Yuuki e Kazuto #75 (+18)


Yuuki virou-se a fitá-lo enquanto caminhavam na rua. O relógio marcava um pouco mais que meia-noite e chamou-o para sair, como atipicamente, era evidente sua desconfiança e até gostava dela. Algum dia, prometera a ele que faria algo especial, embora não houvesse prometido verbalmente, acordara de bom humor, suficiente para comemorar seu aniversário sem que seu presente fosse só umas míseras gotas do próprio sangue durante o sexo. Transitou pela rua cujo a luminosidade era escassa, gostava muito dela nos tempos antigos, e de fato, a preferência não havia mudado com os anos, era do tipo quase tradicional, cujo os gostos de mantinham os mesmos durante anos, e embora não houvesse voltado frequentemente ali, lá estavam. Passeando pela ruazinha espaçosa entre prédios residenciais até alcançar um específico beco. Notou em seu rosto o cenho franzido, sobrancelhas curvadas e sabia, que no fundo ele sentia medo, e certamente não era medo de ser estuprado ou tomado a força, já que era justamente por isso que estavam juntos agora, e por tanto tempo. Ao alcançar terminado ponto, estava escuro, 
o latão que antes servia como apoio para seu pequeno e frágil corpo humano agora era diferente, pelo menos durante aquela noite, estava limpo e era novo, não tinha lixo, mas tinha o mesmo visual que aquele, embora não fosse o mesmo. Coberto por uma toalha de mesa cor vinho, acompanhada de uma única faixa trabalhada em detalhes e branca. O latão que antes de lixo, agora servia como uma mesa, ou quase um balcão, já que era alta, dois pequenos e confortáveis bancos estavam lado a lado defronte a "mesa" e acima dela curtas e grossas velas iluminaram com suavidade, suficiente para olhos vampíricos e não olhos curiosos. À distância, dois serviçais postados eram o responsáveis pela decoração que escolheu, e estavam prontificados a atender caso pedisse ainda que estivessem generosamente distantes. Ao lado, um balde de prata com água aquecida mantinha o calor de uma garrafa de sangue e sobre a peculiar mesa  pratos de porcelana escura e talheres recém colocados acima de lenços para os lábios. E acima da louça finas fatias de coração, temperados e não bem passados como um tira gosto. Ao ladinho da mesa, que um dia já foi cama e na verdade era um latão, uma caixa aberta com um bolo decorado branco com o caimento fresco de sangue e frutas e uma decoração bonita. Guiou àquela "quase criança" para seu assento e antes que o colocasse por lá... 
- Feliz aniversário, Cinderela.
Kazuto deixou de lado e sobre o sofá a revista que lia distraidamente em frente a tv, os filhos ainda estavam dormindo, mas a noite já havia começado há um tempo, e estranhou o barulho da porta, ainda mais ao vê-lo entrar, costumava estar na gravadora essa hora. Levantou-se, mesmo sonolento e sorriu a ele, recepcionando-o com um beijo sutil nos lábios, e já estava acostumado, ele não se lembrava bem quando era o próprio aniversário, tudo bem. Seguiu ao quarto, trocando o short curto que usava pela calça e blusa um pouco de frio, era inverno naquela época e atrairia atenção se saísse sem roupas propícias para isso, estranhou a cada segundo o chamado dele para sair, mas nada disse, estava feliz que sairia com ele para algum lugar, quem sabe ele até tivesse se lembrado que era o próprio aniversário? O estômago doeu só de pensar, seria maravilhoso sair pra jantar com ele. Ao pensar nisso, trocou-se ainda mais rápido e alisou os cabelos coloridos, colocando lentes de contato especiais que havia comprado para alguma situação como aquela... Desde que comprou estavam fechadas, há mais de um ano. Seguiu com ele para fora, e em momento algum segurou a mão dele, respeitava seu espaço e sabia que ele não gostava muito do toque, embora parecesse diferente naquele dia, em vez de distante, parecia alerta com algo, ou talvez empolgado, não sabia dizer, sentia seus sentimentos bem ao longe, devido ao ano todo sem tomar o sangue dele, era proposital, fazia para que não sentisse os sentimentos dele, na maior parte do tempo achava que isso fosse ruim, mas talvez, ele fizesse para esconder os sentimentos bons por um orgulho próprio. Caminhou junto dele pela rua, num perfeito anoitecer de inverno, gostava do clima, as cores frias faziam com que parecesse mais branco, e mais bonito, na própria cabeça. Porém, o passeio foi se tornando estranho a medida em que as ruas eram dobradas, e arqueou uma das sobrancelhas ao notar o nome específico numa placa de esquina, sentiu as pernas estremecerem.
- Yuuki? 
Murmurou a ele, porém não teve resposta, então continuou o seguindo e quase sentia as lágrimas nos olhos ao pensar onde estavam indo, não gostava daquele lugar, nem um pouco, apesar de tê-lo conhecido ali, também foi ali que ele tentou matar a si duas vezes, e se ele estivesse planejando fazer isso agora? Mas era tão bom pra ele... Uniu as sobrancelhas ao vê-lo em frente ao beco e adentrou o local, sentindo toda a pele arrepiada, porém arqueou uma das sobrancelhas ao ver o objeto colocado ali e coberto com a toalha, pensaria que viraria o jantar dele, se não estivesse com louças lindas e novas e o jantar. Observou tudo atentamente, cada detalhe e até mesmo os serviçais parados ali, acenou brevemente para eles, meio desajeitado, perdido na verdade, sem entender o que estava acontecendo e porque ele havia trazido a si ali, talvez emocionado fosse a palavra e com a ajuda dele, das mãos dele, Deus, ele estava com as mãos em volta da própria cintura, sentiu-se como se fosse desmaiar a qualquer momento, estava demorando muito para acordar, até se beliscou sutilmente. Sentia o mundo girar lentamente como se tudo fosse próprio, e nunca havia sentido aquilo, um dia apenas, não se sentia como parte de um cenário da vida dele, sentia-se realmente presente, especial. Fechou os olhos ao senti-lo mais perto de si e para quem não sentia o coração bater há quase vinte anos, a batida fora realmente forte ao ouvi-lo murmurar tão perto de si. Abriu um pequeno sorriso, de canto e desviou o olhar a ele, observando seus cabelos e olhos que gostava tanto, e aquele lugar não assustava mais a si, muito pelo contrário.
- Você fez tudo isso pra mim...?
- Não especificamente. Não sei fazer um bolo, mas sei escolher o que é melhor para ir dentro dele. 
Yuuki retrucou e sabia exatamente tudo o que se passava dentro dele, talvez não pensamentos específicos, mas suas reações e seus sentimentos talvez fossem mais claros que os pensamentos em si. Era realmente ingênuo, quase uma criança e não só em seu tamanho. Kazuto sentiu as lágrimas que molharam os olhos e abaixou a cabeça ao senti-las escorrerem pela face. Guiou a mão ao local e limpou os pequenos traços pelo rosto, observando a mesa distraidamente enquanto isso, tentando esconder dele o óbvio, era ingênuo como ele mesmo taxava.
- D-Do que é o bolo? É lindo...
- Você vai comer e descobrir. 
Yuuki disse e sentou-se ao lado dele. Adorou dar atenção a carne ao invés de ir finalmente ao bolo, já que gostava pouco de doces, mas conseguia comê-lo. Kazuto observou a carne, que antes era pouco atraente para si, mas agora, parecia uma delicia, estava com fome, e estava esperando que ele chegasse em casa para comer com ele, lembrou-se do jantar que havia feito, e estava no forno... Não se importaria de jogar fora depois do que ele havia feito. Com um dos talheres cortou um pedacinho da carne e experimentou.
- Hum... Oishi! E... Quem são eles? - Disse a apontar os serviçais.
Yuuki provou da carne, aproveitando igualmente o sabor, mas o contrário dele não costumava mencionar isso. Voltou-se ao garoto e tão logo a sua indagação. 
- São serviçais, responsáveis por servir ou ajustar a decoração.
- Ah... - Kazuto falou baixinho e experimentou mais um pedaço da carne. - O... Vinho, eu posso abrir? É sangue puro...? - Disse a observar a garrafa.
- É puro. 
Yuuki disse e pegou a garrafa, abrindo-a e serviu na taça cujo a bebida quente preencheu e deu a ele, assim como serviu para si mesmo. Kazuto observou a bebida e aspirou o aroma ao vê-la preencher a taça, parecia uma delicia, sentiu até mesmo a coloração dos olhos se alterar com a vontade de beber, era o tipo de sangue humano mais raro de se achar em uma garrafa inteira, queria beber no gargalo, mas nunca faria isso perto dele. Pegou a taça, devagar e calmamente e guiou aos lábios, porém bebeu um gole bem longo.
- Que fome. 
Yuuki disse, ao vê-lo beber, como quem não queria nada o estava provocando, mas ele já sabia disso. Pegou com o talher mais um pedaço da carne e mais um trago da bebida. Kazuto sorriu a ele, meio envergonhado e abaixou a cabeça.
- Estava esperando você para jantar... Tinha feito carne assada também... Quer dizer, bem mal passada, mas deixei a casquinha que você gosta. 
Murmurou e comeu mais um pedaço da carne saborosa demais.
- Então pensamos da mesma forma, já que essa está do mesmo jeito. 
Yuuki disse, sem pensar na verdade. O menor assentiu e mordeu o lábio inferior, observando-o meio de canto, sem poder vê-lo de frente e comeu os últimos pedacinhos do coração no próprio prato.
- Estava delicioso... Obrigado. 
Falou a ele e fez uma pequena reverência.
- Quanta formalidade. - Yuuki retrucou e terminou após ele a carne no prato. - Você quer o bolo?
Kazuto assentiu algumas vezes a ouvi-lo e bebeu mais um longo gole do sangue na taça, queria beijá-lo, mesmo que fosse um pouco estranho fazer isso tão repentinamente, mas ele estava tão lindo com os lábios pintados, gostava daquela maquiagem dele. Aproximou-se, devagarzinho e esperou que ele não recusasse a si, porque selou os lábios dele sutilmente e esperou que pudesse iniciar o beijo. Yuuki fitou-o de soslaio e parecia um gato receoso procurando seu canto antes de acomodar-se sem incomodar alguém, era previsível, ao sentir seu selo nos lábios, seu pedido manhoso, embora silencioso, por um beijo, o qual deixou iniciar, mesmo que na boca de ambos ainda restasse o sabor do jantar. Kazuto fechou os olhos quando finalmente o sentiu deixar o beijo se iniciar, e não se importava nem um pouco de sentir nos lábios dele o sabor da carne, seu sabor era ótimo com qualquer acompanhamento. Uma das mãos deslizou suavemente por sua coxa, acariciando-o sutilmente, sem ser invasivo demais e deslizou a língua sobre a dele, massageando-a com a própria. Yuuki sentiu em sua boca o gosto da refeição há pouco, ainda que o predominante sabor de sangue. Levou a mão nos cabelos dele, arrumados e segurou-o entre os dedos na região da nuca, enquanto provia-o do beijo, até que fosse rompido, só então deixou de segurá-lo. Kazuto afastou-se devagar dele no fim do beijo, piscando algumas vezes a observá-lo e abriu um pequeno sorriso, satisfeito, e ainda estava esperando acordar.
- Ah... O, o bolo... Você vai comer?
- Provar, não posso deixar o aniversariante comer sozinho, posso?
- Iie. - Kazuto sorriu. - Então podemos... Comer juntos?
- Pode ser.
Kazuto assentiu e cortou o bolo com a espátula deixava ali, pegando o pequeno pratinho deixado no local e serviu a fatia de bolo para si, pegou o garfinho e levou um pedaço aos lábios. Yuuki fitou o garoto, notando-o provar o bolo, esperando algum comentário sobre o sabor, embora não parecesse pensar sobre isso, enquanto bebia do sangue na taça. O menor abriu um pequeno sorriso ao experimentar o bolo e cortou outro pedacinho a levar aos lábios dele, deixando-o provar junto consigo o recheio de morango com a calda feita de sangue, e não disse nada, mas era o sabor que mais gostava, e ele havia lembrado, ou talvez fosse coincidência, não sabia. Yuuki abriu a boca e provou, aceitando sua gentileza. Era estranho, não da própria preferência, mas escolheu ser gentil então o pacote seria completo. Sentiu o gosto do morango suavizar o adocicado do bolo, muito melhor, pensou e pelo sorriso dele enquanto comia parecia bom. 
- Oishi
Kazuto falou baixinho, embora quisesse realmente falar alto e ser o mesmo de sempre, com ele não era assim. Comeu mais um pedaço do bolo e levou outro pedacinho aos lábios dele, logo após, comeu alguns três pedaços antes de dar o terceiro a ele, sabia que ele não gostava, mas mesmo assim, gostava de compartilhar com ele e claro, colocar o garfo que comia em sua boca. Yuuki observou-o degustar o bolo, alternando alguns poucos pedaços para si. Via-o comer, encarando-o enquanto aproveitava da própria bebida, mas olhava-o terminar seu bolo, e não tinha delongas ao faze-lo. O menor terminou o bolo com um pequeno sorriso no rosto, e claro, a boca lambuzada de glacê. Limpou com um guardanapo sobre a mesa, sutilmente e sorriu a ele novamente, terminando a própria bebida com pequenos goles, na verdade não queria ir embora dali, não queria que a noite terminasse assim.
- Quer mais bolo? 
Yuuki indagou e limpou um canto de sua boca, sujo e esquecido.
- Hum, depois vamos pra casa?
- Aonde você quer ir?
- Eu posso pedir qualquer coisa...?
- Pode.
Kazuto sorriu e observou o local pouco mais e parecia meio incomodado com os serviçais.
- Podemos fazer amor? Digo...
- Eu pergunto aonde quer ir e você quer transar? Aonde quer?
- É que eu pensei em te chamar pra dançar, mas isso seria quase como torturar você, e eu não quero que se sinta mal. - O menor murmurou e desviou o olhar a mesa. - Bom... Foi aqui que fizemos a primeira vez...
- Você quer transar aqui? 
Yuuki indagou e apoiou o cotovelo sobre a mesa fora do comum e a face sobre a palma da mão, fitando o menino. Kazuto uniu as sobrancelhas ao ouvi-lo e desviou o olhar, achando que o pedido era meio idiota pelo olhar dele e negativou.
- Não... Vamos embora.
- Você quer. Vou te por no prato do jantar. Deve caber.
Kazuto riu baixinho ao ouvi-lo e negativou.
- Você... Acha que aquela noite foi um erro...? Por ter me conhecido, e eu ter me agarrado a você. 
- Já estou sendo muito bonzinho, não queira uma declaração de amor. É uma pergunta idiota, visto que estamos juntos há mais de vinte anos.
- Hai... Desculpe.
- Você ainda quer alguma coisa pra comer? 
Yuuki indagou e serviu mais uma taça da bebida, experimentando-a. Kazuto negativou e observou a taça, abrindo um pequeno sorriso a ele.
- Certo. 
O maior disse a ele e buscou os serviçais com o maneio da mão, indicou o bolo, que fosse levado para casa, para ele mais tarde ou mesmo os filhos. As louças tiradas da mesa improvisada deram passagem a colocá-lo acima do lugar onde antes os pratos. Com somente a taça de lado, vez e outra dava um trago na bebida, mas tirou sua roupa inferior sem delongas, ainda que fosse brusco, era cuidadoso sobre não rasgar a peça. Kazuto Ddsviou o olhar aos serviçais que se retiravam do local e ajeitou-se sobre o local duro, observando-o em frente a si e estava meio desconfortável sobre o lugar, mesmo a noite.
- Sabe... - Falou e cessou ao senti-lo puxar a calça, deixando-o retirar, pelo menos não voltaria para casa com as roupas rasgadas. - Meu apartamento... Onde eu morava quando isso aconteceu é logo aqui na esquina... Quer ir pra lá? Tem a minha cama... O lugar ainda é meu... Não quero te deixar desconfortável de fazer isso aqui.
- Não sou eu quem sofreu algum trauma, se quer transar aqui, o lucro é meu. 
Yuuki disse e levantou-se do assento, empurrou-o para a lata, fez com que se deitasse a medida em que puxava suas coxas e as afastava. Kazuto deitou-se sobre o local e pode sentir os batimentos acelerados do coração, que se quer devia bater. Estava assustado, era óbvio, era um lugar que não trazia boas lembranças, na verdade, muito dolorosas e quase sentiu as unhas dele rasgando a pele como na primeira vez.
- Eu... Trauma? Não estou traumatizado...
- Não? Então por que os sentimentos? 
Yuuki retrucou e permitiu o garoto continuar com a roupa de cima. Já livre das peças de baixo, cujo as pernas nuas, despidas e levou a mão a si mesmo, abrindo o zíper, o botão da calça e "sacou" o que considerou necessário. Envolveu-se com os dedos, como um passatempo, mas liberou-se logo a fim de puxá-lo pelas coxas. O menor negativou, tentando se livrar de algumas lembranças e levou ambas as mãos as laterais do corpo dele, abaixo das roupas, sentindo a pele macia e fria demais, mas que não era incômoda para si. Observou-o entre seus dedos e suspirou, mordendo o lábio inferior.
- N-Não vai... Ajudar a entrar? Digo... Me tocar primeiro?

- Você não quer uma recordação?
Yuuki indagou e elevou o canto do lábio num meio sorriso ingracioso. Mas assentiu e ergueu o dígito, expondo a ele o estímulo que não lhe faria muita diferença, visto que a unha continuava bem crescida, ainda que recentemente aparada. Penetrou o dedo não muito gentil, porém sutilmente cuidadoso e seguiu até inteiramente dentro. Kazuto assentiu ao ouvi-lo e observou sua unha, sempre dolorida, que fez a si morder o lábio inferior e gemer dolorido ao senti-lo entrar em si, rasgando o interior como de costume. Estremeceu e deslizou uma das mãos pelo corpo dele, num toque sutil, enquanto ainda observava aquele sorriso nos lábios dele, era o único que ganhava sempre, mas era perfeito do mesmo modo.
- Sabe que isso somente ajuda você com o sangue que lhe serve de lubrificante. 
Yuuki disse, sentindo-o frio por dentro, e aos poucos aquecido pelo toque úmido de seu sangue, recém alimentado com a dose quente. Com movimento leve, logo o deixou e notou o dedo sujo de sangue, e que sujou sua pele ao pegá-lo pelas coxas e novamente puxá-lo, o trouxe para a beirada e levou o sexo tão logo entre suas nádegas, roçando-a. Kazuto assentiu ao ouvi-lo, dolorido demais pelo interior machucado, que por sorte se curou em pouco tempo devido ao sangue e só então pode observá-lo corretamente, sentiu o cheiro do próprio sangue e sabia que o dedo no interior só servia para aquilo, com a unha comprida demais era difícil alcançar a próstata com o dedo, e se alcançasse, era difícil que ele quisesse estimular a si. Sentiu a pele toda arrepiada, ainda mais ao senti-lo se roçar a si e observou o beco escuro, do mesmo modo como fora na primeira vez que ficou com ele, era quase desesperador, mas a diferença era que ele não mataria a si dessa vez.
- Já está morto. 
Yuuki disse, aliviando sua mente enquanto voltava a direção visual pelo ambiente, mas sabia que ele mesmo, ainda que com pavor, gostava de se sentir daquela forma e com a ereção a beirar seu corpo, logo se mexeu, e investiu para dentro dele, penetrando-o até seu fundo. Kazuto assentiu mais uma vez, mesmo com o arrepio a percorrer a espinha e a dor percorreu o corpo junto dele ao adentrar a si, obviamente contraiu-se ao redor dele, apertando-o e fechou os olhos, tentando conter o gemido alto que deixou os lábios quase rasgando a garganta. Não estava sendo estuprado, mas o sentimento de pavor era quase o mesmo, não por ele, estava até sendo carinhoso, mas as sensações estranhas que o lugar causava em si.
- I-Itai...
- O que foi? Vai continuar com a manha sobre esse lugar? Quer dar aqui e ao mesmo tempo quer chorar, mocinha?
Yuuki indagou a ele, notando seu receio. Negativou diante disso, queria transar ali e ainda assim fitava o local com pavor, era estupidamente contraditório. Segurou suas coxas e puxou-o com força, penetrou-o e deu início ao vaivém, não muito paciente sobre isso. Kazuto negativou e ajeitou-se sobre o local, encostado à parede e observou-o em silêncio, porém puxou-o pela cintura, talvez tomando a primeira atitude realmente desde que haviam começado e gostava de se sentir apto a fazer algo com ele, não apenas de ser manipulado e mal tratado. Ergueu-se pouco e beijou no pescoço, com pouca dificuldade, mas o fez e logo afastou-se, desviando o olhar de sua face com medo da reprovação, sentindo logo o início de seus movimentos e uniu as sobrancelhas, deixando escapar outro gemido baixo e dolorido.
Yuuki sentiu o toque nos quadris, o que deu ritmo para o garoto conforme puxado. Não repeliu o contato e permitiu que continuasse. Tal como no pescoço ainda que seu toque fosse contido, visto que se roçasse seus dentes, perderia seus caninos recentes, embora não tão novos assim. Investiu para ele, novamente e no compasse hábil, puxava-o ainda pelo lugar, estocando-o, fitando seus olhos, que antes eram castanhos, desde a ultima vez que estivera consigo por lá, e agora, vermelhos e visíveis para si. O menor observou de canto, e as íris estavam bem mais visíveis pela recente alimentação, sempre havia se perguntado se ele se lembrava da cor dos próprios olhos antes, é claro que se pudesse ler a mente dele, saberia a resposta. De uma coisa sabia, adorava os olhos dele, até demais, fora a primeira coisa de que se lembrara e tivera apreço quando o conheceu, os olhos amarelos e vermelhos, próximos do rosto, nos sonhos que teve, perturbando a mente. Eram lindos realmente. Fechou os olhos e manteve-se a apreciar as investidas, meio doloridas, mas aos poucos prazerosas com o toque onde gostava e estremeceu a observá-lo, visivelmente.
Yuuki o fitava enquanto se movia, ele parecia ter medo e estar confortável ao mesmo tempo, claro que confortável de estar consigo, porque o apoio de suas costas não era nada confortável. Ainda que quisesse fazer ele se sentir bem, os instintos tratavam de puxá-lo com mais força, com mais vontade, e Kazuto sabia disso, porque os gemidos deixavam seus lábios a cada vez que puxado. Conforme se aproximou, abraçou o garoto para puxá-lo com mais força, e fora quando sentiu novamente os lábios dele tão perto do pescoço, Kazuto beijava a pele, era sutil, aspirando o arome gostoso de sangue fresco e morto, já que era um vampiro.
- Morda. - Disse Yuuki.
- Eh?
- Morda, ainda não te dei o seu presente.
- E-Eu... Não quero te machucar.
- Como pode ser assim sendo que eu machuco você todos os dias, garoto? Morda antes que eu desista.
Kazuto fitou os olhos dele, por um breve momento, foi uma cruzada de olhares, bem, se ele pedia, morderia, ele sabia que tinha vontade, que era sempre o que pedia de presente, e agora os lábios estavam roçando na pele dele. De olhos fechados, podia sentir o seu aroma tão gostoso, tinha tanta sede, tanta vontade, que quase não conseguia se controlar. Ao fechar os olhos, mordeu o lábio inferior e antes que percebesse, já tinha as presas cravadas na carne dele, fundo, e sentiu o líquido fluir para a boca, denso, mas não gostoso, e enquanto o tomava, podia ouvir o gemido rouco deixar os lábios dele, que não afrouxou os movimentos, pelo contrário, aumentou o ritmo e a força que se jogava contra si. De olhos fechados, ponderou por um instante o quanto o amava, o quanto havia lutado por ele, pra ficar com ele, e o quanto ele havia se esforçado para ser alguém melhor para si também. Ao remover as presas de sua pele, lambeu a ferida, mas não aguentou a angustia que tinha no peito e as lágrimas escorreram pelo rosto, chorava, mesmo sem perceber, agarrado ao corpo dele, e tocando seus cabelos macios e loiros agradecia por ele estar ali consigo, por ter conseguido ele.
- Obrigado, Yuuki... Obrigado...
Ao ouvir o choro do garoto, Yuuki cessou os movimentos, era estranho estar sendo envolvido naquele abraço desajeitado enquanto o ouvia chorar. Podia senti-lo, era um pouco bagunçado pela falta do sangue dele no corpo, mas sabia que ele não estava ao todo triste, era uma sensação de alívio. Por um momento, quis tirar sarro dele, mas preferiu silenciar-se e o segurar nos braços, de uma forma confortável e até um pouco estranha, mas não o soltou. Tocou os cabelos dele e beijou-o de forma pouco desajeitada também, sobre seus cabelos.
- Tudo bem... Tudo bem.

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