Kyo e Shinya #57 (+18)


Shinya observou-o por de trás das cortinas no palco e estava sozinho, os outros já haviam saído para um café ou qualquer que fosse a coisa que haviam decidido fazer. O pedestal estava fixo no centro enquanto ele segurava o microfone, faltava pouco tempo para a meia noite, era ano novo e estavam longe de casa, imaginava se ele sentia o coração apertar de saudade dos filhos tanto quanto a si,  que haviam sido deixados com os próprios pais. Sorriu, meio de canto, mas não por aquele motivo, e sim porque havia ouvido um suave rastro de voz vindo de sua garganta, talvez testasse o microfone, talvez achasse que estava realmente sozinho, não sabia, mas estava esperando para ouvir mais, mais um rastro de sua voz fora audível num cantarolar baixo e logo o viu abaixar a cabeça, repousando a testa sobre o microfone, que fora desligado. Imaginou que estivesse chateado e o sorriso sumiu aos poucos, dando lugar aos lábios comprimidos em compreensão. Seguiu devagar pelo palco, notando seu olhos fechados ao chegar perto, os cabelos loiros e arrepiados e quando se fez em frente a ele, sorriu, ajeitando uma 

mecha de seus cabelos atrás de sua orelha.
Kyo soprou, bateu, e suavemente cantou no microfone. Imaginando testá-lo ou quem sabe mesmo somente a fim de tirar o tédio, o cansaço e a vontade de poder estar em casa naquele momento. Mas nunca negaria um show, nunca negaria palavras e música aos que desejavam ouvir, amava o que fazia ainda apesar de tudo. Sentiu um leve afago na mecha de cabelo que logo parou atrás da orelha. Só então voltou a se erguer e fitou de soslaio o companheiro. 
- Pensei que estivesse descansando. 
Disse, ainda encostado como estava. Shinya negativou ao ouvi-lo e ainda acariciava uma das mechas de seu cabelo, sabia o quão cansado estava, também estava, o entendia e de fato todos estavam descansado, mas não o deixaria ali sozinho, o palco era perigoso pra ele sem ninguém ali. Deu um sorrisinho a ele, cúmplice talvez, por ainda estar acordado e de quem compartilhava a sensação de estar longe de casa e queria fazê-lo sentir bem de alguma forma, por isso abaixou-se a lhe selar os lábios, beijou-lhe o queixo e abaixou-se, ajoelhando-se em frente a seu corpo, o qual abriu a calça, devagar, abaixando o zíper e abaixou-a pouco, assim como a roupa intima e puxou-o para fora, sem dar tempo a ele de protestar quando o colocou na boca e sugou-o.
Kyo fechou os olhos, sentindo seus beijos sutis, no rosto, no queixo e passou da linha a se abaixar e quase podia prever o que faria. O contrário do que imaginava, não tentou interrompê-lo, até deu um sorrisinho meio de canto, sem vergonha, pensou consigo mesmo. E podia notar o quão rápido eram seus movimentos, talvez receosos ou com medo de ser parado. Sabia que ele gostava daquele tipo de sexo. Shinya suspirou a desviar o olhar a ele e abriu um pequeno sorriso, não estava recusando, ótimo, era isso que queria mesmo. Sugou-o com vontade, logo de início, não se importava e aos pouco sentiu-o tomar volume na boca e desviou o olhar, notando seus lábios tão próximos ao microfone e perguntou-se se iria soar no local se arrancasse um gemido dele. Kyo suspirou, tomando ar nos pulmões e desviou o olhar a ele, tirando sua ideia fetichiosa de gemer contra o microfone. Mas ruiu, suavemente deixando a voz enrouquecida sair da garganta e abriu um pouco as pernas, evitando que a calça caísse da altura dos quadris, por não ser larga, manteve-se alí. E levou a mão, uma delas, até seus cabelos, os segurando. Shinya sentiu o arrepio percorrer o corpo, mesmo com seu suave rastro de voz, era gostoso de ouvir e ao retirá-lo da boca, moveu a face suavemente de lado, retirando os cabelos que caíam sobre o rosto, deixando-o exposto a ele. Deslizou a língua por toda sua base, dando-lhe uma sutil mordidinha na ponta e fechou os olhos, já pequenos demais ao senti-lo segurar a si nos cabelos, voltando a colocá-lo na boca, como devia estar esperando para que fizesse. 
Kyo fitou seu rosto que pôs à mostra. Enquanto lambia a base do sexo já ereto em estímulo. As mesmas suaves mordidas eriçavam a pele, no entanto preferia o interior cálido de sua boca, e assim com os dedos entre suas mechas louras, levou-o ao sexo, penetrando-lhe a boca outra vez. Shinya sorriu a ele, suavemente e sugou-o com mais força, como ele queria visto que segurou os próprios cabelos e apertou-os. Estremeceu, excitava-se quando fazia aquilo nele, era evidente, gostava tanto e a mão deslizou pelo corpo a tocar o sexo sobre a calça preta que usava, apertada demais naquela região já que crescia e não estava em posição de fazer aquilo com ele, usava o casaco preto sobre a camisa branca, estava frio, nada muito sensual como ele podia imaginar. O menor sentiu a chupada um pouco mais forte, que arrancou mais um ruído rouco da garganta, um gemido leve. E moveu o quadril, empurrando para ele, criando um suave ritmo de vaivém, de modo que pudesse acompanhar com sua boca, sem tornar desconfortável. E podia vê-lo apalpar a si mesmo, e sorriu mais para si mesmo, visto que não podia ajudá-lo. 
Shinya iniciou os movimentos de vai e vem, colocando-o e retirando-o da boca, apreciando os movimentos que fazia e novamente arrepiou-se ao ouvi-lo gemer, droga, como era gostoso, não achou que fosse se excitar tanto com ele, mas ouvir aquela voz baixinha arrepiava até o último fio de cabelo. Sugou-o novamente, forte. Kyo deslizou os dedos com a ponta em sua nuca e pressionou a região suavemente, continuava a levá-lo contra o sexo, no limite o qual aguentava. E fitava a seus lábios espessos deslizarem em torno da ereção, levando-a ao interior e úmido e quente, gostoso. E tornou suspirar, tomando ar aos pulmões. Shinya sorriu, mais para si mesmo do que para ele ao vê-lo respirar pesado, gostava de vê-lo excitado daquele modo consigo, mesmo sem demonstrar com palavras, o tinha ereto dentro da boca, sabia bem o quanto estava excitado. Uma das mãos deslizou pelos quadris dele, abaixo d camisa, tocando-o ali a sentir a pele e logo subiu por seu abdômen e tórax, tocando a pele macia e quente, o que causou um arrepio em si e por consequência fez um movimento mais rápido, colocando-o quase por inteiro na boca. O menor contraiu o abdômen ao sentir subir a mão sobre a pele, tocando a região sem costume. Talvez tivesse até mais costume de senti-lo com a boca no sexo do que com o toque sobre o abdômen. Voltou abaixo o olhar a ele e notou-o penetrar a ereção em sua boca de modo que quase o cobriu e podia vê-lo se esforçar para não engasgar com aquilo. Cessou o movimento, permitindo que ele pudesse fazer como tivesse vontade. Shinya suspirou ao senti-lo cessar os movimentos e desviou o olhar a ele, logo passou a se mover rapidamente, voltando a mão a seus quadris onde teve apoio e apertou-o ali, puxando-o para si vez ou outra e esperou pelo novo rastro de voz no microfone, ansioso.
- Você quer que eu faça na sua boca, hum? 
Kyo perguntou, esperando realmente a resposta, não afirmando. Soava um pouco rouco, meio falhado, excitado é claro. E deslizou os dedos pelo topo de sua cabeça até a nuca, voltando até lá, o apalpando. Shinya assentiu a observá-lo, sentindo o novo arrepio percorrer a espinha com sua voz gostosa de ouvir dizer qualquer palavra para si, mas quando chamava o próprio nome, ou gemia era ainda melhor. Afundou-o na boca novamente, sentindo-o tocar a garganta e uniu as sobrancelhas, gemendo baixinho a deixar a voz soar contra sua ereção nos lábios. Kyo sabia o quanto ele gostava daquilo, só não entendia como alguém podia gostar tanto de simplesmente fazer sexo oral em alguém. Para si, era muito diferente recebê-lo é claro, mas não conseguiria entender o prazer mental que tinha ao fazer isso, ainda que soubesse ser excitante ver o companheiro sentir prazer, podia fazê-lo com a mão, mas ele, parecia ter aquilo como um hobby, uma atividade anti-stress talvez. O excitava, talvez tanto quanto receber o sexo oral. Continuou a se mover, de modo que não tornou a satisfazer sua vontade de ouvir um gemido, não proposital, porém, quando finalmente se sentiu no auge, deu-lhe o estimulo auditivo que procurava, gemeu, sem altura, mas pesado. Rouco e suspirou, fechando os olhos a novamente apoiar a testa descansada sobre o microfone e esconder-se contra a mão. Shinya observava-o vez ou outra, seu corpo bonito que tanto gostava, e estava coberto com muita roupa, gostava de ver mais pele do que estava vendo, tinha mais estímulo pensar em senti-lo contra si numa cama macia. Droga, como queria aquilo naquele momento, casa toque dele, mesmo pesado e sem delongas no próprio corpo, se arrepiava só de pensar naquela possibilidade. Apertou o próprio membro novamente sobre a roupa e mais um gemido deixou escapar, por sorte, antes de ouvi-lo gemer e estremeceu visivelmente a ele ao sentir o liquido de encontro à língua, o qual sugou e engoliu sem a mínima expressão de algum sentimento diferente do habitual, já tinha costume, para si não era ruim. Lambeu-o, limpando-o de seu próprio ápice e quando por fim cessou, sorriu a ele, guiando o polegar a limpar os cantos dos lábios onde sujos. Ajeitou sua calça, colocando-o para dentro da roupa intima novamente e não se levantou sem antes dar um beijinho sobre o local, rindo num sopro nasal somente, ergueu sua camisa, dando mais algum estimulo visual a si e beijou-o pelo abdômen, deslizando os dedos por sua tatuagem próxima aos quadris, uma das únicas que podia ver naquela região e sorriu a ele, erguendo-se enfim e jogou os cabelos novamente em frente ao rosto, sentindo-o meio vermelho devido ao ato anterior e como ele havia visto a si.
Kyo suspirou, pesado e satisfeito. Observou-o desviar o olhar conforme era retirado de sua boca e viu-o sumir embaixo da camisa após ser "reservado" dentro da roupa, mas usar seus espessos lábios pelo ventre, subindo ao abdome tatuado. Onde beijava, e sabia que ele gostava daquilo, tal como o que acabara de fazer mais embaixo. Ao se levantar, movimentava a cabeça como quem não queria nada, escondendo seu rosto rubro nos cabelos recém tingidos. 
- Não seja idiota, por que está se escondendo?
Shinya riu baixinho, sem mostrar os dentes e negativou.
- Nada, só... Força do habito.
- Mentiroso. 
Kyo disse e levou a mão a seus cabelos, tirando-os de frente a seu rosto.
- Verdade. 
O maior sorriu a ele e aproximou-se, selando-lhe os lábios.
- Hum, que beijinho ruim. - Brincou.
Shinya riu e mordeu o lábio inferior, retirando do bolso o pacotinho com o chiclete, que colocou na boca.
- Adotei essa tática nova, carrego junto.
Kyo observou-o em silêncio no que fazia. Mas riu ao vê-lo explicar sua nova tática. O maior riu baixinho ao vê-lo rir, junto dele e beijou-o novamente, um selinho rápido que pegou em seus dentinhos a mostra.
- Você é lindo.
- Beija meu dente mesmo. - Kyo disse após o beijo repentino e superficial. - Você quer que eu faça em você?
Shinya sorriu a ele e fora proposital, ele devia saber disso.
- Ah iie... Não precisa...
- Vem. - O menor disse e levou-o pelo pulso, guiando-o até o assento de sua bateria. - Sente-se.
Shinya caminhou junto dele, meio confuso sobre o que faria e logo se sentou como indicado, afastando o banco dos pratos e tambores a observá-lo e sorriu, meio tímido. 
- Ah... Nunca pensei em fazer isso aqui...
- Você quem começou com isso, hum. 
Kyo disse e se abaixou após tê-lo sentado. Na verdade, já havia imaginado algo como aquilo, talvez por isso não houve qualquer protesto em sua iniciativa. Após se abaixar, desafivelou seu cinto e abriu o botão de sua calça, tal como baixou o zíper e enfim libertou seu sexo, já firme, estimulado previamente pelo que anteriormente fazia. Shinya mordeu o lábio inferior ao senti-lo abrir a própria roupa e já pulsava dentro da calça, era tão incômodo, que quando se livrou abriu um sorriso sutil e suspirou, não mais em desconforto e observou-o curioso, esperando pelo que faria. Kyo envolveu os dedos em torno de seu sexo, e abaixou-se de modo que fosse confortável e não comprometedor. Deitou os lábios contra sua base, umedeceu inicialmente e deslizou a língua até o início, voltando o olhar a ele, na tentativa de saber que tipo de expressão fazia durante aquilo. Shinya suspirou ao sentir o toque e até sobressaltou-se sutilmente, não tinha muito costume de receber atenção dele ali, mas era gostoso, ora, que homem não gostava de sexo oral? Gemeu, baixinho e fechou os olhos por um pequeno tempo, a expressão de apreço evidente na face, porém cessou ao desviar o olhar a ele e notar que ele observava a si, corou e desviou o olhar. Kyo pressionou os lábios em torno da base firme, sentindo uma maciez firme gostosa de morder e claro, o fez, mas com cuidado. Pressionou os dentes com sutileza, quando na verdade sentia vontade de mordê-lo até afundar os dentes. Logo, em sua ponta, deslizou-o para dentro da boca, lambendo, umedecendo. O maior uniu as sobrancelhas ao sentir a pequena mordida, dolorida, mas gostosa ao mesmo tempo e uma das mãos, meio hesitante guiou em direção aos cabelos dele, acariciando-o ao invés de empurrá-lo contra si e gemeu novamente ao senti-lo colocar a si na boca, inclinando o pescoço para trás. O menor tornou erguer a direção visual a ele, observando-o já indiretamente ao pender o pescoço para trás, tirando de vista seu rosto rubro. Continuou no entanto, iniciando agora o ritmo e vaivém, colocando-o na boca até o limite com que alcançava com a boca sem se tornar desconfortável, pressionava-o a sugá-lo entre a língua e céu da boca.
- Ah, Kyo... 
Shinya gemeu baixinho, chamando-o em seguida, e fazia exatamente o que queria que ele fizesse consigo, gemesse, talvez sabendo que era estimulante, fizesse para si. Fechou os olhos, apreciando os estímulos e agarrou-o nos cabelos, apertando entre os dedos. Kyo não precisava perguntar se era bom, seu próprio timbre normalmente tão suave parecia até mais que o comum, gemia baixo, mas bem audível ainda assim. Envolveu novamente em torno de seu sexo com os dedos e passou a mover em vaivém a medida que fazia o mesmo movimento com a boca. Shinya mordeu o lábio inferior e logo desviou o olhar a ele, tomando cuidado para não se reclinar demais e acabar caindo, já que o banco não tinha onde encostar. Suspirou e deslizou uma das mãos pela face dele, sentindo-a como ele não costumava deixar a si fazer, tocou-o na bochecha e até nos lábios que tinham a si em meio a eles.
- Kimochi...
Kyo sentiu o toque no rosto, e sabia que ele parecia se esbaldar quando podia, sentia-se livre pra formular toques onde geralmente não o fazia, e bem, deixava, ocupado demais pra tirar suas mãos de onde estavam. Mas fechou os olhos, franzindo suavemente o cenho que por si só costumava estar franzido. Continuava a chupá-lo, sugando vigorosamente. O maior agarrou-se a seus cabelos, agora sentindo o arrepio forte percorrer o corpo, ah e era tão bom, que não iria aguentar, embora quisesse senti-lo mais. Estremeceu e uniu as sobrancelhas, dando-lhe um suave puxão nos cabelos, nada que fosse irritá-lo e sorriu a ele, meio tímido novamente.
- Eu... Vou...
Kyo sentiu a puxada, que tirou a tranquilidade dos olhos fechados e teve de abri-los recém fechados. Fitando o parceiro, enquanto continuava, até que pudesse fazê-lo concluir o ápice. 
- P-Posso gozar na sua boca então? 
Shinya murmurou e suspirou, meio envergonhado por ter interrompido sua concentração. Kyo olhou como quem dissesse que a pergunta era meio absurda, afinal, onde faria se não fosse por lá? Pararia e terminaria num canto? Sem muito, fechou os olhos e continuou o serviço. O maior assentiu e deslizou a mão por suas costas, até onde alcançava e o gemido mais alto deixou os lábios quando finalmente atingiu o ápice e deixou-se em sua boca, unindo as sobrancelhas e inclinou o pescoço para trás novamente, apreciando a sensação gostosa e crescente no baixo ventre. Kyo sentiu o sabor fel invadir a boca, constando seu clímax mesmo como seu corpo trépido, seu gemido rouco e seu quadril inquieto. Segurou-o ainda no membro, continuando a mover os dedos em torno,tal como a boca, e segurava-o no quadril com a outra desocupada. Quando enfim terminou, afastou-se a se levantar, feliz por finalmente esticar as pernas. E lambia os lábios, como se houvesse tomado algo saboroso. Shinya riu baixinho logo após, já que ele teve que segurar a si no local e de fato, não tinha muito auto-controle mesmo. Suspirou e teve que se segurar na bateria antes que caísse no chão, claro que acabou puxando um dos tambores consigo e o soltando, mas logo colocou de volta.
- Ah...
- Hum, foi bom pelo jeito. 
Kyo disse e sorriu a ele, meio de canto. Shinya sorriu, meio envergonhado e cobriu os lábios com a mão.
- ... O que acha da gente... Ir até o fim? Ou... Está cansado?- Quer fazer isso aqui?
- Por que não?
- Se encoste em algum lugar. Nessa bateria você vai sair rolando.
- Hum... O banco é meio baixo pra isso... 
Shinya murmurou e se levantou, aproximando-se da parede a encostar-se e observá-lo, chamando-o com um dos dedos.
- Vem, vem. 
Sorriu, como uma criança a fazer algo errado. Kyo fitou sua expressão incomum, até arqueou uma das sobrancelhas mas acabou por rir enquanto o fitava com as mãos nos bolsos da calça. Logo caminhou até ele, onde se aconchegava e parou defronte o maior. 
- E aí?
Shinya sorriu a ele, meio tímido ainda e guiou ambas as mãos ao redor de seu corpo, sutilmente e entrou em sua pequena brincadeira ao perguntar.
- Vem sempre aqui? Ah espere, nossa... É mesmo você? Eu sou muito seu fã, você é maravilhoso pessoalmente, me autografa? - Riu.
- ... - Kyo fitou-o, meio de lado, meio estranhando, meio debochado. E claro que o deixaria tímido ou o faria rir. - Quer autografo no umbigo?
Shinya ouviu-o e riu, escondendo o riso com uma das mãos e abaixou a cabeça, deixando os cabelos caírem sobre a face novamente para depois desviar o olhar a ele, negativando e indicou pouco mais embaixo com uma das mãos.
- Quer que eu autografe sua genitália?
- Geni...tália?
- Órgão sexual.
- Porque essa formalidade toda? - Shinya riu. - Que isso, doutor.
- Ora, você diria pau pra um fã?
- Ah, tem razão. - O maior riu e negativou. - Mas isso não é muito excitante... Então, finja que eu sou um fã mais intimo. 
Shinya murmurou e desviou o olhar, sem entender o que havia acabado de dizer. Kyo negativou e o segurou pelo braço, virando-o de costas ali mesmo onde estava. Tocou-lhe as nádegas por cima da roupa, apalpando-as. 
- Na bunda então.
Shinya virou-se rapidamente, apoiando-se na parede e empinou sutilmente o quadril, mesmo sem intenção.
- Hum... Pode ser...
Kyo levou as mãos em frente a seu corpo, em sua calça, voltou a abrir a vestimenta e descer o suficiente para expor suas nádegas já empinadas, receptivas. Após fazê-lo, voltou a atenção até a própria e fitava-o enquanto ajeitava a roupa, abaixando-a como a dele, o que era suficiente. Shinya suspirou ao senti-lo abaixar as próprias roupas e gostava daquele modo como ele agia, sempre tão intenso, como se quisesse muito fazer aquilo, era meio avoado de certa forma, meio bruto. Mordeu o lábio inferior e logo virou-se a observá-lo.
- Diz alguma coisa pra mim... Perto do meu ouvido, gosto de ouvir a sua voz.
Kyo riu, entre os lábios cerrados e não tinha ideia do que dizer a ele, mesmo que pedisse. Segurou-lhe os quadris e puxou suas nádegas macias, fez com que o encostasse consigo e moveu-se atrás dele, esfregando-se. 
- O que quer que eu diga, uh?
O maior sentiu seu corpo junto ao próprio e abaixou a cabeça, cobrindo a face com os cabelos novamente e retirou o casaco, deixando-o no chão antes que morresse de calor, já sentia-se transpirar só com o contato do corpo dele, gostoso e quente.
- Ah... Diz que gosta do meu corpo, ou o que quer fazer comigo...
- Está bastante animado aqui, hum? 
Kyo disse e soou mais perto dele, podia não estar dizendo nada excitante a ele, porém era perto de seu ouvido. Ao se segurar no meio dos dedos, roçou-se encaixado entre suas nádegas. Shinya sorriu ao ouvi-lo e assentiu, era verdade, mas era porque não estavam no quarto, ou no banheiro e sim num lugar onde facilmente podiam ser pegos e aquilo era excitante. Estremeceu ao senti-lo se encaixar em si, e sabia que iria doer, mas estava acostumado, ele dificilmente se interessava por estimular a si antes com os dedos. Agarrou-se à parede e suspirou.
- É perigoso... - Murmurou. - Isso me anima.
- Hum, gosta da ideia de ser pego? Aposto que se fosse, ficaria alguns meses longe de quem o pegasse, principalmente se fosse um dos caras.
Kyo disse, meio entre riso e friccionou a glande contra sua entrada, tocando seu íntimo onde logo pressionou, mesmo sem realmente penetrá-lo. Shinya gemeu baixinho ao senti-lo se pressionar a si e riu em seguida, desviando o olhar a ele, meio de canto.
- A menos que esse alguém fosse o Toshiya, eu ia gostar de ver aquela expressão decepcionada.
- Você tem alguma paixão reprimida por ele, hum? 
Kyo indagou, enchendo o saco. Sabia que ele tinha ciúme do baixista, mas sua fixação era desnecessária e ele mesmo sabia disso. Riu, silenciosamente e mais para si mesmo. Só então deu a primeira investida, penetrando com inicialmente, a glande.
- Não, mas ele tem uma por você. 
Shinya falou a ele e preferia não pensar sobre aquilo naquele momento. O gemido veio alto, junto do arranhão na parede e encostou a testa no local.
- K-Kyo... Ah!
- Mas eu não quero o Toshiya, então pare de pensar nele. 
Kyo retrucou e se arrepiou, só não sabia se era por seu gemido gostoso ou se era pela unha contra a parede.
- Você me quer? 
Shinya murmurou, e certamente se soubesse que ele havia se arrepiado por causa do gemido teria ficado muito feliz, mas só podia imaginar as reações dele, ele não falava, não gemia, quase não esboçava alguma reação, por isso perguntava.
- Você eu quero. 
Kyo retrucou sem delonga e pendeu-se para ele, mordiscou seu ombro, mesmo com a camisa que usava. Voltou a se empurrar, penetrando-o um pouco mais. O maior sorriu, meio sutil e logo aumentou aos poucos ao perceber o que havia ouvido e escondeu os lábios, mesmo sem necessidade, já que abafou o gemido mais alto que soara logo depois devido a seu movimento firme contra si. Embora sorrisse e mesmo se escondesse, o menor não podia vê-lo. Mas ouviu seu protesto, seu gemido denunciando o ato dolorido, e mesmo assim prazeroso. Logo, após alguns minutos de compreensão, voltou a penetrá-lo, empurrando um tanto mais de si, até que finalmente estivesse todo dentro. Shinya uniu as sobrancelhas e fechou os olhos com certa força, contendo os gemidos até que o sentisse inteiro dentro de si e preferiu não gemer, sabia que ele não gostava de exageros, então mesmo dolorido, mantinha-se em silêncio. Mordeu o lábio inferior e virou-se a observá-lo, sutilmente, sentindo as pernas trêmulas, dolorido.
- Ah... Kyo...
- Isso dói, uh? 
Kyo indagou, notando suas pernas tremidas, fraquejando. Não tinha muito o que pudesse fazer, afinal, a dor era inevitável. No entanto, não se mexeu, deixando-o se acostumar com a penetração. Sentia-o pulsar, apertando o sexo dentro de seu corpo, até que pudesse se acostumar. Shinya assentiu, encolheu-se sutilmente e sorriu fraquinho.
- Sempre dói... Mas depois que você tem um filho, acho que essa dor não é nada demais, mesmo fazendo cesária. - Riu a observá-lo e mordeu o lábio inferior. - Dor é necessário, não é? Quando arranha minhas costas, mesmo que arranque sangue, dói, mas é prazeroso...

Kyo riu, e bem, felizmente ele era homem, não queria ter imaginado aquilo acontecendo caso fosse uma mulher. Sabia a fina linha entre prazer e dor, sabia que um podia elevar a intensidade do outro e suspirou ao pensar sobre isso. Logo, deu a primeira investida, mesmo sem respondê-lo, saindo a penetrá-lo de volta com firmeza, e ouviu ressoar a pele ao atingi-lo no fundo e ter atrito com sua pele. Shinya sentiu seu movimento mais firme contra o corpo e gemeu alto, dolorido a unir as sobrancelhas e sentiu as pernas fraquejarem novamente, tendo que se apoiar mais firmemente à parede, aquele era um assunto meio delicado que não queria iniciar. Dizer a ele que gostava de dor, depois de ter visto ele ir embora pelo mesmo motivo há anos atrás era meio dolorido, mas sabia o quão era infantil naquela época e o quanto havia amadurecido, o suficiente para lidar com aquele assunto sem parecer um idiota. Agora sabia seus motivos e não pediria nada daquele modo a ele de novo. Estremeceu, sentindo-o puxar a si firmemente contra o corpo e virou-se sutilmente a observá-lo.
- Se quiser... Você pode... Me arranhar ou segurar mais forte meus quadris, meus cabelos, eu gosto. 
Murmurou, sinceramente e abriu um pequeno sorrisinho de canto, esperando que ele não entendesse errado e dizia aquilo devido ao fato de que ele parecia querer agir de modo mais brusco consigo, mas se preocupava demasiadamente consigo algumas vezes, queria que ele fizesse o que queria.
- Você gosta de ser pego com força, não significa que a dor seja agradável em outra ocasião. 
Kyo retrucou, e como ele mesmo dizia a dor era um assunto complicado para os dois. Mas, havia superado em boa parte, suficiente para falar sobre o problema sem se afetar com aquilo. Ou melhor, não como antes. Segurou-o pelos quadris e voltou a puxá-lo, não precisa de seus cabelos ou mesmo arranhá-lo, sabia puxá-lo para si de modo que só isso o fizesse sentir a dor atravessar seu corpo. Mas levou a mão em suas costas cobertas pela camisa branca e parou em seus cabelos medianos e lisos o bastante, deu uma puxadinha, provocando-o somente e deu até uma risadinha ao encher o saco do baterista, tão logo voltou ambas as mãos em seus quadris e voltou a se mover em ritmo. 
- Foi isso que eu quis dizer. 
Shinya murmurou e guiou uma das mãos sobre a dele, apertando-a e entrelaçou os dedos aos dele, enquanto sentiu sua outra mão percorrer o corpo e esperava que ele realmente não tivesse entendido errado, mas pelo puxão do corpo, certamente não havia e gemeu novamente, alto a abaixar a cabeça e retribuiu o riso com o puxão nos cabelos, desviando o olhar a ele em seguida, mordendo o lábio inferior.
- Espero que não tenha entendido errado...
- Não entendi errado, eu não preciso de explicações, o que você quer eu já posso ver.
Kyo retrucou, e realmente não precisava que fosse explicado. Sabia que tipo de toque ele queria, e mesmo se um dia dissesse que seu prazer era a dor, sabia que não. Seu prazer era ser desejado durante o sexo, ser tomado. Seu prazer era sentir a necessidade alheia, em tê-lo, queria nada menos do que ser precisado por alguém. Tão logo, por si. Segurou seus quadris e voltou a puxá-lo, não era do tipo que fazia muitas carícias, gostava de ser preciso, afinal, queriam prazer, e fazê-lo daquele modo, era suficiente. Subiu com as mãos em sua cintura, desceu as nádegas outra vez ao apertá-lo, e afastou a região dando vista de seu corpo, onde o penetrava. Shinya assentiu ao ouvi-lo e achou melhor não prosseguir o assunto, abaixou a cabeça em sinal de respeito e fazia muito isso com ele, principalmente quando sua resposta parecia meio ríspida. Empinou o quadril pouco mais, deixando-se a mostra a ele como queria e já podia sentir a face se corar ao sentir seu olhar sobre si, naquela parte tão específica. Sufocou o gemido na garganta, que soou mais como a respiração pesada e fechou os olhos novamente. Kyo podia ver a silhueta de sua bochecha rosada em timidez. Acabou sorrindo para si mesmo, e voltou o olhar àquela parte que lhe causava o dito rubor. Movia-se vezes devagar afim de olhar todo o sexo aos poucos se esconder dentro de seu corpo, até que farto, ou melhor, impaciente, continuasse com maior rapidez. Shinya sorriu a ele, havia notado seu sorrisinho, mesmo que o observasse de canto e sentiu aquele arrepio pelo corpo e aquela vontade mista de apertá-lo entre os braços até amassar aquele rosto lindo. Riu de si mesmo e logo voltou a se concentrar em seus movimentos e os responsáveis pelo sexo que pulsava sobre o abdômen.
- K-Kyo...
- O que está rindo? 
Kyo indagou, notando aquela risadinha sutil não despercebida. Ainda assim continuou, notando o riso se voltar ao sexo num gemido suave e um protesto ao próprio nome. Deslizou as mãos em suas pelves evidentes por onde o puxou e tornou o toque mais vigoroso.
- Nada... 
Shinya murmurou, como diria a ele que o achava fofo? Iria levar uma porrada. Apoiou-se e até empurrou-se pouco mais em direção a ele, desviando o olhar a observá-lo.
- Kimochi... 
Murmurou, sentindo-o a fundo no corpo, mesmo com a posição e abaixou-se pouco, empinando ainda mais o quadril.
- Hum. 
Kyo murmurou ao ouvi-lo, mas não insistiu. A mão desocupada do qual uma permaneceu em sua pelve, a outra seguiu em seu sexo, tocando onde antes a boca acariciava. Passou a masturbá-lo no mesmo ritmo vigoroso, entrando e saindo de modo insistente.
- Iie
Shinya falou mais alto ao senti-lo tocar o sexo, já sensível e estremeceu, visivelmente, iria gozar, não aguentava mais. Deslizou uma das mãos pela dele, subindo por seu pulso e tocando-o no braço, onde apertou, mesmo meio desajeitado, com um sorrisinho nos lábios, gostava daquela parte e por fim gemeu mais alto, prazeroso e atingiu o ápice, deixando-se na mão dele. Kyo arqueou a sobrancelha ao notar o protesto veemente, sem entendê-lo, até afrouxou o toque realmente, mas mudou de ideia ao apertá-lo, propositalmente contraditório ao que ele queria. E notou sua posição desengonçada ao tentar tocar a si, no lugar onde habitualmente gostava depois do abdômen. Podia até ver seu sorrisinho de satisfação que se converteu rapidamente em um gemido de prazer. Denunciando o ápice que veio logo a seguir, gotejado nos dedos, quente, como antes na própria boca. E não se conteve a deixar que o próprio fosse de encontro a ele, dentro dele. E alcançou seu ombro, que voltou a morder e abafar o gemido que soou num suspiro e um leve tom rouco. Shinya suspirou, ainda a sentir a onda de prazer percorrer o corpo, droga, e como era gostoso, sentia-se aquecer com o ápice dele junto ao arrepio que percorria a si e demorou alguns segundos para se recuperar e poder se ajeitar. Ergueu a calça assim que o teve fora de si e guiou ambos os braços ao redor de seus ombros, mesmo que houvesse só levantado sua roupa, sem fechá-la ainda.
- Eu te amo. 
Sorriu e lhe selou os lábios, porém assustou-se e se afastou rapidamente ao ouvir o alto som que coloriu o céu e desviou o olhar, a mantê-lo perto de si ainda, observando os fogos, bonitos que coloriram o local. Mordeu o lábio inferior e beijou seus lábios novamente.
- Feliz ano novo.
Kyo deixou-o algum tempo depois, após sentir o ápice completo e deixar-se dentro dele após a onda de prazer. A segunda da noite. Afastou-se por fim a colocar-se dentro da calça, e na menção de ajeitar as vestes, foi interrompido no entanto, beijado por ele, que não perdurou por muito. Ergueu a mão a fim de tocar seu rosto e no entanto, o assistiu se assustar com o estouro no céu, o que fez com que pendesse e logo abaixasse a mão, a observar junto a ele, a queima de fogos. 
- Feliz ano novo. 
Falou baixo, como se contasse algum segredo, mas audível a ele. Shinya sorriu e desviou o olhar a mão abaixada, e que gostaria de ter sentido antes que se esvaísse. Segurou-a com uma das mãos, em seu pulso e delicadamente a colocou sobre a própria face, observando-o ainda perto e deslizou a mão livre por seus cabelos.
- Logo vamos voltar pra casa. Sinto muito por estarmos longe.
Kyo levou novamente a mão a seu rosto, agora por seu pedido e acariciou sua bochecha fria. 
- Não é como se isso fosse sua culpa. Temos trabalho a fazer e sou grato a isso.
Shinya sentiu sua mão sobre a face, finalmente e o toque tão sutil, mas tão gostoso e se sentia bem ao recebê-lo. Assentiu a ele e deslizou a mão por seus cabelos de mesmo modo.
- Eu sei... Mas sente falta das crianças.
- Amanhã a noite estaremos lá. O que me entristece é saber que a Kasumi provavelmente se pergunta porque as pessoas estão comemorando e não estamos lá pra isso.
Shinya uniu as sobrancelhas e assentiu.
- Mas um dia ela vai entender que estamos fazendo isso por ela.
- Eu sei disso. Não se preocupe. 
Kyo disse e tal como ele, deu-lhe um afago nos cabelos. O maior sorriu e assentiu, deslizando a mão novamente até seu pulso e segurou-o ali, podia sentir no peito o coração disparado, os batimentos meio descompassados e esperava que ele não percebesse. Não tinha muitos momentos como aqueles, em que podia ficar tão perto dele e o "eu te amo" sufocou na garganta novamente, queria poder dizer aquilo para ele várias e várias vezes, era o quanto realmente o amava, tanto que não conseguia guardar para si.
- Você está bem? - Kyo indagou, fitando seu rosto sorridente, mesmo tão suave, mas parecia inquieto de algum modo. - Nós vamos amanhã depois do show e podemos levá-las a algum lugar. - Disse, na tentativa de tranquilizá-lo mesmo que não realmente precisasse.
- Eu sei... Não estou assim por causa delas, eu mesmo quis tranquilizar você, é que... - Shinya murmurou e podia sentir as lágrimas nos olhos, até piscou para tentar afastá-las. - Desculpe... - Deslizou uma das mãos pela marca d'água, secando as gotas que ali haviam. - Eu não estou acostumado a ficar tão perto de você, sentir esse toque no rosto, carinho. É estranho ouvir você tentando me acalmar... É quase como se eu fosse ter um ataque cardíaco. - Riu baixinho, observando-o. - Eu estou tão feliz... Que eu nem sei expressar, sou um idiota.
Kyo franziu o cenho ao notar o leve gotejo aparecer em seus olhos maquiados, tão logo desaparecer em suas mãos delicadamente postas a fim de limpar as lágrimas a que não fossem vistas, teria indagado o motivo, se já não houvesse iniciado a explicação. Que por sinal, deixava um pouco de surpresa, ainda que não estivesse a demonstrar aquilo. Era difícil imaginar que um simples afago podia deixar alguém feliz, era um gesto tão simples. Talvez não fosse habitualmente desferido, mas a si, não deixava de ser tão simples. Suspirou, pensando que talvez o baterista necessitasse daquilo às vezes. 
- Ora, não seja idiota. Se queria era só pedir.
Shinya desviou o olhar a ele, meio tímido ainda e assentiu, sabia que com ele nada era tão simples, ou melhor, achava. Tinha medo de dar um simples passo em falso e acabar deixando-o com raiva, talvez não devesse se preocupar tanto, se ele gostava de si, não iria se incomodar com simples necessidades como um toque sutil na bochecha.
- E-Eu gosto disso... - Murmurou e segurou sua mão novamente, guiando-a ao rosto, no mesmo toque sutil que dera à poucos minutos. - Eu gosto tanto. Gosto quando você sorri pra mim, quando diz qualquer coisa pra me acalmar, quando... Você olha pra mim, esse seu olhar, é diferente. Quer dizer, não é um olhar comum que você costuma ter, meio triste, é um olhar... Amável, um olhar protetor, e eu não costumava ver ele quando eramos amigos. Até... Nos juntarmos de novo, você não costumava olhar assim pra mim. Agora toda vez que você me toca, eu sinto como se todas as partes de mim se juntassem, como se eu não precisasse de mais nada no mundo a não ser esse olhar.  
Kyo fitava-o ainda enquanto o ouvia falar. Talvez se sentisse até um pouco desconfortável com suas palavras, soavam como um elogio talvez, ou como uma denúncia de que era notável o fato de que gostava do baterista. Tanto que refletia na forma de olhar, mesmo que de algum modo preferisse ser mais sutil sobre isso. Não queria ser exposto, ainda que não realmente se importasse de ser pego por ele. Afagou sua bochecha magra, assim como era em todo o resto de seu corpo. Sentia-o quente, onde antes fria pelo ambiente exterior e negativou, era um bobo, ingênuo, e facilmente agradado por pouco. Mas bem, talvez por gostar de si, era que o pouco se tornava a ele muito. Sorriu por fim, meio canteiro, tímido talvez, embora nunca fosse admitir. 
- Então se sabe, é bom que não preciso falar.
Shinya riu baixinho ao ouvi-lo e sabia que ele iria sacanear, por isso nem achou estranho, ele não era do tipo que respondia declarações de amor com outras, mas aquele sorriso havia feito tudo que disse valer a pena.
- Sei que... Não gosta que eu diga essas coisas, é só... Que estavam presas na garganta, desculpe.
- Não disse que não gosto. Só... Sabe que não sei como reagir. Você também é importante pra mim.
Shinya sorriu e assentiu a ele, puxando-o para si e voltou a lhe selar os lábios, levando alguns segundos para se recuperar.
- Vamos para o quarto, tomar um banho... E faço uma massagem em você.
Kyo chegou mais perto e selou igualmente seus lábios em retribuição. O riso que lhe deu foi lânguido, já podendo imaginar como seria durante a massagem. 
- Vamos.
- O que? Juro que faço direitinho. 
Shinya riu e segurou a mão dele, seguindo para fora do palco, quando deu de frente com o guitarrista, contando as palhetas com uma das mãos.
- Hum, achei que não iam acabar nunca, vou testar a guitarra, boa noite, pombinhos.
Kyo arqueou a sobrancelha, fitando o guitarrista com as pestanas ralas. 
- Ficou assistindo?
- O que? Claro que não, Deus me livre. Fui tomar um café, dormi um pouco, assisti um anime inteiro e voltei.
Shinya sentiu a face se corar ao vê-lo e pensar que ele podia ter visto a si com o outro era horrível apesar de excitante. Sentiu a pele se arrepiar e abaixou-se, encolhendo-se atrás do outro.
- Aham, claro. Por falar em café...
- E-Eu vou comprar...
- Shin, ele também transa.
- Não com outros membros da banda, mas transo. Aliás, você toma viagra, Kyo? Porque... Uma hora.
Shinya corou-se novamente e riu baixinho, escondendo a face com uma das mãos.
- Bem, você está mais velho que eu, então... Deveria ver isso por si mesmo. Só não te mostro porque o Shin é ciumento.
- Eh? Não. - Shinya estreitou os olhos.
- Que horror, não obrigado, não quero essa minhoquinha sua aí não. - Die riu.
- Olha quem fala, ah. 
Shinya murmurou, mesmo tímido, não gostava das provocações para com o próprio namorado.
- Ah, você fala, Shin?
- O que foi, Daisuke? Tem o pau pequeno e está a fim de descontar nos outros? Não dei liberdade pra você. - Disse Kyo.
- Vish, me chamou pelo nome inteiro, calma que eu só estou brincando, loirinho.
Shinya desviou o olhar ao ouvi-lo e percebeu assim como ele que o outro havia mudado o tom de voz.
- Enfim, vocês deviam fazer isso no show amanhã, aposto que iam ganhar muitos fãs novos.
- Não preciso de nada exposto pra ter fã. Falar é suficiente.
- Hum... Nossa, que prepotente. - Die riu. - Você devia abrir a boca também Shin. Digo... Falar...
Shinya desviou o olhar novamente, meio envergonhado pela última palavra dita por ele, e era meio óbvio que devia ter visto ambos desde o início, quando fizera sexo oral nele.
- ... Ahn... Vamos embora. - Riu. - Você devia arrumar uma namorada, Die.
- Ele é meio afim do Kaoru, acha que ele quer mulher? Uh. - Kyo murmurou em tom risonho e seguiu a deixar o guitarrista por lá. 
- Hum, talvez se o Kaoru tivesse uns lábios desses seria interessante. 
- Idiota. 
Shinya estreitou os olhos a ele, que riu e segurou-se no outro, seguindo para fora. 
- Que lábios o que, Daisuke. Você quer é esfregar a cara na barba do Kaoru, para de se fingir de macho.
- Ah, pode parar, que barba o que?
Shinya riu e puxou-o pelo braço.
- Vamos, vamos.

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