Yasuhiro e Yoruichi #27


De cima da árvore, Yoruichi observava ele, como um pequeno animal, tinha um sorrisinho nos lábios, podia vê-lo enquanto pegava as pequenas cerejas, sabia que ele sentiria o próprio cheiro, ainda assim, não era o suficiente para que ele soubesse onde estava. Devagar, desceu da árvore, no chão, entre as folhas, observou o loiro, caminhou devagar, suavemente, até que finalmente o alcançasse e pulou sobre ele, derrubando-o, assim como sua cesta com as cerejas. 
- Peguei!
Yasuhiro sabia que estava por perto, e ainda que chegasse silenciosamente, já não seria capaz de assustar-se por isso. Quando enfim saltou para si, caiu e derrubou a cesta. 
- Aaah... Minhas frutinhas. - Disse, resmungando manhoso.
Yoruichi riu e lambeu-o no rosto, em sua bochecha. 
- Eu pego mais pra você, mas depois. Agora é sua vez!
- Minha vez de que? - O loiro indagou, confuso.
- É a sua vez de me pegar. 
Yoruichi disse e levantou, rápido, e correu novamente em direção às árvores.
- E desde quando estamos brincando? 
Yasuhiro indagou novamente, confuso ainda. Ainda mais por seu comportamento incomum. Mas se levantou, pegou uma das cerejas enquanto o via correr, limpou e mordeu, devagar, só então correu até ele, não mirou nele, mirou a sua frente e quando chegou lá, parou, esperando-o chegar  em si. 
- Desde que eu te peguei primeiro! 
Yoruichi disse, olhando para trás e uniu as sobrancelhas conforme não o viu, deu de frente com ele e uniu as sobrancelhas, caiu, mas fora em cima dele. 
- Ai!
- Ai ai, ô mamãe. 
O loiro disse quando no fim colidiram, havia sido um impulso mas até havia curtido o leve vôo para trás. Yoruichi estreitou os olhos a encarar o rosto dele e levantou-se, arrumando as roupas no lugar. 
- Ah... 
Gemeu, guiando uma das mãos até a barriga.
- Não tente me sacanear, seu putinho. 
Yasuhiro se levantou logo após ele e deu um tapinha em sua nádega.
- Ah... Você nem faz ter graça. Seu sem graça. - Yoruichi disse a cruzar os braços. - Minha vez?
- Tem sim, nós voamos por alguns segundos.
- Hum. - Estreitou os olhos. - Não gosta de brincar?
- Ahn... Não tenho hábito. - Yasuhiro sorriu, achando graça de sua empolgação repentina. - O que há?
- Hum, tudo bem. - O moreno disse a se afastar e ajeitou os cabelos. - Nada, eu só... Achei que seria legal.
- Nós podemos brincar. 
Yasuhiro disse e então o abraçou, envolvendo o redor de seus braços. O menor desviou o olhar a ele e sorriu meio de canto, beijando-o no rosto. 
- Hum, quer brincar do que? Quer lutar comigo pra ver quem é mais forte?
- Não, eu não quero lutar com meu maridinho grávido.
- Ora, eu não sou tão frágil assim.
- Não estou dizendo que é, mas você não precisa ser frágil pra que eu queira cuidar de você.
- Você é adorável. 
Yoruichi sorriu ao ouvi-lo e abraçou-o ao redor de seu pescoço.
- É, eu quase sei disso. 
Yasuhiro disse, brincando com ele e abraçou sua cintura. O menor riu e selou seus lábios algumas vezes. 
- Vem, vou te ajudar a pegar as cerejas. O que ia fazer com elas?
- Ia fazer um docinho pra você. Vai que começa a ter desejos. 
Yasuhiro disse, tão precoce sobre aquilo. Yoruichi sorriu novamente, pois é, parece que não conseguia parar de sorrir e abraçou-o novamente ao redor do pescoço. O loiro sorriu com ele, animado por sua animação. Beijou sua bochecha e seu pescoço em seguida. 
- Vamos fazer doce?
- Vamos! 
Yoruichi disse a beija-lo igualmente em seu rosto, várias vezes e segurou uma de suas mãos, puxando-o consigo para pegar sua cesta e novamente preencheu-a com as cerejas. Yasuhiro fechou os olhos, sentindo cada beijo dele. Por fim ainda estava brando quando puxado por ele, pego de surpresa logo seguiu com ele, buscando as cerejas abandonadas no chão.
- Sabe eu... Tenho me sentido bem animado ultimamente, e então eu fico meio triste, depois do o animado de novo, e depois com raiva... Eu odeio ficar assim.
- Mas sempre foi assim, priminho.
- Sim, mas está pior.
- Bem, talvez signifique que o bebê está se sentindo assim também. Então fica por dois.
- Hum... Acho que sim. 
Yoruichi uniu as sobrancelhas e pegou uma pequena flor da árvore.
- Meu bebê será mal humorado como a mãe.
O moreno desviou o olhar a ele e riu. 
- Hum, será? Vão ter dois de braços cruzados e emburrados em casa.
- É, mas papai vai dar tapa na bunda de dois.
Yoruichi riu e negativou a ele, pegando uma cereja a mais.
- Essa está bonita
- Come ela.
O moreno sorriu e retirou o pequeno cabo da cereja, mordendo-a. 
- Hum... Quer?
- Eu já achei outra bonita e comi. Vamos lá, senão vou ter que comer outra cereja bonita...
Yoruichi riu e assentiu, pegando mais algumas frutas a colocar na cestinha.
- Parece bom, vamos.
Yasuhiro sorriu, embora tenha sido apenas um sorriso para si mesmo, enquanto fitava seu humor elevado. Seguiu com ele e pegou as cerejas, faria conserva com elas e também a torta, não que gostasse muito de cozinhar, mas sabia fazer e faria para ele. 
- Você me ensina a fazer a torta? Eu queria aprender.
- Você já fez pra mim. Não é muito diferente. Mas vamos, vou ser seu mentor. 
Disse o loiro, sugestivo.
- Hum, tá bem sensei.
- Vamos lá, subordinado. Vamos limpar as frutas. Pegar o açúcar.
- Hey, subordinado não.
- É sim, sou seu mentor.
- Aluno, subordinado parece que sou seu empregado.
- Não, se fosse empregado seria empregado, serviçal, servente.
- Hunp, não me chame de subordinado. Eu que mando nessa casa. 
O moreno disse a cruzar os braços.
- Claro que sim, princesa.
Yoruichi estreitou os olhos.
- Vamos. 
Yasuhiro disse e passeou com ele pela cozinha, pegando as panelas e recipientes, os ingredientes para fazer tanto a conserva quanto o recheio de cerejas. Ao seguir com ele, o menor colocou as cerejas numa tigela, lavando-as. Com cuidado, Yasuhiro acendeu o fogo, colocou a panela para aquecer com a água e o açúcar, tão logo as cerejas, deixando-as cozinharem aos poucos.
- Hum, vai demorar? 
Yoruichi disse, mantendo-se a uma distância boa do fogo.
- Não muito. Vamos fazer a massa. 
O loiro disse e tomou os ingredientes, fazendo uso da farinha e os demais, criando a massa doce. Mostrava tudo para ele, como se estivessem mesmo tendo uma aula. Yoruichi sorriu conforme o via fazer a massa, sabia fazê-la, mas, queria saber se ele fazia algo diferente. Enquanto o via, pegou um pouco da farinha com uma das mãos e sujou a bochecha dele. Quando esticou seu dedinho para o rosto, Yasuhiro se virou para ele e ameaçou morde-lo. O moreno riu e sujou-o mesmo assim, mordendo o lábio inferior. 
- Já sujei.
- E vou te morder mesmo assim. 
O loiro disse e pegou sua mão, mordiscou, sem força embora parecesse ameaçador, de propósito. O moreno riu ao senti-lo segurar a mão e puxou-a, rapidamente, tentando se soltar dele. 
- Não!
Yasuhiro riu, divertido e por fim o soltou, deu a ele uma colher de madeira. 
- Pode mexer a calda.
O moreno desviou o olhar a panela e assentiu, usando a colher para mexer o doce. Quando enfim desfez as cerejas, formando uma calda grossa com os pedaços da fruta, Yasuhiro adicionou mais algumas cerejas e tirou do fogo antes que as desfizesse completamente. Após isso, procurou onde pudesse dispor a massa e formar a torta.
- Com quem você aprendeu a cozinhar desse jeito? Sua mãe?
- Você acha mesmo que ele me ensinaria algo de cozinha? - O loiro diu. - Minha mãe é tão donzela quanto você, meu amado.
- Uh... Aprendeu sozinho?
- Eu aprendi observando quem os fazia. Essa torta foi de uma senhora estrangeira que morava por perto.
- Ah... Você observava uma senhora, isso parece estranho.
- É, eu observava as pessoas, você sabe disso. Eu aprendia, não ficava olhando todos os passos dela.
- Hum, não estou dizendo nada, não precisa ser grosseiro.
- Não estou sendo, amorzinho.
Yoruichi cruzou os braços, emburrado.
- Não estou sendo. Vamos terminar.
- A torta, certo?
- Não, o casamento. Claro que a torta.
O moreno estreitou os olhos. 
- Não vamos terminar casamento nenhum, agora você é meu.
Yasuhiro riu, gargalhou na verdade, mas não era alto.
- Você que é meu.
Yoruichi sorriu a ele. 
- Ah sou?
- É claro que é.
- Hum, espero.
O loiro sorriu e após o falatório e o recheio mais frio, adicionou à torta que colocaram para assar. 
- Hum, hum, quem vai comer torta hoje?
- Nós vamos. Eu e o nosso neném. Que não sei se é menino ou menina então, o neném. - O moreno riu.
- Vai comer torta hoje. 
Yasuhiro disse e falou com sua barriga nada volumosa. Mas encostou o rosto junto dela, tentando ouvir qualquer coisa. Yoruichi sorriu ao vê-lo se abaixar e acariciou os cabelos dele, era adorável. 
- ... São só dois meses, ainda é muito pequeno.
- Eu sei, eu sei, mas é nosso, será forte e inteligente. Então imagino que será rápido.
Yoruichi sorriu e deslizou a mão a acariciar o rosto dele. 
- Eu te amo.
- Eu também te amo. 
Yasuhiro disse ao se recompor, beijou sua testa. O moreno sorriu e acariciou seus cabelos. 
- Vamos esperar a torta. Vem, vamos nos sentar na sala enquanto eu vejo o marido maravilhoso que eu tenho.

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