, Hasu, não seja dramático. - Izumi disse a limpar seu machucado com o anti-séptico e seguiu ao outro. - Desculpe... O rapaz que cuidava dele sofreu um acidente...
Era impossível Tsubaki não sorrir ao vê-lo dramatizar tão calmamente. Negativou a seu pai no entanto, dispensando as desculpas. 
- Ah, eu achei que o Hasui havia dirigido até aqui, com saudade da mamãe.
- Iie! Eu não faria isso! Se eu soubesse dirigir eu iria comprar um sorvete!
Izumi riu, negativou ao ouvir o pequeno e aproximando-se do outro, lhe selou os lábios, esperando que não fosse repreendido.
- Ah, então não ia ver a mamãe, ia querer o sorvete? - Tsubaki disse, retrucando o pequeno, e distraído, surpreendeu-se com o gesto de seu pai. - Opa.
Izumi sorriu a ele, indicando que foi apenas um cumprimento e logo desviou a atenção ao filho.
- Enquanto vocês dão beijinho eu estou morrendo aos poucos!
Tsubaki continuou a estranhar no entanto, era deliberado, sem timidez. E embora houvessem dormido juntos, bem, havia estranhado. Fora pego no entanto, sorriu ao garoto e seguiu até ele, tocando seus cabelos iguais aos de seu pai. 
- Desde quando você é tão dramático, baixinho? Quer um pão com queijo cremoso, hum? Vai sarar se você comer um?
- Desde que meu sangue está caindo tudo. Quero! Quero! Vai sim!
O loiro riu novamente, negativando e colocou sobre o joelho dele, o curativo azul com alguns ursinhos.
- Pronto, mamãe te deu curativo então já sarou, não precisa do pãozinho.
- Não! Ainda está sangrando!
- Não está não, veja. - Indicou.
- Está sim, por baixo!
- Se não vejo, não tem.
Hasui fez bico, e a expressão de choro voltou aos poucos.
- Hey, está sensível hoje, pequenino? 
Tsubaki disse e pegou-o no colo, tendo cuidado sobre seu joelho. Izumi uniu as sobrancelhas a observá-los e deixou a mochila do filho sobre a poltrona no canto, onde não fosse incomodar, observou o rostinho choroso dele que diminuiu conforme fora pego no colo e repousou a face sobre o ombro do maior.
- Quero pãozinho com queijo...
- Ta bom, vou te dar um pãozinho com queijo. Mamãe quer também? - Tsubaki indagou ao rapaz. - Já comeu alguma coisa?
- Iie, não se preocupe comigo, por favor. E... Eu quero pagar o que o Hasui comer.
- Não. - Disse, somente. - Quer comer alguma coisa também?
- Não senhor. - Sorriu, meio de canto.
- Então ta bem, vou levar ele pro Jinichi dar o pãozinho.
- H-Hai, vou voltar ao trabalho.
Tsubaki assentiu ao louro e seguiu a fora do escritório. 
- Você pode ter um tempo com ele se não estiver ocupado, de todo modo vou deixar ele comer enquanto isso. Esse de cabeça colorida é o Jin. - Apresentou ao pequenino no colo.
- Quer bater um ranguinho?
- Hai, obrigado. Eu vou terminar de polir as louças e fico com ele. 
Hasui encolheu-se ainda mais no colo dele conforme saiu do escritório e viu o rapaz de cabelos vermelhos que acenou a si, acenou de volta com a mãozinha pequena.
- Meu Deus, que coisa mais fofa.
- Ele tem o cabelo dessa cor porque um dia ele caiu de cabeça no chão e saiu sangue, além de ficar um pouco problemático, ficou com o cabelo dessa cor. 
Tsubaki disse ao pequeno, como se sussurrasse, embora fosse audível. Izumi ouviu-o silencioso e logo passou a rir, baixinho enquanto observava o ruivo.
- O que você está falando de mim pra ele, hein? Vem cá, coisinha linda, eu vou te dar um sanduíche, e um bolo, e...
- Dê pra ele um pão de batata com queijo cremoso. Quer ir pro colo do vermelho ali?
Izumi assentiu, estendendo as mãozinhas ao outro, e foi logo pego por ele.
- Seu papai é meio louco, viu? Não escuta ele não.
Tsubaki não o retrucou na frente do pequenino, mas fitou-o de olhos estreitos. Jin riu baixinho e logo colocou o pequeno sobre o balcão.
- Vou fazer o lanchinho pra você.

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