Kazuma e Asahi #68


Asahi suspirou, observava a passagem das pessoas pela rua, um pouco amedrontado porque podia perceber que todas elas eram diferentes de si, não era acostumado a estar ali, e se sentia exposto em usar uma coisa comum, visto que havia usado batina pela vida toda. Segurava a mão dele enquanto andava, discretamente, embora soubesse que ele poderia não gostar por ser homem, e fora quando decidiu soltar. Estavam sozinhos, e seguiam para a loja de kimonos que não era longe. Ao ter-se solto, Kazuma passou o braço por seu ombro e o segurou ali, ajudando seguir caminho. Preferia um automóvel, porém optou por deixa-lo conhecer a região. 
- Não tenha medo, uma grande parte dos moradores são de família militar.
O menor desviou o olhar a ele e assentiu, um pouco tímido ainda e abaixou a cabeça. 
- É que... É errado ser homossexual, não? Eles... Dizem isso pra gente...
- Asahi, sabe, você fala disso o tempo inteiro. Enche o saco, pare de pensar e comece a viver. Demonstração de afeto não é normal para nós mesmo sendo homossexual ou heterossexual.
- Desculpe. - O loiro murmurou, abaixando a cabeça. - Sabe... O céu é muito bonito aqui.
- Está bem limpo hoje. Mas eu ainda gosto mais dos dias de chuva. Você vai saber quando o vir, o cheiro que vem do jardim e o barulho da chuva no lago.
O menor sorriu ao ouvi-lo, fechando os olhos e suspirou. 
- Parece tão bom... Eu quase consigo sentir o cheiro.
- É, o deixarei se deitar na varanda quando o dia chuvoso aparecer.
Asahi sorriu e desviou o olhar a ele, assentindo. Desviou o olhar em direção a rua e por um minuto viu uma maçã bem vermelha, coberta por algo que parecia uma calda endurecida.
- Ai que linda...
- Você quer? 
Kazuma indagou ao vê-lo vislumbrar a fruta com caramelo.
- Ah... Posso?
- Sim, escolha um para você e para obaa-san.
- Ah hai.
Asahi sorriu e apontou a maçã vermelha para si, para ela, a dourada.
- Quer mais alguma? 
Kazuma indagou após sua escolha, observando as demais maçãs.
- ... Isso é chocolate?
- A escura é sim. Você quer?
- Quero... - Asahi sorriu.
- Então escolha uma que goste. - Kazuma disse e tocou o topo de sua cabeça, incentivou e no fim pagou pelas maçãs. Feito isso, com ele reiniciou o caminho. - Quer comer agora? Sua maçã.
- Aquela. - Asahi indicou a última, parecia bonita e pegou a pequena embalagem de papel com as maçãs. - Hum... Você come comigo?
- Hum, talvez eu ganhe um pequeno pedaço.
O menor sorriu a ele e assentiu, escolhendo a maçã vermelha, a achava linda, observou-a mais de perto, era dura, talvez até demais. 
- Meu dente vai quebrar... - Riu.
- Não vai, ele fica mais suave conforme derrete. Talvez devesse lamber pra aquecer.
Asahi ouviu-o e por um momento sentiu um arrepio sutil na coluna. As palavras dele eram excitantes. Assentiu e por um momento achou talvez poderia excita-lo também, embora de modo sutil, sem parecer uma prostituta barata. Assoprou a maçã, com a boca pouco aberta, tentando aquece-la como ele havia dito e lambeu a casquinha, sutilmente. Kazuma não sabia a intenção, também não havia passado a ideia de uma provocação erótica, via mais um gatinho lambendo uma tigela com leite do que possivelmente uma prostituta. Sorriu a ele. 
- Doce, hum?
O loiro desviou o olhar a ele e uniu as sobrancelhas, talvez não fosse bom em sensualizar mesmo. 
- ... Hai.
- Tente morder agora. Morda no topo, parece menos dura.
O loiro assentiu e mordeu como ele indicou, com um pouco de dificuldade. Kazuma riu, baixinho no entanto. 
- Precisa de ajuda?
- Ah... - O menor riu. - Talvez um pouco.
Ao tocar a roupa, Kazuma tateou tentando encontrar e encontrou o canivete, estendeu a ele. Mas sorriu por fim. 
- Estou brincando.
Asahi desviou o olhar ao canivete por um momento e uniu as sobrancelhas. 
- Você estava com isso esse tempo todo?
- Sim. - Kazuma disse, simplificando. Pegou sua mão junto da maçã que continuou nela e mordeu, quebrando o doce cristalizado. - Pronto.
O loiro desviou o olhar a ele, notando-o morder a maçã, droga, ele era tão bonito, se sentiu um patinho feio por um momento, mas sorriu como um bobo apaixonado. 
- ... Saber que você está armado o tempo todo meio que me excita. - Asahi riu e deslizou uma das mãos pelo rosto dele. - ... Você é lindo.
- Hum, você é um rapaz muito fetichista, Padre. - Kazuma disse a ele diante de seu breve comentário. - Talvez eu te mostre mais do canivete em algum momento. Talvez eu te ensine a usar.
O menor mordeu o lábio inferior sutilmente e assentiu. 
- ... Hum.
- Você quer aprender? 
Kazuma disse e continuou o caminho, que não era apressado, deixaria-o comer e conhecer a região até que chegassem no lugar de destino. Asahi assentiu e seguiu com ele pelo local, observando as pequenas barracas que eram feitas nas ruas, os comércios.
- Gostou da maçã? 
O maior indagou, não tendo certeza se ele já havia provado daquilo.
- Uhum, é gostosa. - Asahi sorriu a ele. - Quer mais um pedaço?
- Não, já é suficiente.
Um pouco mais do caminho e Kazuma se sentou até que ele terminasse de seu doce, em frente a loja de roupas, já podia se ver de alguns tecidos. O loiro sentou-se ao lado dele e mordeu mais uma vez a maçã, sentindo-a macia e crocante pelo docinho vermelho. 
- Isso... Que é isso em cima dela?
- Hum, acho que é um tipo de caramelo.
- Hum... - Asahi observou-a. - Deve ser legal saber fazer isso.
- Hum, talvez obaa-san saiba fazer, pergunte a ela quando ela voltar.
- Ta bem. É naquela loja que vamos?
- Sim, mas não vai querer mexer com tecidos enquanto come.
- Ah, hai... 
Asahi riu baixinho e mordeu mais rápido a maçã.
- Não tenha pressa, a loja é fixa e não móvel.
O menor uniu as sobrancelhas e assentiu.
- É, coma devagar. 
Kazuma disse e limpou o canto de sua boca, tirando o pequeno cristal vermelho. Asahi sorriu meio de canto e assentiu, mordendo novamente a maçã, devagar. O maior levou o pequeno açúcar até a boca. Aproveitou para morder seu doce, tentando não fazê-lo se apressar. Asahi sorriu a ele e estendeu o docinho, deixando-o morder, só então voltou aos próprios lábios e finalizou.
- Satisfeito? 
Kazuma indagou e lambeu a boca que agora estava mais vermelha que o normal diante do corante no doce.
- Acho que comi até demais. - Riu.
- Então vamos, conhecer bons tecidos.
- Hai! Eu nunca usei um kimono, então... Estou animado.
Após se levantar Kazuma seguiu com ele para a loja, sendo assim recepcionado pela atendente, tão logo pelo costureiro que passou a mostrar seus melhores tecidos. 
- Diga-lhe as cores, Asahi.
Asahi sorriu a atendente e logo desviou o olhar a ele, mas se voltou a ela. 
- Eu gosto de azul e branco.
- Então brancos, azuis e preto. 
Kazuma pediu a ela, que se prontificou em expor tecidos nas exigências das cores. O loiro sorriu a ele meio de canto e olhou os tecidos, bonitos, alguns floridos. 
- Eu gostei desse. - Indicou.
- Escolha os que gostar. 
O maior disse e se acomodou onde apenas pudesse observar.
- Eu posso experimentar algum?  Eu nunca usei um kimono...
- Sério? Mas... Você é japonês. - Disse o garoto.
- Eu sei... - Ele riu.
- Ah, claro... Darei um pra você. 
- Kazuma, vem comigo?
- Claro. - Kazuma seguiu logo após junto a ele. - Mas antes o deixe medir e ajustar o tecido.
Asahi assentiu e fez um pequeno bico, realmente queria vestir um kimono pela primeira vez. Afastou-se da mesa e sentiu a fita métrica passar ao redor do corpo, uniu as sobrancelhas, um pouco incomodado. 
- Não tenha pressa, será muito melhor ter o prazer de ver o kimono que foi feito exatamente pra você. 
Kazuma disse enquanto via-o desconfortável sob o toque, tal quanto apressado para descobrir sua aparência com o novo traje.
- Ta bem... 
Asahi falou e logo sentiu a fita deslizar para os próprios ombros, ainda estava desconfortável, mas esperou-o terminar de medir a si.
- O que há, rapazinho tímido? - O maior disse após ser então liberado.
- Nada... - Asahi riu baixinho.
- Acho que tenho tudo. - Disse o atendente.
- Então vem, vamos ver qual você quer provar.
O menor assentiu e seguiu a parte de trás onde haviam alguns kimonos guardados, e eram todos lindos. 
- ... Esse preto é lindo. - Indicou a ela e viu-a sorrir, pegando a caixa para si. - Posso mesmo provar?
- Gosto de quimonos pretos. 
Kazuma disse a ele diante da escolha e incentivou. O menor sorriu e assentiu. 
- Vou... Me trocar então. 
O loiro murmurou e pegou a caixa, seguindo a sala onde provaria, era grande e tinha um grande espelho. Retirou a roupa e devagar, abriu a caixa do kimono, era mesmo lindo, tinha alguns pequenos detalhes em branco, eram borboletas, achava que havia feito um bom trabalho escolhendo ele, ele ia gostar. Após se vestir, ajustando o obi, abriu a porta, chamando-o, embora não houvesse mostrado a ele ainda. Kazuma esperou-o onde estava, levou um tempo, vestir um quimono feminino certamente não era fácil de fazê-lo e tímido com certeza não havia buscado ajuda. Ao ser chamado porém foi até ele e entrou em seu espaço de vestir, antes que pudesse vê-lo porém, envolveu sua cintura e o ajudou com o obi, firmando em sua cintura.
O menor assustou-se com o modo como ele invadiu o local, havia o chamado, mas não havia terminado de se arrumar ainda, tinha alguns problemas com a finalização da roupa e por fim sentiu as mãos firmes dele sobre a própria cintura, adorava quando ele fazia aquilo, ele tinha um toque pesado, mas tão suave ao mesmo tempo, fazia o coração bater numa martelada no peito e agora o olhava de frente. 
- ...
Kazuma encarou-o como ele fez consigo, embora não tivesse de sua timidez e bochechas rosadas. Com firmeza enlaçou sua cintura, com força, mas não chegava a ser desconfortável. 
- Pronto.
Asahi sorriu a ele, talvez meio de canto, estava envergonhado, mas toda vez que olhava o rosto dele, sentia um arrepio percorrer o corpo como na primeira vez que o havia visto. Ele não estava acompanhado, a atendente havia provavelmente ficado na frente para atender o restante dos clientes. Devagar, caminhou em direção a ele, foram somente dois passos curtos que pareciam um abismo e ergueu-se na ponta dos pés, selou os lábios dele e depois, beijou-o no pescoço, deixando-o sentir a respiração tão próxima da pele. O maior deu-lhe uma encarada, fitando seu modelito novo, a primeira vez que usava algo como aquilo. Mas foi interrompido por seu beijo delicado e que passou ao pescoço. Segurou sua cintura enlaçada. 
- Não vai querer fazer nada com uma roupa dessas. 
Disse junto a seu pescoço aparente, deu um beijo suave. Asahi desviou o olhar a ele, sorrindo meio de canto. 
- Ela é tão cara assim?
- Olhe para ela e me responda isso. - O maior disse e virou-o de costas para si e de frente para o espelho. - Veja.
Asahi virou-se em frente ao espelho, observando o kimono e era lindo, quase chegou a suspirar. 
- ... Acho melhor eu tirar.
- Quer esse? 
Kazuma indagou em meio riso ao ouvi-lo.
- ... Não posso te deixar pagar. Ele deve ser muito caro.
- E você acha que os que pedimos serão pagos por quem?
- Eles serão tão caros assim?
- São kimonos, feitos sob medida e são tecelados. Kimonos sempre serão caros, pelo menos os verdadeiros kimonos.
- Ah... Nós temos como pagar por ele?
- Não, eu o trouxe e pedi os kimonos, mas não tenho como pagar. Na hora que ele terminar nós pegamos e saímos correndo.
Asahi riu e negativou, desviando o olhar a ele. 
- Não seja bobo!
- Só tome cuidado porque os kimonos são longos e meio pesados dependendo do tecido.
- Ta bem... 
Asahi murmurou e devagar, desenlaçou o obi, retirando-o e em seguida retirou o kimono, deslizando pelos ombros até atingir o chão.
- Desse modo fica difícil correr. - Kazuma disse e se abaixou, pegou a veste e fitou-o ainda pelo reflexo do espelho. - Quer outro?
O menor riu baixinho. 
- Eu não vou correr ora. Você quer me ver em outro?
- Quero saber de você. Quer um vermelho? Uma cor tão lasciva na concepção de alguns religiosos.
Asahi desviou o olhar a ele. 
- Quero. - Sorriu.
- Tá bem. Quer ir escolher?
- Iie, escolha pra mim.
Kazuma deixou a sala e seguiu junto a atendente na amostra dos tecidos vermelhos. Após selecionar um deles, receber a veste para prova enquanto devolvia a outra. O loiro esperou-o ali, um pouco tímido por estar apenas de roupa intima, mas sabia que ele logo voltaria de onde estivesse, estava frio, mas aguardou. Um pouco depois, Kazuma voltou com a veste em vermelho e uma cor muito próxima do dourado, porém sem demasiado amarelo. Entregou a caixa do menor, deixaria-o descobrir a peça ao vestir. Asahi sorriu a ele ao ver a caixa e retirou de dentro dela o kimono, vestindo-o nos ombros e procurou o obi na caixa, fechando-o de modo meio desajeitado. Após vestido, o maior tomou os laços que um após o outro, ajustou em sua cintura. Asahi Ssrriu a ele, meio de canto. 
- Acha que eu fico bonito de kimono?
- Ficam bonitos. Trouxe o yukata também. São mais leves.
- Pra usar na varanda?
- No dia a dia. - Kazuma riu.
- Ah...
- Gostou desse?
- Gostei mais do preto.
- Hum, certo. Prove o yukata.
Asahi assentiu e retirou o kimono novamente, esperando pelo yukata que foi entregue a si e vestiu, era leve, meio frio. 
- ... Vou congelar. - Riu.
- Porque o vestiu agora. É casual e esse não é para o inverno.
- Ah... Então ta bem. - O menor sorriu. - Estou bonito?
- Está bonito. Se sente bem com ele?
- Eu... Acho que sim.
- Acha? Prefere a batina?
- Não quero usar aquilo nunca mais.
- Era bonita, Padre.
Asahi desviou o olhar a ele. 
- Era?
- Sempre disse a você.
- Então me sinto mal por ter perdido ela.
- Não, você disse que não gosta.
- Eu usei quase toda a minha vida.
- Mas estar aqui hoje é uma consequência disso.
- É, eu sei... Eu não devia desgostar.
- Não disse que tem que gostar.
Asahi suspirou a observa-lo. 
- Podemos ir?
- Vamos, quer ir usando algum?
- Eu posso?
- Claro, se eu vou pagar, você pode usar até um em cima do outro. 
Kazuma disse e afagou seu cabelo. Asahi riu e assentiu. 
- Você vai me dar o preto...?
- É o que você quer, hum?
- É sim... - Asahi sorriu.
- Então tá bem. Vou dizer a ela que ajude você a vestir corretamente. 
O maior disse e chamou a mulher de meia idade, responsável por ajudá-lo e ensina-lo seus truques. Asahi sorriu e novamente assentiu, vendo-a adentrar o local e novamente vestiu o kimono bonito e aquecido, para o inverno. Era tão bonito que pensou que nunca mais iria tirar.
- Ela te ensinou? 
O moreno disse quando enfim o viu deixar o provador. Asahi assentiu, e ao sair, estava com o kimono alinhado, quentinho com mais uma camada por baixo e havia arrumado sutilmente os cabelos também, lisinhos na altura dos ombros.
- Hum, parece que se arrumou inteiro. - Kazuma disse, observando o que havia arrumado. - Combina com você.
- Que bom que você gosta. - Asahi sorriu. 
- Já paguei pelos demais, podemos buscar em breve.
- Ta bem. Viremos aqui de novo?
- Sim, quer vir?
- Queria sim.
- Voltaremos para buscar as roupas. Agora podemos ir. Vem. 
Kazuma chamou a gesticular e após trocar algumas palavras com o costureiro, deixou então a loja onde já habitualmente frequentado pela avó. Partiu com ele, voltaria por todo o caminho feito até lá. Asahi assentiu e junto do outro partiu do local, ainda apanhava um pouco para caminhar com o kimono, era difícil não poder abrir muito as pernas.
- Acho que vou acabar caindo...
- Não vai, estou segurando. - O moreno disse e como antes, tocou seu ombro. - Precisa andar com passos curtos. Repare nas mulheres.
Asahi desviou o olhar a algumas mulheres que andavam pela rua, algumas já se vestiam com roupas ocidentais, saias e blusas apertadas, outras ainda eram mais tradicionais, tentava imitar o andar.
- É difícil...
- Vai aprender com o tempo. 
Kazuma sorriu canteiro e levou consigo pelo caminho até que chegassem em casa, algum tempo depois. Asahi riu baixinho e ao passar pelo portão da residência, guardado por alguns guardas, seguiu em direção ao quarto, passando pelo corredor extenso e oriental. 
- Essa casa não te dá medo as vezes?
- Não, ela da medo a você?
- Um pouco. - Riu.
- Por quê?
- Não sei, existem tantas lendas estranhas...
- Se fosse uma casa feia, eu entenderia. Passamos pela guerra, não tenho medo de nada.
- Hum... Eu sempre fui uma criança muito medrosa. - Asahi riu.
- Continua, criança.
O menor estreitou os olhos.
- Quando iremos ao exército?
- Eu devo ir já no início de semana. Você eu vou ver como esta a escala na enfermaria.
- ... Vou ficar sozinho a tarde toda?
- Não devo demorar. Além do mais, terá o jardim, terá livros. Ah, não o deixei conhecer a biblioteca. O levarei.
- Biblioteca? Tenho livros? - Asahi sorriu.
- Tem diversos livros, só não sei do seu gosto por eles. Se você quiser algum me diga ou peça ao Touma, ele comprará. Além disso, ele também poderá lhe servir de companhia, é um bom rapaz.
Asahi assentiu e desviou o olhar a ele conforme falou. 
- ... Não tem ciúme de deixar outra pessoa perto de mim?
- Já falamos sobre isso. Além do mais, sou um militar, acha mesmo que o Touma vai fazer alguma coisa?
- Acho que ele tem medo de morrer. - O loiro riu.
- Medo não, prefiro dizer respeito. Não quero ser temido, respeitado sim.
- Mas talvez eu goste de ser temido. - Kazuma deu a ele uma piscadela.
Asahi sorriu. 
- Da pra não ter medo de você?
- Vamos, entregue uma das maçãs a obaa-san. Vou levá-lo até a biblioteca.
O menor assentiu e correu em direção ao jardim, onde ela provavelmente estava, fez uma reverência educada. 
- Obaa-san, trouxe uma maçã para a senhora, achei ela muito bonita.
Kazuma seguiu logo atrás dele, mas não seguiu seu mesmo caminho, parou numa das portas, fitando-o de onde estava ao falar com ela. Ela parecia gostar dele. Os pequenos olhos se ergueram por trás das lentes redondas de seus óculos para fita-lo, sorriu, como um breve típico  o sorriso de uma mulher já madura demais.
- A maçã não é a única que está bonita vestidinha.
Asahi desviou o olhar a ela e abriu um pequeno sorriso tímido. 
- Obrigado... Kazuma me deu, a senhora gosta?
- Claro, poderia alguém não gostar de algo como isso? Sou uma vovó, do contrário usaria alguns assim. - Seu riso era tão baixo que quase não podia se ouvir, mas ainda perceber. - Meu filho tem um bom gosto, não é?
O menor sorriu a ela e negativou. 
- A senhora ia ficar linda nessa roupa também, aposto. - Disse a sentir ainda o tom vermelho na face. - Ele tem.
- Bobagem. - Disse ela enquanto movia levemente a mão, descontraindo seu elogio. - Obrigado pela maçã do amor, querido.
Asahi assentiu a ela e novamente fez uma reverência, formal dessa vez. 
- Com licença, senhora. 
Disse num pequeno sorriso e só então se retirou, seguindo ao encontro do outro.

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